Paulo Moreira Leite: temendo nova derrota, bonzinhos criticam reeleição
Aécio Neves foi o primeiro a tocar no assunto. Agora, a conversa ingressou nos argumentos de aliados de Marina Silva.
É um argumento destinado acima de tudo a vitimizar seus candidatos, à margem de qualquer debate político real.
Uma mudança desse porte não se improvisa de hoje para amanhã. Envolve uma operação de vulto, como se viu no esforço para aprovar a reeleição — em 1997 — que incluiu até a compra de votos em plenário.
Estamos falando de uma sucessão de casuísmos. Há 17 anos, a reeleição era parte do sonho tucano de ficar 25 anos consecutivos no Planalto. Mas o projeto naufragou, permitindo a posse, em 2003, de um governo comprometido com a distribuição de renda, a proteção do emprego, os direitos do trabalho. Nada revolucionário, vamos combinar. Apenas o bom e velho reformismo, a busca do Estado de bem-estar Social, que raras vezes se praticou neste país, e por isso gera benefícios tão relevantes. Mas nem isso se admite, nós sabemos.
Ao se verificar que a reeleição pode servir as grandes maiorias da população, o novo casuísmo fala em revogar este direito.
É uma tentativa de ganhar simpatias do eleitor reforçando um estereótipo negativo sobre a democracia e os políticos eleitos, apresentados como aproveitadores que só pensam em manter seus cargos e colher os benefícios correspondentes. Despolitização máxima.
Em 2014, o debate sobre a reeleição pretende questionar um segundo mandato para Dilma Rousseff. Em vez de discutir virtudes e defeitos de seu governo, tenta-se dizer que a continuidade é ruim em si e que a alternância é boa em si.
Sem motivos mais consistentes para pedir voto, pede-se um revezamento, numa visão absurda da Presidência da República, que não é programa de calouros, concorda?
No fundo, estes argumentos pretendem sugerir que, em caso de vitória, Dilma não será reeleita pelo voto do povo. Mas pela máquina do Estado.
Já se pretende, em caso de derrota, colocar uma sombra na legitimidade de seu novo mandato. Dá para entender como a oposição pretende se comportar nos próximos anos, caso venha a enfrentar uma quarta derrota consecutiva.
A realidade é que a campanha está mostrando que é muito mais difícil fazer críticas ao governo do que seus adversários imaginavam. Por isso eles não conseguem disfarçar a própria decepção na medida em que a eleição entra na reta final.
O massacre dos meios de comunicação é real e duradouro, como revelam — enfaticamente — os números do Manchetômetro, mas o efeito é relativo. A população reconhece as melhorias ocorridas no país desde que Lula chegou ao Planalto. Tem críticas, como se viu nos protestos de junho de 2013. Mas nem por isso embarcou na visão de que é preciso mudar de qualquer maneira. Valoriza as melhorias realizadas.
As pesquisas mostram que no momento atual da campanha Dilma recuperou não só a liderança nas pesquisas, mas no debates político.
Marina finge que críticas políticas são ataques a sua pessoa. Aécio não consegue convencer o eleitor a prestar atenção no que diz.
A experiência ensina que, como tudo na vida, a reeleição é uma faca de dois gumes. Tudo depende da capacidade exibida pelo governante durante o mandato. Se mostrou-se competente, atendeu a maioria dos eleitores e exibiu uma razoável eficiência como administrador, tem boas chances de se reeleger. Se, pelo contrário, fez seguidas demonstrações de incapacidade e passou uma borracha nos principais compromissos de campanha, a reeleição torna-se uma armadilha e um fardo a carregar.
O essencial, numa eleição, é defender a soberania popular, que envolve, acima de tudo, o direito de escolher os governantes. Outras iniciativas, no sentido contrário, são puro atalho para questionar a primazia dos direitos do povo. É até falta de respeito.
[Novo post] Elena e Lucio Magri. Tão distantes e tao perto
boitempoeditorial publicou: "O Blog da Boitempo apresenta em seu Espaço do leitor textos inéditos escritos por nossos leitores. Quer colaborar também? Saiba como no fim deste post! Por Daniel Costa. Provavelmente Elena nunca tenha ouvido falar de Lucio Magri, assim como o intelectu"
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Se o escândalo contra a Petrobrás era para ser a bala de prata desta eleição, o tiro saiu pela culatra
O detalhe, que é do tamanho de um elefante, tem passado desapercebido na "grande" mídia. Será por quê?
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), é candidato ao governo do Rio Grande do Norte, apoia Aécio e tem uma chapa formada pelo PSDB, DEM e também pelo PSB.
Romero Jucá, do PMDB de Roraima, declarou apoio e fazia entusiasmada campanha para Aécio. Jucá brigou com Dilma quando foi afastado, em 2012, da liderança do governo no Senado, o cargo quase vitalício que ocupou, pela primeira vez, durante o governo FHC.
Ao finalmente romper com um governo e ir para a oposição, Jucá declarou que o fazia por razões ideológicas e "acusou" Dilma de ser socialista.
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) liderou a resistência que tentou impedir o apoio de seu partido a Dilma. Depois, organizou a dissidência do Diretório do Rio de Janeiro, que apoia Aécio.
A mesma coisa fez João Pizzolatti, que é presidente do PP de Santa Catarina e articulou o apoio desse diretório a Aécio. O PP-SC também fez barba, cabelo e bigode: além de estar com Aécio, o chapão de Pizzolatti inclui a aliança com as candidaturas de Paulo Bauer a governador, pelo PSDB, e de Paulo Bornhausen ao Senado, pelo PSB.
Eduardo Cunha, deputado federal pelo PMDB-RJ, dispensa maiores apresentações. É o inimigo público nº 1 de Dilma dentro do PMDB e foi o principal articulador do apoio majoritário desse partido, no Rio, ao candidato Aécio Neves.
Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, embora publicamente tenha feito declarações favoráveis a Dilma, patrocina a aliança conhecida como "Aezão", ou seja, a adesão dos tucanos à candidatura do governador Pezão (PMDB), que é candidato à reeleição. Em troca, a maior parte do PMDB fluminense garantiu apoio governista à combalida campanha de Aécio naquele estado.
Eduardo Campos (PSB) - também citado na delação -, como é notório, saiu candidato à presidência da República, levou o PSB para a oposição ao governo Dilma, aliou-se a Marina Silva e organizou as dobradinhas com Aécio em vários estados.
A propósito, até o momento, a defesa de Campos tem ficado restrita a alguns membros do PSB. Marina nem mesmo se deu ao trabalho de rechaçar prontamente as denúncias feitas contra uma pessoa de quem ela se dizia firme aliada por uma nova política.
A enigmática frase da candidata - de que "não queremos ver Eduardo morrer duas vezes" - mostrou que, até mesmo em relação a Eduardo Campos, Marina Silva está mais que propensa, de novo, a mudar de ideia.
Uma simples conferida na lista deixa claro que o escândalo foi qualquer coisa, menos algo feito com o claro propósito de ajudar a campanha de Dilma.
Antonio Lassance - cientista político.
[Novo post] Lula e Dilma em Brasília Teimosa, no Recife
boitempoeditorial publicou: " Por Urariano Mota. No site do PT se escreveu: "Brasília Teimosa, antes, eram apenas palafitas, casas que ficavam em cima da maré sustentadas por madeiras, em um cenário de extrema pobreza" Mas não era bem assim, quem é de fora do Recife, ou quem não "
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Favas contadas
Se no primeiro ou segundo turno, essa é a dúvida.
Essa questão são favas contadas - essa é minha opinião -.
Quanto a eleição para o governo dos Estados, aí que reside a esperança da parte mais rica e forte do Psdb - São Paulo -.
Se Alexandre Padilha for para o segundo turno, será eleito governador, então pode fechar a tampa do caixão, o Psdb morreu.
Que as pesquisas de opinião, até divulgadas, são a maior fraude eleitoral de todos os tempos - tenho certeza -, mas a partir do fim desta semana 19/20 de 09 os grandes institutos começaram a fazer seus "ajustes".
E "ajustadas" as intenções de votos de Padilha vão se multiplicar.
A disputa para ir ao segundo turno será apertada.
Mas, confio que o PT consegue.
Dito isso...é esperar para gente conferir.
Tome as rédeas do seu tempo
"Decidir melhor para ir mais longe: como definir objetivos">muito do que fazemos pode ser filtrado se aprendermos a escolher melhor nossas atividades, aliviando bastante a carga de obrigações do nosso cotidiano. Só que existe aquele ponto onde só nos resta arregaçar as mangas e fazer o que precisa ser feito. E, mesmo com todo critério de escolha, as vezes nos atrapalhamos em organizar estas tarefas dentro do tempo disponível.
Escreva tudo, sempre
Comece pelas tarefas mais simples
Mas tarefas muito complicadas podem vir primeiro
Seja honesto com o seu tempo
Não somos multitarefas
Corte distrações sempre que puder
Atividades pessoais também consomem tempo
Ao invés de esperar uma janela de tempo aparecer, crio um item em meu calendário – uma hora dedicada apenas para minhas atividades. Um fator importante é lembrar de respeitar este espaço, sem subestimar nossas coisas e juntá-las em uma grande bola de neve. Gaste esse tempo para pagar academia, contas, agendar consultas e, se sobrar uns minutinhos, dar uma ligada para aquele amigo para quem você sempre esquece de ligar.