Economia e Política - BRICS

Um ensaio de Bretton Woods no Ceará?
A expectativa é que nesse encontro seja oficializado a criação de um fundo de reserva contigente de 100 bilhões de dólares


O economista Paulo Nogueira Batista Jr, diretor executivo do Brasil e de mais dez países no FMI, costuma dizer que se tudo der certo na Cúpula de líderes dos Brics, que se reúne nesta terça-feira, em Fortaleza, a capital cearense passará à história como um ensaio de Bretton Woods do século XXI.

A expectativa é de que se oficialize nesse encontro a criação de um fundo de reservas contingente, com valor  inicial de US$ 100 bilhões (US$ 41 bilhões da China; Brasil, Rússia e Índia, com US$ 18 bilhões cada; e a África do Sul, com US$ 5 bilhões).

Trata-se de uma subscrição virtual, uma espécie de pacto de ajuda mútua. 
A partir de sua assinatura os cinco participantes se comprometem a garantir um socorro recíproco em caso de desequilíbrio cambial grave,  motivado , por exemplo, por uma fuga de capitais, como a que se ensaiou no colapso das subprimes, em 2008.

Outra iniciativa que deve ser oficializada em Fortaleza é a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) , que terá um fundo inicial de US$ 50 bilhões, subscrito em partes iguais pelos cinco integrantes do encontro.

A ideia é que o NBD possa operar globalmente, para além do perímetro do grupo, financiando projetos de infraestrutura em todo o mundo pobre e em desenvolvimento. Seria, assim, a principal ferramenta de influencia geopolítica dos Brics na construção de um novo polo de liderança mundial.

A sede do banco provavelmente será em Xangai, mas o Brasil pleiteia a presidência do novo organismo que deverá realizar seu primeiro financiamento em 2016.

Se o fundo de reservas guarda semelhanças com a função original do FMI, decidida em 1944 na cidade norte-americana de Bretton Woods, o  Novo Banco de Desenvolvimento seria a contrapartida bricsniana do Banco Mundial.

As  instituições originais surgiram da necessidade de se proteger as economias dos desequilíbrios devastadores da lógica capitalista, cujo desdobramento totalitário nos anos 30/40 cobraria da humanidade  o custo sangrento de uma Segunda Guerra.

Bretton Woods foi um pedaço dessa tentativa de reconstruir a institucionalidade destruída pelo colapso bélico, erguendo amortecedores que diluíssem a repetição de suas causas no futuro.

O papel coordenador do Estado no desenvolvimento tornar-se-ía possível a partir daí,  graças à reconstrução de uma ordem econômica internacional regulada e estabilizada pelos acordos assinados em 1944.

 A meta era alcançar o pleno emprego, a estabilidade dos preços internacionais e certa paridade fixa entre as moedas –com ajustes cambiais periódicos, sem golpear o comércio com a guerra  protecionista.

 Foi esse mundo que os 730 delegados de 44 países reunidos em Bretton Woods idealizaram depois de  três semanas  de debates.

Contrariando visões mais arrojadas como a de Keynes, que defendia a criação de uma moeda comum independente, o bancor, convencionou-se que o dólar faria o papel de referência cambial básica, ancorado em uma paridade fixa de US$ 35 por onça-troy ( 31,1 gramas de ouro).

 Na retaguarda funcionaria o Banco Mundial, como ferramenta auxiliar da reconstrução e do desenvolvimento.

O mundo imaginado em  Bretton Woods  funcionou até agosto de 1971, quando o governo norte-americano, afogado em gastos imperiais impostos por guerras e intervenções, mas premido também pela própria concorrência comercial que o sucesso de Bretton Woods ajudou a fomentar, rompeu unilateralmente o vínculo dólar/ouro negociado vinte e sete anos antes.

A ruptura da ‘paridade-mãe’ desencadearia um efeito dominó devastador.
Ajustes cambiais cada vez mais agressivos e contraditórios instauraram o salve-se quem puder no sistema monetário internacional.

Eram os dobrados fúnebres do chamado ‘anos dourados do capitalismo’ –um período de relativa estabilidade e crescimento contínuo, ancorado em uma ordem pós-guerra que se esgotara, a exemplo do poder absoluto da potência hegemônica que hierarquizara o mundo sob as asas –ou garras—até então.  

Um sistema monetário internacional marcado pela mobilidade de capitais e a desordem cambial, feita de paridades flutuantes e unilaterais, não gera apenas incerteza contábil.

Oscilações bruscas no valor da moeda de um país  –impostas, não raro,  por mudanças internacionais alheias a sua vontade--  alteram as relações de trocas no comércio exterior; destroem parques fabris (vide o efeito asiático sobre a industrialização brasileira);  devastam empregos e podem, da noite para o dia, liquefazer o poder de compra de nações inteiras ceifando a subsistência e o futuro de milhões de famílias e assalariados.

Num mundo desprovido de qualquer outro poder reconhecido, que não o Conselho de Segurança da ONU, a supremacia das finanças desreguladas substituiu o frágil espaço da coordenação e da cooperação pela ideologia dos mercados autorreguláveis, consagrada no credo neoliberal.

A crise de 2008, antes de sepultar, agravou a instabilidade e a entropia intrínsecas à lógica de um capitalismo afogado em sua própria liberdade.

É nesse ambiente conturbado, em que a mobilidade dos capitais instituiu um poder sem paralelo, dotado de turquesas para impor interditos  e obrigações a Estados, partidos e projetos de desenvolvimento, que deve ser avaliada a importância da cúpula dos Brics, que se reúne nesta 3ª feira, em Fortaleza.

 Sua real dimensão só pode ser efetivamente ponderada a partir da compreensão histórica da desordem planetária implantada pelo capitalismo, em 40 anos de esfarelamento de Bretton Woods.

Leia a seguir uma análise do economista Luiz Gonzaga Belluzzo sobre a transição em curso no sistema econômico internacional. Escrita em 1995, antes, portanto, da crise das subprimes, ela antecipa com clareza o desfecho da desordem que a reunião dos Brics  tenta agora superar.

O declínio de Bretton Woods e a emergência  dos mercados “globalizados” 

Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo

Bela mensagem

Declaração de amor

Lu,

Em especial à você, que antes de mais nada,
é mminha doce companheira,
Em que minha alma transparece,
Em que minhas mãos procura,
Em que meus olhos avistam, quando há solidão...
Em especial á você ... que é parte de minha vida...
como amante, amante de todas as coisas belas...
E que esse sentimento ,que nos cala o coração,
seja alimentado sempre, como se parecêssemos
vindos de uma terra distante, mas de um mesmo colo...
Beijo você, em todas as suas formas,
em todo seu ser...
Nessa divina ópera
em que todos os sons emitem a
doçura do amor...
junto vai a lembrança,
esperando que você nunca se esqueça
            que te amo muito...

Copa das Copas - Vencemos!

Acompanhada de 17 Ministros, a Presidenta Dilma Rousseff fez, nesta segunda-feira (14), o balanço da Copa do Mundo 2014 no Brasil. A seguir algumas frases da Presidenta no evento:

Nós nos empenhamos para assegurar q a Copa trouxesse uma grande oportunidade de sediar o + importante evento de futebol do planeta.

Vivemos nesses dias uma festa fantástica. Mais uma vez o povo brasileiro revelou toda sua capacidade de receber bem.

A gente dizia que iriamos ter a Copa das Copas, tivemos a Copa das Copas

O Brasil demonstrou uma grande dignidade ao ter esse revés num jogo, mostrou que tem dignidade, é preciso ter atitude para saber perder.

Nós somos um país que demostrou sua capacidade de organização.

Os prognósticos que se faziam sobre a Copa eram os mais terríveis possível.

Nos não teríamos aeroportos, não teríamos a capacidade de receber milhões e milhões de turistas.

Derrotamos sem dúvida essa previsão pessimista e realizamos a Copa das Copas.

Mais uma vez agradeço a todos, aos funcionários anônimos que se empenharam.

Agradeço aos governadores e a todos os integrantes dos governos estaduais das 12 sedes, sem eles essa não seria uma tarefa possível.

Nosso país pode se considerar vitorioso, no que se refere à organização e à recepção dessa Copa do Mundo.

Agradeço a todos os brasileiros q mostram quem nós somos, nossa alma, nosso coração e capacidade de integração com todas as culturas.

Entre as autoridades presentes, estavam, entre outros, Aloísio Mercadante (Casa Civil) José Eduardo Cardozo (Justiça), Aldo Rebelo (Esporte), Paulo Bernardo (Comunicações), Thomas Traumann (Comunicação Social), Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) e Celso Amorim (Defesa), que falaram sobre ações desenvolvidas pelo governo em cada área durante o Mundial.

Para Traumann, da Comunicação Social (Secom),  "a realidade sempre se impõe ", em referência às dúvidas sobre a realização da Copa, antes do evento.

Números:

Copa foi o maior evento das midias sociais da História, segundo Facebook

R$ 1, 1 em compra de equipamentos de segurança (R$ 900 milhoes para os estados)

117 mil homens e mulheres mobiliados para Segurança.

Em Brasil e no Rio dois centros (RJ é back up) de um Centro de Comando e Controle – e um em cada cidade sede

Em cada jogo havia no ar, na cidade, 2 Super Tucanos, 1 F5 e aviões radares; uma fragata ou corveta em cidade maritima;

Havia entre 2 mil e 3000  homens e mulheres das Forças Armadas à disposicao das policiais estaduais- em todas as sedes

Construiu 400 000 mil metros quadrados de novos terminais

65 novas pontes

1 milhão e 500 mil metros quarados de pátios para aeronaves

Maior investimento em infra-esturtura aeroportuaria da História

21 aeropostos receberam 16 milhões e 700 mil passageiros na Copacabana.

Dia 3 de julho, record, 548 mil passageiros

aerpoorto que mais rrecebeu: GRU 3 milhões 600 mil

Os três maiores aeroportos da África do Sul: 2 milhões e 600 mil

houve durante a copa 5 pousos ou decolages por minuto

Voos atrasados: 7,46%

2′34" na inspeção do raios x

Restituição de bagagen: nacional 8′; estrangeiro 28"

Estrangeiros que chegaram ao Brasil: 1 milhão, de 202 países.

Turistas brasileiros na Copa: 3 milhões

Passageiros nos aeroportos da Copa: 16,7 milhões

Profissionais de segurança, defesa e inteligência empregados na Copa: 177 mil

Ligações telefônicas realizadas nos estádios: 12 milhões

Público nos estádios: 3,4 milhões

Público nas Fan Fests: 5,1 milhões

Fonte: governo federal

Copa das Copas - quero saber

Quando a Fifa vai levar as obras que foram feitas para ela?

A oposição pode responder ou tá difícil?

Paulo Moreira Leite - Dilma, Felipão e?...

[...] os elogios de Aécio

A oposição entrou na campanha presidencial com uma questão intrigante: será possível arrancar alguns votinhos de Dilma Rousseff procurando associar a presidenta ao desempenho da Seleção na Copa?
Será que assim seria possível diminuir o prestígio alcançado pelo sucesso do governo na organização da Copa que não ia ter? 
A estratégia consiste em lembrar que, há um ano, Dilma disse que seu governo seguia o padrão Felipão. Foi um atalho fácil para responder a quem pedia governo padrão-FIFA. A lembrança é tentadora, salvo por um detalhe: na mesma época, Aécio esgotou um dicionário de adjetivos para falar bem do treinador, que acaba de ser demitido do posto. 
A pergunta sobre Dilma atravessou artigos variados no fim de semana. Recém instalada em sua tribuna na Folha de S. Paulo, onde passará os próximos meses da campanha presidencial, a economista tucana Elena Landau acaba de dar sua contribuição ao debate.  
Diretora do Banco Central nos tempos de Fernandisdo Henrique Cardoso, Elena Landau lembra a frase de  Dilma.  Claro que o Felipão do ano passado não era o de hoje, que foi demitido no fim da Copa. Era o técnico que venceu a Copa das Confederações.
Vamos admitir que essa razão não só contribuiu para as palavras da presidente -- mas também para os elogios rasgados de Aécio. 
Procurando unir a derrota da seleção na Copa ao desempenho de  um governo que seria mais produtivo confrontar com ideias e projetos, Elena Landau escreve: 
“Nesse momento, é inevitável lembrar uma frase da presidente Dilma: "Meu governo é padrão Felipão". De fato. Em tudo se assemelha a ele. Diante de todas as evidências de que o modelo econômico não está funcionando, o governo insiste na mesma trajetória e aprofunda os erros. De forma arrogante, a presidente chama os que dela discordam de pessimistas --"eles"--, enquanto "nós" sabemos o que é bom para a sociedade. Seu distanciamento da realidade e do eleitor também lembra a CBF. Isolada em seu castelo, diz que vai tudo muito bem e nada precisa ser revisto.”
 O problema é que, em 8/7/2013 Aécio publicou um artigo -- no mesmo espaço na mesma página no mesmo dia da semana que a economista agora ocupa -- onde sugeria que Felipão era técnico era tão bom, tão competente, tão capaz, que a presidente sequer tinha o direito de comparar qualquer traço de seu governo com ele. O candidato tucano chegou a sustentar que o técnico tem um padrão que poderia ser de utildade para a administração pública -- aquela que está em campanha para assumir nas eleições de outubro. 
Olha só o que Aécio escreveu:

Ronaldo, Casagrande e Galvão Bueno tem presença garantida na próxima seleção

Seja qual for o novo técnico da seleção brasileira de futebol escolhido pela cúpula da CBF, uma coisa é certa, os jênios contratados da Globo aplaudirão o escolhido de cara. Depois...dependendo dos resultados estarão de acordo com ele.

Se o Brasil vencer, o time é fantástico, está no caminho certo para ser hexa em 2018.

Se o Brasil perder, o time é uma merda, olhe lá se consegue classificação para a Copa.

Essa gente foi que inspirou Augusto dos Anjos:

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!