Marina Silva faz escola
Variações da pedra de Tavinho
E no meio do caminho tem o mar
Ele lá está
E no meio dele tem uma pedra e um caminho.
Será que a pedra e o caminho é um meio para navegar?...
Porque se tem um caminho no meio da pedra
E no meio da pedra tem um caminho
Por onde passa o mar?
Joel Neto
PT é a favor de fiscalização e divulgação de doadores das campanhas eleitorais. O PSDB é contra
O PCdoB contra o terrorismo midiático
Mensalao - a maior ficção do Brasil
O deputado licenciado José Genoino (PT-SP) enviou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) um recurso contra sua condenação no processo do mensalão. Em 25 páginas, sua defesa cita Chico Buarque e chama de ingênuo quem acreditou na história de compra de apoio parlamentar no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
"Por maior respeito que se tenha por aqueles que ingenuamente acreditaram na maior ficção do Brasil, a história do mensalão - urdida pelo maligno rancor de Roberto Jefferson (...) fato é que reuniões entre presidentes de partidos visando apoio ao governo não constitui, por óbvio, a prática de qualquer ilícito", diz trecho do recurso.
Repleto de palavras de ordem, a defesa de Genoino intercalou frases de efeito sobre a inocência do deputado com versos da música "Cancion por la unidad latinoamerica", de Chico Buarque e Pablo Milanés. "José Genoino não merece a pecha de bandoleiro. José Genoino não integra quadrilha. José Genoino Neto, sem favor algum, merece absolvição", diz o recurso pouco depois de citar trecho da ´Cancion´: "a história é um carro alegre / cheio de um povo contente / que atropela indiferente / todo aquele que a negue".
Mostrando indignação não somente por sua condenação por formação de quadrilha, na qual obteve os quatro votos necessários para apresentar o novo recurso, conhecido como embargos infringentes, Genoino também critica a mídia, para ele "panfletária e reacionária".
TCU - imoral reduto dos sem votos
Dilma Rousseff tem razão ao condenar a recomendação do Tribunal de Contas da União, que pede a paralisação de sete grandes obras em andamento no país e a retenção parcial de recursos para oito empreendimentos.
Estamos falando de investimentos de bilhões de reais, um dinheiro do povo, que deve voltar a ele na forma de melhorias que estão sendo pagas através de impostos que, como nós sabemos, costumam atingir especialmente o bolso dos mais pobres.
As obras envolvem investimentos necessários. Incluem trechos da Ferrovia Norte-Sul e também da Leste-Oeste, esgotamento sanitário no Piauí, pontes e rodovias, uma refinaria de petróleo em Pernambuco, trens urbanos em Fortaleza e em Salvador. Tudo aquilo que se diz, todos os dias, que o país precisava para ontem e anteontem.
Não conheço nenhuma análise capaz de demonstrar que elas não irão beneficiar nossa infraestrutura, uma carência tão óbvia de nosso desenvolvimento que em breve será estudada por crianças de jardim de infância.
O debate é outro. O TCU encontrou indícios de irregularidades e, em nome delas, pretende que sejam paralisadas. Assim, como se fosse um esporte.
Caso se demonstre que as irregularidades não eram tão irregulares assim, os trabalhos podem ser retomados – dentro de meses, anos, quem sabe décadas.
Mas como é sempre possível encontrar indícios que levem a outros indícios, a paralisação pode se arrastar indefinidamente. Enquanto isso, as obras ficarão mais caras – caso não sejam abandonadas no meio do caminho. Boa parte do trabalho já feito terá de ser refeito. O desperdício ficará ainda maior.
Será uma boa ideia?
Não acho. Creio que ninguém tem dúvidas de que a busca do bem-estar da população é o primeiro princípio moral para toda atividade política legítima.
Desse ponto de vista, o mais adequado é fazer o possível para levar um investimento até o fim, tomando as providências cabíveis na medida em que as irregularidades sejam efetivamente comprovadas.
Os responsáveis podem ser obrigados, inclusive, a devolver recursos que foram desviados.
Pode não ser a solução ideal mas, na prática, é o mal menor. Em qualquer caso, aprende-se também no jardim de infância que a interrupção de uma obra serve, inclusive, para novas chantagens para que seja retomada de qualquer maneira.
Veja-se o caso do metrô paulistano.
É cada vez mais difícil negar que ele foi construído por empresas cartelizadas, que pagavam propinas para autoridades.
Lembrando que as primeiras irregularidades já eram conhecidas há duas décadas, pergunto se teria sido uma boa ideia suspender a construção do metrô até que tudo fosse esclarecido. Imagino quantas estações não teriam sido construídas, quanta linhas teriam sido paralisadas – e tento fazer uma ideia de como milhões de paulistanos estariam se virando para ir de casa para o trabalho. Penso no trânsito, no congestionamento de helicópteros e bicicletas, quem sabe no retorno de charretes à avenida Paulista.
Basta considerar todos os benefícios que o metrô – mesmo superfaturado – oferece à população da maior cidade brasileira para dar a resposta. O erro não foi construir o metrô, apesar dos deslizes e desvios, mas deixar de apurar as irregularidades e desvios quando eles foram descobertos.
É certo que teremos, agora, com as denuncias do TCU, uma pressão muito maior pela interrupção imediata.
A questão é política. Pode-se até imaginar que, como subproduto da insanidade ideológica dos fanáticos pelo Estado mínimo, pretende-se impedir os poderes públicos de levantar até aqueles investimentos que a iniciativa privada não tem a menor possibilidade de colocar de pé com seus próprios meios. Não duvide da ousadia de personalidades cada vez mais distantes da vida real e das aflições da maioria dos brasileiros. Sem votos junto a maioria do eleitorado, eles tentarão se valer de qualquer instrumento, inclusive um tribunal, para impedir qualquer iniciativa que possa beneficiar seus adversários.
Em ano pré-eleitoral, interessa à oposição bloquear investimentos que possam render melhorar a qualidade de vida da população e, por essa razão, engordar o cesto de votos do governo. E vice-versa.
É um engano achar, no entanto, que apenas o governo Dilma será prejudicado. Esta atitude representa uma tentativa de boicote ao desenvolvimento do país.
Quem perde, na prática, é a população que deixará de receber melhorias e serviços que já foram pagos.
E isso é verdadeiramente imoral.
Pernambuco pode mais
Em setembro, o presidenciável Eduardo Campos devolveu para Dilma Rousseff os cargos federais que o seu PSB ocupava e saiu por aí dizendo que "o Brasil pode mais''. Se quiser, já pode exigir um dinheirinho do senador Armando Monteiro por plágio.
Candidato ao governo de Pernambuco em 2014, Armando entregou a Campos, em outubro, os cargos estaduais que o seu PTB ocupava. Na noite desta sexta-feira (8), levou ao ar peças de propaganda baseadas no lema segundo o qual os pernambucanos esperam mais.
- Moral: quem com esperteza fere com esperteza será ferido.
Josias de Souza