Artigo semanal de Delúbio Soares


O BELO EXEMPLO DOS PERUANOS


"Os peruanos derrotaram a volta da ditadura

e demonstraram sua firme opção pela democracia"

(Mário Vargas Llosa)

Com trinta milhões de habitantes, cerca de doze milhões deles vivendo em condições consideradas abaixo da linha da pobreza, o Peru é, paradoxalmente, um dos países mais ricos da América Latina: seu subsolo tem reservas imensas de ouro, prata e cobre; sua indústria pesqueira é uma das mais desenvolvidas do mundo; a maior parte de seu solo é de imensa fertilidade e projetos agrícolas tem apresentado altíssimo retorno; o potencial turístico é imenso, ainda que explorado em escala tímida, e a exuberante biodiversidade das três distintas regiões (o litoral, o altiplano andino e amazônia) é invejável.

Os peruanos não deixaram de passar pelos mesmos dramas institucionais e conflitos políticos enfrentados por rigorosamente todos os países de nosso sofrido e promissor continente, protagonizando sempre uma belíssima história de lutas, enfrentamentos, derrotas ou vitórias. E, recomeços.

Há quinze mil anos foram a sede do Império Inca, que unificou culturas diversas a partir do século XII da Era Cristã. Construiram uma sociedade das mais interessantes, com avançada arquitetura para a época, sólida cultura e valores respeitados por seus cidadãos. O dominador espanhol chega por volta de 1532, sob a liderança de Francisco Pizarro, e destrói, com requintes de crueldade, toda aquela belíssima civilização, então sediada onde hoje se encontra a bela e histórica cidade de Cuzco. Logo em seguida, descendo os Andes em direção ao Oceano Pacífico, Pizarro funda a "Ciudad de Los Reyes", e nasce Lima, hoje com mais de oito milhões de habitantes e uma das maiores e mais fervilhantes metrópoles de toda a América.

De golpe em golpe, de ditador em ditador, de avanço a retrocesso, de retrocesso a avanço, os peruanos projetaram ao mundo os seus melhores valores nas artes, nos esportes, na economia, no pensamento, nas ciências, contribuindo de forma decisiva para o progresso do continente e da humanidade.

Trata-se de um dos países mais encantadores e de um dos povos mais multifacéticos, em permanente processo de reinvenção e de soerguimento, merecedor de imenso respeito e carinho pela determinação com que enfrenta desde terremotos à ditaduras, desde uma pobreza episódica à luta diuturna para traduzir em justiça e inclusão social a imensa riqueza natural da qual é dotada aquela Nação-Irmã.

Praticamente na mesma época em que o Brasil purgou o neo-liberalismo, com a entrega de nossas maiores empresas estatais a preços de banana, os peruanos sofreram o mesmo experimento, comandado pela figura nefasta de Alberto Fujimori, eleito pelo voto popular e, logo em seguida, chefe de um "auto-golpe" que fechou o parlamento, rasgou a Constituição e as leis, prendeu seus opositores e estabeleceu o império do terror e uma ditadura disfarçada e personalista. Durou uma década: assassinatos, sequestros, torturas, desaparecimento de cidadãos, criação de uma milícia terrorista no seio das forças armadas e perseguição à oposição e à imprensa livre.

Como todos os regimes de exceção, mais cedo que tarde, conhecem o seu fim, hoje o ditador paga o preço de seu desapreço pela democracia. Através de sua filha, uma jovem inexperiente e radical, tentou voltar ao poder. Teve o impressionante apoio de grande parte do poder econômico e da chamada grande imprensa. Não se poupou nada na tentativa de impor aos peruanos a volta a um passado do qual não sentem saudades: mentiras, ameaças, manipulação de fatos e de números, o terror econômico com quedas na Bolsa de Valores e a alta na cotação do dólar. Havia no Peru de 2011 um quê do Brasil de 1989 quando tudo isso foi feito contra o presidente Lula.

Poucas vezes a América Latina assistiu uma campanha eleitoral de nível tão baixo, com práticas tão lastimáveis quanto as utilizadas na recente jornada peruana. Ollanta permaneceu impassível, mantendo um nível alto, dicutindo os temas relevantes para o país e não fazendo o jogo sujo da direita desvairada e do fujimorismo impenitente. Mas venceu a esperança derrotando o medo, venceu a verdade, impondo uma derrota maiúscula à mentira e à manipulação dos fatos. Os peruanos não se deixaram intimidar e deram uma demonstrão inequívoca de que optaram, de forma firme e serena, pelo regime democrático, pela estabilidade das instituições, como observou o genial escritor Mário Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura e defensor da candidatura de nosso companheiro Ollanta Humala, contra a volta do fujimorismo e da ditadura que tanto mal fez ao seu país.

A eleição de um presidente com claros compromissos sociais, que pretende se espelhar no exemplo do governo do presidente Lula - ao ponto de declará-lo publicamente - que buscará a inclusão desses doze milhões de peruanos carentes de educação, de habitação, de alimentação e de trabalho, é de suma importância histórica para todo o continente. As expectativas são grandes e as perspectivas, Oxalá, sejam as melhores possíveis.

Não se interrompeu uma autêntica "marcha social", que tem mudado a face das Américas do Sul e Central, que tem diminuído desigualdades de forma impressionante, que tem incluído socialmente centenas de milhões de mulheres e homens, que tem projetado horizontes aos jovens e amparado os idosos, que alfabetiza e que cura, que alimenta e que abriga, que não é paternalista, mas  que é companheira.

O país que foi às urnas e elegeu Ollanta Humala, homem se reconhecida seriedade pessoal e admirador confesso do Brasil e de seu povo, é um país amadurecido. Conheceu a ditadura e o terrorismo. Rejeitou a ambos. Viu que tanto a generosa experiência do general Velasco Alvarado, no final dos anos 60 e início dos anos 70, de um regime de esquerda que promoveu a reforma agrária e uma tentativa de diminuir as gritantes desigualdades sociais na sociedade peruana, porém de forma autoritária; quanto a ditadura genocída de Alberto Fujimori e Vlademiro Montesinos, ultra-liberal, que entregou riquezas e empresas estatais, aprofundou tais desigualdades e empobreceu o país ainda mais.

Que belo exemplo deram os peruanos! Sem radicalismos, sem curvar-se à manipulação vergonhosa da grande mídia, do poder econômico, sem temer as ameaças, sem demonstrar receio diante de uma mudança para melhor! 

Salve a Pátria de Victor Raul Haya de La Torre, que pensou a América Latina unificada; de Chabuca Grande, que cantou como ninguém o ritmo e a graça de seu povo; de Victor Delfin, o genial escultor, ex-ministro da cultura e que estava firme nos palanques de Ollanta; de Alfredo Brice Echenique, escritor de imenso talento; de José Carlos Mariátegui, um dos maiores pensadores e ideólogos de todos os tempos; de Cesar Vallejo, um dos maiores poetas latino-americanos de todos os tempos; de Mário Vargas Llosa, o genial escritor, que vencendo diferenças ideológicas pensou grande e apoiou, decidida e decisivamente, o novo presidente dos peruanos, impedindo a volta da ditadura, do medo, do terror, do passado nefasto. 

Viva o grande povo peruano e o seu futuro promissor!

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Oração



Alimentos funcionais

[...] que fazem bem ao coração

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Brasil, sociedade privada

Para dizer a verdade, o escândalo Palocci não passa, lamentavelmente, de um pequeno episódio em longuíssima série de privatizações da coisa pública. Como não me canso de repetir, Frei Vicente do Salvador, pouco mais de um século após o início da colonização do Brasil, já advertia: “Nem um homem neste terra é repúblico, nem zela e trata do bem comum, senão cada um do bem particular”.


Mas o que é, afinal, uma República? Indispensável esclarecer o seu significado, pois, se não me engano, até mesmo o Procurador-Geral da própria o ignora, como se viu do parecer que exarou para o caso Palocci.


Ao contrário do que quase todos pensam e foi divulgado no plebiscito de 1993, república não é simplesmente o oposto de monarquia. República é o regime político no qual o bem comum do povo (exatamente o que os romanos denominavam “res publica”) está sempre acima de todo e qualquer interesse particular. Pouco importa se este último é sério e importante. Se ele entrar em conflito com o bem comum do povo, deve ceder o passo a este.


Desse princípio fundamental decorrem três grandes regras particulares.


A primeira delas – que o indigitado ex-ministro e todos os outros políticos, com raríssimas exceções, desconhecem – é que o titular de um cargo ou função pública não pode exercer, concomitantemente, nenhuma outra atividade econômica profissional e, menos ainda, empresarial. A função pública é de exercício exclusivo, pois o serviço do povo exige dedicação total e o agente é pago com dinheiro do povo.


Por isso, quem acha insuficiente a remuneração pelo exercício de função pública não deve pleiteá-la. Não deve se eleger deputado federal, como fez o Sr. Antonio Palocci.


Mas serão realmente tão mal pagos assim os nossos parlamentares?


Como sabido, para a atual legislatura os deputados federais aumentaram seus próprios subsídios em 60%. Ora, se somarmos o subsídio, a ajuda de custo e mais os recursos destinados à formação do gabinete, chegaremos à modesta quantia de R$129.130,53 (cento e vinte e nove mil centro e trinta reais e cinqüenta e três centavos) mensais. Creio que, com isto, cada ilustre representante do povo tem a certeza de não morrer de fome.


A segunda regra particular decorrente do regime republicano é que os bens públicos, isto é, os bens pertencentes ao povo, não podem ser alienados pelo Estado (que é mero gestor), sem autorização daquele a quem pertencem. Esta regra – totalmente desconhecida na tradição do direito público brasileiro, diga-se de passagem – deve aplicar-se, bem entendido, para a alienação do controle de empresas públicas ou sociedades de economia mista. Se tivéssemos obedecido a esse mandamento no governo do ex-presidente FHC, teríamos evitado o cometimento de vários crimes contra o patrimônio nacional.


Ora, a obediência a essa regra republicana tem sido largamente desprezada neste querido país, em relação às áreas rurais públicas. Em 2009, durante o governo Lula, uma medida provisória, posteriormente convertida em lei, legitimou o esbulho possessório de uma área de terras públicas na região amazônica, equivalente aos territórios somados dos Estados de São Paulo e Paraná.


Finalmente, a terceira regra particular do regime republicano é a inadmissibilidade da prestação de serviço público por empresas capitalistas, pela boa e simples razão de que o atendimento às necessidades regulares do povo é incompatível com a busca do lucro, visando à acumulação de capital.


Dir-se-á que o Estado é mau gestor dos serviços públicos. Mas então, que se instaurem sistemas democráticos de controle. Que se instituam, por exemplo, ouvidorias populares como órgãos autônomos, com recursos financeiros garantidos e com chefes eleitos diretamente pelo povo.


Na minha incurável ingenuidade, fico imaginando se a difusão de tais idéias entre os jovens não seria capaz de provocar uma saudável rebelião contra os donos do poder, nesta república de fancaria.

por Fábio Konder Comparato


Pintura

Aniversário
 
Talvez se não fosse o contorcionismo da figura masculina, o espectador passasse por esse quadro sem se deter. Mas, ao parar, percebemos que ali está, sem legendas, todo o malabarismo que, parceiros apaixonados, às vezes precisamos fazer para festejar o aniversário de nossos amados. Difícil alguém não se identificar com essa tela.
Quem dentre nós não ofereceu ou recebeu flores ou um pedaço do bolo que comemora um aniversário de quem ama? A cena familiar e singela ocupa a tela de ponta a ponta e poucos são os artistas que podem mostrar, de modo tão sutil e terno, sentimentos que, tratados de outra forma, resultariam banais.
Não há nenhum documento que afirme serem esses Marc e Bella. Poderia ser também uma lembrança de infância, do aniversário de sua mãe. O fato é que o ambiente marcou profundamente o subconsciente do pintor, o que fica evidente pelos detalhes que ele colocou na tela: os bordados na coberta da cama, a cortina na janela, a mesa com o bolo, as flores iluminando o quarto simples, o espelhinho na parede, o papel de parede do corredor.
O espírito festivo de data tão especial está inteiro ali, mas ao mesmo tempo há a atemporalidade que é marcante nas obras desse grande pintor. É um exemplo impecável do estilo tão característico de Chagall, e cada um a interpreta como quer, mas eu estou convencida que a tela retrata o dia do aniversário de sua querida Bella.
A vida de Marc Chagall foi muito longa e rica e sua obra é vastíssima. Considerado um dos maiores artistas figurativos do Século XX, o longevo artista e último sobrevivente da primeira geração de modernistas europeus, ganhou fama e fortuna e ao longo de sua carreira criou algumas das obras mais amadas de nosso tempo.
Foi o artista convidado para obras marcantes: o grande afresco na abóbada central da Ópera de Paris, vitrais para as catedrais de Reims e Metz e para a Faculdade de Medicina de Jerusalém, além do memorial para Dag Hammarskjiold, na sede das Nações Unidas, em Nova York.
Óleo sobre cartão, c.1915, 80.6 x 99,7 cm
 enviado Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

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do Olhar Digital

Internauta registrou momento em que ônibus é atingido por um trem em SP


Klauss Wagner DardinInternauta, São Caetano do Sul, SP

Um internauta registrou em vídeo o momento em que um trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) atingiu um ônibus da  EMTU que havia caído de um viaduto sobre a linha férrea na manhã de hoje (9) no limite entre o os municípios de São Caetano do Sul e Santo André, no ABC.
O estudante Klauss Wagner Dardin, de 19 anos, mora próximo ao local do acidente e estava dormindo quando o ônibus caiu.