O porta-retrato

[...] sem retrato
Dormi recentemente na casa de um amigo. Em sua estante tinha um porta-retrato sem fotografia.
Em algum momento ele abriu o porta-retratos e retirou dali seja a foto antiga:
  • Amigo estremecido? 
  • Ex-namorada?
  • Ou a foto genérica que veio com o produto?

Então, com o porta-retratos aberto em sua frente, ela poderia ter simplesmente já colocado uma nova foto (amiga recente? sobrinho recém-nascido?) ou guardado o porta-retratos em uma gaveta à espera de novos momentos recordáveis.

O que esconde o clamor do pig pela prisão dos "mensageiro"?

verdade é que a imprensa queria que o STF não observasse o devido processo legal e seus ministros julgassem de olho naquilo que convencionaram chamar de opinião pública, a parcela minoritária leitora desses órgãos de imprensa.

Não, eles não queriam e nem querem que os ministros do STF ignorem o regime constitucional das garantias individuais, até porque são os maiores beneficiados.

Vide os casos de Daniel Dantas, Cacciola e Roger Abdelmassih. Se fossem julgados pelo furor da opinião pública, todos seriam fulminados. Essa mesma imprensa ficou silente e nada disse sobre as decisões de Gilmar Mendes e Marcos Aurélio Mello que permitiram que o primeiro gozasse de liberdade, embora até recentemente estivesse condenado a pena de reclusão, posteriormente anulada no STJ, o segundo e o terceiro fugissem do país.

Decerto que não é um bom negócio que o regime constitucional das garantias individuais seja solapado pelas decisões monocráticas ou colegiadas dos juízes. Para eles é usto que continue sem nenhuma alteração. O que eles queriam e esperavam receber era a suspensão temporária dessas garantias e sem ter que observá-las os ministros, julgassem os réus da ação penal 470 unicamente com base no clamor da opinião publicada.

Passado o julgamento, a suspensão temporária das garantias individuais seria levantada e a constituição voltava a vigir em toda sua plenitude como antes. Ocorre que a isso se dá o nome de julgamento de exceção que mesmo sem essa medida oficialmente tomada, o da ação penal 470 já é um, aceite ou não os ministros do STF.

Em tal modalidade de julgamento, próprio dos regimes ditatoriais, sejam de esquerda ou de direita, a constituição cessa de ter efeito por um período previamente determinado, apenas para aquele julgamento específico, findo o qual volta a está plenamente em vigência.

Isto vinha sendo assim informalmente e a velha mídia contava que continuasse, até que o decano se deu conta de que há uma convenção da qual o Brasil é signatário e os réus já se preparavam para buscar reparação nas cortes internacionais de justiça e a farsa ficaria meridianamente exposta.

Para quem não têm zelo com sua própria reputação, o caso dos 5 ministros que votaram pela rejeição dos embargos, isso não seria nenhuma empecilho para prosseguirem, não significaria absolutamente nada. Mas para quem têm a honra como seu maior patrimônio, o caso dos ministros que acolheram os embargos, seria uma infâmia passar pela humilhação de ver seus julgados sendo vilipendiados, postos a descobertos como produto de uma armação, de um simulacro.

O decano não permitiu se reduzir a pó e se prestar a um trabalho de vendeta ideológica da velha mídia, a principal interessada em ver os réus presos, sobretudo os petistas, para usar isso como marketing político e frear a reeleição da presidenta Dilma. É somente disso que se trata, frear a reeleição da presidenta Dilma e impedir que o PT vença as eleições em São Paulo, o último bastião da direita demo/tucana.

http://www.pradiscutirobrasil.blogspot.com.br/2013/09/o-que-esconde-o-cl...

Fazem jus ao nariz de palhaço



Engraçado, é fácil observar que, via de regra, a quase totalidade das pessoas que postam mensagens indignadas sobre a impunidade ou a corrupção - por exemplo, agora com o acolhimento dos embargos infringentes por parte do STF; são absolutamente alienadas politicamente e, no caso do julgamento da AP 470, sequer acompanharam uma única sessão do STF, nem ao menos procuraram ler alguma coisa que não fosse as manchetes da velha mídia (Globo/FSP/Veja..) 

Ou seja, fazem jus ao nariz de palhaço que usam vez ou outra nas manifestações manobradas pela grande mídia.

Vânia Felix no Facebook

Justiça não é teatro

Este negócio do Supremo Tribunal Federal simplesmente não passa no filtro do bom senso. Se houvesse alguma prova concreta de mensalão, não seriam necessárias milhares de páginas nem tantos anos. Um documento bastaria.

Se fosse justo, não estariam recorrendo a argumentos tão tortos do "deveria saber", como denuncia Bandeira de Mello. Se fosse honesto, não trataria de maneira tão desigual o processo de Minas Gerais e o atual. Se fosse de bom senso jurídico, seria um julgamento técnico, discreto e direto, e não um teatro nacional, novela de batalha do bem contra o mal.

Se fosse decente, não montariam todo este espetáculo para coincidir com a campanha eleitoral de 2012, culminando numa sexta-feira, véspera da eleição. O que, aliás, pelos resultados, nem deu certo. Se fosse imparcial, como se imagina que a Justiça deveria ser pelo menos um pouco, não seria o processo tão claramente politizado contra o Partido dos Trabalhadores.

Se fossem tão corruptos, um Genoíno ou um José Dirceu, pelo menos teriam enriquecido um pouquinho. Sequer são acusados disso, não faria sentido. E se o dinheiro foi efetivamente aplicado nas campanhas publicitárias, como está provado com notas fiscais e como todo mundo viu na TV, como pode ter financiado o dito mensalão? Sobraria o "bônus de volume", uma merreca, que faltou provar que seria dinheiro público.

Na falta de crime, ou de provas, sobrou ódio ideológico. A grande justificativa final de tanta falta de justiça foi repetida por Miguel Reale no Roda Viva: estavam comprando os deputados para votar as leis que queriam, portanto estavam deturpando a política, apropriando-se do poder.

Bem, primeiro, estavam eleitos. Segundo, a própria lógica revela santa simplicidade, ou santa hipocrisia. A moeda de troca com os parlamentares não é nenhum mensalão, mas os cerca de 15 bilhões de reais (só em 2007) que são as emendas parlamentares, com as correspondentes "rachadinhas", legalmente instituídas, generalizadas a partir de 1993 com os "anões do orçamento". São 25 emendas por parlamentar.

O que fica claro para mim é que o que a direita não conseguiu ganhar no voto, tenta ganhar nesta aliança estranha de uma mídia comercial desqualificada com um segmento do poder judiciário. E esta mídia, agitando para um povo que anseia por ética, de que finalmente "pegamos os corruptos", é realmente abaixo da crítica, e não quer ver a corrupção real.

Quando gritam "pega ladrão", eu prudentemente, com muita coisa vista, e tendo estudado suficiente direito, começo dando uma boa olhada em quem está gritando. Justiça não é teatro.

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Unesco reconhece vida e obra de comunista como patrimônio da humanidade

Fidel Castro:"Se queremos um modelo de homem, um modelo de homem que não pertence a este tempo, um modelo de homem que pertence ao futuro, de coração digo que esse modelo, sem uma mancha em sua conduta, sem uma só mancha em suas atitudes, sem uma só mancha em sua atuação, esse modelo é Che! Se queremos expressar como desejamos que sejam nossos filhos, devemos dizer com todo o coração de veementes revolucionários: queremos que sejam como Che!"

Unesco reconhece vida e obra de comunista como patrimônio da humanidade
leia em:
http://blogdocarlosmaia.blogspot.com.br/2013/09/unesco-reconhece-vida-e-obra-de.html

A obra de arte é um ato de loucura do criador


Só que germina como não-loucura e abre caminho. É, no entanto, inútil planejar essa loucura para chegar à visão do mundo. A pré-visão desperta do sono lento da maioria dos que dormem ou da confusão dos que adivinham que alguma coisa está acontecendo ou vai acontecer. A loucura dos criadores é diferente da loucura dos que estão mentalmente doentes. Estes, entre outros motivos que desconheço, erraram no caminho da busca. São casos para médicos, enquanto os criadores se realizam com o próprio ato de loucura.

Livro: A DESCOBERTA DO MUNDO pag. 305 (Clarice Lispector)

Picadas do Inseto

A paixao eh provisoria