Tempos modernos

- Estamos numa época que o casal posta uma foto e a amante curte, compartilha e comenta: Felicidades! Roberta Alves

- O amante também! Vagner Reis





Frango com laranja

Ingredientes
frango inteiro  
500 ml de caldo de frango
50 gr de cebola fatiada 
25 gr de cenoura em rodelas 
25 gr de salsão fatiado 
2 colheres (sopa) de açúcar
1 colheres (chá) de amido de milho
50 ml de vinagre branco
25 ml de curaçao
3 laranjas, sal a gosto 
 Como fazer
Tempere o frango com sal e pimenta do reino branca a gosto. Amarre as pernas e as asas para que não abram durante o cozimento. Disponha em uma assadeira com grelha, com os miúdos cortados em pedacinhos por baixo. Asse em forno pré-aquecido a 180ºC por cerca de 1 hora. Após os primeiros 40 minutos, acrescente a cenoura, a cebola e o salsão por baixo da grelha, juntamente com os miúdos.  Enquanto isso, coloque em uma frigideira à parte o açúcar e o vinagre. Reduza até formar um caramelo claro. Acrescente 300 ml do caldo de frango e deixe reduzir em fogo baixo. Assim que o frango estiver assado, retire-o e reserve quente. Retire o excesso de gordura da forma do cozimento e coloque o restante do caldo de frango para fazer uma deglaçage. Deixe reduzir e incorpore essa deglaçage incluindo os legumes e os miúdos na mistura de açúcar com vinagre. Dilua o amido de milho em 10ml de Curaçao e despeje essa mistura aos poucos no molho até obter a consistência desejada. Deixe reduzir e passe tudo por uma peneira de ferro.

Mensagem da Vovó Briguilina

Boa noite!
As vezes não entendemos porque as coisas estão acontecendo de uma forma e não de outra. Mas, se avexe não. Na vida tudo tem sua hora. Calma, tranquilidade, paz. Amanhã será outro dia e você será (como merece), feliz. Porém, lembre, sempre de agradecer...


O timoneiro do golpe

clinton-e-fhcpor Mauricio Dias — na Carta Capital.
A memória nacional não esquecerá a pregação conspiratória de FHC, repetida pela oposição e aplaudida pela mídia dita isenta e imparcial
A primeira lenha atirada no fogaréu já existente está no discurso paroleiro de Fernando Henrique Cardoso, o timoneiro do golpe: "O governo Dilma perdeu a credibilidade"
Da convenção do PSDB, realizada em 5 de julho em Brasília, saiu a palavra de ordem de orientação aos partidos oposicionistas, com a finalidade de abalar ainda mais a situação política e econômica do País: botar lenha na fogueira e criar um clima de crise insuperável para forçar o impeachment da presidenta Dilma.
Assim o golpe foi anunciado. Mas será consumado? A primeira lenha atirada no fogaréu já existente está no discurso paroleiro de Fernando Henrique Cardoso, o timoneiro do golpe. Com as mãos no leme o ex-presidente sentenciou: "O governo Dilma perdeu a credibilidade".
Desqualificar a capacidade da presidenta de governar é um achado malévolo premeditado pelo ex-presidente. Nessa desqualificação está embutido o preconceito da suposta fragilidade da mulher para exercer o poder. É o impulso machista movendo interesses políticos sombrios. Que no futuro ele não repita, como fez no passado, o pedido para ser esquecido pelo que faz no presente.
A oposição pode ser dura. Não pode ser irresponsável. Mas foram irresponsáveis os discursos radicais dos tucanos. Disparados na convenção do partido, deduzem que Dilma não vai concluir o mandato conquistado democraticamente nas urnas. Será derrubada antes.
Esse pessoal tem mais ousadia do que coragem. Entre a teoria e a prática há um abismo.
Embora todos os golpes se pareçam, há sempre, entre eles, um diferencial. O de agora é expressivo. Para o pesar dos oposicionistas não há tropas à disposição. A crise está circunscrita ao golpe, sem tropas nas ruas. Assim, só restou à oposição cuspir fogo.
Aécio Neves avançou contra o governo com a violência de noviço excitado

Ditado bairrista

Não digo que todo humorista do Ceará é bom.
Mas, afirmo:
Todo bom humorista é do Ceará.




Então vamos falar dos sonhos

"Boulevard of Broken Dreams", de Gottfried Helnwein

"Boulevard of Broken Dreams", de Gottfried Helnwein

(...) Não dos sonhos realizados, mas dos sonhos perdidos. Sonhos perdidos. Acho essa expressão sublime. Poética, lírica, poderosa. Os sonhos que me interessam são os perdidos. Não resisto à tentação de interromper a mim mesmo e falar de um quadro inspirado num outro de Edward Hopper, o grande retratista da solidão americana. O quadro se chama Boulevard of Broken Dreams. Rua dos Sonhos Perdidos. Não troco dez Monas Lisas por aquele pequeno grande quadro.

A minha tese a respeito de sonhos é: eles não existem para ser realizados. Existem apenas para ser sonhados e, depois, perdidos. O sonho realizado morre. O sonho perdido se eterniza. Contemplem, por favor, o quadro que ilustra este texto e digam se não estou certo. Os sonhos perdidos reunidos naquela lanchonete são para sempre. Nem os meteoros destruidores do filme Armageddon seriam capazes de obliterar a Rua dos Sonhos Perdidos.

E então eu olho para mim mesmo e para meus sonhos. Meu primeiro sonho sério amoroso foi, como uma vez contei, com Constanza. Outro dia, ao mexer em velhos livros, encontrei uma dedicatória de Constanza. Era um livro francamente horrível. Um tratado de semiótica. Não o li na época e jamais o lerei. Mas vou guardá-lo até o fim de meus dias, como um pequeno troféu, pela dedicatória. "Espero que você goste. Mas, tratando-se de Fabio Hernandez, nunca se sabe".

A dedicatória me devolveu à memória o rosto jovem de Constanza. E depois a reconstruiu, como um escultor meticuloso, como naquela noite de sábado em que a beijei pela primeira vez. O vestidinho azul. A camisa amarela por baixo dele. O ar ingenuamente sexy de bandeirante. E sobre os olhos mais verdes que as águas do Caribe eu prefiro nem falar.

Tive então o impulso de ir ao condomínio de prédios onde, lá para trás, se realizou o baile em que demos nosso primeiro beijo. Desci do carro e me sentei num banco diante do condomínio. Fiquei apenas olhando, e olhando, e olhando. Na verdade eu não estava ali. Eu estava a muitos anos de distância dali. Uma jovem se aproximou e perguntou, gentil e preocupada, se estava tudo bem. "Sim", respondi. "Foi só um… sonho". Ela não pareceu convencida. "Tem certeza de que está tudo bem?" Fiz que sim com a cabeça. Um dia ela também retornaria a seus sonhos perdidos.

E agora me ocorrem meus somnhos literários. Aos 20 anos eu sonhava escrever romances. Muitos romances. Romances como os de Dostoiévski, Jorge Amado e Fitzgerald, meus preferidos naqueles dias. Todos eles tinham lançado seu primeiro romance na casa dos 20 anos. Acho que Jorge Amado até antes. Mas a vida me transformou não num romancista sério, mas num escritor barato. Vejo agora mesmo diante de meus olhos uma estante imaginária com os romances importantes que jamais escrevi.

Um dia, alguns anos atrás, falei dessa minha frustração com Tio Fabio, um homem sábio do interior. Ele não disse nada. No dia seguinte, me entregou seu exemplar desgastado de tanto ser usado de Os Maias, de Eça de Queirós. Eu ainda não o tinha lido. Ao lê-lo entendi por que Tio Fabio me dera o romance. O final fala exatamente dos sonhos perdidos. Dois amigos conversam pelas ruas de Lisboa sobre seus sonhos destruídos. Um deles, Ega, como eu, nunca escreveu o romance que toda Lisboa tanto esperara. Entendi enfim terminada a leitura, que sem sonhos perdidos não haveria a grande arte de Os Maias, ou de Hopper, ou de tantos outros gênios. Não haveria aquela formidável tocha que se alimenta da dor para produzir romances, poemas, canções, quadro, filmes que iluminam e aquecem a humanidade. E então eu soube que a maior miséria de todas é não ter uma coleção de lindos sonhos perdidos.
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Camila Nogueira
Sobre o Autor
Camila Nogueira, nossa correspondente de literatura, tem a impressionante capacidade de ler romances de 600 páginas em dois dias -- e depois citar frases inteiras da obra. Com apenas 18 anos, ela já leu as obras completas dos maiores mestres da literatura - como Balzac, Dumas, Fitzgerald e Dickens.

Então vamos falar dos sonhos

"Boulevard of Broken Dreams", de Gottfried Helnwein
"Boulevard of Broken Dreams", de Gottfried Helnwein
(...) Não dos sonhos realizados, mas dos sonhos perdidos. Sonhos perdidos. Acho essa expressão sublime. Poética, lírica, poderosa. Os sonhos que me interessam são os perdidos. Não resisto à tentação de interromper a mim mesmo e falar de um quadro inspirado num outro de Edward Hopper, o grande retratista da solidão americana. O quadro se chama Boulevard of Broken Dreams. Rua dos Sonhos Perdidos. Não troco dez Monas Lisas por aquele pequeno grande quadro.
A minha tese a respeito de sonhos é: eles não existem para ser realizados. Existem apenas para ser sonhados e, depois, perdidos. O sonho realizado morre. O sonho perdido se eterniza. Contemplem, por favor, o quadro que ilustra este texto e digam se não estou certo. Os sonhos perdidos reunidos naquela lanchonete são para sempre. Nem os meteoros destruidores do filme Armageddon seriam capazes de obliterar a Rua dos Sonhos Perdidos.
E então eu olho para mim mesmo e para meus sonhos. Meu primeiro sonho sério amoroso foi, como uma vez contei, com Constanza. Outro dia, ao mexer em velhos livros, encontrei uma dedicatória de Constanza. Era um livro francamente horrível. Um tratado de semiótica. Não o li na época e jamais o lerei. Mas vou guardá-lo até o fim de meus dias, como um pequeno troféu, pela dedicatória. "Espero que você goste. Mas, tratando-se de Fabio Hernandez, nunca se sabe".
A dedicatória me devolveu à memória o rosto jovem de Constanza. E depois a reconstruiu, como um escultor meticuloso, como naquela noite de sábado em que a beijei pela primeira vez. O vestidinho azul. A camisa amarela por baixo dele. O ar ingenuamente sexy de bandeirante. E sobre os olhos mais verdes que as águas do Caribe eu prefiro nem falar.
Tive então o impulso de ir ao condomínio de prédios onde, lá para trás, se realizou o baile em que demos nosso primeiro beijo. Desci do carro e me sentei num banco diante do condomínio. Fiquei apenas olhando, e olhando, e olhando. Na verdade eu não estava ali. Eu estava a muitos anos de distância dali. Uma jovem se aproximou e perguntou, gentil e preocupada, se estava tudo bem. "Sim", respondi. "Foi só um… sonho". Ela não pareceu convencida. "Tem certeza de que está tudo bem?" Fiz que sim com a cabeça. Um dia ela também retornaria a seus sonhos perdidos.