Luis Nassif - o pós-Copa e a aposta na eleição

Conversei longamente com um experiente analista político, que vê a campanha a partir da ótica de Lula e Dilma. Dê-se o devido desconto ao fato de ter lado. Mas sua análise é relevante para permitir saber como o lado  da presidente analisa o atual momento político. 

A Copa revelou, em sua plenitude, os problemas de comunicação do governo, diz ele.
 
Foram dois anos e meio de inação, achando que a verdade iria prevalecer por si. Nesse período, todas as mazelas públicas passaram a ser atribuídas ao governo central pela mídia, mesmo em temas de competência de governos estaduais e municipais.
 
O resultado foi que o governo Dilma aceitou a agenda do adversário, permitiu que crescesse a imagem dos "malfeitos" em vez de impor sua agenda, de aprofundamento da inclusão social, de fortalecimento do mercado interno.
  
De qualquer modo, em sua opinião esse período pior passou.
 
Na Copa houve o embate final entre a campanha #imaginanaCopa e a #CopadasCopas. No final, a Copa das Copas venceu em todas as linhas.
 
Significa que Dilma entrará na campanha com um processo de recuperação que ainda irá ecoar por alguns dias. Provavelmente, deve bater nos índices de 42 a 43%, enquanto Aécio Neves permanecerá estacionado em 19/20% e Eduardo Campos em 9/10%.
 
Para esse analista, as pesquisas que indicam de 6 a 7% para os nanicos são mera conta de chegada para viabilizar a aposta no segundo turno. Na última eleição, Zé Maria teve 0,025% dos votos. Como achar que, hoje em dia, ele contaria com 2% dos votos, como indicaram algumas pesquisas?
 
Em sua opinião, juntando todos, não devem passar de 3 a 4%.
 
Não significa que não haverá segundo turno. É possível que o eleitor queira dar um calor na candidata, como fez com Lula em 2006. Mas o sinal maior é o de quase estagnação de Aécio e Campos, mesmo com seis meses de campanha intensa dos grupos de mídia.
  
Já os grupos de mídia continuarão atuando politicamente, observa ele. Eles precisam vender o fim do mundo todo dia. Por isso, já começam a esquecer a Copa e a falar de economia novamente.
 
Trata-se da própria luta de sobrevivência dos grupos na nova disputa que se dá na Internet. Mas estarão mais fritos ainda vendendo o fim do mundo, diz ele. E, tendo atrás de si, provavelmente o maior desastre de comunicação da história do jornalismo: a aposta no fracasso da Copa, com o resultado do erro sendo entendido por toda a população.
  
Na sua opinião, ao endossar o discurso da mídia, Aécio Neves vai perder a oportunidade de montar um discurso e uma imagem para 2018. Um candidato começa a construir sua eleição na eleição anterior.
 
Foi o caso de Lula. Sua vitória em 2002 começou a ser construída nas eleições de 1998. Ali, ele começou a denunciar o estelionato eleitoral de FHC (segurando o câmbio até terminar a campanha) e a se dirigir a um eleitoral que, até então, não era preocupação dele.
 
Saiu derrotado no primeiro turno, mas com um ativo valioso, que lhe garantiu a eleição seguinte.
  
Em sua opinião, Aécio sairá dessa eleição igual ou pior do que entrou, com discurso falando apenas para o núcleo duro do eleitorado raivoso. Eduardo Campos estaria no mesmo trajeto, somando o discurso raivoso de campanha a uma bronca pessoal de Dilma.
  
O problema maior serão os efeitos dessa provável vitória na auto-suficiência de Dilma, em um segundo governo.

Alemanha 7 Brasil 1

Revelou grandes jogadores, e mais importante, revelou grandes homens...
A começar por Oscar e terminar por Felipao.
Óbvio que no meio estamos nós!
Oraisi?

Pense com as suas chuteiras

E, responda:
Quando você imaginou
Alemanha 7 Brasil 1 ?
Respondo:
Nunca!
Mas, que os jenios do futebol - narradores e comentaristas  - iam dizer:
Eu sabia!
E colocar culpa da derrota no Felipao...ah
Isso, a gente sabe!

Morreu Plínio de Arruda Sampaio

Jornal GGN - O ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio morreu nesta terça-feira, aos 83 anos. Plínio estava em tratamento no Hospital Sírio-Libanês e seu falecimento foi confirmado pela assessoria de imprensa do hospital. O ex-deputado estava internado há quase um mês, vítima de câncer ósseo.

Plínio foi candidato a presidente da República em 2010, pelo PSOL, e ficou em quarto lugar na disputa.

Nascido em São Paulo, formou-se em direito pela USP, foi promotor público e elegeu-se deputado federal em 1962, pelo extinto PDC – Partido Democrata Cristão. Foi reeleito duas vezes deputado e teve o mandato cassado pelo Ato Institucional nº 1 – o AI-1. Cassado, foi para o exílio no Chile e depois Estados Unidos. Voltou ao Brasil em 1976, no início do processo de reabertura política.

Foi um dos fundadores do PT e participou ativamente da campanha das Diretas-Já. Em 1986 elegeu-se deputado federal constituinte, defendendo reforma agrária que previa o fim dos latifúndios. Na Assembleia Nacional Constituinte foi vice-líder do PT em 1987 e, em 1988, substituiu Lula no comando da bancada. Em 2005, após vinte anos, Plínio deixou o partido e filiou-se ao PSOL.

À Agência Brasil, a ex-deputada Luciana Genro, do PSOL, declarou que Plínio fará uma grande falta ao Brasil. "Uma triste coincidência fez com que eu chegasse ao hospital Sírio-Libanês poucos minutos após o falecimento do nosso querido Plínio. Plínio partiu com a consciência do dever cumprido, após décadas de luta em defesa da igualdade e da justiça social. O PSOL tem muito orgulho de ter sido escolhido por Plínio como seu partido nestes últimos anos da sua vida", declarou ela.

Quem ama

Quem ama....
Tem que ter a alma suave, o coração forte para tornar o amor dentro de si belo.
Quem ama....
Tem que saber emocionar-se com as pequenas coisas do coração que faz o amor tornar-se grande, emocionante.
Quem ama....
Tem que saber ser romântico para fazer do amor o romance mais belo a ser vivido.
Quem ama....
Tem que saber tornar o amor envolvente para fazer com que o coração fique sempre envolvido com o amor.
Quem ama....
Tem que saber dosar os sonhos de amor com a realidade para que o amor seja sempre a bela fantasia do coração.
Quem ama....
Tem que saber sorrir com os olhos, chorar com o coração para a felicidade do amor

Lucimar Alves

Não precisa de palavras

Basta olhar com atenção

A Copa do verme

Jornal GGN - Joaquim Barbosa pediu para ocupar por mais um mês a cadeira do presidente da Suprema Corte. Coincidência seria a decisão tão relevante ter sido tomada um dia antes da semifinal da Copa do Mundo, entre Brasil e Alemanha.

Mas a política pão e circo não foi isolada: Barbosa também tomou outra iniciativa de alta relevância, na véspera do último jogo da seleção, quando isentou José Roberto de Arruda, denunciado no "mensalão do DEM", de ser julgado pelo STF para o caso ser remetido à primeira instância.

Naquela sexta, as manchetes estampavam a ansiedade da partida. Em menor espaço, a notícia de Arruda, sem pretender concorrer com a manchete principal. Ficou meio escondida, ainda que invertendo a intenção de Barbosa: não era o presidente do STF livrando Arruda do julgamento na mais alta corte, mas o "heroi", agilizando o início do julgamento.

Voltemos ao início da Copa.

O show de abertura estava marcado para o dia 12 de junho. O advogado de José Genoino, Luiz Fernando Pacheco, utilizara todos os meios possíveis para que o pedido de prisão domiciliar de seu cliente fosse analisado. Pressionava desde maio. Não suportou a procrastinação, e "rogou à Vossa Excelência" no Plenário do Supremo. Joaquim Barbosa não pensou duas vezes, e agiu com truculência. "Sorte" que este show ocorria no dia 11, um dia antes da abertura do Mundial.

Ainda assim, a atitude tomou proporções não esperadas por Barbosa. No mesmo dia, a OAB emitiu nota de repúdio, afirmando que "o presidente não é intocável" e que "sequer a ditadura chegou tão longe no exercício da advocacia".

A saída foi tentar reverter os papeis de vítima-réu. Ainda no dia 11, favorecido por ser o dia que não teria espetáculo maior que a Copa do Mundo, armou a acusação improvável de que o advogado estaria embriagado – informação transmitida por um dos seguranças.

Sustentando a condição de vítima, ameaçado por forças ocultas e pelo poderoso advogado, Joaquim Barbosa abandonou a relatoria da Ação Penal 470, o "mensalão". A grande mídia tratou como um gesto de protesto heroico. Mas o motivo é que, para entrar com uma ação contra o advogado, seria necessário afastar-se do caso. 

A abertura da ação penal e a saída de Barbosa ocorreram um dia antes do segundo jogo do Brasil na Copa do Mundo, contra a Croácia.

Mas a batalha não era só de Genoino. Era também de Dirceu, Delúbio e dos demais condenados a regime semiaberto que estavam cumprindo o fechado, pelo protelamento por Joaquim Barbosa.

Nesse período, contrariou jurisprudência de 15 anos, em que o Judiciário resolve pelo humanitário, de considerar o emprego uma forma de reinserção social do preso. 

Foram três pareceres da Procuradoria Geral da República em favor do trabalho de Dirceu: uma, contrariando a investigação sobre o suposto uso de celular, que estaria impedindo o emprego; outra, pelo acolhimento do parecer da Seção Psicossocial de que Dirceu poderia trabalhar; e mais uma, considerando incondizente a necessidade de se cumprir 1/6 da pena, antes de ter o direito ao semi-aberto.

Não havia mais saída para que Barbosa sustentasse sua intransigência.

Em muito ultrapassado o calendário para se decidir sobre o assunto, teve que dar o braço a torcer. No dia 23 de junho, fez o agendamento, para a quarta-feira seguinte. Mas oportunamente no dia do terceiro jogo do Brasil, contra Camarões, já em situação decisiva. A nossa seleção precisava vencer a partida para continuar no Mundial.

E na quarta-feira, dia 25, retomou a pose. Sequer compareceu ao Plenário da Suprema Corte.

O próximo jogo, na fase mata-mata, contra o Chile, era um sábado (28).

As últimas duas recentes partidas já foram mencionadas. Dessa vez, o jogo mais difícil do Brasil suprirá a vergonha de ter mobilizado todo o país para a sua saída imediata, que era final de junho, e desfazer o artifício.

Vencendo ou não, a Copa do Mundo brasileira termina em cinco dias.