Dois Brasis












Para os que ficaram "indignados, revoltados" porque a PF usou algemas nos queridinhos da elite sugiro que assistam uma edição destes programas aí.

Acredito que no sul, sudeste maravilha não exista programas policiais que todos os dias mostra ladrão de galinha algemados, não é mesmo?

A mídia e seu financiador

A mídia precisa acertar com seu financiador Daniel Dantas para ter opinião comum.

Ele alega ser vítima de perseguição política do governo.

Os meios de comunicação afirmam que os escândalos que o fizeram milionário não ocorreram no governo FHC e sim no de Lula. Que seria seu protetor.

O juiz, que decretou a prisão do milionário, por roubo, corre o risco de ser punido.

O delegado federal, alvo de insídias da revista de chantagem, também está ameaçado de sanções.

Cadeia para os inocentes, habeas corpus para os grandes gatunos.
Lustosa da Costa

Rathur Virgílio, Surreal

ARTHUR VIRGÍLIO, DÁ O TOM DO PAVOR COM O EFEITO DANTAS

Arthur Virgílio, o líder do PSDB no Senado, deu o tom, de acordo com nota reproduzida parcialmente pelo Estadão:

"Não se justifica nenhuma tentativa de desmoralização da mais alta Corte de Justiça do país. Foi o enfraquecimento das instituições, aliado a um quadro de inflação, desemprego e corrupção, que criou o clima propício à instalação do Terceiro Reich, na Alemanha", afirmou o líder tucano, na nota.

Aparentemente Virgílio se refere ao possível pedido de impeachment contra Gilmar Mendes que está sendo estudado por procuradores federais de vários estados.

O texto é surreal e desproposital.

Mas serve para revelar o pavor que uma investigação profunda das relações de Daniel Dantas com políticos, juízes, empresários e a mídia causa em Brasília.

Também sinaliza a estratégia daqueles que querem enterrar as investigações: criar o pânico, como se a Polícia Federal estivesse prestes a instalar uma ditadura nazista no Brasil.

Onde é que foi parar o furor investigativo da oposição?

Não teremos o clamor indignado do Jabor pedindo CPI?

E o senador Heráclito Fortes, não vai bradar contra a corrupção petista no Jornal Nacional?

O mais interessante é que isso se dá em plena campanha eleitoral.

A oposição vai perder essa oportunidade de enfraquecer o governo Lula e, com isso, os candidatos do presidente nas eleições de 2008?

A única explicação razoável para esse comportamente anômalo, completamente fora do padrão dos últimos anos, só encontra uma explicação: medo.

Medo não, pavor, pânico.

Gilmar Mendes errou


Há uma questão de princípio e uma questão legal no caso Gilmar Mendes.

A questão de princípio é sobre o abuso ou não das operações policiais e da ação do Ministério Público.

Os críticos apontam para a espetacularização, o uso das algemas, o abuso nas escutas.

Os defensores sustentam ser a única maneira de prestar contas à opinião pública e legitimar as operações.

Acompanhando os bastidores da Operação Satiagraha, principalmente através dos relatos de Bob Fernandes, do Terra Magazine, fica claro que, se não tivesse havido a “espetacularização” e ganhado a opinião pública, teria fracassado.

A soma de interesses que Daniel Dantas conseguiu articular é de tal forma variada e influente, que os agentes da operação seriam massacrados em pouco tempo.

É por isso que o mundo jurídico se dividiu, ontem, entre advogados criminalistas de um lado e procuradores e juízes do outro.

Gilmar Mendes tem tradição de Ministro liberal, que se posiciona historicamente contra o que considera esses abusos. Mas, no episódio, a questão essencial é outra. Até que ponto, para combater o que ele considera abusos, Gilmaer não cometeu abuso maior ainda, indo contra o que determina a lei e a constituição?

É esse o ponto em que Gilmar naufraga.

A ciência jurídica não é exata, está sujeita a interpretações. Ontem li e ouvi detidamente os argumentos de Dalmo Dallari – que considera que Mendes avançou o sinal e criou uma balbúrdia jurídica. Depois, procurei ouvir a opinião de outro Ministro do STF, liberal.

Sua opinião é a de que Gilmar Mendes estava correto ao conceder o primeiro habeas corpus, mas errou pesado ao conceder o segundo.

As razões que consubstanciavam o segundo eram diferentes das do primeiro.

O juiz De Sanctis estava com a razão e com a lei. Mais não avançou.

Mas ficam claros alguns pontos:

1. No intuito de combater abusos, Gilmar cometeu um abuso maior. Transformou a questão em algo pessoal, atropelou as evidências ao conceder o segundo habeas corpus mostrou que estava motivado pelo sentimento de desforra, ao denunciar o juiz De Sanctis ao Conselho Nacional de Justiça.

2. Ao proceder dessa maneira, deixou que o ego atropelasse seu compromisso mais sagrado: a ordem constitucional e a imagem do STF, o tribunal máximo do país.

3. Mais: criou uma crise institucional sem precedentes ao avançar contra uma das prerrogativas do ordenamento jurídico do país: a autonomia dos juízes de primeira instância para julgar de acordo com sua própria avaliação e as prerrogativas das instâncias interemediárias.

4. Como fica agora? A rebelião de juízes e procuradores tornou-se legítima, porque o presidente do Supremo atropelou o ordenamento jurídico. Ou seja, juízes e procuradores têm, ao seu lado, a Constituição. Estão agindo em defesa do ordenamento jurídico.

5. Com sua atitude impensada, Gilmar Mendes permitiu que as suspeitas de politização do STF tornassem-se realidade, comprometendo profundamente a imagem da instituição. Não se trata meramente do clamor das turbas. Contra este, a resistência é nobre. Trata-se de um ato impensado que provocou uma balbúrdia no ordenamento jurídico do país.

6. Resta saber qual será o comportamento dos demais Ministros do Supremo: a solidariedade para com o colega ou para com o Supremo.

Luis Nassif

Os ‘3G’ na ante-sala do poder

Greenhalgh, Guiga e Guga usariam influência no governo para facilitar negócios de Dantas

De Soraya Aggege:

O ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, dirigente do PT, é suspeito de integrar um triunvirato que alcança desde a ante-sala do Gabinete da Presidência da República, passando por Congresso Nacional e partidos políticos, até contatos amistosos na cúpula do Judiciário federal, em especial, Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça, para ajudar nos supostos negócios ilícitos do banqueiro Daniel Dantas. Segundo relatório da Polícia Federal, Greenhalgh — codinome Gomes — formaria a "equipe de apoio" a Dantas, ao lado de Guilherme Henrique Sodre Martins, o Guiga, e Humberto José Rocha Braz, o Guga, apontado como sócio do banqueiro. Greenhalgh teria recebido pelo menos R$ 650 mil do banqueiro, afirma a PF.

A vasta rede de contatos do grupo atuaria em prol dos interesses de Dantas, os novos investimentos em mineração, a obtenção de informações sigilosas etc. Os nomes citados pelo trio nas gravações interceptadas pela PF são poderosos: a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff — identificada como "Margaret"—, o ministro da Integração Regional, Gedel Vieira Lima, o secretário pessoal do presidente Lula, Gilberto Carvalho, o ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil).

Em um diálogo monitorado pela PF, dia 13 de março, Greenhalgh diz a Braz (preso no domingo pela PF, acusado de suborno) que recebeu um recado de Dilma, com referência à venda da Br Telecom: "Diga ao Greenhalgh que eu não quero falar sobre o assunto, que o governo já se meteu demais sobre esse assunto". Em todos os encontros que o grupo diz ter tido com a ministra, Dilma estaria livre nos momentos citados, segundo a PF, que checou sua agenda.

O grupo também afirma que foi informado pelo senador Heráclito Fortes (DEM) de que ele foi a plenário defender a ministra dos ataques por causa do chamado dossiê FHC, alvo de ataques contra Dilma. O senador teria defendido a ministra a pedido do grupo de Dantas.

No Senado e na Câmara, também haveria "colaboradores": Fortes, a senadora Ideli Salvatti (PT), o ex-deputado federal Sigmarina Seixas (PT) são os mais citados. Em uma das gravações, Fortes recebe agradecimentos pelo apoio. Ideli seria um alvo do grupo, que tentaria agradá-la. Seixas também teria sido acionado para ajudar o grupo e recebido Dantas em uma conversa.

Com tanta gente do PT evolvida neste caso para ajudar Dantas, não sei como os lulopetistas ainda querem dizer que este é um problema só do PSDB.

Dantas pagou advogados ligados ao PT sem contrato

De Rubens Valente e Leonardo Souza:

Documentos inéditos da auditoria interna da Brasil Telecom de 2005 sobre a passagem do banqueiro Daniel Dantas no controle da companhia telefônica revelam pagamentos de R$ 1,2 milhão para o advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de pelo menos R$ 3 milhões para o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, amigo do ex-ministro José Dirceu (PT), sem que os auditores tivessem encontrado os contratos para a prestação de serviços de advocacia.

Kakay recebeu ao todo R$ 8,3 milhões. A auditoria encontrou apenas um contrato de R$ 5,3 milhões -sobre o qual afirmou não ter localizado nenhuma comprovação de efetiva prestação de serviços advocatícios. Teixeira afirmou que tem consigo uma cópia do contrato. A Brasil Telecom foi controlada pelo banco de Dantas até meados de 2005, quando os fundos de pensão de estatais conseguiram na Justiça assumir o controle da companhia. Os novos donos então determinaram uma ampla auditoria.

Tanto o PSDB quanto o PT estão atolados até o nariz neste mar de lama. Se Dantas abrir a boca o governo cai de podre.

Lula critica o sensacionalismo da ação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou na segunda-feira o "sensacionalismo" dos agentes da Polícia Federal na Operação Satiagraha. Numa reunião da coordenação política do governo, na segunda-feira, no Palácio do Planalto, Lula reclamou do uso exagerado de algemas e do flagra da prisão do ex-prefeito Celso Pitta, filmado de pijama enquanto era detido em sua casa.

"Para que humilhar uma pessoa se ela se dispõe a prestar esclarecimento e tem endereço fixo? Sou contra essa exposição desnecessária antes de comprovada a culpa", disse o presidente, segundo relato de participantes do encontro, ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. Lula se disse preocupado com a legalidade das operações e fez um pedido de menos "espetáculo".

Também presente à reunião, o ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu o erro na divulgação das prisões pela TV (a Globo mostrou a prisão de Pitta), mas defendeu o uso das algemas. No geral, contudo, o ministro concordou que a operação poderia ter sido mais discreta. Sobre os crimes investigados pela operação, a avaliação de Lula é de que o destino do caso é imprevisível.

Metamorfose já lulopetistas. Em alguma coisa o Cappo dei tutti Cappi concorda co Gilmar Mendes.

Como Lula é infalível muitos comentários feitos por seus adoradores neste blog deverão desaparecer ou ser reinterpretados a luz da opinião do Cappo.