Jornalismo como máquina de parir manchetes

Artigo de José Luis Pardo, catedrático de Filosofia na Univ. Complutense de Madrid
                    
1. O que costumamos chamar de sensacionalismo não é uma deformação perversa e tardia de uma imprensa reta e objetiva na origem, mas uma de suas tendências naturais. É muito mais provável que a retidão e a imparcialidade sejam um logro evolutivo. Deve estar na natureza do jornalismo lutar contra a principal característica dos tempos modernos, que é um flexível continente que admite em seu interior toda classe de conteúdos.
                  
2. A busca de manchetes sensacionais substitui a força da opinião pública. Obcecada por notícias e entretenimento, a imprensa abandona o que garante a sua autonomia. Esta indiferença sobre os acontecimentos em si, é a manchete do jornal, que tenta chamar a atenção do leitor potencial, de que ocorreu algo extraordinário, algo fora do comum, coisa verdadeiramente inaudita, numa época em que tudo parece rotina.
                  
3.  É um erro confundir a edição digital com uma mudança histórica, pois a chamada imprensa eletrônica, longe de ser uma novidade que anuncia uma transformação cultural sem precedentes, é a simples consumação que leva a termo a tendência que falamos: se a imprensa não é mais que um dispositivo de produção de manchetes chamativas, para que esperar 24 horas? Por que não mostrar as manchetes num processo constante e ininterrupto e deixar que as audiências expressem a sua vontade soberana, pulsando digitalmente sobre as chamadas que resultem mais interessantes, ou abandoná-las, na medida em que vá se aborrecendo? Isso não acalmará a ansiedade por novidades, mas a multiplicará infinitamente, atualizando-a a cada instante e fazendo com que cada segundo seja recheado mediante um novo clique informático.
                  
4. O jornalismo desempenha na história moderna a tarefa de articular a opinião pública, vale dizer, construir uma esfera civil de autonomia na qual os cidadãos deliberem sobre as decisões políticas, econômicas ou culturais que afetam as suas vidas e, na qual podem exercer a crítica sobre o comportamento dos diversos poderes,  apoiando-se em informações confiáveis sobre os mesmos. Essa é a função da imprensa, que pode efetivamente se opor à indiferença e o amálgama da temporalidade moderna, pois é ela que produz imediatamente hierarquias e vínculos conceituais entre os conteúdos, que obrigam a distinguir-se da simples propaganda, do negócio ou  do engenho publicitário, porque é a única que garante a sua autonomia com respeito a essas outras esferas de influencia dos poderes.
                  
5. Quando hoje se debate sobre o futuro do jornalismo e se trata quase exclusivamente da questão dos continentes (digital x analógico, tela x papel) e da dimensão empresarial do negócio informativo (e a busca frenética de publicidade) e poucas vezes dos conteúdos, a imprensa vai, paulatinamente, abandonando sua função sistematizadora da esfera pública, fugindo do juízo crítico, renunciando a hierarquia da informação e assumindo sua dependência com respeito aos poderes.                              

6. É um sintoma que pode levar a se ver no final de sua profissão, que o jornalismo como máquina de produzir manchetes, devorou o jornalismo como articulação da opinião pública em uma sociedade democrática.
                  
7. Neste momento estamos ocupadíssimos com os continentes e com a publicidade, com os portáteis e os celulares. E não é por culpa destes, se não de algumas decisões políticas e profissionais, pelas quais, os jornais, que devem ser os lugares naturais daquelas discussões, estão se tornando insuportáveis, literalmente, inviáveis em qualquer suporte.           

Ô maldade




RACIOCÍNIO ALOURADO... 

Uma loura estava dormindo com o marido e o cão do vizinho latia sem parar.
De repente, a loura levantou e foi resolver o problema. O latido ficou mais alto. 
Quando ela voltou o marido perguntou: 

- O que você fez?

- Botei o cão no nosso quintal pra esse vizinho ver o que é bom!!! 
 

Socialismo democratico

Marco Antônio Leite 

Apesar de a imagem da 'nova ordem mundial' se manter vaga e confusa, a ideia central é clara. 

Na sequência desse raciocínio é preciso instituir um governo global único, se quisermos evitar que reine o caos geral.

Essa tese vem de uma escritora Russa, mas não concordo com um governo geral, pois já vivemos um estado único de globalização dos meios produtivos, bem como, da concentração da economia mundial na mão de meia dúzia de capitalistas espalhados pelo planeta. 

Para reverter esse quadro de pensamento e sistema único de governo e de poucos capitalistas donos do processo de produção de bens em geral, o SOCIALISMO DEMOCRÁTICO faria o grande contraponto ao sistema neoliberal.

Socialismo que faria com mais precisão uma distribuição dos bens naturais e econômicos para todos os trabalhadores do mundo.

Não há lugar para que a minoria mande na maioria, essa tese é contraditória do ponto de vista de melhor distribuição de renda para que não haja o caos mundial. 

Dor de cabeça

Um cara sofria de dor de cabeça crônica infernal.  Foi ao médico que, depois dos exames de praxe, disse:     
- Meu caro, tenho uma boa e outra má notícia.  A boa, é que posso curá-lo dessa dor de cabeça para sempre.
A má notícia é que para fazer isso eu preciso castrá-lo!  Seus testículos estão pressionando a espinha, e essa pressão provoca uma dor de cabeça infernal.  Para aliviar o sofrimento preciso removê-los.  O cara levou um choque e caiu em depressão.  Passou dias meditando. Indagava se havia alguma coisa pela qual valesse
a pena viver.  Não teve outra escolha a não ser submeter-se à vontade do bisturi.  Quando deixou o hospital, pela primeira vez, depois de 20 anos, não sentia mais dor de cabeça.  No entanto, percebeu que uma parte importante de si estava faltando. 
Enquanto caminhava pelas ruas notava que era um homem diferente, mas que poderia ter um novo começo.  Avistou uma loja de roupas masculinas de grife.       
- É disto que eu preciso, disse para si mesmo.  Quero um terno novo, pediu ao vendedor.
O alfaiate, de idade avançada, deu uma olhadela, e falou:
 - Vejamos... é um 44 longo.
O cara riu: - é isso mesmo, como é que o senhor soube?
- Estou no ramo há mais de 60 anos, respondeu o alfaiate.     
Experimentou o terno, que lhe caiu muito bem.  Enquanto se admirava no espelho, o alfaiate perguntou:  
- Que tal uma camisa nova?
Ele pensou por alguns instantes:
- Claro .
O alfaiate olhou e disse: 
- 34 de manga, e 16 de pescoço.
E ele pasmado: 
- Mas, é isso mesmo, como pôde adivinhar?     
- Estou no ramo há mais de sessenta anos, disse.
Experimentou a camisa e ficou satisfeito.
Enquanto andava pela loja, o alfaiate sugeriu-lhe:     
- Que tal uma cueca nova?    
- Claro.
O alfaiate olhou seus quadris, e lascou: 
- Vejamos...  Acho que é 36.
O cara soltou uma gargalhada:     
- Desta vez, te peguei.  Uso o tamanho 34 desde os 18 anos de idade.     
O alfaiate sacudiu a cabeça:     
- Você não pode usar 34.  O tamanho 34 pressiona os testículos contra a espinha, e essa pressão deve provocar em você uma dor de cabeça infernal.

Eu lembro de Getúlio e Brizola

Semana passada o presidente Lula declarou que nenhum governante, antes dele, realizou sequer 50% do que vem realizando em matéria de educação e ensino. Nenhuma voz levantou-se para protestar, sequer no PTB e no PDT. Ou não foram Getúlio Vargas, que criou as universidades públicas, e Leonel Brizola, que nos governos do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro promoveu a maior revolução no setor? 

Dá uma certa tristeza verificar como a memória nacional é posta em frangalhos diante do sabujismo. O Lula pode estar avançando muito no plano do ensino e da educação, mas daí a considerá-lo ou deixar que ele se considere, sem um reparo, o maior de todos os governantes, a distância é imensa. 

Susan Boyle - Memory - Britains Got Talent 2009

Serra e a mesma cantilena

Os funcionários públicos do Estado de São Paulo programa manifestações e paralisações por aumento salarial a partir de amanhã. Eles também criticam as "gratificações" que substituem a elevação real dos salários.

O Legislativo e o Judiciário concederam reajustes de 6% aos seus funcionários,  mas o governo tucano do Estado já deixou claro que não vai aceitar “gastos” adicionais de R$ 290 milhões necessários para atender a todo os servidores.

Enquanto os trabalhadores exercem seu justo direito de reivindicar melhores salários, o governador-presidenciável José Serra repete a mesma ladainha de sempre em situações como essa: a greve é “político-partidária” articulada pelo PT, ataca os sindicalistas e o partido, e afirma que os manifestantes estão “de olho (nas eleições) de 2010”. Justo Serra, que desde criancinha só pensa exatamente nisso, a presidência da República!

Ora, sr. governador, quer dizer que, em ano que antecede disputa eleitoral, todo o funcionalismo tem que se calar? Não podem se manifestar e fazer críticas à política salarial do governo estadual? Ninguém aguenta mais essa cantilena!

Zé Dirceu