Luis Nassif : a lisonja como cooptação

O juiz Sérgio Moro foi eleito "Personalidade de 2014" do jornal O Globo. Quem lhe outorgou título tão eloquente foi um júri extremamente representativo de qualquer coisa. Não propriamente representativo da opinião pública brasileira, também não da opinião pública carioca. Talvez a escolha fosse aprovada pela opinião pública do Leblon, mas não chegou a ser consultada.

O egrégio título, que repercutiu em todas as mídias, foi outorgada por um júri bastante diversificado composto por Aluizio Maranhão, jornalista de O Globo, Ancelmo Gois, colunista de O Globo, Ascânio Seleme, diretor de O Globo, Merval Pereira, colunista de O Globo, Mirian Leitão, colunista de O Globo, e Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, se não me engano cunhado de Merval, colunista de O Globo.

Houve um desbalanceamento na representatividade do júri, de fato. Poderia ter sido mais equilibrado se mesclado com algum colunista de Variedades de O Globo, algum repórter especial de O Globo, quem sabe um editorialista de O Globo, algum cunhado de Seleme, diretor de O Globo. Mas acredito que não afetaria o resultado final, de ser um júri representativo do pensamento dos Marinho.

O jornal aplicou uma fórmula que é a contra face do assassinato de reputação: a lisonja. Quem não se verga pelo medo, cede pela vaidade.

O juiz Sérgio Moro é da mesma natureza do juiz Fausto De Sanctis, da Satiagraha.

De Sanctis enfrentou uma barra mais pesada, porque composta do enorme poder financeiro e dos métodos de Daniel Dantas, do poder ilimitado da mídia e o poder despudorado do Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).  Um juiz contra todos os poderes, taxado de arbitrário. Tornou-se vilão porque investiu contra o plutocrata errado, que tinha como hobby financiar sites jornalísticos e de meio ambiente, cuidar das aplicações externas das altas rodas cariocas e ser aliado dos economistas do real

Moro enfrenta uma quadrilha poderosa, sim, mas com a mídia amparando-o em todos os movimentos, com parceria com procuradores e delegados em vazamentos altamente seletivos. Tornou-se herói porque escolheu a plutocracia certa. Aliás, não propriamente o plutocrata, mas o alvo político que se quer atingir.

O premiado anterior foi o ex-Ministro Joaquim Barbosa, da AP 470. Mas Joaquim, o "menino que salvou o Brasil" era suficientemente individualista para não se enquadrar em esquemas: seu desequilíbrio é natural, sem precisar de motivações externas.

Com Ayres Britto, foi fácil. Bastou poupá-lo de denúncias, convidá-lo a escrever contracapas de livros, elogiar seus poemas pela frente (enquanto morriam de rir por trás) e depois contratá-lo para presidir o Innovare, prêmio de qualidade, com que as Organizações Globo cativam o poder judiciário.

As manobras de lisonja-ataques tem um poder mortífero sobre o poder judiciário, afetando de todas as maneiras magistrados. Aliás, a maneira com que os juízes mais críticos atenuam os impulsos dos deslumbrados é lembrar que "todos são humanos" – alguns, excessivamente humanos, convenhamos.

A porção ataque foi cometida contar Ricardo Lewandowski, expondo-o a humilhações em ambientes públicos. A porção lisonja inebriou até o austero Celso de Mello, que não parava de fazer catilinárias para a história durante o julgamento da AP 470.

É interessante como o alarido da mídia cria distorções na percepção dos próprios agraciados (ou atacados). Na primeira fase da AP 470, o decano Celso de Mello comportou-se como um jovem acadêmico deslumbrado; Lewandowski sentiu na carne a humilhação.

Encerrada o tempo integral do julgamento, ambos voltaram para seu meio, Lewandowski recebido como o juiz exemplar, que não cedeu ao clamor da turba. Só então caiu  a ficha de Celso de Mello que deu-se conta da enorme dissintonia entre a opinião midiática e a opinião interna do Judiciário.

Voltou comedido, incorporou de novo os valores da sobriedade, e enfrentou corajosamente a campanha pesada conduzida pelo O Globo e pela Veja.

Que fique claro, então, o uso dos ataques e da lisonja. Ambos atendem aos interesses de um poder – a mídia – que está longe de ser virtuoso, que tem interesses próprios, frequentemente colocados acima dos interesses gerais, que posa de moralista, quando se trata de atacar adversários, e santifica ímpios, quando é de seu interesse – como foi o caso da construção de imagem de Demóstenes Torres e agora, desse inacreditável Eduardo Cunha.

Que Sérgio Moro não se torne refém desse jogo despudorado de lisonja.

Rir é o melhor remédio




Assalto nos dias de hoje

Ladrão: 
- Perdeu, perdeu. É um assalto, passa o celular!!!

Vítima:
- Espera, deixa eu postar no Feice...#Sendoassaltada

Ladrão:
- Me marca viu? ...Marcou?

Vítima:
- Sim!

Ladrão:
- Valew. Agora me dá um celular, vagabundo!


Eduardo Suplicy: Dirceu ainda poderá ter papel significativo no PT

- Enquanto muitos se escondem, para sequer comentar algo sobre antigos companheiros - Delúbio, João Paulo, José Genoino etc, Suplicy falar abertamente, e com respeito, do mais perseguido deles. Belo exemplo - 




O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pretende procurar em breve o ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão. "É possível que eu o procure nos próximos dias para conversarmos um pouco. Afinal o conheço desde a fundação do partido. Tantas vezes interagimos e sempre mantivemos uma atitude de respeito mútuo e cooperação", disse ao 
Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
O senador afirmou não ter conhecimento dos movimentos de Dirceu nos bastidores para retomar o poder dentro do PT, como noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira, mas afirma não ver problemas na intenção do ex-ministro de voltar a atuar politicamente.
Suplicy relata ter falado com Dirceu pela última vez há cerca de três meses, por telefone, e disse que a última vez que o viu pessoalmente foi na segunda visita que fez ao ex-ministro no Complexo da Papuda. Condenado a sete anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, o ex-ministro ficou preso por pouco mais de 11 meses e cumpre o restante da pena em regime aberto desde novembro.
"Zé Dirceu é considerado na história do partido uma das pessoas que mais colaborou para sua formação e organização. Ele foi julgado, teve direito de defesa e recebeu a pena que tem cumprido", disse Suplicy. "Um ser humano pode cometer erros, mas pode procurar depois os caminhos de correção e superação de sua trajetória. Portanto, ele pode dentro do PT ainda ter um papel significativo na medida em que ele tiver cumprido sua pena", completou.
Sobre a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Dirceu, por recebimento de pagamentos suspeitos de empreiteiras investigadas na operação Lava Jato, conforme noticiado no Jornal Nacional, Suplicy disse ter pouco conhecimento do caso para comentar. "Ele certamente terá os meios de explicar a natureza dos serviços prestados, eu não poderia adiantar qualquer conclusão."
Dirceu teria recebido R$ 3,7 milhões das construtoras Galvão Engenharia, OAS e UTC Engenharia. Em seu blog, o ex-ministro publicou uma nota dizendo que "a relação comercial com as empresas não guarda qualquer relação com contratos na Petrobras sob investigação na Operação Lava Jato".
Ao longo da entrevista, Suplicy lembrou três momentos emblemáticos de sua relação com o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula para justificar a proximidade que tem com ele. Falou de quando participaram juntos dos comícios das Diretas Já em 1983 e 1984, da coleta de assinaturas para abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito que resultou no impeachment de Fernando Collor em 1992, e as prévias do PT para presidência em 2000, quando houve atrito entre os dois.
Dirceu não concordou com a postura de Suplicy de disputar a vaga com Lula. "Zé Dirceu, de maneira muito correta, organizou as prévias de maneira isenta. Lula ganhou e eu o apoiei até o fechar das urnas. Hoje, acho que a prévia contribuiu até para a candidatura dele ter mais legitimidade."
Fonte: Estadao Conteudo





Alckmin promete: durante nosso governo sobrará semvergonhice

Tuculância: Depois de começar consumir o terceiro volume morto da Cantareira o governador Geraldo Alckmin picolé de Xuxu, fez novas promessas para o mandato que se inicia.  "Garanto desde ontem, nosso governos garante semvergonhice para dar e vender. A Veja, Globo, Estadão e Folha teriam material de sobra para nos criticar. Mas, como temos eles no bolso...tem nem perigo".

Fhc também fez sua promessa: " São Paulo - a vanguarda do atraso, somos a prova viva disso - reelegeu o incompetente Alckmin exatamente por faltar água e sobrar violência policial. Nossos eleitores merecem o troféu Anta da Década. Vou premia-los".

No final da noite pesquisadores do Masp descobriram que o "choque de gestão" dos tucanos ouvidos de trás para frente revela verdades absolutas, exemplo: 

"Competência" significa o racionamento de energia durante o desgoverno Fhc e agora o racionamento dágua durante o desgoverno Alkmin em São Paulo. "Meritocracia" significa construir aeroporto para o titio, disse José Serra.

Louca

Uma vez, no recreio, comendo um Bis derretido, pensei isso, pela primeira vez: 
E se eu ficasse louca? 
Vi minhas amigas trocando papéis de cartas, vi uns meninos correndo de testa suada, vi uma professora caminhar como alguém que pensava em alguém que ela encontraria no final do dia, vi tudo isso como se não pudesse ter, ver, ser. 
E se eu ficasse louca?
Que triste para meus pais, que triste para a carteira vazia da escola, que triste para os livros plastificados com a etiqueta que dizia que era eu. Uma estudante, uma garotinha, com família, amigos, presilhas de cabelo, camisas brancas PP com um brasão que trazia um livro e um fogo. 
Se eu ficasse louca tudo isso seria o quê?
Pra onde iriam os materiais e as pessoas e o amor? 
E se eu ficasse louca? Quem iria me ver babar num canto de um hospital? Existe louco em casa? Mãe ama os loucos? 
Louco tem amigo? 
Louco tem livro plastificado? Louco começa e não para mais até acabar? Louco uma vez, louca pra sempre? Converse. Respire. Pense em garotos. Pense em xampus. Vamos. Não fique louca. Mude de assunto. Pense na menina mais bonita do mundo e odeie. Dê nome pra loucura que ela deixa de ser. Sinta dor com nome que assusta menos. Caia na aula de educação física, rale o joelho, sangre, dói menos. Desembarace os cabelos e sinta que problemas se alisam. Faça o papel do Bis virar um barquinho. Isso. Conte uma piada. Se os outros rirem bastante. Se a sua estranheza puder ser amada. Qualquer coisa menos loucura. Pense naquela música da rádio. Não, você não está triste. Uma fofoca e pessoas em volta. Vá até o banheiro retocar o batom da moranguinho. O professor mais ou menos bonito, por ele. Os outros. Olhe. Os outros. Vamos. Que data mesmo? Da guerra. Que data? Qualquer coisa. 
Menos louca.
O hino. Sujou um pouquinho da meia. Limpinha. Dê nome aos problemas. Problemas com nomes são problemas e não loucuras. Sempre evitando que ela saia. Sempre segurando. Não caia dura no meio do mundo. Não se chacoalhe no meio do pátio. Não vomite só porque sei lá o que é isso impossível de digerir e nem quero saber. Não abrace sem fim porque é preciso sentir o vento com o peito sozinho. Terrível mas tem banho quente pra distrair. Não espanque, não soque, não chore sangue, não arranque a língua, não grite, não acabe. Siga. Sorria. Mais uma prova. Mais uma festa. Mais um garoto. Sempre um pavor escondido mas nem era nada disso. Sempre uma tristeza abafada mas nem era nada disso. Sempre uma alegria exagerada que ninguém acolhe e o silêncio depois, fazendo curativos na pureza criando cascas. Um dia você será. O quê? 
Normal. 
Um dia você será. Normal. Um dia. 
Enquanto isso, se distraia como a professora que ama, as crianças que trocam papéis de cartas, os garotos que correm. Eles estão se distraindo também e pensando “olha, uma menina comendo Bis”.
Tati Bernardi 

Briguilina da tarde




É verdade que Aécio Neves recusou convite feito pela presidente Dilma para ser embaixador na Indonésia, e o motivo alegado foi falta de piloto para operar o helicóptero dos Parrelas?


Os marqueteiros tão se "achando"



A guerra de ofensas entre os marqueteiros João Santana (fez a campanha da Dilma - PT) e Paulo Vasconcelos ( fez a campanha de Aécio Neves - Psdb) no fundo não passa de uma batalha de egocêntricos. Confira abaixo:


na Folha

"A deselegância é uma marca que eu não quero na minha biografia", disse o publicitário Paulo Vasconcelos à Folha, questionado sobre a declaração do rival João Santana de que ele seria "um marqueteiro de segunda divisão (...) caindo para a terceira".

Vasconcelos fez a campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência. Santana reelegeu Dilma Rousseff, em disputa muito acirrada. "Ele deve ter tomado um grande susto ao ver um time da série B, com metade do orçamento e do tempo que ele tinha, levar a partida pros pênaltis e perder só por um a zero", ironizou.
Os ataques de Santana foram registrados em livro do jornalista Luiz Maklouf Carvalho, numa resposta à avaliação de Vasconcelos de que o PT "explorou a baixaria com profissionalismo" na disputa.
"A gente não consegue reescrever a história", rebate Vasconcelos. "Na campanha da Marta [Suplicy], que fez carreira na luta contra a homofobia, ele decidiu atacar com o preconceito. Marcou a carreira dela. Continuo achando o João Santana um grande profissional, mas falta à ele a grandeza dos vencedores", encerrou.