Novembro Azul

Depois de observar a campanha "Novembro Azul", ouvir conselhos de amigos e aporrinhação da família, resolvi ir fazer o exame de toque...
Peguei o livrinho do plano de saúde e comecei a procurar um Urologista e vejo:

Dr.Kazuo Sakamoto - Urologista

Beleza... Médico asiático, dedo pequeno, vai ser esse mesmo!!!
Liguei para o consultório e agendei com a recepcionista para hoje a tarde.
Cheguei um pouquinho adiantado e fiquei na sala de espera lendo aquelas revistas de 2, 3 anos atrás e ouvindo uns muzaks (aquelas musiquinhas chatas pra cacete)...
De repente, ouço meu nome no alto falante, pensei, chegou a hora...
Quando adentro a sala do Urologista, encontro um médico de uns 2m de altura, moreno (negão mesmo!!!) e falo:
- Boa tarde... Eu tenho uma consulta com o Dr.Kazuo Sakamoto...
- Sim... Sou eu!!
- O senhor???
- Sim... Não estranhe... Sou filho adotivo!!!

Hoje vou dormir de bruços...

Ricardo Rocha

O mundo é dos espertos?

Se vocês prestarem atenção, irão rapidamente constatar que os desonestos, os oportunistas de qualquer área, costumam nivelar as pessoas por baixo. Frases muito usadas por eles:

"Todo mundo faz isso".
"Político é tudo igual" (esta, às vezes, é dita por gente honesta, porém desinformada).
"É dessa forma que funciona".
"Isso é assim desde que o mundo é mundo".

E, finalmente, para encerrar por hoje:

"No lugar dele, você também não deixaria passar a oportunidade. O mundo é dos espertos".

Neno Cavalcante

Para não haver terrorismo econômico/eleitoral ano que vem

Fácil resolver. O fim do ano está aí. Dilma poderia chamar o pessoal da mídia, os "correspondentes' em Brasília e antes um assessor anunciar "em off" - uma fonte do Governo , sabe - que ante a necessidade de se cortar os gastos para alcançar a meta fiscal, o Governo Federal, no ano de 2014, pretende usa mais os prununciamentos - que serão de 20 minutos diários em média - na hora da novela e do Jornal Nacional, e reduzirão a zero as verbas de publicidade do Governo Federal para "divulgar" as realizações e campanhas de Governos junto à mídia.

Motivo: o corte de gatos está feito dentro do esforço para atingir a meta superavit fiscal.

Pronto. Acabou o terrorismo econômico em 2014.

LUCIANO GM

Haddad crítica o "monopólio da comunicação"

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), criticou o que ele chamou de "monopólio da comunicação no país" hoje (8), ao defender seu governo e, especialmente, o projeto de revisão da Planta Genérica de Valores, que reajusta o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).

Segundo Haddad, graças a "desinformação" e"terrorismo" até pessoas que serão beneficiadas pela mudança na cobrança do imposto se sentiram injustiçadas – pelo projeto aprovado na Câmara, 33% ficarão isentos de pagar IPTU e 8% terão redução no tributo.

Com as mudanças, os imóveis na região central terão os maiores reajustes médios, enquanto distritos na periferia terão aumento menor e redução do imposto. Aposentados que ganham até três salários mínimo, terão isenção total de IPTU.

Diante de uma plateia que se autodenominou "aqueles que o elegeram", durante cerimônia de sanção da lei que amplia o Programa VAI – voltado à promoção cultural para jovens da periferia –, o prefeito disse que falta liberdade de expressão no país. "Nós não podemos ter uma sociedade monolítica em que só alguns falam. E esses alguns têm o pensamento único e só o pensamento deles que vale. Tudo que difere do que eles pensam está errado", disse. "É o império da comunicação, querendo ditar a política pública em São Paulo. Mas comigo isso não vai funcionar."

O prefeito citou medidas adotadas por sua gestão e que ele considera estruturais, como a renegociação da dívida com a União, a criação da Controladoria Geral do Município, a vistoria de contratos e a criação de faixas exclusivas de ônibus. "O povo vai compreender na hora que chegar o carnê (do IPTU) o senso de justiça do projeto que foi aprovado pela Câmara, apesar da desinformação, do terrorismo que foi feito esse tempo todo. Mas a consistência do projeto se impõe, porque nós temos um rumo para a cidade."

No último dia 5, o juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, suspendeu o aumento do imposto. O magistrado alegou que a votação na Câmara Municipal não cumpriu os ritos necessários de participação popular. Ontem, a administração petista pediu que o juiz reconsiderasse a decisão, e, no entanto, o agravo foi negado.

O projeto sancionado prevê que o reajuste do imposto em 2014 será de até 20% para imóveis residenciais e até 35% para comerciais. Nos anos seguintes, os valores que ficarem acima dos tetos serão repassados ao imposto com tetos de 10% e 15%, respectivamente.

Economia: nenhum fato, só boatos

Aí vem bem intencionado Luís Nassif  e escreve:

O fato e o boato da economia

Na política econômica, muitas vezes a palavra é mais eficiente do que a caneta. Como o mercado se move por expectativas e há defasagens entre as medidas econômicas e seus resultados, é o discurso que mantém as expectativas coesas, antes que as mudanças apareçam.

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O mercado financeiro desenvolveu mecanismos de operações futuras capazes de radicalizar qualquer movimento de expectativas - para cima ou para baixo. A esse quadro some-se o ativismo da mídia, radicalizando cada movimento negativo. Tudo isso aumenta a importância da interlocução competente com o mercado.

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No primeiro semestre, grandes investidores brasileiros tiraram dinheiro do país com receio de hipotéticas crises futuras.

1. O medo da chamada "tempestade perfeita": contas externas se deteriorando, a crise da China derrubando as commodities; o FED (Banco Central norte-americano) reduzindo os estímulos monetários e o capital financeiro não mais financiando o déficit externo brasileiro.

2. Os movimentos confusos do Ministro da Fazenda e do Secretário do Tesouro.

3. Alta da inflação.

4. Receio de que o fator Cristina Kirchner contaminasse o Brasil.

5. A supina tolice de confrontar o The Financial Times, bíblia maior dos mercados internacionais.

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De lá para cá, muita coisa mudou.

A economia chinesa não está despencando; o FED adiou o fim dos estímulos monetários e não mais se acredita que a transição será trágica; a inflação refluiu; caiu a ficha da Fazenda e do Tesouro.

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Permanecem os seguintes fatores de stress:

1. O receio de que as agências de risco rebaixem as avaliações sobre a economia brasileira, dificultando ainda mais o financiamento das contas correntes. Fato: a Standard & Poors diz: é baixa a probabilidade de rebaixamento nos próximos dois anos. Boato: se muitos investidores embarcarem no efeito manada e tirarem dinheiro do país, não haverá como evitar o rebaixamento.

2. Fato: a melhoria relativa nas expectativas fiscais. O Itaú elevou de 1,3% para 1,5% do PIB a expectativa de superávit primário em 2014 e se acalmou. Boato: os terroristas comparam com as metas de 3,5% e aterrorizam.

3. Fato: a falta de confiança geral nos principais gestores econômicos, especialmente Guido Mantega, da Fazenda, e Arno Agustin, do Tesouro.

4. O fator Argentino, especialmente o voluntarismo de Cristina Kirchner.

Como uniformizar o entendimento e impedir que as expectativas conduzam os fatos? Com um discurso claro e com credibilidade e com metas claras e objetivas.

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Aí o governo resolve encarar a discussão no campo da racionalidade. E coloca dois neófitos em mercado – a Ministra-Chefe da Casa Civil Gleise Hoffmann e o Secretário do Tesouro Arno Agustin – para tornar o debate público.

Mesmo armados de bons argumentos, falta-lhes o chamado poder da autoridade. Gleise é tão convincente falando sobre questão fiscal quanto Marina Silva defendendo o "tripé econômico".

O mercado nem vai reparar nos argumentos de ambos. Sua leitura é a de que a discussão é parte da política de confronto.

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O terrorismo fiscal entrou na batalha e seria bom que o governo Dilma o tratasse com o devido respeito. Daqui para frente, mais do que antes, a velha mídia tratará cada espirro como indício de tuberculose.

Vale o escrito?

Só no jogo do bicho
Na selva da internet, seus textos circulam com outras assinaturas e escritos alheios, quase sempre toscos e constrangedores, são atribuídos a você. Agora um novo formato de fraude digital une a desonestidade à covardia: postam o seu texto original assinado, mas acrescentam por conta própria mais um parágrafo no final, distorcendo o seu sentido — e comprometendo o seu autor.
No auge do mensalão, escrevi uma crônica sobre o caso de amor e ódio que mudou a História do Brasil, entre José Dirceu e Roberto Jefferson, fazendo um paralelo com Nina e Carminha de “Avenida Brasil”, em que o texto encaminhava o leitor à conclusão final: “Feitos um para o outro”. 
A crônica continua circulando até hoje, mas fraudada por uma anta que lhe acrescentou um novo final com frases grossas e ignorantes sobre Dirceu e Lula, que nem é citado no texto, e botou no ar, como se fosse minha.
Vai dizer que não é? Ou é, mas até certo ponto? Que ponto? Tarde demais, o estrago já está feito. É uma sensação desconcertante receber elogios ou ser criticado, ser amado ou odiado, pelo que você não escreveu.
Ou pior, por um trabalho seu que foi adulterado, às vezes de forma sutil, às vezes grosseira, por um usurpador anônimo que quer propagandear as suas paixões políticas. E alguns são tão estúpidos que pensam que estão “reforçando” o texto, mas o estão enfraquecendo e desmoralizando, pelo excesso.
Em breve só poderá ser considerado autêntico o que for dito de viva voz em vídeo, mas com todos os atuais recursos de edição, manipulação e animação digital, nem isso será totalmente confiável, como é cada vez menos. Os biógrafos do futuro, que ironia, vão confiar mais na imprensa de papel e nos livros do que em textos da internet quando pesquisarem sobre o nosso tempo.
Quando se discute o direito à informação, o fim da privacidade, as ameaças à identidade e a defesa da intimidade na era digital, ainda ressoam as palavras de Nelson Rodrigues sobre seus limites e consequências: “Se todo mundo soubesse da vida sexual de todo mundo ninguém falaria com ninguém”.
Nelson Motta

Que tente tapar o sol com a peneira quem quiser tentar. Inútil.

Não é possível mais esconder as trombadas entre Eduardo Campos e Marina Silva e as consequências derivadas desse choque.

A relação entre os dois é um modelo novo de coligação entre um partido existente, o PSB, e um partido inexistente, a Rede Sustentabilidade. Por isso, Marina não é apenas ornamentação. Tem vez e voz.

A melhor imagem para explicara a aliança é a maternidade. O PSB seria a “barriga de aluguel”, onde está em gestação a Rede. A “barriga” de Marina, puxando votos, representa o ventre onde cresce a candidatura de Eduardo Campos.

As pesquisas de opinião pública dão indícios de que ela tem condições de transferir para Eduardo Campos parte de votos prometidos, até então, a ela. É possível considerar, pela última pesquisa Ibope, que os 6 pontos de crescimento (de 4% para 10%) do pré-candidato do PSB resultaram da retirada do nome dela da disputa. É, porém, mais um caso de suposição do que de ciências exatas.

Há sinais mais fortes que a transferência de votos. A presença de Marina provoca efeitos colaterais desastrosos para Eduardo Campos. Pode, por exemplo, isolar a quase solitária candidatura do governador de Pernambuco à Presidência da República. Ele precisa de aliados, de recursos e de tempo na televisão. O PSB, sem alianças, dispõe de 1m40s do horário eleitoral.

Nesse “casamento” com Marina, inesperado, Campos é quem faz a costura política. Para dentro e para fora. Presidente do PSB, ele tem poder incontestável na agremiação.

Marina descostura com a prática do excesso de zelo. É a guardiã da pureza política inalcançável. Ela já tem um boletim de ocorrências negativas grande para tão pouco tempo de atuação como parceira e virtual candidata à Vice-Presidência.

Desferiu o primeiro ataque contra Ronaldo Caiado (DEM), identificado como “inimigo histórico”. Recém-chegada ao PSB, ela não sabia que provocaria com a declaração o rompimento de uma aliança eleitoral que Campos costurava em Goiás. Mas não parou por aí. Bloqueou a aproximação do PSB com o PDT, partido que, na definição dela, conduz o Ministério do Trabalho “como um feudo”.

Na segunda-feira 4, criou atritos numa reunião, em São Paulo, para definir a estratégia política no maior colégio eleitoral do País. Ela defendeu a necessidade de ter um candidato próprio no estado. Tinha na bolsa o nome do deputado Walter Feldman.

Em São Paulo, o PSB trabalha, porém, pela reeleição do tucano Alckmin. E assim será. Marina perdeu. Há, inegavelmente, nessa aliança uma contradição entre o que parece ser novo com o que parece ser velho.

Campos é um político clássico. Não pede a carteira de identidade ao filiado. Foi ao Piauí para consolidar o apoio do ex-senador Heráclito Fortes, ex-DEM e agora do PSB, um político com feitos negativos que dispensam apresentação.
Não é possível, porém, imaginá-la dando as boas vindas a Heráclito com um sorriso constrangedor ou, muito menos, com um beijinho amigável nas descomunais bochechas dele. Pelo apoio de Heráclito, Marina nunca iria ao Piauí.
por Mauricio Dias