Linha doida, por Carlos Augusto Viana

no Diário do Nordeste

Espanto, e enorme, provoca-me a sucessão de prisões, ao longo de todo o País, de executivos de grandes empresas ou de administradores do setor público, sob a acusação de formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa / passiva, desvios de verbas, lavagem de dinheiro etc. Consultei um de meus botões - especialista em "Três meus; um, teu" - e o tal botão pediu-me cautela, pois pode haver equívoco. Ora, engravatados ou sob saltos e cintilar de joias, tais senhores e senhoras são, antes de tudo, cidadãos que sonharam em serviu ao outro...

- Mas, meu caro, há casos até de materiais de uso medicinal, superfaturados e abandonados em depósitos, sem falar em envio de moedas para o estrangeiro ou patrimônio além da realidade financeira de cada um, assim, não há como...

- Não terminei a frase, pois, o tal botão recolheu-se a uma de suas casas; deixou-me o livro "Ferrugem americana", de Philipp Meyer. Nada entendi. Também quem me mandou ter tão somente o Diploma do Curso de Datilografia?

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Pig e Psdb continuam a varrer sujeira para debaixo do tapete

Sem manchete "espetaculosa", sem repercussão nos portais de seus jornais e sem chamada no televisivo Jornal Nacional, a revista Época, da Globo, publicou na terça-feira (9) que, a operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) apreendeu, três semanas atrás, na sede da empreiteira Camargo Corrêa, uma tabela que relaciona políticos, obras e valores em dólares. Suspeita-se que a lista indique propinas pagas pela empreiteira entre os anos de 1990 e 1995.

Entre os políticos listados, segundo a revista, estão o ex-governador de São Paulo Mario Covas (PSDB), falecido em 2001; o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que nos anos 1990 foi deputado federal; Jorge Maluly Netto (falecido em 2012), que foi deputado e depois prefeito de Araçatuba pelo então PFL (hoje DEM); e o atual suplente de José Serra no Senado, José Aníbal (PSDB), na época também deputado federal.

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Trecho da lista apreendida na empreiteira: possível lista de propinas
José Aníbal aparece três vezes na lista. Os valores associados a ele, segundo o documento, somam US$ 90 mil. O primeiro, de US$ 40 mil, relacionado a um projeto de "canalização, pavimentação e ponte" em Botucatu (interior de São Paulo). Os demais valores (US$ 30 mil e US$ 20 mil respectivamente), a um projeto que envolvia canalização, pavimentação e a construção de uma barragem em Jundiaí, também no interior paulista.

Esta não é a primeira vez que uma investigação da Polícia Federal encontra digitais dos tucanos nos cofres de empreiteiras.

Em 2009, a mesma Camargo Corrêa foi alvo da operação Castelo de Areia, que apurava suspeitas de corrupção e pagamento de propina a políticos para a obtenção de contratos com o governo. Na casa de um diretor da empresa, a PF apreendeu uma planilha cheia de siglas, nomes e números. Na ocasião, muitos atribuíram àquela planilha o caráter de prova definitiva de como o caixa dois da Camargo era gerido. Siglas e nomes da planilha foram entendidos como se fossem de políticos a quem se destinavam propinas.

Isso nunca foi comprovado, faltou uma investigação aprofundada e a Castelo de Areia teve curta duração e pouco impacto. O Superior Tribunal de Justiça suspendeu a investigação em 2010 e anulou todas as provas, entre elas a tal planilha. A Procuradoria-Geral da República recorreu ao Supremo Tribunal Federal, mas depois de quatro anos o STF ainda não se manifestou.

A reportagem da Época desta terça não cita todos os nomes de políticos e os partidos da oposição que foram flagrados na operação Castelo de Areia, mas de acordo com mesma revista, que em 2009 publicou reportagem sob o título "Lavagem, doações ilegais a políticos, superfaturamento...", os policiais federais passaram um ano ouvindo telefonemas e abrindo mensagens de e-mails de conhecidos doleiros de São Paulo e do Rio de Janeiro, em busca de provas sobre uma rede de evasão de divisas e lavagem de dinheiro dentro da Camargo Corrêa.

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Trecho de matéria da Época de 2009: Maia citado nominalmente
Quando, porém, passou a ouvir os diretores que faziam negócios com os doleiros investigados, a PF esbarrou também no caixa de contribuições políticas da construtora – e encontrou indícios de doações ilegais para os partidos PSDB, DEM, PMDB, PPS, PDT, PP e PSB. O senador José Agripino Maia (DEM-RN) é citado nominalmente na reportagem .

Na ocasião, a Polícia Federal em São Paulo prendeu, também em 2009, quatro diretores da empreiteira, duas secretárias e três doleiros, todos acusados de praticar crimes como evasão de divisas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e operação de instituição financeira sem autorização. De acordo com decisão do juiz Fausto de Sanctis, que determinou a prisão de todos, a PF demonstrou que o grupo teria usado pelo menos quatro empresas de fachada para remeter irregularmente recursos da empreiteira para o exterior e poderia ter participado de um esquema de superfaturamento na construção de uma refinaria.

Em conversas gravadas pela Polícia Federal com autorização da Justiça, os quatro tratavam dos negócios por códigos que envolviam nomes de animais. A PF calculou que o grupo teria remetido para o exterior mais de R$ 20 milhões por meio daquele esquema.

Havia ainda indícios de que o grupo pode ter participado do superfaturamento da construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. As conversas gravadas mostram o diretor Pietro Bianchi pedindo, com urgência, o transporte de dinheiro vivo em Recife. De acordo com a PF, o pedido poderia estar relacionado à construção da refinaria. Naquele ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) já suspeitava de superfaturamento em alguns itens da obra.

Agora, com a Lava Jato em curso e novos fortes indícios de participação de tucanos de alta plumagem em negócios obscuros, parece até que estamos assistindo uma refilmagem da mesma história. Se os acontecimentos das planilhas sobre os anos 90 e a Operação Castelo de Areia não tivessem sido engavetados, a depuração que se pretende fazer hoje já poderia ter ocorrido no passado.

No entanto, por se tratar de políticos do PSDB, a imprensa tradicional tirou logo de pauta e os tucanos trataram de abafar. Assim, o assunto caiu no esquecimento, os inquéritos foram arquivados ou continuam parados nas gavetas, e a Polícia Federal não pode prosseguir na investigação sem ordem judicial para seguir o caminho do dinheiro e chegar aos destinatários finais de propinas.

Aliás, a CPMI da Petrobras, criada pela oposição para coincidir com a campanha eleitoral, perdeu o ímpeto quando as investigações da Lava Jato passaram a "ir longe demais" atingindo o tucanato, seus aliados nos estados e seus altos financiadores de campanha. Já está encerrando seus trabalhos sem alarde.

Hoje, quem está no papel de presidente do PSDB é o senador Aécio Neves. Não cabe acusá-lo por supostos atos de seus sucessores no comando do partido, mas o comportamento tucano e de sua imprensa aliada continua o mesmo: varrer a corrupção dos seus para debaixo do tapete, em vez de investigar a todos e "cortar na própria carne", se for preciso.

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Mensagens da Vovó Briguilina




Mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha

...Que um artista global não seja venal!
A pergunta deles é:
Quanto?

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Sem ressentimentos, por Luis Fernando Verissimo

A melhor piada sobre a paixão dos franceses pelo Woody Allen foi feita pelo próprio Woody Allen. Naquele filme em que ele é um diretor que fica cego no meio das filmagens, continua a filmar mesmo sem enxergar nada e, claro, faz um filme que ninguém entende — a não ser os franceses, que descobrem significados ocultos no caos.

O filme termina com o diretor, ridicularizado pela crítica americana, embarcando para a França, onde será homenageado pela sua obra-prima.
Depois desta estocada satírica era de se esperar que os franceses ficassem magoados com Woody. Mas a paixão continua, sem ressentimentos. Ele foi convidado a apresentar seu último filme na inauguração do Festival de Cannes, fora de concurso, e os franceses o adoraram.
O filme, "Meia-noite em Paris", é uma louvação a tudo que Paris representou para os americanos de uma certa época, a "geração perdida" de Hemingway, Fitzgerald e etc., que fizeram da cidade o palco da sua afirmação artística e pessoal.
Allen já tinha homenageado outra Paris, a que Gene Kelly e Fred Astaire haviam usado como cenário das suas fantasias musicais, no filme "Everybody says I love you", culminando com uma dança à beira do Sena em que Woody e Goldie Hawn parodiavam Gene Kelly e Leslie Caron em "Um americano em Paris" e resumia todo o romantismo que a cidade inspirava.
Sem querer estragar o filme para quem ainda não viu, em "Meia-noite em Paris" Woody acompanha seu personagem principal numa viagem ao passado, a Paris pré-Segunda Guerra Mundial, em que ele encontra e convive com seus ídolos intelectuais, não apenas os americanos que giravam em torno de Gertrude Stein, mas gente como Picasso, Buñuel e até Salvador Dalí, numa ótima ponta de Adrien Brody.
O visitante do presente chega a interferir na vida destas personalidades (acalmando a Zelda Fitzgerald com um Valium, por exemplo). E como na época de ouro de qualquer lugar sempre se evoca uma época de ouro que houve antes, o personagem viaja para mais longe no tempo e conhece Toulouse Lautrec, Gauguin e outros — que também falam com saudade de uma época de ouro que passou.
Ele acaba voltando para o presente e a Paris de Carla Bruni, e comenta que o problema com a nostalgia de outros tempos é que as pessoas nem sempre se dão conta do que era a vida antes de existir, por exemplo, a anestesia. Mas o que Woody Allen quis fazer foi outra declaração de amor para eliminar todos os possíveis mal-entendidos. E dizer que em Paris todas as épocas são de ouro. Algumas só brilham mais do que outras.
(A melhor piada do filme, que não passa de um simpático conto de fadas: um detetive contratado para seguir o personagem na sua fuga ao passado se perde no tempo e se vê no século dezoito, dentro do palácio de um dos Luíses e sendo perseguido pela guarda real.)



Feliz Aniversário Mamãe

Mamãe é mais que uma mulher!
É mais que duas, três...
É mais que todas as mulheres, simplesmente porque é minha Mãe.
A melhor, a maior, a mais importante Mãe que existe e existirá - se Deus existe, é nela que ele está -.
Mãe, Te Amo!

PAC 2, 96,5% executado

Agora só falta o PAC do pig - regulamentação da mídia - João Augusto

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