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No linchamento a ele vale tudo
Quanto valem cinco meses na vida de uma pessoa?
A pergunta me ocorre quando penso em Zé Dirceu, preso exatamente há cinco meses na Papuda.
Alguém já fez essa conta para si mesmo?
Em dinheiro, é difícil calcular. Digamos que dessem a você, diante de uma sentença de cinco meses na cadeia, a opção de pagar para não ir.
Quanto você daria para ficar em casa? Para conviver com seus amigos, seus irmãos, seus pais, seus filhos? Para poder ir à padaria pela manhã tomar uma média com pão e manteiga? Para comer uma pizza domingo?
Eis um caso de complicada precificação.
Do ponto de vista de tempo em si, nada paga, evidentemente, a temporada na cadeia. Nossos dias são limitados e escassos. Os cinco meses na cadeia – ou o que for – não são acrescentados em sua vida a título de compensação.
E se a sentença é injusta, ou absolutamente controversa? E se você acha que de um lado enfrenta algozes para os quais só importa punir e de outro amigos cuja solidariedade e apoio não se manifestam numa hora tão complicada?
Aí entram outras coisas humanas: raiva, sentimento de impotência, revolta.
A conta cresce expressivamente.
Onde, nisso, fica o caso de Dirceu?
Numa recomposição rápida, temos um julgamento que o tempo mostrou ser um circo abjeto, animado e manipulado por uma mídia que repetiu o comportamento de 1954 e 1964.
Depois, temos uma juíza que diz que, embora não existam provas contra Dirceu, se julga no direito de condená-lo.
Juízes de nível baixo, como se veria depois ao conhecê-los em sua pompa vazia, sacramentariam a punição sem provas com uma figura chamada Teoria do Domínio dos Fatos. (Nem o autor alemão da teoria achou que a adaptação dela para o Mensalão fazia sentido.)
Numa canhestra matemática que levou um réu a ter uma pena maior do que a que os noruegueses aplicaram ao assassino de dezenas de jovens reunidos numa convenção, foram fixadas sentenças estapafúrdias como se se tratasse de ciência exata.
Os réus, no percurso, foram logo para o STF, o que significou a perda de pelo menos uma segunda instância para a revisão dos vereditos.
Depois, num arroubo teatral, em 15 de novembro Joaquim Barbosa, sob os holofotes da mídia que o incensou quando lhe conveio e agora o abandona como se esperava, manda prender alguns, Dirceu entre eles.
E na cadeia a perseguição como se amplia.
Uma proposta de emprego de um hotel vira um escândalo nacional artificialmente.
Aparece na mídia com alarde uma conexão no Panamá para o candidato a empregador de Dirceu e depois ela desaparece quando se vê que não era nada – mas sem que os leitores fiquem sabendo do complemento da história.
Aparece outro emprego, mas um jornal diz que Dirceu conversou com alguém pelo celular, e uma nota jamais provada faz que Dirceu continue na prisão em regime integral.
Esta é a vida brasileira: uma nota basta para deixar alguém na cadeia, ainda que ela não se sustente. Basta que esse alguém seja Dirceu.
Uma revista – a mesma que impunemente tentou invadir criminosamente o quarto de Dirceu num hotel de Brasília – continua em sua caçada insana e publica fotos que mostrariam os “privilégios” de Dirceu na cadeia.
Há, aí, uma dissonância cognitiva. As fotos apresentam um Dirceu abatido, visivelmente mais magro. Não é nada compatível com regalias ou privilégios.
Num dos últimos capítulos da farsa, Barbosa – sem que a mídia lhe cobre nada por isso – diz que as penas dos réus do Mensalão foram artificialmente infladas para que não prescrevessem.
Não é crime isso? Ou é uma inovação da justiça brasileira, algo que poderia fascinar justiças menos sofisticadas como – já que falamos nela – a norueguesa?
Quanto, repito, valem cinco meses na vida de uma pessoa?
Na semana que vem, noticia-se hoje, Barbosa vai se pronunciar sobre o caso Dirceu.
Ainda que ele contrarie os prognósticos e libere Dirceu, quem vai pagar a conta pelo tempo perdido e sofrido na prisão?
Dirceu deveria processar o Estado, até para que coisas assim tenham consequências.
Não sei qual seria a quantia arbitrada, mas não seria pouca.
Ironia suprema, a conta seria paga por um Estado comandado por Dilma Rousseff e pelo partido que Dirceu ajudou a construir, o PT.
Parece o realismo fantástico de Garcia Marquez numa versão de pesadelo, mas para Dirceu é a realidade como ela é.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Smartphones modulares da Google

10 coisas que você precisa saber:

Daqui a alguns meses os smartphones modulares do Google se tornarão uma realidade, então você poderá montar seu próprio aparelho com as especificações que quiser – e, claro, de acordo com o quanto deseja pagar por um smartphone.
Se você ainda tem dúvidas sobre como anda o cronograma do Google, ou sobre o modelo que a empresa está prestes a criar, confira abaixo uma lista preparada pelo The Next Web com 10 respostas sobre o Projeto Ara.
  • Disponibilidade

Ainda em fase inicial de desenvolvimento, os aparelhos serão lançados no começo do próximo ano.
  • Preço

O Google já disse que o modelo mais básico, chamado de Grey Phone, terá custo de produção de US$ 50, mas ele não fará nem chamadas telefônicas (saiba mais). Uma versão mais robusta ficará na faixa dos US$ 500. Nos dois casos são valores de manufatura, não de loja, mas dá pra ter uma ideia da variação de preço.
  • Tamanho

Haverá três tipos de smartphone Ara, pequeno, médio e grande. O médio será mais ou menos do tamanho do iPhone ou do Galaxy S5. Lembrando que o grande será o que mais recursos terá.
  • Módulos

Cada módulo trará funcionalidades e capacidades diferentes para o aparelho; as peças serão encaixadas num esqueleto que seguirá um entre três tamanhos padronizados, como explicado no item acima. Módulos e esqueletos serão ligados por magnetismo que pode ser ligado ou desligado – no modo desligado será possível trocá-los.
As peças não serão fabricadas pelo Google, só o esqueleto. Qualquer um pode criar suas próprias peças, com base no kit de desenvolvimento liberado pelo Google recentemente.
  • Compra de módulos

O Google terá uma loja virtual e quiosques para compra dos módulos, que poderá ser feita de três formas: a partir do Grey Phone, você adquire cada um por um app que demonstra as funcionalidades que você estiver adquirindo; usando o aparelho de um amigo em modo de visitante para testar os módulos; ou indo fisicamente a um quiosque, onde será explicado cada módulo.
  • Atualização do Android

Um problema para quem usa o sistema operacional do Google é que você nunca tem certeza de que seu aparelho receberá atualizações, mas talvez isso não aconteça com smartphones do Projeto Ara. De qualquer forma, ainda não existe uma versão do Android para a novidade, ela também estará pronta até o começo de 2015.
  • Protótipo

O Google recentemente mostrou um protótipo do modelo médio, mas ele era tão limitado que sequer tinha magnetismo permanente para segurar as peças – sem contar que a tela estava quebrada. Um protótipo mais bem-feito será mostrado em setembro.
  • Módulos com múltiplas funções

Cada módulo não precisa necessariamente trazer só uma característica ao aparelho, a questão é não extrapolar no design. O desenvolvedor pode colocar uma pequena bateria em seu módulo para melhorar o desempenho do flash de câmera, por exemplo, e não usar a energia principal – que, a propósito, virá de outro módulo.
  • Por que você deve se importar

Um smartphone Ara pode durar entre cinco e seis anos, porque ao invés de comprar um aparelho novo sempre que surgir uma tecnologia inovadora, você só troca um módulo e atualiza seu aparelho. Lembra a tela quebrada da apresentação do Google? Ela poderia ser simplesmente substituída e o telefone voltaria a estar novo. É um ótimo modelo de negócio para os consumidores, mas não tão ótimo assim para as grandes fabricantes.
  • Por que desenvolvedores devem se importar

Imagine a liberdade de criar um pedaço de smartphone que já tem todo o esquema pronto, basta desenvolver dentro daqueles moldes – que são preparados, inclusive, para uso de impressora 3D para baratear o processo. As etapas industriais foram praticamente removidas e não é necessário pensar em conexões Bluetooth ou wi-fi para ligar seu produto ao aparelho, além de saber que o módulo terá um espaço de comércio parecido com a Google Play.