Chatge do Bessinha


Dia da Pátria

Libra, é só da Petrobras, por cessão onerosa

Em plena Copa, uma notícia passa sem o impacto que deveria ter na mídia.

Talvez porque seja uma das melhores notícias que se pudesse dar.

Como este blog havia informado em novembro do ano passado, o Governo entregou à Petrobrás, como estava autorizado pelas leis que aprovaram o regime de partilha, aprovadas no final do Governo Lula, quatro das seis áreas de cessão onerosa utilizadas como garantia no processo de capitalização da empresa.

Concentradas no campo de Franco, agora chamado de Búzios, tem entre 10 e 14 bilhões de barris de petróleo recuperáveis, quase o mesmo que as reservas provadas do nosso país.  Algo como 25% mais do que Libra, o maior campo de petróleo descoberto no mundo neste milênio.

Além de Búzios, foram entregues as áreas do entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi, que provavelmente serão  unitizados (reunidos, em linguagem do setor) em uma só área de exploração.

Fora as receitas de impostos, só de lucro líquido para o país – que fica com três quartos do lucro, cabendo um quarto à Petrobras – o campo renderá à educação é a saúde brasileiras algo como 700 bilhões de reais, a preços de hoje.

É uma área capaz de, ao longo de 30 anos de produção, permitir uma extração média de 1,3 milhão de barris diários, ou metade do que tudo o que é produzido hoje no país.

E, curiosamente, a reação do mercado, na negociação das ações da Petrobras, derrubou o valor dos papéis da empresa.

É que isso irá, nos próximos anos, fazer a Petrobras ter de investir – e quase tudo dentro do Brasil – cerca de R$ 500 bilhões.

Ou, para os que gostam de comparações, 20 vezes tudo o que se chama de "gastos" com a Copa. Ou 120 vezes o valor dos empréstimos do BNDES para a construção de estádios.

São pelo menos 20 navios-plataforma, dezenas de sondas, centenas de barcos de apoio e instalações em terra.

Uma imensa máquina de distribuir receita, impostos, indústrias e serviços da cadeia de suprimento necessária.

Aos que estranharam a posição deste blog quando se tratou de leiloar o campo de Libra, à procura de parceiros capazes de injetar capital na exploração do campo de Libra, aí está a resposta do porque.

Era preciso "guardar" a capacidade da Petrobras de explorar estes campos ainda maiores.

E fazê-lo de forma a proteger o patrimônio nacional das tentativas, que não terminam, de entregar essa riqueza ao capital estrangeiro.

No final de 2016, início de 2017, Búzios produzirá seu primeiro óleo comercial e, nos dois anos seguintes, sua produção vai começar a pagar parte deste volume de investimentos.

Em um período de sete ou oito anos depois disso, a extração alcançará o limite de 5 bilhões de barris contratados, em condições mais favoráveis à Petrobras, pois passam a vigir as regras mais pesadas acertadas hoje com o Governo.

Até lá, este dinheiro vai remunerar o crescimento da participação governamental no aumento de capital da empresa, o que tornou possível recuperar parte do pedaço da Petrobras entregue por Fernando Henrique Cardoso, ao vender suas ações na bolsa de Nova York.

Hoje, este assunto se resumirá em pequenas e ácidas matérias nas páginas de economia dos jornais.

Em 20 anos, talvez, meus netos aprendam nos livros de escola sobre esta segunda independência – a econômica – do Brasil.

Fabio Hernandez

O grande amor só é Grande amor se terminar em maldição eterna

“Alô?”
- “Oi. Sou eu.”
Só pessoas que têm ou recentemente tiveram uma relação especial com a gente podem se apresentar dessa forma. Sem dizer o nome. Demora um bom tempo até que a gente esqueça o som de determinadas vozes. Por isso, declinar o nome, pelo menos por um período, é perda de tempo.
- “Oi, Nadja. Tudo bem?”
Era ela. Nadja, meu grande amor perdido. Eu sempre quis falar coisas inteligentes para Nadja, bem diferentes de um reles “tudo bem?”. Sempre quis impressioná-la com falas cinematográficas. Hoje vejo como isso foi ruim para o nosso romance. Eu deveria ter acreditado que ela pudesse gostar de mim como eu sou mesmo, com minhas frases banais e gramaticalmente manquitolas. Uma relação em que você se sinta na obrigação de parecer melhor do que é não pode ter um futuro muito brilhante.
- “Fabio, eu queria escrever um texto sobre a minha verdade. A minha versão sobre o fim do nosso romance. Você apresentou, na VIP, a sua verdade. Não acho muito justo. Aliás, não acho nada justo.” (Ela frisou o “nada” esticando deliciosamente a primeira sílaba. É uma das pequenas coisas que mais me trazem saudade. Me ocorre o seguinte pensamento: a saudade das pequenas coisas dói ainda mais que a saudade das grandes coisas.)
- “O que você está querendo é inusual, Nadja. Prometo que vou falar com meu chefe, mas posso adiantar que…”
- “Não me adiante nada, Fabio. Apenas pondere a ele que a revista não pode nunca apresentar um único lado de uma questão. Nem que essa questão diga respeito à vida amorosa de um de seus colunistas.”
- “Odeio você!”
Nadja jamais tivera muita paciência com embromações. Daí o corte abrupto de minha frase. Num momento isso me encantou. Depois confesso que senti falta, em Nadja, de uma dose um pouco maior de paciência. Pelo menos comigo. É curioso, nas relações, como muitas coisas que vemos no começo como virtudes no outro ou na outra se transformam depois, aos nossos olhos, em defeitos. O tempo é cruel como um velho cossaco russo, como dizia meu Tio Fabio, um homem sábio do interior. (Sempre acreditei a tal ponto em Tio Fabio que jamais verifiquei se os velhos cossacos russos eram mesmo cruéis.)
- “Eu quero expor o meu lado. Fabio, você sempre foi imaturo. Extremamente imaturo. Você gosta do amor impossível. Você gosta da fantasia, não da realidade. Você não deu certo comigo por mais que eu amasse você. Você não deu certo com a Constância por mais que ela amasse você. Será que você percebe que não dá certo com ninguém? Quando será que você vai crescer, Fabio? É isso que eu quero escrever no artigo para a VIP. Você é um embuste, Fabio. Alô, você está aí?
Ela queria uma prova de que seu golpes verbais estavam doendo. E eu dei, talvez por uma espécie de gentileza póstuma.
- “Sim. Pode ir em frente, Nadja.” (Recentemente li numa revista americana que a melhor coisa que você pode fazer quando se vê numa conversa destruidora com sua namorada é encerrar essa conversa enquanto os danos não são tão grandes assim. Infelizmente, em relação a Nadja, só li depois de um número considerável de conversas pesadas.)
- “Você me atirou para fora de sua vida com esse comportamento infantil, Fabio. E me atirou para os braços de outro homem. Bem melhor, aliás, que você, Fabio. Principalmente naquilo.”
Naquilo? Um dos maiores tremores de um homem é que seu sucessor seja melhor que ele naquilo. O ideal seria que nossos sucessores fizessem tudo – cantar, escrever poesias, ganhar dinheiro, eventualmente até dar uns beijos -, menos aquilo.
- “Vou falar com meu chefe, Nadja.”
- “Fabio. Eu… eu…”
Passou pela minha cabeça a possibilidade de que ela completasse a frase assim: “… amo você”.
- “… eu odeio você. Quero que você se ferre.”
Nadja me odeia e eu aceito que seja assim. O grande amor só é grande amor se terminar em maldição eterna, dizia meu Tio Fabio.
O cubano Fabio Hernandez é, em sua autodefinição, um "escritor barato".

Twitter tenta integração com WatsApp

O Twitter começou a testar uma integração com o WhatsApp, permitindo que os usuários compartilhem links da rede de microblogs com contatos do serviço de mensagens.

A novidade foi vista na Índia, de onde algumas pessoas tuitaram capturas de tela após toparem com ela em aplicativos para Android.

Nas imagens é possível ver que, em alguns casos, o botão WhatsApp aparece no topo da tela, ao lado do ícone de buscas. Em outros, ele fica abaixo, encostado no botão de compartilhamento.

Não há informações que indiquem se essa integração será lançada, mas o The Next Web
chama atenção para o fato de os testes estarem acontecendo na Índia, o país onde o WhatsApp mais cresce.

Papo de homem

Sou rejeitado porque sou feio demais

“Tenho sérios problemas com minha aparência. Ok, eu entendo que essa não é uma questão pouco usual e que existem centenas de artigos por aí enaltecendo o ‘amor próprio’ como solução. No entanto, meu caso é um pouquinho mais profundo. Não sou feio por descuido. Eu sou um feio três graus acima da Rossy de Palma, não dá pra escapar.
Até o começo do ensino médio minha preocupação girava em torno dos estudos, apenas. Minha família me via como o inteligente, meus poucos conhecidos (não tive amigos até o começo da faculdade) me viam como uma pessoa estudiosa.
Quando comecei o ensino médio, dei de cara com uma série de situações que simplesmente não faziam parte da minha visão de futuro antes. Ser jogado de grupo em grupo pra fazer os trabalhos porque não me queriam neles, ver grupos de amigos saindo no final de semana e nunca ser convidado, ser isolado das conversas no intervalo… No começo pensei que fosse pela minha timidez. A superei e fiz minhas primeiras ‘amizades’. No entanto, eu continuava me sentindo isolado. Passei a ser simpático, a tratar os outros da melhor maneira possível. Não adiantou. E eu sentia uma vontade latente de viver, de sair dos livros por um momento, de aproveitar minha juventude.
No meio do primeiro ano me apaixonei por um garoto que sentava perto de mim. Primeira paixonite, fiquei besta. Eu sabia que ele era bissexual e isso me deu esperanças. Realmente dei a entender que gostava dele. Me sentia numa daquelas séries sobre adolescentes, curtindo o ‘high school’. Mas aí veio o baque. Numa das feiras de exposição de trabalhos mensais do colégio, vendo o tanto de casais que iam se formando no decorrer do dia, parti pra ação. O chamei num canto e contei tudo. Depois de cinco minutos em silêncio ele respondeu: ‘mas você é tão feio…’. Fiquei sem reação, pedi desculpas e fui embora.
Na semana seguinte perguntei pra uma colega se eu era realmente feio. Ela enrolou dizendo que ‘o que importa é o interior’ e tudo mais. Pedi para ser sincera. ‘Sim, você é feio. E não é pouco’. Tudo começou a se encaixar. Eles tinham vergonha de sair comigo e uma dose de repulsa por conta da minha aparência. No decorrer do ano foram deixando isso claro.
Me isolei por completo, numa tristeza profunda, até o final do ano. Foi horrível.

Ano novo, professores novos, alunos novos. Decidi dar a volta por cima e sair da fossa. Se antes eu era simpático, agora seria tão amável que qualquer um esqueceria da minha feiura. A situação piorou. Agora eu ouvia comentários maldosos quando passava pelo corredor. Apelidos que só entendi agora.
Comecei a gostar de outro garoto, de outra sala, e dessa vez fui mais discreto. Fiz amizade, o ajudei com os trabalhos, conquistei sua confiança. Depois de alguns meses éramos muito íntimos. Quanto senti segurança contei o que sentia. A resposta: ‘Eu até ficaria com você… mas não dá’. Perguntei o motivo. Ele desviou do assunto. Fui insistente. ‘Você não é atraente, sabe?’. Bang. Até hoje não entendo o que motivou as pessoas a serem tão sinceras comigo.
Entrei em depressão. As notas despencaram, a neura da minha mãe em me controlar se tornou mais intensa por conta disso, os professores só reclamavam. Me afastei dos poucos conhecidos que tinha. Eu lia vários casos de pessoas que se sentiam feias e não me sentia representado, por algum motivo. A sociedade me isolava por ser gay, e os gays me isolavam por ser feio.
Terminei o ensino médio raspando, com as notas riscando o vermelho. Consegui vaga numa faculdade particular para o segundo semestre.
Durante metade de um ano refleti muito. Não queria passar por tudo aquilo de novo na faculdade, queria tomar uma atitude. Sempre fui vaidoso, mas dessa vez comecei a extrapolar. Roupas novas, atividade física, alimentação saudável, todo tipo de tratamento pra acne, mudança de atitude. Me senti pronto.
Não adiantou. Foi desastroso. As piadas sobre minha aparência surgiram logo no primeiro mês. Pra conseguir os primeiros amigos foi um sufoco. Dar em cima de alguém? Nem pensar. Foquei nos estudos como forma de distração.
No meio do segundo ano recebi um comunicado, por um professor, de que uma empresa estava interessada em me contratar por conta do meu desempenho exemplar na universidade. Marcaram a entrevista, engoli o medo e fui de queixo erguido. Era o momento de esquecer tudo o que me deixou pra baixo.
Sala de espera: eu e outro garoto da minha universidade (lindo). Tremi. A autoestima evaporou. Nunca me senti tão inseguro. Eu sabia que tinha mais chances de ser contratado, tanto pelas recomendações dos professores quanto pelo meu esforço. Me chamaram. Logo na entrada senti a surpresa nos olhos do entrevistador. Fingi não perceber. No mais, foi tudo como eu planejei. Respondi tudo da melhor maneira possível. Me forcei a acreditar em mim por meia hora. A última pergunta me deixou constrangido: ‘você acredita que sua aparência poderia influenciar sua vida profissional?’. ‘Sim, a apresentação pessoal é fundamental para o desenvolvimento de boas relações com os clientes’. Ele deu um risinho de meia boca, me agradeceu e eu saí. A pergunta dele era sobre outra coisa. Não consegui a vaga.
Agora, estou aqui. Tenho faltado muito na faculdade, me isolando de novo. Pensei em me matar três vezes. Não o fiz por medo do que aconteceria com minha mãe.
Quero um conselho, qualquer coisa. As respostas que vejo para meu problema são pré-fabricadas. Por favor.
Z.”
Caro Z.

Churrascaria proíbe entrada de Luis Suárez

Fotos, Imagens, Luis Suárez, piada, Vampiro, Uruguaio, Facebook, WhatsApp, morde, italiano, Chiellini, troll, internet, pitbull
Porcão - Ciente de que jogadores de futebol costumam comemorar vitórias em suas dependências, a churrascaria Porcão convocou a imprensa para anunciar que impedirá a entrada do atacante uruguaio Luis Suárez. 

"Nenhum rodízio tem estrutura para aguentar aquela dentada", lamentou o especialista Renato Gaúcho.

Ao saber da notícia, Suárez cravou os caninos em um assessor de imprensa. 

"Todos sabem que no Uruguai a mordida é legalizada", disse, sem mexer a boca.

No final da tarde, Mike Tyson foi convidado pela ESPN para comentar o próximo jogo do Uruguai.

The i-piauí Herald

Coluna do Neno

As mandonas do pedaço
Já completou um mês a paralisação dos trabalhadores no trecho cearense das obras de transposição do Rio São Francisco, todos buscando melhores condições de trabalho e de vida. Entanto, as empreiteiras, que ganham fortunas, se omitem. Resta saber se o governo federal, que estabeleceu prazo para a conclusão, vai ficar omisso também. Seria o caso de intermediar uma negociação que atenda aos reclamos dos empregados, pelo menos em boa parte deles, evitando comprometer o bom andamento das obras.
Segundo tempo
Em geral, o pagamento de obras públicas obedece (ou deveria obedecer) ao andamento da obra. No caso de paralisação com omissão dos empregadores, o caso seria de suspender os repasses até que os trabalhos sejam retomados.
Dúvida atroz
O político maranhense José Sarney anunciou desistência de disputar a reeleição para o Senado pelo Amapá e afirma decisão de se afastar da vida pública. Sarney foi sincero ou falou isso apenas para nos agradar?
Está explicado
Três prisioneiros escaparam de suas celas e iniciaram uma rebelião. Recapturados, o diretor do presídio quis saber qual o motivo da revolta. - Nós nos revoltamos porque a comida aqui é horrível - disse um deles. - Compreendo - falou o diretor. - E podem me dizer o que usaram para arrebentar as barras? - As torradas.
Leitorado
Com respeito ao "Leitorado" de ontem: Joaquim Barbosa não foi desrespeitado e sim questionado, coisa que sua intransigência não admite. Quanto ao advogado, que eu saiba, a suposta embriaguez não foi comprovada. (Roberto Rivelino, por i1/2)
Besteira muita
1 - "Mulher bonita comigo não paga pedágio." 2 - "Sou um soldado do partido." 3 - "Não, não, mil vezes não!" 4 - "Prego batido, ponta virada." 5 - "Falou de mal, prepara o pau." 6 - "Quem for podre que se quebre." 7 - "Passou em brancas nuvens."
"Troco gols por vitórias! O importante é a Seleção vencer e dar alegrias aos brasileiros"
Neymar
Craque incontestável

Sobremesa
Indiferente à liturgia do cargo, o prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio está "estrelando" comercial de uma construtora na TV. Acredita-se que outros convites surgirão.
O atacante Fred tentou guardar a bola do gol que marcou para dar aos pais e a Fifa não permitiu. Espero que, terminada a Copa, eu nunca mais tenha o desprazer de ver essa turma da Fifa por aqui.
Esta quem conta é a paulistana Cíntya dos Santos, 13 anos. O paciente vai ao médico e diz: - Doutor, eu quebrei o braço em vários lugares. Estou com muita dor. O que devo fazer?
- Olha, se eu fosse você, não voltaria mais a esses lugares.
Neno Cavalcante - Diário do Nordeste