Se Temer traiu a Dilma por que será fiel aos amigos da ocasião?

por Kiko Nogueira
Assim como os pássaros nasceram para voar e a PM para bater, conspiradores nasceram para conspirar. Se Michel Temer faz o que faz agora, em plena luz do dia, o que o impediria de trair seus novos aliados do golpe?
Eduardo Cunha será preso cedo ou tarde, mas conta com o compadre Michel na presidência. O ex-vice decorativo adquiriu uma desenvoltura invejável. Além da pregação ininterrupta  da necessidade de um governo de “união nacional” — sob sua tutela —, Temer tem conversado com governadores que são contra o impeachment.
Na sexta, 11, deu uma palestra no IDP (Instituto de Direito Público), em São Paulo, com Gilmar Mendes. Falou que “as forças motrizes do desenvolvimento decorrem da conjugação do capital e do trabalho. Se estiverem harmonizados, colaboram com o país e com o governo, por isso toda iniciativa governamental deve priorizar a iniciativa privada”. Mencionou, ainda, a esperança de instaurar o que chamou de “semiparlamentarismo”.
Gilmar o elogiou: “Temer é um excelente nome para as funções que exerce. Seria um ótimo presidente do Brasil.”
O PSDB fechou questão a favor do impeachment numa reunião com a presença de FHC. José Serra virou articulador político de olho num ministério, Geraldo Alckmin abandonou a costumeira cautela, Aécio parece ter sossegado o facho com relação à convocação de novas eleições em 2016.
O acordo dos tucanos em torno de Temer envolve seu compromisso de conduzir o país até 2018 e, chegando lá, entregar a encomenda e ir para casa.
Ainda que Temer esteja prometendo isso e seja conveniente ao pessoal acreditar, ficou mais clara do que nunca sua índole. Depois das cenas absurdas a que estamos assistindo de iniquidade institucional, seus colegas jamais poderão se surpreender quando MT mudar de ideia daqui a três anos e se candidatar.
O PMDB tem planos, Temer tem 75 anos e está com sangue nos olhos. “Se é verdade que as conspirações são, por vezes, montadas por pessoas de espírito, são, contudo, executadas por animais ferozes”, disse o escritor francês Antoine de Rivarol.
Estamos cercados de animais ferozes loucos para se devorar uns aos outros, e o chefe da matilha é autor de cartas constrangedoras e autovazáveis.
no Diário do Centro do Mundo

Decisão do STF mudará o cenário do impeachment para Dilma

por Cíntia Alves
Se o impeachment de Dilma Rousseff for pautado pela lei 1079/1950, basta - não que seja fácil - a oposição angariar dois terços de votos da Câmara (342 de 513, portanto) para afastar imediatamente a presidente do poder. Só depois o processo por crime de responsabilidade fiscal seria enviado ao Senado, onde outros dois terços de votos definiriam o destino final de Dilma.
Mas se a Constituição de 1988 prevalecer sobre a lei de 1950, Dilma, em eventual derrota na Câmara, terá uma segunda chance no Senado, pois o afastamento só seria determinado após apreciação, pelos senadores, do que foi determinado pela Casa comandada por Eduardo Cunha.
Esse é o teor da ação que está nas mãos do ministro Luiz Edson Fachin, que suspendeu a tramitação do impeachment até a próxima quarta (16), quando afirma que levará ao plenário do Supremo Tribunal Federal uma espécie de roteiro legal para o processo de impedimento de Dilma, por solicitação do PCdoB.
Fachin afirmou à imprensa essa semana que estuda o impeachment de Fernando Collor e as leis que tratam do processo para esboçar o rito certeiro. Outro ministro, Marco Aurélio Mello, disse que o plenário do STF não vai "legislar" sobre o impeachment, mas apenas dizer se prevalece o que foi estabelecido pela lei de 1950, pela Constituição ou ainda pelo regimento interno da Câmara.
Duas liminares concedidas pelos ministros Teori Zavascki e Carmén Lúcia já indicam que o regimento interno da Casa - usado por Cunha para escrever um manual do impeachment a pedido da oposição - não é a melhor norma para nortear a discussão. Restam, conforme apontado na ação do PCdoB, a Constituição e a lei 1079.

Meme do dia

#Impitimanémeuzovo


Foto de Partido dos Trabalhadores.
MANIFESTO PLURAL
A luta contra o golpe teve mais uma importante adesão.
"Artistas, intelectuais, pessoas ligadas à cultura que vivemos direta e indiretamente sob um regime de ditadura militar; que sofremos censura, restrições e variadas formas de opressão; que dedicamos nossos esforços de forma obstinada, junto a outros setores da sociedade, para restabelecer o Estado de Direito, não aceitaremos qualquer retrocesso nas conquistas históricas que obtivemos", diz o documento.
Leia mais na Agência ‪#‎PT‬ de Notícias http://goo.gl/B0nEet

Charge do dia

Fernando Brito - Aécio processa Dilma. Fazer reunião não pode, só pode fazer aeroporto de família


caradepau
Impossível não dizer que Aécio Neves é um dos maiores caras de pau que já transitou pela política brasileira.
O sujeito constrói um aeroporto na fazendo do tio, com dinheiro público, pousa e decola 110 vezes ali para ir descansar em sua fazenda mas, na ânsia de aparecer, puxa da cachimônia a ideia de processar Dilma Rousseff  por receber no Palácio, uma comissão de 30 juristas que lhe foram oferecer parecerem a fim de que se defenda do impeachment.
“Vamos entrar com uma ação para impedir que a presidente continue usando o Palácio do Planalto para defender-se de acusações que são feitas a ela quanto ao impeachment”.
Realmente, é de atrair cupim.
E não tem um que lhe diga isso no Senado,  com direito a transmissão na TV.
Publicam como se fosse algo sério, capaz mesmo de ir parar nos tribunais, pelas mãos de algum procurador que “queira aparecer” e leve o parecer ao Dr. Janot que, afinal, como não está (espero que ainda) ocupado com os desmandos de Eduardo Cunha, apresente a queixa.
Ah, e na sequência da comédia hipócrita, o Ministro Gilmar Mendes, aquele que vai expandindo pelo país inteiro o seu cursinho de direito sem explorar – de forma alguma, claro – o prestígio de ser integrante da Corte Suprema…
Então ele babará de furor moralista, exigirá a morte pelo abuso, contemplado pelo ar cândido de Dias Tófolli, outro caso a ser estudado de brandura de princípios.
E a todas estas nós, pagando.
no Tijolaço

Charge do dia