Pronunciamento pela realização da Copa do Mundo no Brasil

Aécio Neves - perdes-te o senso do ridículo

O que faremos então?
Daremos a resposta nas urnas.

Abaixo nota em nome do PSDB que o mineroca usa para atacar a presidente Dilma.

"Ao negar-se a discursar na abertura da Copa e escolher a proteção e o silêncio da tela de TV, a presidente buscou uma forma de se esquivar do contato direto com os brasileiros, com o intuito de evitar a repetição das manifestações que ocorreram na Copa das Confederações.
Na rede oficial de rádio e TV convocada esta noite, a presidente ultrapassou ainda mais os limites na mistura do interesse público e dos interesses pessoal e partidários, algo que já se tornou sistemático em seu governo.
Mais uma vez lança mão de um instrumento de Estado, pago pelo contribuinte, para fazer acintosa e ilegal campanha eleitoral.
Mas dessa vez surpreendeu ao utilizar o pretexto da Copa do Mundo para criticar milhões de brasileiros que vêm legitimamente manifestando sua discordância com a forma como o governo encaminhou os preparativos do evento.
A tentativa de associar a seleção brasileira a um governo lembrou a ofensiva de propaganda do regime militar.
O pronunciamento da presidente foi um esforço para transformar em motivo de orgulho nacional obras inacabadas, gastos superfaturados e a absoluta falta de capacidade de gestão desse governo.
Mais uma vez, a presidente deixa claro que não entendeu a mensagem das ruas.
Torcemos todos pela seleção brasileira e por uma grande Copa do Mundo.
Ao trocar o contato direto com os brasileiros na abertura da Copa pelo conforto de mais uma rede oficial de rádio e TV, a presidente pode ter evitado um grande constrangimento, mas não evitará o julgamento das urnas."

Bom dia

Ibope - eleiçao 2014

Dilma tem 38% das intenções de

O levantamento mostra que a presidenta continua com larga vantagem sobre seus principais adversários

Pesquisa Ibope divulgada hoje terça-feira (10) mostra que a presidente Dilma Rousseff teria 38% das intenções de voto, se as eleições fossem hoje. O pré-candidato do PSDB, Aécio Neves, teria 22% e Eduardo Campos (PSB)

Segundo o instituto, foram ouvidas 2002 pessoas em 142 municípios do País entre 4 e 7 de junho.

O nível de confiança estimado é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos.

Como dar roupas de presentes a seu namorado

Abílio Diniz ensina que sim, é possível!
* * *
Alô você, meu amigo enamorado. Sim, eu sei que por trás deste caminhão de testosterona, também bate um coração. Sinto muito, mas hoje nosso texto não te mira como leitor. Sim, senhor, hoje é dia de escrever para a mestre da paciência, a voz da razão, a sabedoria em formato violão: sua namorada.
Portanto, sem mais delongas, lá vamos nós.
Olá, mulher! Você que está sempre bem arrumada, atenta à imagem que passa e as formas que ressalta com cada saia, calça e vestido que usa. Você ama seu namorado, aquele resmungão de coração grande e estômago maior ainda, mas está cansada de vê-lo com aquele estilo clássico de roupa de quem fugiu do cativeiro?
Pois saiba que é possível fazer algo a respeito.
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Aqui você encontrará as 5 dicas infalíveis para convencer seu príncipe encantado a se vestir melhor e parar de pedir a mãe dele para comprar roupas. Aproveite o dia dos namorados e dê um talento no visual de quem você ama. Para nos ajudar nesta árdua tarefa chamamos nosso truta Abílio Diniz, muleque zica dos business.

DICA 1: Não tente mudar o estilo dele, mas sim aperfeiçoá-lo

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Lembre-se, você está com seu namorado porque ele é da maneira que é, portanto, não tente fazer com que ele pare de usar as camisetas do metal dando uma pólo listrada com números bordados pra ele, não funcionará.
Respeite suas crenças e tente entender seus gostos, talvez ele apenas não saiba como se expressar esteticamente agora que se tornou um adulto – acredite, é mais normal do que parece. Procure entender a essência da mensagem que as roupas dele passam e apenas sugira evoluções estéticas, não alterações ideológicas.
Exemplo:
Ele é do metal, adora as camisetas pretas de banda e quer ir assim no aniversário da sua amiga alto padrão de Alphaville?
Bem, primeiro de tudo, dane-se o padrão da sua amiga e onde ela mora, o importante é que ele esteja bem consigo mesmo e que você se sinta bem com ele ao seu lado.
Segundo, você notou como as camisetas dele têm cores escuras e discursos ditos de maneira incisiva e forte? Então se aproprie desta mensagem principal e a aplique em uma escolha que irá agradar ambos, opte por uma camiseta pólo preta ou marinho sem estampas nem detalhes coloridos, evite a malha de algodão das camisetas e pegue uma que seja de Piquet (aquele tecido mais encorpado das pólos da Lacoste). É importante que a manga não tenha ribana (o “elástico” que deixa a manga coladinha ao braço).
Tente encontrar uma que tenha discretos botões lisos de metal fosco (parecido com os de jeans) ao invés dos botões clássicos (parecidos com os de camisas).
Desta maneira o valor (claro/escuro) da cor é mantido e a aspereza da estampa que passa a mensagem na camiseta é transportada para a pólo através de um tecido mais encorpado que a malha da camiseta e também pelos botões de metal (que nem preciso explicar como são icônicos para este tema). Não há a necessidade de ribana nas mangas pois elas tornam a peça formal em excesso para a proposta e a gola já cumpre este papel sozinha aqui.

DICA 2: ser sutil é ter estilo

Infelizmente não encontrei foto do Abílio com a camiseta do X-men, mas espero, mesmo assim, você entenda a analogia a seguir
Infelizmente não encontrei foto do Abílio com a camiseta do X-men, mas espero, mesmo assim, você entenda a analogia a seguir
Quando seu namorado era moleque, ele sonhava em ser um Wolverine, um Indiana Jones, um Rambo ou algum outro herói durão. Primeiro ele mostrava isso com suas lancheiras coloridas, depois com suas mochilas estampadas e por fim eram camisetas com desenhos cheios de atitude. Agora ele cresceu e embora tenha aposentado a lancheira e a mochila, ainda insiste em camisetas coloridonas cheias de estampas ou com frases ora rebeldes, ora engraçadinhas?
Você adora ele ser culturalmente um nerd, mas já não pode dizer o mesmo a respeito de suas roupas?
Não se aflija, utilize o melhor que a psicologia nerd tem a oferecer para conseguir mudar a situação: soluções racionais complexas para assuntos imaginários.
Explique para ele que existem mais chances dele se assemelhar ao Wolverine se utilizar uma camiseta branca slimfit lisa somada a um bracelete de couro, uma calça jeans sem lavagem e uma bota marrom, do que se ele estiver usando aquela camiseta com a capa da revista número um dos x-men e qualquer outra coisa junto.
Ao não utilizar o personagem de forma literal a reverência será menos óbvia e também mais fiel (fãs nerds são loucos por fidelidade às origens de toda e qualquer coisa, bata nessa tecla!).
Mas calma, não cante vitória antes da hora, nerds adoram encontrar exceções em debates imaginários complexos, ele poderá argumentar de pirraça:
“Rá! Mas eu nunca quis ser um herói e você jamais me impedirá de utilizar minha camiseta “Why are you so serious?”! Sacaniei!”
Moleque ardiloso. Cuidado, nerds que gostam mais de vilões do que de heróis têm propensão pra achar que são mais espertos que outros nerds. Argumente sem alterar o tom de voz:
“Um verdadeiro fã saberia se você gosta do coringa só de ver você com um sorriso serrado e uma camisa lisa roxa, afinal o coringa nunca foi um vilão tão óbvio assim e também não era moleque para usar camiseta.”
Dê ênfase no “moleque”, irá desestruturá-lo e provavelmente encerrará o debate.
Agora você já pode presenteá-lo com camisetas lisas ou com camisas que tenham cor, sem que ele sinta-se sem personalidade, basta que você conheça um pouco mais sobre o seu herói predileto (o que também será muito bom para baterem divertidos papos bestas).

DICA 3: futebol não é só camisa de time

Abilhão adora o SPFC, mas não precisa estar de uniforme para dizer isso
Abilhão adora o SPFC, mas não precisa estar de uniforme para dizer isso
Seu namorado adora futebol, mas não é um adorador qualquer.
Ele tem a camisa do centenário, a toalha do time e talvez até uma carteirinha de sócio torcedor vencida que ele sempre leva na carteira. Seu namorado é um fanático e isso às vezes é meio chato, principalmente quando ele insiste em ir com a camisa do time em todos os aniversários de família aos domingos.
Você não tem nada contra ele usar camisa do time às vezes, mas gostaria que ele fosse um pouco menos monotemático?
A solução está mais próxima do que você imagina, ao invés de tentar afastá-lo de sua paixão, faça o oposto e aproxime-se, você, dela.
Explico:
Hoje, praticamente todos os times têm lojas próprias e nelas é possível encontrar uma linha de itens “casuais”, estas peças normalmente são produzidas em algodão tradicional e não em tecido desportswear. São pólos com bordados menores, camisetas com estampas vintage mais discretas e afins.
Comece a presenteá-lo com elas.
Aos poucos ele irá se acostumar a ir pro almoço na casa dos seus pais com algo que represente o time dele sem que esta peça precise ser necessariamente um uniforme.
Espere passar mais um tempo – homens normalmente não gostam de mudanças bruscas no vestuário e nem em suas rotinas – e então quando ele já estiver adaptado, lhe dê uma peça que não foi comprada na loja do time, mas que tenha as cores dele em sua composição. Pode ser uma camiseta vermelha com ribana preta, uma pólo verde com gola branca ou quem sabe uma camisa branca com botões pretos.
A esta altura ele já estará adaptado e aceitará (e usará) de bom grado o presente, com isso você tem um namorado feliz que ainda se sente representado pelo que veste e ao mesmo tempo terá ao seu lado alguém que não parece estar a toda hora procurando um lançamento do ponta esquerda.
Cuidado com o amigo mala influenciador. Acontece até com o Abilhão!
Cuidado com o amigo mala influenciador. Acontece até com o Abilhão!
Ainda nesta dica, eu gostaria de fazer um pequeno adendo importante sobre um tipo perigoso, que está sempre a espreita, pronto a dar o bote quando você menos espera. Assim que você vai ao banheiro ele é o primeiro a mostrar a morena de saia curta pro seu namorado, claro que não sem antes dizer que “ali dá jogo” ou “se marcar é pênalti”.
Cuidado, minha amiga, este é o temido Amigo PVC(!), a enciclopédia líder da resenha.
Este tipinho odioso não só vive tentando levar seu homem para a noitada (mesmo que seja só de Playstation), como também é um risco à multiplicidade estética que você está tentando propor ao seu amado.
Uma maneira fácil de identificá-lo: ele sai na balada, junto com vocês, constantemente usando camisa de time estrangeiro ou de seleção, porque acha que, aí sim, é chic, e tal, e panz, estilo.
E não para por aí, provavelmente você já teve algum diálogo com ele semelhante a este:
– Ô Gabi, você sabe de quem é essa camisa?!
– Não.
– Nem imagina?
– Não.
– É de um time alemão, hein, olha lá!
– Não sei, Jorge.
– Sabia que você não ia saber.
– …
– É do Werden, comemorativa do natal 2012. Show!
– Uhn.
– Hahaha, demais.
– …
– Tá precisando saber mais, hein, rá!
Boa Jorjão. Tá apavorando, fera. Nem sei como você tá solteiro ainda.

DICA 4: desperte o espartano que há no seu namorado

Thisss. Isssss. Abilhooooooô!!!!!
Thisss. Isssss. Abilhooooooô!!!!!
Um dos problemas mais comuns do vestuário masculino é encontrar homens que não usam o tamanho adequado de roupas para seus corpos. Boa parte deles utiliza roupas maiores com a justificativa de serem mais confortáveis.
Porém, a não ser que se trate de roupas extremamente menores do que o tamanho correto, o que o homem sente é muito mais a falta de costume, do que um incômodo real.
Tudo isso começou há muitos e muitos anos atrás, quando seu namorado era criança e a mãe dele comprava roupas um pouco maiores pra garantir que as peças fossem usadas por mais tempo, ele foi acostumando com a idéia e durante a pré-adolescência via até uma certa qualidade nesta característica.
Afinal, roupa mais larga era estar “nem aí” e estar nem aí era “rebelde” e todo carinha de 13 anos queria ser um incompreendido com seu moleton largo do Looney Tunes.
Acontece que este rapaz um dia cresceu e sua mãe então parou de comprar suas roupas. Porém, ela nunca conversou com ele a respeito disso, muito menos seu pai.
Pois adivinhem o que este adulto recente começou a fazer?
Comprar a própria roupa e escolher peças maiores que o seu tamanho. Era isso que sempre usava e ninguém disse a ele pra fazer diferente. Acontece que sua fase crescimento acabou e com ela cessou também a necessidade de comprar roupas maiores para que as peças durassem mais.
A questão é: como fazê-lo utilizar roupas com a modelagem correta?
Comece pela racionalidade. Nós, homens, encaramos o vestuário de maneira mais funcional do que as mulheres, quanto mais coerência e menos paixão tiver em seu argumento, mais você será ouvida.
Não basta chegar e dizer que este ou aquele é o tamanho correto, é preciso que argumente com seu namorado que o tamanho certo fará com que ele fique automaticamente mais em forma, sem que seja preciso fazer nenhum exercício.
Juntamente com a postura, a modelagem é um dos maiores responsáveis por expor a estrutura muscular de um homem.
Mesmo que ele seja magro e ache que uma camisa maior o deixará mais forte, explique que é exatamente o contrário, o olhar enxerga a pessoa e nota inconscientemente que faltam músculos para preencher aquela peça, o tornando ainda mais magro.
Se o seu namorado for obeso, vestir roupas maiores para disfarçar o pânceps também não irá funcionar, pois a roupa mais larga somada ao sobrepeso dão a impressão de desleixo e sedentarismo, características que nunca atraíram mulher alguma.
Dica importante: se ele estiver fora de forma e tiver a temida “tetinha adolescente”, não dê em hipótese alguma peças de tecido leve, como uma camiseta de algodão fio 50 (quanto mais alto o fio, mais fino é o tecido). Algodão 30 está ótimo (e é o mais comum) e de preferência não deve nem ser o amaciado, assim você contribui o mínimo possível para que as tetinhas ocasionais dele sejam compartilhadas com alguém além de você.

DICA 5: o calcanhar de aquiles

Até o Abilhão fica mais faceiro quando o assunto é este
Até o Abilhão fica mais faceiro quando o assunto é este
Esta é a mais curta e também a mais eficaz.
Embora os homens sejam seres extremamente racionais, alguns deles têm o gene da teimosia fincado na alma e nem toda a coerência do mundo irá demovê-los da idéia de usar aquela roupa desgraçada, velha, manchada, larga ou desbeiçada.
Apenas um argumento tem força suficiente para mudar este panorama, alguns o consideram apelação, outros o chamam de “A Solução Universal”. Eu o chamo de: SEXO.
Seu namorado fará o que você quiser por um bom punhado de sexo.
Se minha namorada solicitar, eu chego hoje mesmo vestido de bombeiro na casa dela.
Chego de militar, marinheiro, cavalo, ninja. O que for. E acredite, eu não estou sozinho. Os homens sempre serão seres simples, só queremos um pouco de agressividade e amor em nossas vidas.
Bem, é isso, garotas. Como de costume, espero que tenha sido útil ou ao menos, divertido.
Aproveitando o ensejo final para duas mensagens:
1. Momento jabá honesto: quem estiver procurando seguir as dicas e quiser presentear o amado com algo legal no dia dos namorados, lembre de mim. Tenho uma marca de roupas cheia de peças legais, a Conto Figueira – com a embalagem mais bacana que você irá encontrar em muito tempo.
2. Agradecimentos especiais a Abílio Diniz. Abilhera, tamo junto parcero.

Mecenas: Dafiti

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Na Dafiti você encontra mais de 100.000 produtos para presentear e ser presenteado, fazer bonito no trabalho e mostrar uma boa presença.
A cada quinze dias, pelos próximos seis meses, Dafiti vai ser mecenas de conversas sobre estilo e moda sem frescuras. Com artigos práticos e conceituais vamos explorar a fundo esse território. Enquanto isso, aproveita pra colocar em prática o que aprendeu na loja deles.
Mecenas PdH: Você leu um texto apoiado por uma empresa. Conheça nossa política de transparência e conteúdo livre de amarras.
Bruno Passos

Estilista e dono da Conto Figueira. Ama livros, filmes, sol e bacon. Planeja virar um grande pintor assim que tiver um quintal.

A Copa das Copas

A partir desta quinta-feira, os olhos e os corações do mundo estarão voltados para o Brasil. Trinta e duas seleções, representando o melhor do futebol mundial, estarão disputando a Copa do Mundo, a competição que de quatro em quatro anos transforma a todos nós em torcedores.

É o momento da grande festa internacional do esporte.  É também o momento de celebrarmos, graças ao futebol, os valores da competição leal e da convivência pacífica entre os povos. É a oportunidade de revigoramos os valores humanistas de Pierre de Coubertin. Os valores da paz, da concórdia e da tolerância.

A “Copa das Copas”, como carinhosamente a batizamos, será também a Copa pela paz e contra o racismo, a Copa pela inclusão e contra todas as formas de preconceito, a Copa da tolerância, da diversidade, do diálogo, do entendimento e da sustentabilidade.

Organizar a Copa das Copas é motivo de orgulho para os brasileiros. Fora e dentro de campo, estaremos unidos e dedicados a oferecer um grande espetáculo. Durante um mês, os visitantes que estiverem em nosso país poderão constatar que o Brasil vive hoje uma democracia madura e pujante.

O país promoveu, nos últimos doze anos, um dos mais exitosos processos de distribuição de renda, aumento do nível de emprego e inclusão social do mundo. Reduzimos a desigualdade em níveis impressionantes, elevando, em uma década, à classe média 42 milhões de pessoas e retirando da miséria 36 milhões de brasileiros.

Somos também um país que, embora tenha passado há poucas décadas por uma ditadura, tem hoje uma democracia vibrante. Desfrutamos da mais absoluta liberdade e convivemos harmonicamente com manifestações populares e reivindicações, as quais nos ajudam a aperfeiçoar cada vez mais nossas instituições democráticas.

Em todas as 12 cidades-sedes da Copa, os visitantes poderão conviver com um povo alegre, generoso e hospitaleiro. Somos o país da música, das belezas naturais, da diversidade cultural, da harmonia étnica e religiosa, do respeito ao meio ambiente.

De fato, o futebol nasceu na Inglaterra. Nós gostamos de pensar que foi no Brasil que fez sua moradia. Foi aqui que nasceram Pelé, Garrincha, Didi e tantos craques que encantaram milhões de pessoas pelo mundo. Quando a Copa volta ao Brasil depois de 64 anos é como se o futebol estivesse de volta para a sua casa.

Somos o País do Futebol pelo glorioso histórico de cinco campeonatos e pela paixão que cada brasileiro dedica ao seu clube, aos seus ídolos e a sua seleção. O amor do nosso povo por esse esporte já se tornou uma das características de nossa identidade nacional. Para nós o futebol é uma celebração da vida.

Em nome de 201 milhões de brasileiras e brasileiros, estendo as boas-vindas aos torcedores estrangeiros e a todos os visitantes que vierem ao Brasil compartilhar conosco a “Copa das Copas”.

por Dilma Roussef

Nelson Rodrigues e a Copa

Neste ano em que o Brasil, depois de 64 anos, volta a sediar e assediar a Copa do Mundo, nada mais justo que retomar as linhas de Nelson Rodrigues, esse amante possesso, dionisíaco, do melhor futebol. Me acompanhem por favor e olhem se tenho razão. Em outra oportunidade, já escrevi que não conhecia na literatura mundial alguém que fosse tão magnífico quanto Nelson Rodrigues na crônica esportiva.
Se pensam que me enganei, curtam e amaciem na boca feito fruta rara o que Nelson Rodrigues escreveu sobre um jogo de Pelé, antes de começar a Copa do Mundo de 1958. Antes. Para não dizê-lo um profeta, devo dizer: a sensibilidade, a genial arte de um escritor descobriu e revelou um fenômeno:
“Depois do jogo América x Santos seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura que o meu confrade Laurence chama de ‘o Domingos da Guia do ataque’. Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: – 17 anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de 40, custo a crer que alguém possa ter 17 anos, jamais. Pois bem: – verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se ‘Imperador Jones’, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: – ponham-no em qualquer rancho e sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor.
O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: – a de se sentir rei, da cabeça aos pés.
Quando ele apanha a bola, e dribla um adversário é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento. E o meu personagem tem uma tal sensação de superioridade que não faz cerimônia. Já lhe perguntaram: – ‘Quem é o maior meia do mundo?’. Ele respondeu com a ênfase das certezas eternas: – ‘Eu’. Insistiram: – ‘Qual é o maior ponta do mundo?’ E Pelé: – ‘Eu’. Em outro qualquer, esse desplante faria rir ou sorrir. Mas o fabuloso craque põe no que diz uma tal carga de convicção que ninguém reage e todos passam a admitir que ele seja, realmente, o maior de todas as posições. Nas pontas, nas meias e no centro, há de ser o mesmo, isto é, o incomparável Pelé.
Vejam o que ele fez, outro dia, no já referido América x Santos. Enfiou, e quase sempre pelo esforço pessoal, quatro gols em Pompéia. Sozinho, liquidou a partida, liquidou o América, monopolizou o placar.
Ao meu lado, um americano doente estrebuchava: – ‘Vá jogarbem assim no diabo que o carregue!’
De certa feita, foi, até, desmoralizante. Ainda no primeiro tempo, ele recebe o couro no meio do campo. Outro qualquer teria despachado. Pelé, não. Olha para frente e o caminho até o gol está entupido de adversários. Mas o homem resolve fazer tudo sozinho. Dribla o primeiro e o segundo. Vem-lhe, ao encalço, ferozmente, o terceiro, que Pelé corta, sensacionalmente. Numa palavra: – sem passar a ninguém e sem ajuda de ninguém ele promoveu a destruição minuciosa e sádica da defesa rubra. Até que chegou um momento em que não havia mais ninguém para brilhar. Não existia uma defesa. Ou por outra: – a defesa estava indefesa. E, então, livre na área inimiga, Pelé achou que era demais driblar Pompéia e encaçapou de maneira genial e inapelável.
Ora, para fazer um gol assim não basta apenas o simples e puro futebol. É preciso algo mais, ou seja, essa plenitude de confiança, de certeza, de otimismo que faz de Pelé o craque imbatível.
Quero crer que a sua maior virtude seja, justamente, a imodéstia absoluta. Põe-se por cima de tudo e de todos. E acaba intimidando a própria bola, que vem aos seus pés numa lambida docilidade de cadelinha.
Hoje, até uma cambaxirra sabe que Pelé é imprescindível na formação de qualquer escrete.
Na Suécia, ele não tremerá de ninguém. Há de olhar os húngaros, os ingleses, os russos de alto a baixo. Não se inferiorizará diante de ninguém. E é dessa atitude viril e, mesmo, insolente de que precisamos. Sim, amigos: – aposto minha cabeça como Pelé vai achar todos os nossos adversários uns pernas-de-pau.
Por que perdemos, na Suíça, para a Hungria? Examinem a fotografia de um e outro times entrando em campo. Enquanto os húngaros erguem o rosto, olham duro, empinam o peito, nós baixamos a cabeça e quase babamos de humildade. Esse flagrante, por si só, antecipa e elucida a derrota. Com Pelé no time, e outros como ele, ninguém irá para a Suécia com a alma dos vira-latas. Os outros é que tremerão diante de nós”.