Frases

"Antes de começar o trabalho de modificar o mundo, dê três 
voltas dentro de sua casa." 

"Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha 
lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida." 

Todas as flores do futuro estão nas sementes de hoje." 

"Se parares cada vez que ouvires o latir de um cão, nunca 
chegarás ao fim do caminho." 

"Espere o melhor, prepare-se para o pior e receba o que vier" 

"Eu estava furioso por não ter sapatos; então encontrei 
um homem que não tinha pés e me dei por muito satisfeito." 

"Não importa o tamanho da montanha, ela não pode tapar o sol". 

"Não julgues com ênfase o seu próximo. A não ser que estejas 
acima de qualquer suspeita". 

"Se voce não pôde pagar o bem que lhe fiz, com que direito, 
podes cobrar o mal que te fizeram" 

"O inimigo tem lágrimas nos olhos e fingindo que te socorre, 
procurará fazer-te cair". 

"O destino não é uma questão de sorte, é uma questão de escolha: 
não é algo a se esperar , e sim a conquistar" 

"Na profundeza do seu ser , está seu desejo. 
No seu desejo, está a sua vontade. 
Na sua vontade, está o seus atos. 
No seus atos, está o seu destino". 

"Quando o céu estiver em cinzas, a derramar-se em chuvas, 
medita na colheita farta que chegará do campo e na beleza 
das flores que surgirão no jardim". 

"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas 
estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de 
motivos, nem os desejos de razão. O importante é aproveitar 
o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos 
de quem sabe ver". 

"O amigo não se conhecerá na prosperidade...." 

"Sê manso para ouvir a palavra de modo que a entendas. E profiras com sabedoria uma resposta verdadeira" 

"Se tens inteligência, responda a teu próximo. E se não, pões a tua mão sobre a boca, para que te não suceda, seres apanhado numa palavra indiscreta e caíres em confusão". 

"Não faças acepção de pessoas contra a tua salvação. Nem te deixes levar para a mentira, à custa da tua alma". 

--"Não te envergonhes de dizer a verdade, quando se trata da tua alma". 

"O coração do sábio, se descobre na sabedoria.E o bom ouvido, com toda cobiça, ouvirá a sabedoria". 

"O que confia no seu próprio coração é insensato, mas o que anda em sabedoria, será salvo". 

"Como o ferro com o ferro se afia, assim o homem ao seu inimigo". 

"Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes, o que te trará a luz". 

"O homem bondoso faz bem a si mesmo, mas o cruel, fere a si mesmo".

"Jamais pleteie com alguém sem razão, se não te houver feito mal". 

"Não declines nem para a direita nem para à esquerda, retira o teu pé do mal". 

"A boca do justo, produz sabedoria, mas a língua do perversidade será desarraigada". 

"A mulher sábia edifica sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos a derruba". 

--"O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos". 

--"O que guarda a sua boca e a sua língua, está livrando a sua alma da angústia". 

"Dá entrada em tua casa ao estrangeiro e ele exercitará tal reboliço que te arruine e te lançará fora da tua própria morada". 

"O insensato quando ri, levanta a sua voz, mas o sábio apenas sorrirá em silêncio". 

"A bebida sóbria é a saúde da alma e do corpo". 

"Uns se dizem ricos, sem ter nada. Outros se dizem pobres, sendo muito ricos". 

"Um inimigo declarado é perigoso, mas um falso amigo é pior" 

"Quem fecha os olhos e imagina o mal, quando morde os lábios. o executa". 

"A ciência do insensato é uma confusão de palavras mal digestas"" 

"Não dês poder sobre a tua vida e nem os bens que possuis a 
ninguém(esposa-irmão-amigos-filhos etc). Para que não suceda arrepender-te 
e ficares reduzido a pedir". 

"Não tome conselho, com aquele que já te armou traições". 

"Todos que se levantarem contra ti, com mentiras e 
traições e estando voce com a verdade,serão confundidos 
e envergonhados". 

"A essência da vida é saber aceitar e compreender o que 
a vida nos proporciona,pois somos responsáveis pela colheita 
do que plantamos. Viva bem viva a paz sejas ponderado(a) 
com voce mesmo(a), pois somente assim saberás colher o fruto da 
sabedoria". 

"Adote o hábito de dizer algo amável ao pronunciar as primeiras 
palavras pela manhã. Isso estabelecerá sua disposição mental e 
emocional para todo o dia". 

"Saiba sorrir para a vida a fim de que ela seja a sua 
própria alegria de viver. A partir daí, a felicidade estará 
permanentemente ao seu lado".(Iran I. Jacob) 

"Nunca diga para Deus que você tem um grande problema, 
diga sim, para o seu problema que você tem um grande Deus". 

"Seje feliz do jeito que você é, não mude sua rotina pelo 
o que os outros exigem de você, simplesmente viva de 
acordo com o seu modo de viver". 

"Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não 
se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, 
você pode encontrá-la e deixá-la ir embora, por não 
perceber sua simplicidade". 

"É preciso ser feliz pra ter alguém e não ter 
alguém pra ser feliz. Pois se você precisa de alguém 
pra ser feliz, és apenas um dependente". 

"A vida nunca envelhece. A idade não é a fuga dos 
anos e sim a aurora da sabedoria". 

"Quando o meu amigo está infeliz, vou ao seu encontro e 
quando está feliz, espero por ele". 

"Um dia a lágrima disse ao sorriso: invejo-te porque 
vives sempre feliz. O sorriso respondeu: engana-te, 
pois muitas vezes sou apenas o disfarce da tua dor". 

O canário

...da loja de belchior

Um homem dado a estudos de ornitologia, por nome Macedo, referiu a alguns amigos um caso tão extraordinário que ninguém lhe deu crédito. Alguns chegam a supor que Macedo virou o juízo. Eis aqui o resumo da narração. No princípio do mês passado, — disse ele, — indo por uma rua,sucedeu que um tílburi à disparada, quase me atirou ao chão. Escapei saltando para dentro de uma loja de belchior.Nem o estrépito do cavalo e do veículo, nem a minha entrada fez levantar o dono do negócio, que cochilava ao fundo, sentado numa cadeira de abrir. Era um frangalho de homem, barba cor de palha suja, a cabeça enfiada em um gorro esfarrapado, que provavelmente não achara comprador. Não se adivinhava nele nenhuma história, como podiam ter alguns dos objetos que vendia, nem se lhe sentia a tristeza austera e desenganada das vidas que foram vidas. A loja era escura, atulhada das cousas velhas, tortas, rotas, enxovalhadas, enferrujadas que de ordinário se acham em tais casas, tudo naquela meia desordem própria do negócio. Essa mistura, posto que banal, era interessante. Panelas sem tampa, tampas sem panela, botões, sapatos, fechaduras, uma saia preta, chapéus de palha e de pêlo, caixilhos, binóculos, meias casacas, um florete, um cão empalhado, um par de chinelas, luvas, vasos sem nome, dragonas, uma bolsa de veludo, dois cabides, um bodoque, um termômetro, cadeiras, um retrato litografado pelo finado Sisson, um gamão, duas máscaras de arame para o carnaval que há de vir, tudo isso e o mais que não vi ou não me ficou de memória, enchia a loja nas imediações da porta, encostado, pendurado ou exposto em caixas de vidro, igualmente velhas. Lá para dentro, havia outras cousas mais e muitas, e do mesmo aspecto, dominando os objetos grandes, cômodas, cadeiras, camas, uns por cima dos outros, perdidos na escuridão. Ia a sair, quando vi uma gaiola pendurada da porta. Tão velha como o resto, para ter o mesmo aspecto da desolação geral, faltava lhe estar vazia. Não estava vazia. Dentro pulava um canário. A cor, a animação e a graça do passarinho davam àquele amontoado de destroços uma nota de vida e de mocidade. Era o último passageiro de algum naufrágio, que ali foi parar íntegro e alegre como dantes. Logo que olhei para ele, entrou a saltar mais abaixo e acima, de poleiro em poleiro, como se quisesse dizer que no meio daquele cemitério brincava um raio de sol. Não atribuo essa imagem ao canário, senão porque falo a gente retórica; em verdade, ele não pensou em cemitério nem sol, segundo me disse depois. Eu, de envolta com o prazer que me trouxe aquela vista, senti-me indignado do destino do pássaro, e murmurei baixinho palavras de azedume. — Quem seria o dono execrável deste bichinho, que teve ânimo de se desfazer dele por alguns pares de níqueis? Ou que mão indiferente, não querendo guardar esse companheiro de dono defunto, o deu de graça a algum pequeno, que o vendeu para ir jogar uma quiniela? E o canário, quedando-se em cima do poleiro, trilou isto: — Quem quer que sejas tu, certamente não estás em teu juízo. Não tive dono execrável, nem fui dado a nenhum menino que me vendesse. São imaginações de pessoa doente; vai-te curar, amigo. — Como — interrompi eu, sem ter tempo de ficar espantado. Então o teu dono não te vendeu a esta casa? Não foi a miséria ou a ociosidade que te trouxe a este cemitério, como um raio de sol? — Não sei que seja sol nem cemitério. Se os canários que tens visto usam do primeiro desses nomes, tanto melhor, porque é bonito, mas estou vendo que confundes. — Perdão, mas tu não vieste para aqui à toa, sem ninguém, salvo se o teu dono foi sempre aquele homem que ali está sentado. — Que dono? Esse homem que aí está é meu criado, dá-me água e comida todos os dias, com tal regularidade que eu, se devesse pagar-lhe os serviços, não seria com pouco; mas os canários não pagam criados. Em verdade, se o mundo é propriedade dos canários, seria extravagante que eles pagassem o que está no mundo. Pasmado das respostas, não sabia que mais admirar, se a linguagem, se as idéias. A linguagem, posto me entrasse pelo ouvido como de gente, saía do bicho em trilos engraçados. Olhei em volta de mim, para verificar se estava acordado; a rua era a mesma, a loja era a mesma loja escura, triste e úmida. O canário, movendo a um lado e outro, esperava que eu lhe falasse. Perguntei-lhe então se tinha saudades do espaço azul e infinito. — Mas, caro homem, trilou o canário, que quer dizer espaço azul e infinito? — Mas, perdão, que pensas deste mundo? Que cousa é o mundo? O mundo, redargüiu o canário com certo ar de professor, o mundo é uma loja de belchior, com uma pequena gaiola de taquara, quadrilonga, pendente de um prego; o canário é senhor da gaiola que habita e da loja que o cerca. Fora daí, tudo é ilusão e mentira. Nisto acordou o velho, e veio a mim arrastando os pés. Perguntou-me se queria comprar o canário. Indaguei se o adquirira, como o resto dos objetos que vendia, e soube que sim, que o comprara a um barbeiro, acompanhado de uma coleção de navalhas. — As navalhas estão em muito bom uso, concluiu ele. — Quero só o canário. Paguei lhe o preço, mandei comprar uma gaiola vasta, circular, de madeira e arame, pintada de branco, e ordenei que a pusessem na varanda da minha casa, donde o passarinho podia ver o jardim, o repuxo e um pouco do céu azul. Era meu intuito fazer um longo estudo do fenômeno, sem dizer nada a ninguém, até poder assombrar o século com a minha extraordinária descoberta. Comecei por alfabeto a língua do canário, por estudar-lhe a estrutura, as relações com a música, os sentimentos estéticos do bicho, as suas idéias e reminiscências. Feita essa análise filológica e psicológica, entrei propriamente na história dos canários, na origem deles, primeiros séculos, geologia e flora das ilhas Canárias, se ele tinha conhecimento da navegação, etc. Conversávamos longas horas, eu escrevendo as notas, ele esperando, saltando, trilando. Não tendo mais família que dois criados, ordenava lhes que não me interrompessem, ainda por motivo de alguma carta ou telegrama urgente, ou visita de importância. Sabendo ambos das minhas ocupações científicas, acharam natural a ordem, e não suspeitaram que o canário e eu nos entendíamos. Não é mister dizer que dormia pouco, acordava duas e três vezes por noite, passeava à toa, sentia me com febre. Afinal tornava ao trabalho, para reler, acrescentar, emendar. Retifiquei mais de uma observação, — ou por havê-la entendido mal, ou porque ele não a tivesse expresso claramente. A definição do mundo foi uma delas. Três semanas depois da entrada do canário em minha casa, pedi-lhe que me repetisse a definição do mundo. — O mundo, respondeu ele, é um jardim assaz largo com repuxo no meio, flores e arbustos, alguma grama, ar claro e um pouco de azul por cima; o canário, dono do mundo, habita uma gaiola vasta, branca e circular, donde mira o resto. Tudo o mais é ilusão e mentira. Também a linguagem sofreu algumas retificações, e certas conclusões, que me tinham parecido simples, vi que eram temerárias. Não podia ainda escrever a memória que havia de mandar ao Museu Nacional, ao Instituto Histórico e às universidades alemãs, não porque faltasse matéria, mas para acumular primeiro todas as observações e ratificá-las. Nos últimos dias, não saía de casa, não respondia a cartas, não quis saber de amigos nem parentes. Todo eu era canário. De manhã, um dos criados tinha a seu cargo limpar a gaiola e pôr lhe água e comida. O passarinho não lhe dizia nada, como se soubesse que a esse homem faltava qualquer preparo científico. Também o serviço era o mais sumário do mundo; o criado não era amador de pássaros. Um sábado amanheci enfermo, a cabeça e a espinha doíam-me. O médico ordenou absoluto repouso; era excesso de estudo, não devia ler nem pensar, não devia saber sequer o que se passava na cidade e no mundo. Assim fiquei cinco dias; no sexto levantei-me, e só então soube que o canário, estando o criado a tratar dele, fugira da gaiola. O meu primeiro gesto foi para esganar o criado; a indignação sufocou-me, caí na cadeira, sem voz, tonto. O culpado defendeu-se, jurou que tivera cuidado, o passarinho é que fugira por astuto. — Mas não o procuraram? Procuramos, sim, senhor; a princípio trepou ao telhado, trepei também, ele fugiu, foi para uma árvore, depois escondeu-se não sei onde. Tenho indagado desde ontem, perguntei aos vizinhos, aos chacareiros, ninguém sabe nada. Padeci muito; felizmente, a fadiga estava passada, e com algumas horas pude sair à varanda e ao jardim. Nem sombra de canário. Indaguei, corri, anunciei, e nada. Tinha já recolhido as notas para compor a memória, ainda que truncada e incompleta, quando me sucedeu visitar um amigo, que ocupa uma das mais belas e grandes chácaras dos arrabaldes. Passeávamos nela antes de jantar, quando ouvi trilar esta pergunta: — Viva, Sr. Macedo, por onde tem andado que desapareceu? Era o canário; estava no galho de uma árvore. Imaginem como fiquei, e o que lhe disse. O meu amigo cuidou que eu estivesse doido; mas que me importavam cuidados de amigos? Falei ao canário com ternura, pedi-lhe que viesse continuar a conversação, naquele nosso mundo composto de um jardim e repuxo, varanda e gaiola branca e circular. — Que jardim? que repuxo? — O mundo, meu querido. — Que mundo? Tu não perdes os maus costumes de professor. O mundo, concluiu solenemente, é um espaço infinito e azul, com o sol por cima. Indignado, retorqui-lhe que, se eu lhe desse crédito, o mundo era tudo; até já fora uma loja de belchior. — De belchior? trilou ele às bandeiras despregadas. Mas há mesmo lojas de belchior?
MACHADO DE ASSIS

Petição Online

em Repúdio ao Deputado Jair Bolsonaro»

Acesse o link: http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N8333
 
Vamos assinar e divulgar,

Ran-yu

Licitina de ovo

Menos: Stress, colesterol, diabetes, hipertensão, hemorróidas.
 
Estresse é um conjunto de reações psicológicas e físicas necessárias para a sobrevivência.
Porém, ao perder o controle sobre os fatores que o desencadeiam, sua mente e seu corpo podem pagar um preço alto.
 
Não se estresse mais
Chegou Ran-yu um novo clima para sua vida!
 
Se o seu problema é :
 
Ansiedade e fadiga
Envelhecimento precoce
Problemas cardiacos
Hipertensão descontrolada
Disturbio da menopausa e menstruação
Impotência sexual
Osteoporose
 
Chegou Ran-yu solução para uma vida saudável e sem Stress.
 

April fools day

Quotations about lying 

"What hurts is not the lie that goes through the mind, but what if it dives and firm." (Francis Bacon)
"The ruins lie quickly liar." (Marcilio Ficino)
"In repeating a lie so much, she ends up turning into truth." (Joseph Goebbels)
"A lie is like a snowball, the more rolls, the more increases." (Martin Luther) "A lie is soon on the heels of another." (Terence)
"A lie runs halfway around the world before the truth has had time to put your pants." (Winston Churchill)
"It is impossible to calculate the moral, if I may call it that, that mental lying has caused in society."(Thomas Paine)
"A truth told with bad intent beats all the lies you can invent." (William Blake)

"There are calumnies against which one's innocence loses courage." (Napoleon Bonaparte)
"Do not be discovered in a lie is to say the truth." (Aristotle Onassis)
"A half-empty bottle of wine is also half full, but half a lie will never be half true." (Jean Cocteau)
"A lie never survive to reach old age." (Sophocles)
"Whoever tells a lie does not know who took the job because he is forced to invent twenty times more to sustain the certainty of the first."(Alexander Pope)
"A lie is a truth that you forgot to happen." (Mario Quintana)
"The cruelest lies are told in silence." (Robert Louis Stevenson)
"If my enemies stop telling lies about me, I stop telling truths about them." (Adlai Stevenson)
"A lie is always serious because it is a perversion of what is being done to tell the truth." (Germain Barbier)
"The liar makes two efforts: to lie and hold the lie." (Julio Camargo)
"Nature does not tolerate lies." (Thomas Carlyle)
"A liar is always lavish of oaths." (Pierre Corneille)
"All that is false, it is bad, even the borrowed clothes. If your mind does not match your clothes, you are subject to unhappiness, because that's how people become hypocrites, losing the fear of doing evil and telling lies. " (Ramakrishna)
"Love the art. Of all the lies is the least mind." (Gustave Flaubert)
"One of the notable differences between the cat and a lie is to have the cat nine lives." (Mark Twain)
"The ear is the second door of truth, and the first of lies." (Baltasar Gracian y Morales)
"Art is a spell that unleashes the lie to be true."(Theodor Adorno)
"Torpe weakness is a lie." (Silvio Pellico)

A culinária

[...] não é humanismo

Carlos Alberto Dória – O Estado de S.Paulo

As ciências não fazem parte da formação de cozinheiros tradicionais. Por isso eles são empiristas incorrigíveis, propensos a acreditar que arte e magia sejam a essência do cozinhar. E são alienados em relação às matérias-primas degradadas que usam, como o frango e o salmão – ignorância escondida atrás de vocabulário mistificador: natural, orgânico, biodinâmico, sustentável.
Mas foi a pirotecnia que contrapôs cientistas como Hervé This e entusiastas da tecnificação culinária como Ferran Adrià. Em comum, só a consciência de que a técnica significa maior exatidão nos processos de transformação. Se as pessoas se embasbacam com isso, é outra questão. Não foi a culinária que criou o poder mistificador da técnica.
No despontar do século 20, Auguste Escoffier ainda acreditava no modelo das ciências à maneira do séc. 19. Apresentou as 5 mil receitas da alta cozinha francesa como fórmulas e exaltou o chef saucier como o químico esclarecido. Depois dele a cozinha se tornou canônica, antes que investigativa, e a inovação migrou do artesanato para a grande indústria. Só em 1976 se sentiu o primeiro abalo do século, quando Paul Bocuse decretou a caducidade das receitas.
Logo vieram o micro-ondas e outros gadgets que Modernist Cuisine elenca. Mas por que pessoas que “twittam” da cozinha erguem barricadas contra as novas técnicas? Por que se aferram no elogio do frango assado dominical, à maneira da vovó, como se o pecado do “vanguardismo” fosse maior que envenenar clientes com salmão e frango intoxicados de antibiótico? Sentem a ameaça aos conhecimentos que dominam e reagem como paladinos de um humanismo encharcado nas velhas marinadas.
Quando Adrià escreve que Modernist Cuisine representa “um novo ponto de partida para o futuro da cozinha”, está dizendo que ele permite que cada cozinheiro aquilate quanto está distante da dinâmica atual do setor. Tecnicamente, a obra é um consolidado do “estado da arte”, não muito mais que isso. E que anuncie um confit de canard ou um acarajé feitos de modos mais eficientes que há 200 anos é uma boa nova, não uma ameaça à memória da vovozinha.
O homem se faz pelo trabalho e não existe uma “essência humana” anterior a ele; a técnica, meramente ferramental, é o que garante resultados mais precisos. Deixar a novidade técnica conduzir a cozinha é o mesmo que deixá-la entregue à magia dos babalorixás: ambos escondem o mundo, em vez de desnudar sua dinâmica material. Para o comensal, contudo, nada se sobrepõe ao próprio gosto.
É SOCIÓLOGO E AUTOR DO BLOG ebocalivre.blogspot.com

A Terra

...não é redonda

O efeito das diferenças do campo gravitacional terrestre tira da terra a imagem de ser um espera quase perfeita. A conclusão é da Agência Espacial Europeia, segundo um estudo divulgado hoje na Alemanha. Realizado a partir de imagens enviadas por dois anos pelo satélite Goce, da Agência, as medições indicam que o nível do mar, tido como constante em todo o globo terrestre, apresenta, na verdade, variações de até 100 metros.
Reproduzo a imagem divulgada pela ESA, sigla em inglês da agência, não apenas por tê-la achado curiosa, como também porque esse modelo gravitacional é de enorme importância para o estudo dos oceanos, do clima e suas mudanças e da navegação espacial.
O modelo, claro, não reflete a imagem que se vê da terra a olho nu do espaço, mas o que seria visto se não fossem consideradas as forças das marés e das correntes marítimas, que “moldam” a quase esfera como conhecemos nosso planeta.