De que país esse idiota está falando?

O povo sabe que este país que o candidato deles pinta, não existe mais. Lula! Dilma eo PT transformaram num país muito melhor. Um país para todos. Não o país para poucos do PSDB.

Texto abaixo é de Josias de Souza
O PSDB leva ao ar a partir da noite desta terça-feira inserções publicitárias que, justapostas, se parecem muito com uma declaração de guerra. As três peças que inauguram a série, disponíveis acima, resumem o governo de Dilma Rousseff como uma espécie de apoteose ao contrário. Um antiespetáculo em que a incompetência e a corrupção se misturam sob atmosfera de fim de ciclo.
“Já deu”, diz um locutor no encerramento de uma das peças. “Ou a gente para isso ou isso para o Brasil.” O pano de fundo é um copo cheio d’água. O locutor vai enfileirando os defeitos que o tucanato enxerga na gestão Dilma: Inflação demais… Saúde de menos… . Para cada flagelo, uma nova gota despenca sobre o copo, já na bica de transbordar. Corrupção demais… Segurança de menos…
Presidente do PSDB e antogonista de Dilma na corrida presidencial, Aécio Neves protagoniza as outras duas peças. Nelas, o partido e seu candidato realçam duas antiapoteoses específicas: a Petrobras e a inflação. Há um quê de vingança nesse par de inserções.
Em campanhas anteriores, o PT insinuou que, eleitos, os candidatos do PSDB prevatizariam tudo, da Praça dos Três Poderes à Petrobras. Agora, num instante em que a estatal petroleira frequenta as manchetes como um feudo de aliados aportuni$tas, Aécio vai à forra: “O que nós queremos é salvar a Petrobras, é devolvê-la aos brasileiros.” E o locutor: “Se trabalhar direito, o Brasil tem jeito.”
Na propaganda em que trata de inflação, Aécio usa a conjunta adversa para instilar na plateia o medo de que o Brasil do Plano Real, inaugurado sob Itamar Franco e consolidado sob FHC, vire poeira:
“Nós brasileiros sabemos como foi difícil acabar com a inflação. E essa é uma conquista que nós não temos sequer o direito de perder. Por isso, pra nós do PSDB, é tolerância zero com a inflação.” E o locutor, de novo: “Se trabalhar direito, o Brasil tem jeito.” A frase será repetida em horário nobre, em rede nacional, até o dia 17, quando o PSDB exibirá seu programa de dez minutos.
Até recentemente, Aécio Neves era criticado até pelos seus aliados por exibir um oposicionismo suave como flor de laranjeira. Nas últimas semanas, o candidato fugiu desse figurino. Tomado pelo tom dos comerciais, Aécio parece convencido de que é melhor entrar logo na briga do que morrer como um transeunte inadvertido. Trata-se de uma estratégia de dois gumes.
Na sucessão de 2006, Geraldo Alckmin armou-se de dois escândalos —o mensalão e o caso dos aloprados— e surrou Lula nos debates, vitimando-o. Foi ao segundo turno, mas colecionou menos votos do que tivera no primeiro. Em 2010, José Serra adulou Lula e escorregou para o segundo round como candidato favorito a fazer de Dilma a primeira mulher a presidir o país. Aécio parece perseguir o meio termo.

Campos e Aécio querem que o povo pague a conta

O espantoso, na campanha, é que candidatos falam em medidas que prejudicam a maioria dos eleitores e nada acontece

por Paulo Moreira Leite, no seu blog

Só pode haver algo muito errado numa campanha eleitoral na qual um candidatos de oposição diz que não tem medo de tomar “medidas impopulares” e nada acontece.

Assessores de outro candidato de oposição, informa o Pedro Venceslau no Estado de S. Paulo de hoje, admitem em voz baixa que apoiam “medidas amargas.”

Vamos combinar.

Até por uma questão de respeito por cada um de nossos 100 milhões de eleitores, em especial a imensa maioria que é alvo de medidas impopulares e amargas, seria bom saber o que se quer dizer com isso.

Fazendo uma imagem para facilitar o entendimento, vou colocar a coisa em termos bem populares.

É como um sujeito que chega para jantar de luxo, avisa que dentro de alguns minutos pretendem passar na cozinha para bater a carteira dos empregados e nenhum convidado pergunta: como assim? Eles vão deixar?

Na lata? E ainda manda aviso prévio?

Quantos reais podem ser extraídas do bolso de cada brasileiro quando um governante pretende tomar medidas “impopulares?”

Quanto valem os “amargos?”

Este é o debate que importa, não?

Em situações normais, nossos New York Times, Guardian, CNN, El País, Le Monde não deixariam passar uma notícia dessas. Na disputar pelo olhar do público, teriam transformado uma afirmação dessas num escândalo.

Tenho certeza de que Adam Prezeworski, o brilhante cientista político que o PSDB adorava ler quando se considerava social-democrata, iria questionar: estamos abandonando a frágil mas necessária relação entre capitalismo e democracia?

Até por uma questão de etiqueta, no mundo inteiro políticos que defendem medidas “não-populares” gostam de disfarçar, dizendo que são na verdade “populares.”

Não é sincero mas é menos arrogante do que entrar numa campanha eleitoral dizendo que se pretende prejudicar a maioria.

Igual a isso é falar em medidas amargas quando faltam poucas semanas para a criançada ganhar os ovos de Páscoa, não é mesmo? No fundo, não espanta.

Um sorridente filósofo-economista em campanha já disse – longe, muito longe dos palanques — que acha que o país não pode conviver com um povo que come bife todo dia. É ruim para o meio ambiente, pretextou, pois gado solta gases para a camada de ozônio.

O cidadão comum – o “popular” que não estava naquele jantar de “impopulares”– , agora você começa a entender a coisa, tem direito a fazer perguntas. Diga rápido o que são medidas “impopulares” para 2015? Por exemplo:

a) o plano é acabar com a lei do salário mínimo?

b) revogar a CLT e informalizar o mercado de trabalho?

c) cortar gastos sociais, o que inclui, você sabe, o Bolsa Família?

d) cortar repasses a bancos oficiais que permitem manter crédito barato para investimentos e emprego?

O debate de política econômica na eleição de 2014 é este. O país vive o menor desemprego de sua história. A economia cresce. Sim. Não tivemos recessão – apesar da torcida impopular.

É preciso ser muito “não-popular” para encher a boca e dizer que “deu errado”, vamos combinar.

Qual a prioridade, para a maioria dos “populares”, num país onde a lei diz que um homem vale 1 voto?

É preciso devotar um desprezo impopular irresistível pela inteligência popular para querer apresentar uma boa folha corrida do PSDB na luta contra a inflação.

A média da inflação no governo FHC foi de 9,2% — depois da moeda nova. A de Lula, que recebeu uma inflação de 12,5%, foi de 5,7%. A de Dilma se encontra em 6,1%.

Em 1995, 1996, 1999 e 2002, a inflação atingiu sob FHC, um patamar que jamais seria repetido, em momento algum, após a chegada de Lula ao Planalto. Ocorreram perdas salariais, que não se verificaram a partir de 2002. Deu errado?

Esse debate distorcido acontece porque estamos em 2002, mais uma vez. Terror eleitoral programado, com ajuda de nossos News of the World. O terror deles funciona com a língua de significados invertidos, onde a verdade é seu oposto.

Você lembra. Em 2002, um economista do Goldman Sachs lançou o “lulômetro”, uma peça de marketing eleitoral disfarçada de cálculo econômico, que pretendia aterrorizar o eleitor com projeções sobre o futuro do país caso Luís Inácio Lula da Silva chegasse a presidência. Ajudou a criar pânico nas bolsas, deixou a classe média amedrontada, criando uma situação política que forçou Lula a fazer concessões além da conta para garantir o início de seu governo. Já vimos este filme. Dez anos depois do lulômetro, o  economista-chefe do mesmo Goldman Sachs disse para a revista Época Negócios que Lula foi o mais competente presidente dos países do G-20.

Os mais espertos impopulares-amargos de 2014 apostam em todas as canoas – não podem se dar ao luxo da imprudência por motivos ideológicos — mas não deixam de notar que uma delas anda na frente. Podem até ter suas preferências profundas mas querem ganhar o jogo de qualquer maneira, não importa o vitorioso. Em caso de derrota, querem colocar uma faca no pescoço de Dilma. Este é o ponto. Por isso falam tanto em mudar o “modelo.” A crítica se concentra em 2009, quando o país enfrentou a maior crise do capitalismo desde 1929 sem desemprego nem recessão. Dizem que o erro foi cometido ali e agora é preciso arrumar a casa. Não perdoam o esforço para resistir a austeridade, as demissões em massa, aos cortes que jogaram a Velha Europa no atoleiro de hoje.

Em 2014, o condomínio Lula-Dilma disputa – como favorito – o quarto mandato consecutivo no Planalto, um feito sem igual na história de nossa República. Não teve ajuda “im-popular” de ninguém.

Em momentos de delírio, os adversários sonharam até com um impeachment auxiliado por um barítono da Baixada Fluminense, não é mesmo? A base é o reconhecimento pelas conquistas que os “populares” obtiveram até aqui. O que se pretende é revogar, uma a uma, aquelas conquistas alinhavadas nos ítens “a” a “d.”

Foi assim há 50 anos, não custa lembrar. Num gesto de grande dignidade, o avô das medidas impopulares chamou de “canalhas” aqueles que pretendiam derrubar, pelas baionetas, um governo que não tomava medidas “impopulares.”

O avô do amargo recusou-se a entregar o cargo, foi para a cadeia depois discursar no rádio em defesa da “revolução pernambucana.”

Está na hora de garantir transparência política na campanha, concorda?

Ricardo Noblat quer derrotar FHC

A disputa para ver quem escreve mais babaquice política está acirrada, todos tentam vencer Fernando Henrique Cardoso - a Ofélia da política brasileira -. Entre os mais decididos a conseguir realizar essa tarefa, Ricardo Noblat é o mais empenhado. Leia abaixo mais uma das muitas babaquices que ele escreveu com esse intuito:

O adversário de Dilma, por Ricardo Noblat
Nem Marina Silva, nem Aécio Neves, nem Eduardo Campos.
O principal adversário da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, é Luiz Inácio Lula da Silva – por cinco vezes candidato a presidente, eleito em 2002, reeleito em 2006, e agora aspirante ao terceiro mandato.
Não acredite se Lula voltar a dizer que não deseja subir outra vez a rampa do Palácio do Planalto. Simplesmente não acredite.
Dilma e Lula travam uma batalha de morte para Dilma e de adiamento de um sonho para Lula.
Caso não concorra a um segundo mandato - ou concorra e acabe derrotada -, o mais provável é que Dilma saia de cena. Política não é a praia dela – pelo menos a política do “me empresta seu jatinho que eu lhe ajudo a fazer negócios com o governo”.
Foto: Ricardo Stuckert
Lula preferiu ser sucedido por Dilma ao imaginar que isso facilitaria sua volta. Afinal, ela lhe seria grata para sempre. Outro nome do PT que o sucedesse, talvez não.
Passados quatro anos, Dilma cederia o lugar a Lula sem oferecer resistência. Quem mais do PT seria capaz de se comportar assim? É o que Lula deve ter pensado.
De resto, Dilma nunca foi do PT. Foi do PDT de Leonel Brizola. Por conveniência, filiou-se ao PT. Mas nunca se reconheceu como uma petista de verdade. Nem o PT a reconhece como tal.
Ocorre que Dilma gostou do poder. E quer provar que não é um poste que Lula acende ou apaga ao seu gosto. Compreensível, pois não. Daí...
Daí a batalha surda que travam. Por ora essa é a batalha que importa.

Marina como vice de Eduardo, Aécio e Eduardo ainda não entraram no ringue. Preparam-se para entrar. Dilma está no meio do ringue. E defende-se sozinha.
Lula? Só finge que a defende. O PT? Nem isso. Os demais partidos torcem pelo fim do seu governo.

Com poucos telefonemas, se quisesse, Lula enterraria de vez o movimento “Volta, Lula”,

Dilma- podem vir quente que estamos fervendo


A presidenta Dilma Rousseff destacou, em Contagem (MG), nesta segunda-feira (7), durante entrega de máquinas para municípios mineiros, o caráter republicano das ações do governo federal, que não levam em conta o partido de prefeitos e governadores. Dilma lembrou que essa prática não era usual na política do país e afirmou que continuará governando, sem recuar da disputa política quando ela aparecer.

“É muito usual durante os períodos de pré-campanha como é o de agora, e os de campanha, que haja a utilização de todos os instrumentos possíveis para desgastar esse ou aquele governo. Temos experiência disso. Por quê? Porque já enfrentamos isso em 2006, na reeleição do Lula, e em 2010 na minha eleição. Podem ter certeza, meu governo continuará governando, mantendo seu caráter republicano, mas nós não iremos recuar um milímetro da disputa política quando ela aparecer”.

Existe corrupção na Rede Globo?

Existe corrupção na Folha de São Paulo?
Existe corrupção na Editora Abril?
Existe corrupção no Estadão?

Com certeza!

Você já ouviu, leu, assistiu em qualquer programa de rádio, jornal, revista, telejornal ou portal destes grupos uma denúncia da corrupção deles?

Não ouviu, nem jamais ouvirá.

Quando muito sai uma notinha sobre sonegação. Coisinha de bilhões só.

Corja!

Perseguição a Dirceu garante a Joaquim Barbosa mais um minuto de fama

Perseguição Sem Fim a José Dirceu

por Lincoln Secco, especial para o Viomundo

Não basta julgar sem provas, é preciso condenar. Não basta o regime semiaberto, ao qual o apenado tem direito certo, é preciso protelar. Agora, um juiz de Brasília encaminhou ao presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, o pedido do Ministério Público do DF para investigar um suposto telefonema recebido por José Dirceu no presídio.

A razão nada oculta disso é bem sabida. José Dirceu foi absolvido do crime de formação de quadrilha e isto derruba, por extensão, a tese do domínio do fato. Aquela mesma que dizia que mesmo não sabendo “ele tinha que saber”. Uma revisão criminal da condenação por corrupção ativa deveria ser o próximo ato da encenação iniciada em 2005.

Judas

Por outro lado, Barbosa perdeu a serventia para os que lhe deitam os holofotes e lhe acalentaram o sonho da presidência da República. As candidaturas da direita já foram definidas e ninguém mais precisa da partidarização explícita do STF. Até porque o julgamento de Azeredo um dia poderia chegar lá.

Abandonado pelos amigos, Barbosa sente-se numa via crúcis, vendido por Judas. Diante da perda de prestígio, ofereceram-lhe uma vaga na Câmara ou (quem sabe?) no senado em incerta votação. É pouco para um “Cristo” que nasceu na manjedoura. A reação previsível é insurgir-se contra o que ele vê como abrandamento das condenações da ação penal 470. Ataca os colegas de toga, critica a imprensa, e ninguém mais o leva a sério. Afinal, ele mesmo já foi visto por Lula no papel de Judas.

Sobra a obsessão: perseguir o inimigo número 1 da grande imprensa, José Dirceu. Só a continuidade da perseguição lhe garante os derradeiros dias de fama. É simples assim.

E o PT?

Para a esquerda em geral, resta saber que a teoria do domínio do fato pode se tornar um perigo para a Democracia. Daí porque é importante derrubá-la numa revisão criminal do caso de Dirceu. Que antigos companheiros (embora não todos) prefiram abandonar Dirceu é compreensível. Judas fez o mesmo por bem menos: 30 moedas.

Os que estão no poder acreditam-se protegidos pelas amizades de ocasião e a volta do líder significaria um incômodo rearranjo de forças internas no PT. Mas também não poupam energias em inventar uma nova lei “contra o terrorismo”, cujo melhor efeito será o de um tiro no pé. Judas, como sabemos, agora é Ministro da Justiça dos homens.

O sábado de Aleluia

Mas os que estão embaixo já deveriam ter aprendido. Durante um debate na USP no dia 31 de março (corretamente chamado “Às vésperas do golpe”), entre as muitas arbitrariedades da repressão, os representantes dos Advogados Ativistas denunciaram que, recentemente, em Porto Alegre, ocorreu o indiciamento de seis militantes que participaram de protestos no ano passado. O mais surpreendente é que, na impossibilidade de provar o vínculo dos acusados com atos de depredação, o inquérito buscou sustentação na tese do “domínio do fato”…

Ao fim do citado debate, os jovens organizadores saíram ao pátio, chutaram e queimaram um boneco representando um General da Ditadura.

Lincoln Secco é professor de História Contemporânea na Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras da USP.

Perseguição a Dirceu garante a Joaquim Barbosa mais um minuto de fama

Perseguição Sem Fim a José Dirceu

por Lincoln Secco, especial para o Viomundo

Não basta julgar sem provas, é preciso condenar. Não basta o regime semiaberto, ao qual o apenado tem direito certo, é preciso protelar. Agora, um juiz de Brasília encaminhou ao presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, o pedido do Ministério Público do DF para investigar um suposto telefonema recebido por José Dirceu no presídio.

A razão nada oculta disso é bem sabida. José Dirceu foi absolvido do crime de formação de quadrilha e isto derruba, por extensão, a tese do domínio do fato. Aquela mesma que dizia que mesmo não sabendo “ele tinha que saber”. Uma revisão criminal da condenação por corrupção ativa deveria ser o próximo ato da encenação iniciada em 2005.

Judas

Por outro lado, Barbosa perdeu a serventia para os que lhe deitam os holofotes e lhe acalentaram o sonho da presidência da República. As candidaturas da direita já foram definidas e ninguém mais precisa da partidarização explícita do STF. Até porque o julgamento de Azeredo um dia poderia chegar lá.

Abandonado pelos amigos, Barbosa sente-se numa via crúcis, vendido por Judas. Diante da perda de prestígio, ofereceram-lhe uma vaga na Câmara ou (quem sabe?) no senado em incerta votação. É pouco para um “Cristo” que nasceu na manjedoura. A reação previsível é insurgir-se contra o que ele vê como abrandamento das condenações da ação penal 470. Ataca os colegas de toga, critica a imprensa, e ninguém mais o leva a sério. Afinal, ele mesmo já foi visto por Lula no papel de Judas.

Sobra a obsessão: perseguir o inimigo número 1 da grande imprensa, José Dirceu. Só a continuidade da perseguição lhe garante os derradeiros dias de fama. É simples assim.

E o PT?

Para a esquerda em geral, resta saber que a teoria do domínio do fato pode se tornar um perigo para a Democracia. Daí porque é importante derrubá-la numa revisão criminal do caso de Dirceu. Que antigos companheiros (embora não todos) prefiram abandonar Dirceu é compreensível. Judas fez o mesmo por bem menos: 30 moedas.

Os que estão no poder acreditam-se protegidos pelas amizades de ocasião e a volta do líder significaria um incômodo rearranjo de forças internas no PT. Mas também não poupam energias em inventar uma nova lei “contra o terrorismo”, cujo melhor efeito será o de um tiro no pé. Judas, como sabemos, agora é Ministro da Justiça dos homens.

O sábado de Aleluia

Mas os que estão embaixo já deveriam ter aprendido. Durante um debate na USP no dia 31 de março (corretamente chamado “Às vésperas do golpe”), entre as muitas arbitrariedades da repressão, os representantes dos Advogados Ativistas denunciaram que, recentemente, em Porto Alegre, ocorreu o indiciamento de seis militantes que participaram de protestos no ano passado. O mais surpreendente é que, na impossibilidade de provar o vínculo dos acusados com atos de depredação, o inquérito buscou sustentação na tese do “domínio do fato”…

Ao fim do citado debate, os jovens organizadores saíram ao pátio, chutaram e queimaram um boneco representando um General da Ditadura.

Lincoln Secco é professor de História Contemporânea na Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras da USP.