Definição do beijo

1 - Em física: Contração da boca devido à expansão do coração.
2 - Contabilidade: É um crédito, porque é lucrativo quando se recebe de volta.
3 - Em economia: Um artigo para o qual a procura é maior que a oferta.
4 - Em odontologia: É contagioso e antisséptico. (Autor desconhecido)
pinçado da coluna É de Neno Cavalcante no Diário do Nordeste

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Paul Krugman - o dogma da incompetência

Tivesse o economista trocado o assunto do artigo abaixo (Lei de saúde a preço acessível - por organização da Copa) daria no mesmo. Por que de fato a essência do texto diz respeito ao título. Onde tiver reforma da saúde, leia "organização da Copa", o resultado será o mesmo. Confiram:


Você tem acompanhado as notícias sobre o Obamacare? A Lei de Atendimento de Saúde a Preço Acessível (a reforma da saúde de Obama) saiu da primeira página, mas as informações sobre como está se saindo continuam chegando – e quase todas as notícias são boas. De fato, a reforma da saúde prossegue bem desde março, quando ficou claro que as inscrições superariam as expectativas apesar dos problemas no site federal.

O que é interessante a respeito dessa história de sucesso é que tem sido acompanhada a cada passo por gritos de desastre iminente. A esta altura, no meu entender, os inimigos da reforma da saúde estão tomando de 6 a 0. Isto é, eles fizeram pelo menos seis previsões distintas sobre como a Obamacare fracassaria – e todas elas erraram.

"Errar é humano", escreveu Sêneca. "Persistir é diabólico." Todo mundo faz previsões incorretas. Mas estar tão errado de modo tão consistente exige um esforço especial. Logo, do que se trata isso?

Muitos leitores não ficarão surpresos com a resposta. Trata-se de política e ideologia, não de análise. Mas apesar dessa observação não ser particularmente surpreendente, vale a pena apontar o quanto a ideologia pisou nas evidências no debate da política de saúde.

E não estou falando apenas de políticos; eu estou falando dos especialistas. É impressionante o quanto os supostos peritos em saúde fizeram alegações sem base a respeito da Obamacare. Por exemplo, lembra do "choque de preços"? No final do ano passado, quando recebemos as primeiras informações sobre os prêmios dos planos de saúde, os analistas conservadores de saúde se apressaram em alegar que os consumidores sofreriam um aumento enorme de gastos. Estava óbvio, mesmo àquela altura, que as alegações eram enganadoras; nós agora sabemos que a grande maioria dos americanos que compraram planos pelas novas bolsas está obtendo cobertura a preço mais baixo.

Ou lembre das alegações de que as pessoas jovens não se inscreveriam, de modo que a Obamacare sofreria uma "espiral de morte" de alta dos custos e encolhimento das inscrições? Não está acontecendo: uma nova pesquisa Gallup aponta que mais pessoas obtiveram seguro-saúde por meio do programa e que o mix etário dos novos segurados é muito bom.

O que era especialmente estranho a respeito das previsões incessantes de desastre da reforma da saúde é que já sabíamos, ou deveríamos saber, que um programa na linha da Lei de Atendimento de Saúde a Preço Acessível provavelmente funcionaria. A Obamacare foi modelada mais ou menos de acordo com a Romneycare, que funciona no Estado de Massachusetts desde 2006, e tem forte semelhante com sistemas bem-sucedidos no exterior, como na Suíça, por exemplo. Por que o sistema seria inviável nos Estados Unidos?

Mas uma convicção firme de que o governo não é capaz de fazer nada útil – uma crença dogmática na incompetência do setor público – agora é uma parte central do conservadorismo americano, e o dogma da incompetência evidentemente impossibilitou uma análise racional das políticas.

Nem sempre foi assim. Se você voltar duas décadas, até a última grande batalha em torno da reforma da saúde, os conservadores pareciam relativamente cientes das perspectivas da política, apesar de profundamente cínicos. Por exemplo, o famoso memorando de William Kristol de 1993, pedindo aos republicanos para matarem a reforma da saúde de Clinton, alertava explicitamente que a Clintoncare, se implantada, poderia ser vista como bem-sucedida, o que, por sua vez, desferiria "um duro golpe contra as alegações republicanas de defesa da classe média ao restringir o governo". Logo, era crucial assegurar que a reforma nunca acontecesse. De fato, Kristol dizia para algumas pessoas que as histórias sobre a incompetência do governo são coisas vendidas aos eleitores para fazê-los apoiar cortes de impostos e desregulamentação, não algo em que você necessariamente acredita.

Mas isso foi antes dos conservadores recuarem plenamente para seu próprio universo intelectual. A "Fox News" ainda não existia. Os analistas de políticas dos centros de estudos de direita costumavam iniciar suas carreiras em empregos relativamente não políticos. Ainda era possível entreter a noção de que a realidade não era o que você desejava que fosse.

Agora é diferente. É difícil pensar em alguém na direita americana que já tenha considerado a possibilidade de que a Obamacare pudesse funcionar ou que esteja disposto a admitir essa possibilidade em público. Em vez disso, até mesmo os supostos especialistas continuam vendendo histórias improváveis de desastre iminente, mesmo após suas chances de deter a reforma da saúde terem acabado, e eles vendem essas histórias não apenas para os caipiras, mas também uns para os outros.

E vamos ser claros: apesar de ter sido divertido ver a direita se agarrar às suas ilusões a respeito da reforma da saúde, também é assustador. Afinal, essas pessoas mantêm uma capacidade considerável de promover estragos políticos e, algum dia, podem retomar a Casa Branca. E você realmente não quer ali pessoas que rejeitam os fatos de que não gostam. Quero dizer, elas poderiam fazer coisas impensáveis, como começar uma guerra sem motivo. Oh, espere...

O pig como ele é

Os jornalecos O Globo, Folha, Restadão e demais veículos de comunicação capitaneados pela (in)Veja, passaram os últimos dois anos malhando o governo federal por usar dinheiro público nas "obras da Copa". Pois bem, sabe qual é a crítica agora?...

Estão criticando os altos juros que os bancos públicos cobraram pelos financiamentos destas obras. São um bando de sem-vergonhas mesmo esses penas de aluguel e seus chefões. Mas, o que me diverte é ver um punhado de jênios concordarem, curtirem e compartilharem estas babaquices de mafiosos.
Corja!

Charge do dia

No Império Oriental do Fah-Bulah

[...] A exemplo do Brasil, Fah-Bulah decidiu começar tudo de novo. A soberana Hou-Sefi 2ª, da dinastia Peh-Teh, herdeira política de Luh-Lah 1º, 'O Grande', disputa o amor do povo com os jovens Hae-Cioh e Duh-Duh-Kã-Pos.

O povo de Fah-Bulah, de tradição pacífica, deu para protestar nas ruas. O que levou Hou-Sefi 2ª a concluir que o império padece de excesso de felicidade. Farto de tanto progresso econômico e social, o povo exige mais prosperidade. Daí o anúncio de que a soberana deseja uma nova Fah-Bulah —com povo mais otimista e com comerciantes dispostos a lucrar menos, pelo bem do império.
Hae-Cioh e Duh-Duh-Kã-Pos alegam que uma nova Fah-Bulah só será possível se a dinastia Peh-Teh for arrancada do poder. Espécie de imperador emérito, Luh-Lah 1º, 'O Grande', defende com tenacidade o seu legado.
Ele afirma que, sob a aparência jovial de Hae-Cioh, esconde-se um abominável homem das Neves, que ameaça mastigar os benefícios sociais e engolir os empregos criados na Era Peh-Teh. Quanto a Duh-Duh-Kã-Pos, Luh-Lah 1º insinua que ele cospe no prato em que comia até ontem.
Um dos principais obstáculos para o surgimento de uma nova Fah-Bulah é a proliferação de ratos. Eles estão em toda parte, sobretudo nas proximidades dos cofres. Para cada homem, existem pelo menos dez ratos no império.
São ratos diferentes. Em vez de roer, sugam. Em maioria, os ratos lutam por uma Fah-Bulah mais, digamos, ratocêntrica. Não querem mais ser chamados de ratos, mas de “aliados''. O povo vai ratificar?, eis a grande dúvida que o repórter tentará elucidar durante o recesso. A experiência do Império oriental de Fah-Bulah pode ser muito útil para compreender o que sucede no Brasil.

by Josias de Souza
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Mensagem da hora

João era um importante empresário. Morava em um apartamento de cobertura, na zona nobre da cidade. Ao sair pela manhã, deu um longo beijo em sua amada, fez sua oração matinal de agradecimento a Deus pela sua vida, seu trabalho e suas realizações.

Tomou café com a esposa e os filhos e os deixou no colégio. Dirigiu-se a uma das suas empresas. Cumprimentou todos os funcionários com um sorriso. Ele tinha inúmeros contratos para assinar, decisões a tomar, reuniões com vários departamentos, contatos com fornecedores e clientes.

Por isso, a primeira coisa que falou para sua secretária, foi: "calma, vamos fazer uma coisa de cada vez, sem stress."
Ao chegar a hora do almoço, foi curtir a família. À tarde, soube que o faturamento do mês superara os objetivos e mandou anunciar a todos os funcionários uma gratificação salarial, no mês seguinte.

Conseguiu resolver tudo, apesar da agenda cheia. Graças a sua calma, seu otimismo.
Como era sexta-feira, João foi ao supermercado, voltou para casa, saiu com a família para jantar.
Depois, foi dar uma palestra para estudantes, sobre motivação.

Enquanto isso, Mário em um bairro pobre de outra capital, como fazia todas as sextas-feiras, foi ao bar jogar e beber.
Estava desempregado e naquele dia recusara uma vaga como auxiliar de mecânico, por não gostar do tipo de trabalho.

Mário não tinha filhos, nem esposa. A terceira companheira partira, cansada de ser espancada e viver com um inútil.
Ele morava de favor, num quarto muito sujo, em um porão. Naquele dia, bebeu, criou confusão, foi expulso do bar e o mecânico que lhe havia oferecido a vaga em sua oficina, o encontrou estirado na calçada.

Levou-o para casa e depois de passado o efeito da bebedeira, lhe perguntou por que ele era assim: "sou um desgraçado", falou. "meu pai era assim.
Bebia, batia em minha mãe. Eu tinha um irmão gêmeo que, como eu, saiu de casa depois que nossa mãe morreu, Ele se chamava João. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma."

Na outra capital, João terminou a palestra e foi entrevistado por um dos alunos: "por favor, diga-nos, o que fez com que o senhor se tornasse um grande empresário e um grande ser humano?"

Emocionado, João respondeu: "devo tudo à minha família. Meu pai foi um péssimo exemplo.

Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego algum.

Quando minha mãe morreu, saí de casa, decidido que não seria aquela vida que queria para mim e minha futura família. Tinha um irmão gêmeo, Mário, que também saiu de casa no mesmo dia. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma."

O que aconteceu com você até agora, não é o que vai definir o seu futuro, e sim a maneira como você vai reagir a tudo que lhe aconteceu.
Não lamente o seu passado. Construa você mesmo o seu presente e o seu futuro. Aprenda com seus erros e com os erros dos outros.

O que aconteceu é o que menos importa. Já passou.
O que realmente importa é o que você vai fazer com o que vai acontecer.
E esta é uma decisão somente sua. Você decide o seu dia de amanhã. De tristeza ou de felicidade. De coisas positivas ou de amargura, sem esperança.



Fragilidades no sistema básico de ensino ampliam o analfabetismo

na Alemanha

Alemanha enfrenta a praga invisível do analfabetismo

Por Graça Magalhães, em O Globo  

A Alemanha é o país dos grandes filósofos, escritores e... analfabetos. Uma pesquisa divulgada na semana passada revela que 7,5 milhões de alemães não sabem ler e escrever. Segundo Urda Thiessen, professora de alfabetização para adultos entre 18 e 64 anos de idade, o sistema alemão favorece os melhores e oferece poucas chances aos mais fracos. Quem termina o primeiro ano escolar sem saber ler ou escrever corre o risco de ficar analfabeto para sempre.

— No sistema de educação regular, não há nenhuma chance de recuperação desse déficit no início do período escolar, provocado muitas vezes por doenças ou crises familiares, como a separação dos pais — diz Thiessen.

Problema passa despercebido

Frequentemente, os analfabetos têm um QI normal ou até mais alto do que a média da população. Quer dizer, eles não deixaram de aprender a ler por falta de inteligência, mas sim por problemas que não foram observados pelo professor.

— Na Alemanha, há escola gratuita para todos, mas os professores da escola primária, em classes com 30 ou mais alunos, não têm tempo para se ocupar com alunos problemáticos — explica.

São casos como o de Thomas S., de 21 anos. No primeiro ano escolar, ele faltou muito à escola por motivo de doença. Como os pais não tinham dinheiro para pagar aula particular de apoio, Thomas terminou analfabeto.

— A vida é um estresse constante de fazer de conta que se sabe ler — confessa Thomas.

Depois de completar 20 anos, ele resolveu contornar seu problema. Matriculou-se em um curso de alfabetização para adultos em NeuKölln, no Sul de Berlim, e com o método especial, que consiste em ensinar os alunos a ler e a escrever com base na vida cotidiana, aprendeu rapidamente o que não tinha conseguido nos quatro anos de escola primária.

Thomas acha tão divertida a sensação de superar uma dificuldade que dedica seu tempo livre a projetos da associação, como a "oficina escrever", que tem um jornal escrito por ex-analfabetos.

— Os analfabetos são muitas vezes altamente criativos — registra Urda, confirmando a teoria de que problemas escolares não estão relacionados ao grau de inteligência.

Segundo Tim Thilo Fellner, ex-analfabeto e hoje escritor de livros infantis, o problema surge em algum momento do período inicial escolar e fica cada vez "mais crônico" com a completa perda da autoconfiança. Quando ele tinha 29 anos, tentava ganhar a vida como motorista, mas tinha problema até para ler os nomes das ruas. Aos 30, matriculou-se num curso de alfabetização, e o resultado foi uma revolução individual. Para ele, o problema do analfabetismo é ainda mais grave do que os dados apontados no último estudo, feito por associações dedicadas à alfabetização para adultos e pela Universidade de Hamburgo.

— Na verdade, uma em cada sete crianças deixa a escola sem aprender a ler e escrever — registra.

Os analfabetos deixam a escola sem conclusão e começam a trabalhar numa profissão em que sua deficiência é pouco notada, como ajudante de cozinha ou na construção civil.

— É uma tortura viver como analfabeto na Alemanha. Precisamos de muito esforço para ocultar o problema e não sermos alvo de discriminação — revela Peggy Gaedecke, outra ex-aluna de Urda Thiessen.

Peggy começou a vida profissional trabalhando em restaurantes. Ficava exausta com o esforço para que ninguém percebesse seu problema: ela decorava o cardápio, mas acabava entrando em apuros quando havia mudanças.

— O analfabeto vive de mentiras — conta ela.

Segundo o estudo da Universidade de Hamburgo, apenas 50% dos analfabetos vivem no desemprego. Como a demanda por mão de obra de baixa qualificação é grande na Alemanha, eles não têm grandes dificuldades em conseguir um emprego, ao contrário de acadêmicos que se formam em disciplinas de pouco uso prático, como Filosofia, Latim ou Grego antigo, cursos oferecidos em quase todas as universidades alemãs.

Já o Instituto do Trabalho e Qualificação revelou que, na disputa por emprego, 8,6% das pessoas com título acadêmico — muitos até com doutorado — terminam aceitando ofertas que exigem baixo nível de educação formal, competindo com os analfabetos.

Até o próximo ano, todos os estados alemães promovem uma estratégia nacional para erradicar o analfabetismo. Mas Urda Thiessen não acredita que o tempo previsto pelo programa seja suficiente.

— Apenas começamos a atacar o problema de frente — diz, embora a associação onde trabalha exista há mais de 20 anos.

O estudo da Universidade de Hamburgo revela, ainda, que muitas pessoas hoje analfabetas um dia chegaram a aprender a ler e a escrever na escola. A falta de leitura seria a causa de elas terem voltado ao analfabetismo.