Mensagem da presidente Dilma para os pais do Brasil

Suzane da Silva: Serei uma médica da família para cuidar desse povo sofrido que eu amo

Meu nome é Suzane, sou filha de uma faxineira e de um cobrador de ônibus mineiros, que estudaram até a quarta série do antigo ensino primário. Meus pais vieram para São Paulo buscando uma vida melhor. Minha família sofreu muito com o desemprego, a fome, a pobreza extrema e a precariedade da saúde e da educação nos governos anteriores. Quando eu era criança, minha mãe às vezes me levava junto dela à escola particular onde ela fazia faxina. Eu sofria muito ao ver a ostentação e o luxo dessa escola enquanto eu, e minha mãe, éramos tratadas como lixo. Mas converti esse sofrimento em amor à justiça social e é, por ela, que eu sempre lutei e lutarei o resto de minha vida. Sinto muito orgulho por ter tirado meu título eleitoral aos 16 anos para votar no Lula e, por jamais ter deixado de apoiar os avanços que o povo oprimido conquistou graças aos governos de Lula e Dilma.
Hoje eu também colho os frutos desse “Brasil Para Todos” que construímos nesses últimos 12 anos. Estudo medicina em São Paulo, curso para o qual ingressei através das cotas para negro do ProUni. Sempre estudei em escola pública e, agora, convivo de igual para igual com pessoas que estudaram a vida toda em escola particular. E sou tão inteligente e competente quanto meus colegas e não trato ninguém como lixo. As dificuldades da vida me mostraram que o meu verdadeiro mérito é poder me tornar uma boa médica da família para cuidar desse povo sofrido que eu amo. Serei a primeira médica da minha família e ainda quero ver muitas outras famílias pobres tendo a oportunidade de mudar as suas vidas para melhor. Eu acredito que o amor vencerá o ódio e quero ver Dilma dando continuidade a esses avanços!
E com certeza, Lula, Dilma e o PT tem muita culpa por tudo isso.

Aécio Neves: "Está na hora de deixar na mão de quem sabe"

De quem sabe?...

  • Deixar inflação a 12,5%
  • Juros a 45%
  • Quebra o país e apelar para o FMI
  • Não pagar o piso nacional para os professores
  • Vetar 7% para a Educação
  • Perseguir jornalistas
  • Vender (?) empresas a preço de banana em fim de feira
  • Construir aeroporto para família com dinheiro público
Se você quer essa receita, vote no tucano. Mas se você prefere:
  • Inflação dentro da meta (6,5)
  • Juros de 11%
  • Ser credor do FMI 
  • Aprovar 10% do orçamento da União para a Educação
  • Não pressionar jornalistas nem meios de comunicação
  • Não vender nenhuma estatal
  • Ampliar aeroportos para servir ao público e não a família
Então vote na Dilma!

Crônica dominical de Paulo Coelho

Fragmento de um diário inexistente IV

Fort Lauderdale, fevereiro de 1994 - Depois de uma exaustiva manhã dando palestras para crianças, vou almoçar com uma amiga advogada, Shelley Mitchel. No restaurante, sentamos numa mesa ao lado de um bêbado, que insiste em puxar conversa o tempo todo. Fala do sofrimento por ter sido abandonado por sua mulher, diz o quanto está triste, pergunta-nos o que deve fazer.
A certa altura, Shelley pede ao bêbado para ficar quieto. Mas ele insiste:
- Por quê? Eu falei de amor como um homem sóbrio nunca fala. Demonstrei alegria e tristeza, tentei comunicar-me com estranhos. O que há de errado nisto?
- O momento não é apropriado - responde ela.
- Quer dizer que existe hora certa para sofrer por amor?
Depois desta frase, convidamos o bêbado para a nossa mesa.
Rio de Janeiro, 1972
Na época em que eu praticava meditação zen-budista, havia um momento em que o mestre ia até o canto do dojô (local onde os discípulos se reuniam) e voltava com uma varinha de bambu. Todos os alunos que não haviam conseguido se concentrar direito, precisavam levantar a mão neste momento; então o mestre se aproximava, e dava três golpes em cada ombro.
No primeiro dia, isto me pareceu medieval e absurdo. Mais tarde, entendi que muitas vezes é necessário colocar no plano físico a dor espiritual, para ver o mal que ela causa. No caminho de Santiago, aprendi um exercício que consistia em cravar a unha do indicador no polegar quando pensasse algo prejudicial.
As terríveis consequências dos pensamentos negativos são percebidas muito tarde. Mas fazendo com que eles - através da dor - se manifestem no plano físico, nos damos conta do mal que nos causam, e terminamos por evitá-los.
San Martin de Unx, dezembro de 1994
Caminho por uma aldeia deserta na Espanha, e escuto uma banda de música. É feriado, todos estão se divertindo numa festa em uma casa particular - menos eu. Estou só, e não tenho com quem conversar. Há quatro meses estou viajando para a promoção dos meus livros, e me pergunto se afinal vale a pena tudo isto - se não devia largar tudo agora, e voltar para o Brasil. As ruas da aldeia são estreitas, anoitece, e a solidão fica mais difícil de aguentar.
De repente, ouço a voz de um homem cantando; deve ser o único na cidade que não foi à festa. "Por quê?", pergunto para mim mesmo. Será que não gostam dele? Será que ele não gosta de festas? De qualquer maneira, escuto sua voz, e sinto que está alegre. Consigo entender alguns versos da canção:
"Nestes dias todos os ventos do mundo/ sopram na direção de quem sonha./ Nestes dias a chuva sempre desenha/ o rosto de quem amamos".
Anoto os versos num bloco que às vezes carrego comigo. Nunca conhecerei este homem. Nunca saberei seu rosto ou sua idade. E ele nunca saberá que, nesta tarde gelada, me ensinou que eu não estava sozinho, e me devolveu a alegria e a coragem.
Rio de Janeiro, 1994
Um padre da Igreja da Ressurreição, em Copacabana, aguardava pacientemente seu momento de comprar carne no supermercado, quando uma mulher tentou "furar" a fila.
Começou então um festival de agressões verbais dos outros fregueses, que a mulher respondia com igual veemência. Quando a situação parecia insuportável, alguém gritou: "Ei, madame, Deus te ama!".
- Foi impressionante - conta o padre. - Num momento em que todos pensavam em ódio, alguém falou de amor. Na mesma hora, a agitação desapareceu por encanto. A mulher se encaminhou para o seu lugar correto na fila, e os fregueses se desculparam por reagirem tão agressivamente.

Sonegômetro: Brasil toma “goleada” em sonegação de tributos, aponta Sinprofaz

Em 2014, o Brasil deve ultrapassar a marca de impostos sonegados registrada no ano passado, que foi R$ 415 bilhões
O valor de impostos sonegados no Brasil está próximo de alcançar R$ 300 bilhões. Os dados são do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) e foram calculados pelo sonegômetro: ferramenta em forma de placar, que calcula quantos reais o país deixou de arrecadar com a sonegação de tributos.
Para facilitar o entendimento do contribuinte, o presidente do Sinprofaz, Heráclio Camargo, fez uma comparação entre o valor de tributos sonegado e o gasto global com a Copa do Mundo de 2014 – segundo dados da Matriz de Responsabilidade Consolidada do Ministério do Esporte. Ele explica que a sonegação fiscal no país em um ano foi doze vezes maior que os gastos com a Copa (da ordem de R$ 25,6 bilhões).
“Houve uma discussão muito grande na sociedade sobre os gastos da Copa. Chegamos agora, no começo de agosto, com 12 vezes esse valor – de R$ 300 bilhões, sonegados no Brasil. Então, se a Copa do Mundo motivou uma discussão, por que não a sociedade discutir com muito mais ênfase esse 12 a 1 da sonegação contra o Brasil?”, questionou. “É uma goleada que o Brasil infelizmente toma da sonegação de tributos”, disse o presidente do Sinprofaz.
Heráclio Camargo frisou que a intenção do Sinprofaz é trazer a discussão da tributação e sonegação para a sociedade. “É uma questão que está presente no dia a dia. A tributação está embutida em todos os produtos e serviços. As pessoas devem saber disso para cobrar contrapartidas dos governos”.
Em estudo iniciado em 2012 e publicado em 2013, o Sinprofaz mostra que se não houvesse sonegação fiscal, o peso da carga tributária poderia ser reduzido em 28,2% e ainda assim, manter o mesmo nível de arrecadação.
A expectativa do Sinprofaz é que, em 2014, o Brasil deve ultrapassar a marca de impostos sonegados registrada no ano passado, que foi R$ 415 bilhões. Segundo o sindicato isso se deve ao crescimento econômico e à inflação. “Infelizmente, nós atingiremos os R$ 300 bilhões antes do que a data do ano passado.”
Foto de capa: Marcello Casal Jr/ABr
http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/08/sonegometro-brasil-toma-goleada-em-sonegacao-de-tributos-aponta-sinprofaz/
da Agência Brasil

Charge do dia

Duke/O Tempo

Luis Nassif : Mirian Leitão pode ter sido alvo de acerto interno na Globo

Vamos juntar algumas pecas de quebra-cabeça.

Peça 1 – a denúncia em si.
Mirian Leitão pode ter sido alvo de acerto interno na Globo
O Globo transforma em denúncia o uso de um computador da rede wi-fi do Planalto para alterar o perfil de dois jornalistas na Wikipedia.

A rede possui certamente mais de dois milhares de usuários internos do Palácio, incluindo a Sala de Imprensa. É um mero problema corporativo ao qual não está imune nenhuma grande corporação. É essa a razão de, em muitas empresas, o servidor bloquear acesso às redes sociais.

Trata-se, portanto, de uma questão funcional menor que, dentro do padrão atual do jornalismo brasileiro, é tratado como escândalo.

Até aí explica-se: coma falta de filtros jornalísticos até bocejo de padre vira escândalo.

Peça 2 – a divulgação do conteúdo apócrifo no perfil de Mirian Leitão.

Aí o quadro fica um pouco mais complicado.

Qual a razão do jornal dar o destaque que deu às acusações a Mirian – envolvendo, inclusive, episódios menores ocorridos por ocasião da Operação Satiagraha? Não tem lógica. Transformou uma caso restrito de trollagem na Wikipedia, que até então passara despercebido, em tema nacional, expondo sua própria colunista de uma maneira aparentemente incompreensível.

Incompreensível, talvez, para quem não acompanha profissionalmente os meandros do jornalismo.

Peça 3 – o papel de Mirian no sistema Globo. 

Em temas econômicos, Mirian permanece representante do establishment financeiro.

Mas, nos últimos anos, cresceu jornalisticamente, e ganhou luz própria em temas muito além dos financeiros.

A dimensão pública que conquistou deu-lhe uma autonomia relativa de opinião em relação a parte da pauta, assim como para poucos outros jornalistas, como Jânio de Freitas.

Abraçou bandeiras legitimadoras indo clara e corajosamente na contramão dos que passaram a definir a linha editorial do grupo, como na questão das políticas de cotas para negros, na denúncia dos crimes da ditadura. Sua posição certamente pesou na mudança da linha editorial do jornal, especialmente em relação aos crimes da ditadura. 

Teve inclusive a coragem de investir contra colunistas agressivos da nova direita.

Talvez por aí se entenda melhor a represália de que foi alvo.

Tempos atrás, a Folha abriu espaço em sua página de opinião para que um neocon agredisse dois repórteres que ousaram criticar o discurso anti-cotas de Demóstenes Torres no STF (Supremo Tribunal Federal). Na sequência, foi a vez de Jânio de Freitas sofrer ataques dentro do próprio jornal.

A briga interna de O Globo não chegou a esse ponto. Mas a divulgação desnecessária da trollagem mostra que, por lá, a vingança se come a frio. Não foi represália das Organizações Globo, mas de grupos internos.

Jogou Mirian aos leões da Internet que, por alguns dias, terão carne fresca para se refestelar.

PS - Pessoal, para que não prosperem teorias conspiratórias: o episódio, se ocorreu, foi motivado por disputas internas, não como política da empresa contra sua colunista.