José Augusto Valente - Querem meter a mão no nosso petróleo

A Petrobras é uma das dez maiores empresas petrolíferas do mundo. Tem um plano de investimentos de US$ 220,6 bilhões para o período 2014-2018 e perspectivas de dobrar a atual produção de petróleo até 2020, quando chegará a 4,2 milhões de barris de petróleo produzidos diariamente.
A exploração do pré-sal é uma grande conquista do governo Lula, que nos coloca em uma posição estratégica frente à grande demanda de energia mundial das próximas décadas.
Os EUA têm grande interesse em explorar o pré-sal brasileiro. Em um relatório da Agência de Informações em Energia (EIA), do governo americano, pode-se ler:
- o pré-sal brasileiro é uma “das maiores descobertas de petróleo nos anos recentes”;
- tem o potencial de aumentar a produção brasileira em 119%;
- “as áreas tem perspectivas de reservas consideráveis de gás natural”;
- “quase todo o crescimento (da produção) fora da OPEP pode ser atribuído (na ordem) a cinco países: Canadá, Brasil, EUA, Casaquistão e Rússia”;
O relatório também diz que concorda com as “reclamações de companhias privadas com interesses no Brasil, que reclamam para si o direito de operar projetos na maior província petroleira descoberta recentemente no mundo”.
A exploração do petróleo no pré-sal mantém o petróleo e o gás produzidos nas mãos da Petrobras. As exploradoras não terão, como em outros locais, a concessão dos campos de petróleo, sendo “donas” do petróleo por um determinado tempo. No pré-sal elas terão que seguir um modelo de partilha, entregando pelo menos 30% à União. Além disso, a Petrobras será a operadora exclusiva.
Os royalties e as participações da União renderiam, de 2013 a 2022, R$ 200 bilhões — recursos que serão destinados à saúde e educação, resolvendo ou, pelo menos, minimizando os problemas nessas áreas.
Além disso, o governo federal, por meio da política de conteúdo local, exige que uma parte dos bens e serviços para a exploração do pré-sal seja produzida no Brasil. Com isso, já fez com que a indústria naval brasileira tivesse um crescimento vertiginoso na última década.
Em 2003, apenas dois estaleiros estavam em funcionamento e o número de empregos no setor totalizava 7.465. Este ano, já são dez estaleiros de médio e grande porte em funcionamento, 80 mil empregos diretos e, aproximadamente, 320 mil indiretos. Em 2017, o número de vagas diretas nos estaleiros deverá chegar a 101 mil. Somente para a Petrobras serão entregues, até 2020, 28 sondas de perfuração, 32 plataformas de produção, 154 navios de apoio de grande porte e 81 navios-tanque, todos construídos no Brasil.
Em maio de 2015, em Houston (EUA), a Petrobras receberá pela terceira vez o prêmio OTC Distinguished AchievementAward for Companies, Organizations, and Institutions em reconhecimento ao conjunto de tecnologias desenvolvidas para a produção da camada Pré-Sal. Esse prêmio é o maior reconhecimento que uma empresa de petróleo pode receber na qualidade de operadora offshore.

O ajuste fiscal e a esquizofrenia esquerdista

O indefectível Maquiavel advertia que muitas vezes um governante, pensando em estar fazendo o bem está fazendo o mal. Em outras vezes, é preciso fazer o que o senso comum considera que é o “mal” para fazer o bem. Ou seja, a piedade pode ser cruel e a crueldade pode ser piedosa. Em se tratado dos problemas fiscais dos Estados, invariavelmente, as visões esquerdistas não conseguem compreender esse paradoxo e propendem a defender ou fazer o mal ao invés de manter a saúde fiscal do poder público – condição necessária para o exercício do bom governo, entendido como governo que prioriza o interesse público comum.
É certo que nem só a esquerda (ou aquilo que é considerado como tal) é responsável pela irresponsabilidade fiscal. A crise europeia recente mostra que partidos socialdemocratas e liberais-conservadores também são useiros em promover desequilíbrios e depois tentar corrigi-los com violentas políticas de austeridade jogadas nos ombros dos trabalhadores e do funcionalismo público. A irresponsabilidade fiscal faz com que determinados Estados e sociedade vivam acima de suas condições durante determinado período. Mas no final da festa, alguém sempre tem que pagar a conta. Os mais ricos mostram-se os mais avaros nesse momento.
No primeiro mandato do governo Dilma foram feitas algumas “bondades” que agora vêm se revelando cruéis: desonerações fiscais, incentivos e vultosas concessões de empréstimos a juros subsidiados com dinheiro público via BNDES. Essa “brincadeira” toda custou caro, como disse Joaquim Levy. O resultado fiscal de 2014 foi R$ 100 bilhões inferior ao prometido. Outras torneiras. desnecessária e ineficientemente abertas do gasto público. também contribuíram para o agravamento da situação fiscal do país. As desonerações e os incentivos não resultaram em mais investimentos por parte dos setores beneficiados e, consequentemente, não geraram novos empregos. As “bondades” do BNDE$S alavancaram os Eike Batistas da vida ou a Friboi, que doou o equivalente a 10% dos empréstimos a juros subsidiados para campanhas eleitorais. Desonerações e subsídios geralmente são feitos sem critérios e resultam em injustiça, pois determinados setores são beneficiados sem que outros o sejam. Setores que, normalmente, são amigos do rei.
O Perigo da Esquizofrenia
A crise fiscal do setor público, como se sabe, produz graves consequências: aumento da dívida pública, elevação dos juros e dos gastos com os mesmos, encurtamento dos prazos dos empréstimos para contrair nova dívida pública, aumento da inflação, desconfiança dos investidores, riscos para o emprego e crise sistêmica de confiança. A última consequência do não enfrentamento de uma crise fiscal é o colapso da economia e uma possível moratória. Outra saída são os famosos programas de ajuda das agências internacionais em troca de pesados programas de austeridade, como ocorre na Grécia.
A vitória do Syriza na Grécia, sem dúvida, foi um fato alentador para todos aqueles que se colocam em linha por sociedades mais justas, menos desequilibradas e que combatem o domínio do capital financeiro. Mas sempre se há que ter o senso de realidade. O esquerdismo esquizofrênico saudou a vitória do Syriza como o caminho encontrado que conduziria a Canaã. Alguns próceres do esquerdismo usaram aquela vitória para emitir advertências contra Joaquim Levy e o ajuste fiscal, antevendo-os tragados pelo Mar Vermelho. Agora, diante do acordo que o governo de Alexis Tsipras fez com o Eurogrupo, esses mesmos próceres são obrigados a fazer inúmeros contorcionismos para justificar suas posições.
O esquerdismo, incluindo setores do PT, vem se posicionando contra as medidas de ajuste fiscal. Até mesmo setores sindicais e econômicos que se beneficiaram das “bondades” cruéis bradam contra o saneamento das contas públicas e clamam por mais benefícios e gastos. Em suma: apostam no agravamento da crise, circunstância que levaria ao caminho da Grécia e de outros países europeus que perderam o controle sobre o endividamento público.
Em que pese os erros do primeiro mandato do governo Dilma, a crise fiscal está longe de ser próxima da dos países do sul da Europa. Não há um descontrole e nem uma eminência de colapso. O ajuste visa apenas o restabelecimento da prudência e da responsabilidade, evitando que a crise se agrave. É verdade que o ajuste pode implicar em sacrifícios e na estagnação econômica em 2015. Mas se o que precisa ser feito for feito com serenidade, comando e eficiência, o Brasil poderá voltar a crescer nos anos seguintes. A “crueldade” de 2015 poderá revelar-se piedosa a partir de 2016.
A crise brasileira tem uma natureza muito mais política e moral, do que econômica e fiscal. O sistema político e os governantes carecem de legitimidade. Existe uma incapacidade generalizada para enfrentar os problemas existentes. A corrupção corroeu a confiança e a crença na política e nos políticos. O governo e o PT estão paralisados e sem capacidade de reação no interior dessa armadilha. O PMDB, com o seu ativismo e voracidade, não é capaz de constituir-se como um condutor sereno, sério e responsável. A oposição sofre dos mesmos males do governismo.
 A única tábua de salvação que o governo tem é a  recuperação da economia. Para que a economia se recupere é preciso restabelecer a confiança. O ajuste fiscal pode ser um meio para ajudar a restabelecê-la. Mas só isto não basta. Para atravessar os mares revoltos de 2015 é preciso um comando político firme, que saiba lidar com controles, com capacidade de convencimento e persuasão e com operacionalidade. Este comando existe? Eis a questão.
Aldo Fornazieri – Cientista Político e Professor da Escola de Sociologia e Política.

Se o operador Eduardo Cunha estiver na lava jato, desmoraliza-se

Se não estiver, desmorali-za o Procurador Geral da República - Rodrigo Janot
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Se o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (Pmdb-RJ) estiver na lista dos políticos envolvidos na operação lava jato, denunciados pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, sua fama de operador-mor está comprometida e o MPF valorizado. 

Mas tem um porém, se o procurador pedir apenas para que ele seja investigado, fica claro que os dois se merecem. É trocar seis por meia dúzia. Dou um pelo outro e não quero volta.



Filho preferido

Certa vez perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido, o mais amado. Ela deixou escapar um sorriso e respondeu: 
"Nada é mais volúvel que coração de mãe... 




O filho preferido, aquele a quem me dedico de corpo e alma, é o meu filho doente, até que sare. 
O que partiu, até que volte. 
O que está cansado, até que descanse. 
O que está com fome, até que se alimente. 
O que está com sede, até que beba. 
O que está estudando, até que aprenda. 
O que está nu, até que se vista. 
O que não trabalha, até que se empregue. 
O que namora, até que se case. 
O que casa, até que conviva. 
O que é pai, até que crie. 
O que prometeu, até que cumpra. 
O que deve, até que pague. 
O que chora, até que se cale". 

E, já com o semblante bem distante daquele sorriso, completou: 

"O que me deixou, até que o reencontre". 



Pense nisso


Quando nada parece dar certo, vou ver o lascador de pedras martelando sua rocha 100 vezes, sem que uma única rachadura apareça. Mas, na centésima primeira martelada a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela que conseguiu isso, mas todas as que vieram antes.
Jacob Riis

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