Poesia da 18 horas


Saudade do teu sorriso, vontade do teu olhar.
Desejo de ouvir tua voz, dizendo sei lá !
Só sei que tou com vontade, vontade de lembrar.
Saudade do que não passa, não passou.
Saudade de um amor distante que nem o tempo, nem o vento levou.
Saudade de um sorriso, de um olhar que não foi meu.
Mais ficou pra sempre em mim... tatuado, marcado na lembrança de quem nunca esqueceu.

Leônia Teixeira

Poema da hora


Discuto com o destino.
Se pintar...
Eu bordo!

Joel Neto

Alegria de viver

Duvido que algum desses peões que estão se divertindo aí vão um dia precisar de psicólogo ou psicanalista
isso é pura
Felicidade!

Uma bandeira de paz em tempo de guerra


Cada dia na vida de uma pessoa é uma existência em miniatura e sempre cheia de surpresas. A vida não avisa. A vida acontece até o dia que não acontece. São bem poucos os que saem da vida por vontade própria e em momentos de extremado desespero. Muitos já se desesperançaram e chegaram a cogitar abreviar o compromisso de viver, mas depois, por algum detalhe ou uma dessas mesmas surpresas, determinam a mudança brusca da caminhada sem rumo daquele que tateia na aparente e oportuna estrada do desespero. Cada dia na vida de uma pessoa proporciona oportunidades de serem boas, gentis, solidárias, mas existem aquelas que se alimentam do fel ou de veneno, como aquele das piores cobras, que escorrem pelo canto das bocas curvadas para baixo. Nunca tive medo de alma, de fantasmas ou daqueles que me olham nos olhos e dizem lá as suas verdades ou me dão ciência dos seus queixumes, suas preferências, e falam de seus deuses, da sua fé, das suas crenças. Dia 3 passado, fiquei mais velho. Já percorri um grande caminho, vivi um monte, tentei ser bom na maioria das vezes e em muitas me enganei ou fui mau mesmo. Guardo pouco rancor e ódio mesmo sinto por bem poucos. Não perdoo punhalada pelas costas ou agressões igualmente oportunas pela facilidade que proporciona a ausência do "bola da vez". Qual a razão desse intróito?

Coluna dominical de Paulo Coelho

A importância do gato na meditação 

Tendo escrito um livro sobre a loucura, vi-me obrigado a perguntar o quanto das coisas que fazemos nos foi imposta por necessidade, ou por absurdo. Por que usamos gravata? Por que o relógio gira no "sentido horário?" Se vivemos num sistema decimal, porque o dia tem 24 horas de 60 minutos cada?

O fato é que, muitas das regras que obedecemos hoje em dia não tem nenhum fundamento. Mesmo assim, se desejemos agir diferente, somos considerados "loucos" ou "imaturos".

Enquanto isso, a sociedade vai criando alguns sistemas que, no decorrer do tempo, perdem a razão de ser, mas continuam impondo suas regras. Uma interessante história japonesa ilustra o que quero dizer:

Um grande mestre zen budista, responsável pelo mosteiro de Mayu Kagi, tinha um gato, que era sua verdadeira paixão na vida. Assim, durante as aulas de meditação, mantinha o gato ao seu lado - para desfrutar o mais possível de sua companhia.

Certa manhã, o mestre - que já estava bastante velho - apareceu morto. O discípulo mais graduado ocupou seu lugar.

- O que vamos fazer com o gato? - perguntaram os outros monges.

Numa homenagem à lembrança de seu antigo instrutor, o novo mestre decidiu permitir que o gato continuasse frequentando as aulas de zen-budismo.

Alguns discípulos de mosteiros vizinhos, que viajavam muito pela região, descobriram que, num dos mais afamados templos do local, um gato participava das meditações. A história começou a correr.

Muitos anos se passaram. O gato morreu, mas os alunos do mosteiro estavam tão acostumados com a sua presença, que arranjaram outro gato. Enquanto isso, os outros templos começaram a introduzir gatos em suas meditações: acreditavam que o gato era o verdadeiro responsável pela fama e a qualidade do ensino de Mayu Kagi, e esqueciam-se que o antigo mestre era um excelente instrutor.

Uma geração se passou, e começaram a surgir tratados técnicos sobre a importância do gato na meditação zen. Um professor universitário desenvolveu uma tese - aceita pela comunidade acadêmica - que o felino tinha capacidade de aumentar a concentração humana, e eliminar as energias negativas.

E assim, durante um século, o gato foi considerado como parte essencial no estudo do zen-budismo naquela região.

Até que apareceu um mestre que tinha alergia à pelos de animais domésticos, e resolveu tirar o gato de suas práticas diárias com os alunos.

Houve uma grande reação negativa - mas o mestre insistiu. Como era um excelente instrutor, os alunos continuavam com o mesmo rendimento escolar, apesar da ausência do gato.

Pouco a pouco, os mosteiros - sempre em busca de ideias novas, e já cansados de ter que alimentar tantos gatos - foram eliminando os animais das aulas. Em vinte anos, começaram a surgir novas teses revolucionárias - com títulos convincentes como "A importância da meditação sem o gato", ou "Equilibrando o universo zen apenas pelo poder da mente, sem a ajuda de animais".

Mais um século se passou, e o gato saiu por completo do ritual de meditação zen naquela região. Mas foram precisos duzentos anos para que tudo voltasse ao normal - já que ninguém se perguntou, durante todo este tempo, por que o gato estava ali.

E quantos de nós, em nossas vidas, ousa perguntar: por que tenho que agir desta maneira? Até que ponto, naquilo que fazemos, estamos usando "gatos" inúteis, que não temos coragem de eliminar, porque nos disseram que os "gatos" eram importantes para que tudo funcionasse bem? 

O Supremo e o martelo, por Pedro Uchoa (Educador)

Haveremos de convir. Em um dia, em uma tarde qualquer. Ou mesmo na calada da noite, quando não formos mais donos do tempo. O Inquisidor Joaquim Barbosa que preside o Supremo Tribunal Federal, a corte mais poderosa do mundo. Atípica, diferente das de outros países democráticos. Exorbitância de poderes conferidos, inclusive pendente de alterações preconizadas pelos Tratados Internacionais a que somos signatários. Não praticaria o leque de ilegalidades. Açoite à Constituição, não fosse a composição do Supremo, uma das piores da história na defesa dos princípios constitucionais, e provável destaque na subserviência sem pudor. Na luz do dia e sob o luar. Ao contrário da diversidade e preparo jurídico comprovado nas sociedades que se edificaram na defesa dos direitos da cidadania, aqui são escolhidos até em mesa de botequim, em eventos não recomendados. Sem transparência e notório saber que a atuação exige. Nas mais das vezes na madrugada fria e tenebrosa, alçados a condição de reis, e assim entendem e se comportam. São cotizados, não no sentido de resgate de direitos subtraídos de populações, etnias, situações de pessoas com necessidades especiais, pela exploração, segregação. E são reincidentes e solidários (quando silenciam ou não) nas questões que envolvem crimes hediondos, uns antes, outros depois: estupros, assassinatos, ocultação, sequestros, a banqueiros criminosos e chiques, a todos eles a liberdade.

Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Ayres Britto, Celso de Mello e Gilmar Mendes, no julgamento da ADPF 153/DF, em 2010, pertinente o registro, foram favoráveis a que a Lei da Anistia 6.683/79 premiasse os crimes praticados pelos torturadores do aparelho policial-militar. As asas da liberdade foram estendidas, por eles ministros, sobre os agentes públicos que praticaram os crimes mais cruéis e desumanos a mando do estado terrorista a serviço do capital internacional. Contra àqueles que efetivamente defenderam a legalidade constitucional quebrada, estilhaçada pelo Golpe Militar de 1964. Torturas como método de interrogatório, assassinatos covardes e ocultação dos corpos nunca encontrados, estupros, homicídios, perdoados. Confundiram o último pau-de-arara da música com o degradante instrumento de tortura ainda visto, relatado em algumas delegacias do país. Contra a tendência das Cortes Internacionais de punição dos criminosos, inclusive em vários países do que se denomina Cone Sul. Votaram contra a punição dos torturadores que praticaram crimes inomináveis durante a ditadura militar. Deixaram criminosos desse naipe, crimes contra a humanidade, livres nas ruas e avenidas. Rindo, zombando acintosamente das famílias que perderam seus filhos na luta pela democratização do país. E tinham todo o respaldo jurídico dos Tribunais Internacionais, Corte Interamericana de Direitos Humanos, na vertente de imprescritibilidade desses crimes. Acovardaram-se.

É fato, o constrangimento, a tortura psicológica, a imputação da humilhação acoplada à falsa pena, decorrente do falso crime (pela ausência de provas), caso da AP 470 (mensalão) se consolida perigosamente na conjuntura atual. Agora uma prerrogativa do Supremo. E pelo fato de pensarem assim mesmo e não serem contidos na investida contra a legalidade democrática. Seria uma contradição insolúvel deixar o torturador do regime militar preso e permitir que Genuíno, Dirceu e outros mais que participaram na luta contra a ditadura, tenham os benefícios da lei, na especificidade das penas.

Destaque para o ministro Gilmar Mendes, como os outros antes, além de banqueiro criminoso, solta também assassino, Reginaldo Pereira Galvão o matador sanguinário da missionária Dorothy Stang e o estuprador de 37 mulheres Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos.

A ministra Rosa Weber é réu – confessa, afirmou que condenou José Dirceu sem provas.

Ellen Gracie, ex-ministra que não deu trégua na condenação dos petistas, de malas pronta para o PSDB. E na sobra do que restam, os outros ministros ajoelhados em caroços de milho atento as lições de Joaquim com a vara de marmelo em uma das mãos; na outra a Constituição Brasileira totalmente esfacelada.

A composição do Supremo atual é que permite os crimes contra a Constituição. Em permanecendo a apatia, não do mundo jurídico, a OAB, as Associações de Magistrados se levantam contra a ditadura do Supremo, vários a serem cometidos em 2014.
É só aguardar.

Como entender?

Como explicar?