Derrotar o golpe e virar a página do terceiro turno

Entre o correto e necessário enfrentamento à corrupção e a busca por soluções para o país, o povo brasileiro está frente a uma escolha política histórica: seguir construindo a nossa jovem democracia, respeitando as urnas, ou interrompê-la de forma traumática, dando curso ao golpe e cassando o mandato de uma presidenta legitimamente eleita, sem que tenha cometido qualquer crime

O desalinho da narrativa do impeachment revela toda a extensão do golpe em curso no país
A abertura de processo de impeachment contra a presidenta Dilma, ou, em outras palavras, o curso atual de mais uma tentativa de golpe institucional, representa o ápice de uma campanha política revanchista de terceiro turno. Há mais de um ano o país vive uma crise política intensa, sob a sombra constante do golpismo. Uma campanha engendrada e conduzida por uma oposição conservadora irascível, intolerante e inconformada com a derrota nas urnas em 2014. A tentativa de retirar do cargo uma presidenta legitimamente eleita nas urnas, com o voto de mais de 54 milhões de brasileiros, por meio de um processo de impeachment/golpe, além de carecer de legitimidade não apresenta uma única acusação fundamentada, revelando-se por inteiro como um verdadeiro ataque à democracia. E não bastará aos organizadores dessa trama e aos defensores da quebra das normas constitucionais justificarem suas manobras entre brechas e sombras legais ou regimentais. As conspirações golpistas, tramadas especialmente pelo presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha, aliado aos tucanos, democratas e outros setores conservadores, são tão falsas quanto contraditórias. Desde a reeleição da presidenta, estes têm promovido diferentes ações para retirá-la da Presidência, de pedidos de recontagem de votos e rejeição das contas de campanha até a rejeição das contas do governo e requerimentos de impeachment sem crime.

O processo atual, encaminhado por Cunha, está apoiado na suposta reincidência do governo na prática das "pedaladas fiscais" no ano de 2015. Veja: de um ano fiscal que sequer terminou, sobre contas do governo que ainda não foram analisadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e muito menos votadas pelo Congresso Nacional, a quem cabe a última palavra. Mais: um procedimento contábil até hoje considerado legal pelo TCU, utilizado inclusive pelos governos de Fernando Henrique e Lula, e também aprovado pela Câmara.

Na busca por criar um ambiente político de descontrole e condições sociais favoráveis à cassação da presidenta e à proscrição da esquerda da vida pública, os setores conservadores e a oposição liderada por PSDB têm em Cunha, e em suas "pautas-bomba" contra o país, o principal aliado e agente da crise política. Juntos eles têm promovido atos e manifestações de intolerância e ódio na política e uma verdadeira campanha de terror econômico, apoiados em agências de risco e amplificados por parte dos grandes meios de comunicação. Na particular visão desses setores, a democracia tem "limites" e "prazo de validade", pois depende de "quem vence" e "por quanto tempo vence". Assim, para eles chegou a hora de interromper o mandato da presidenta Dilma, mesmo que isso agrida profundamente todo o processo democrático.

O desalinho da narrativa do impeachment, sem que qualquer crime tenha sido cometido, revela toda a extensão do golpe em curso no país e o verdadeiro objetivo político dos conservadores e da direita nacional: atalhar o caminho ao poder sem depender do voto dos brasileiros e sem apresentar um programa para o país. Registre-se: votos e base social que têm lhes faltado em quatro eleições presidenciais seguidas.

Sequer o fato de que o pedido de impeachment tenha sido aceito e esteja sendo conduzido pelo deputado Cunha os constrange. É preciso dizer alto e bom som que o presidente da Câmara foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com contas comprovadas no exterior e patrimônio não declarado. O que evidentemente lhe retira qualquer autoridade moral e legitimidade política para conduzir um processo de impeachment como abre-alas para um golpe institucional.

Desde que foi denunciado, o deputado Cunha tem se utilizado de todo tipo de chantagem e ameaça para manter seu mandato parlamentar e o foro privilegiado. Momentos após saber que a bancada do PT votaria a favor do processo da Comissão de Ética, que provavelmente culminará com a cassação do seu mandato, em um ato de vingança assinou o pedido de impeachment contra Dilma. Contou para isso com o apoio de parte da oposição, que até há pouco afirmava querer seu afastamento da Presidência da Câmara e agora silencia sobre as acusações que pesam contra ele.


Causa estranheza, portanto, que movimentos de rua organizados pela oposição, sob o falso pretexto de combater a corrupção, não destinem também a outros políticos, partidos e empresários, igualmente citados em investigações, críticas, bonecos ou cartazes. Bem como não se manifestem sobre escândalos de corrupção como o trensalão tucano de São Paulo, o mensalão do PSDB mineiro, ou as contas secretas no HSBC da Suíça. Na indignação seletiva destes, interessa que apenas um partido, um governo, uma liderança, uma corrente política sejam apontados e condenados publicamente. Respeitadas de maneira democrática todas as manifestações, é preciso dizer que, ressalvada a sua incoerência, o clima de terceiro turno, que tem como objetivo desestabilizar o governo, acaba por prejudicar nossa economia e atrasar a retomada do crescimento.

Assim, nos encontramos em meio a uma onda de intolerância política, alimentada pelo conservadorismo, pela oposição aliada a Cunha e parte da grande mídia. Uma escalada de ódio em episódios supostamente isolados, com agressões a membros do governo, militantes de esquerda, movimentos sociais, ameaças de morte à presidenta, pedidos de retorno da ditadura. Os principais meios de comunicação do país, assim como os dirigentes da oposição, deveriam ter maior responsabilidade com a nossa democracia, e não permitir que a crítica, legítima e necessária, rompa fronteiras, alimentando a ideia do "quanto pior, melhor" e levando o Brasil a um ambiente de golpismo e convulsão social.

Entre o correto e necessário enfrentamento à corrupção e a busca por soluções para o país, o povo brasileiro está posto frente a uma escolha política histórica: seguir construindo a nossa jovem democracia, respeitando as urnas, ou interrompê-la de forma traumática, dando curso ao golpe e cassando o mandato de uma presidenta legitimamente eleita, sem que tenha cometido qualquer crime. Seria isso o melhor para o Brasil? A presidenta pode ter cometido erros, mas não crimes, e a única forma de manifestar o que pensamos sobre o seu mandato é o voto. Portanto, a resistência deve vir de todos aqueles que acreditam na democracia, que lutaram por ela contra a ditadura, seja onde for, das ruas ao Congresso. Deve ser uma tarefa de toda a sociedade brasileira.

Henrique Fontana é deputado federal (PT-RS), integra grupo petista na Comissão que analisa pedido de impeachment na Câmara




Admitido processo de Cassação de Eduardo Cunha

Placar 11 a 9 a favor do prosseguimento do processo contra o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (Pmdb-RJ).
É apenas questão de tempo para o usufrutuário de contas na Suíça e aliado do Psdb em tentativa de golpe contra a presidente da República, Dilma Rousseff, que disse a tempos e refirmo, saíra fortalecida deste processo.



Cunha caiu

Golpe tucano perde um dos seus Cunhas (o Eduardo) restam Aécio e Cássio, e agora?
:



O que dirá o senador Aécio Neves (PSDB-MG) diante da queda do aliado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)? Qual será a posição de Paulinho da Força (SD-SP), que dizia estar disposto a se manter até o fim ao lado do presidente da Câmara? E Carlos Sampaio (PSDB-SP)? Os três são protagonistas do golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff, que pode levar o vice Michel Temer ao poder, e se associaram a Cunha com este fim; a tendência é que todos se afastem do antigo aliado e tentem emplacar um novo nome na presidência da Câmara, para tocar o processo de impeachment; a aposta mais provável é Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE); a única coisa certa é que não há mais impeachment sob a regência de Eduardo Cunha, alvo principal da Operação Catilinária, da PF Continua>>>



Operação lava jato - quer café ou chá?

#Operação Barichello, acontece nesse momento nas mansões de Cunha com direito a café da manhã, selfie e entrega de cestas de natal aos policiais e delegados. Foram encontradas provas de história, OSPB e matemática. Mais informações direto da redação da Globo, que disponibiliza todo o roteiro via whatsapp



PF cumpre mandado de busca e apreensão na casa de amigo de Aécio Neves


Esse manchete ninguém verá nos telejornais, jornais, revistas, rádios e portais de notícias das famílias midiáticas.
Fosse aliado do PT, a manchete seria:
PF cumpre mandado de busca e apreensão na casa de amigo de Lula



Briguilina sobre PF na casa do Cunha

O pato de troia 



Cá com meus botões...
Por que o Ministério Público, a Polícia Federal e o Moro só deflagaram mais essa fase da Operação lava jato depois do fracasso retumbante das minifestações pró golpe e culparam o usufrutuário por isso?

Sei não, mas tenho a impressão que sei lá?...




Barak Obama agradece Dilma Rousseff por liderança do Brasil em negociações da COP21

Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e do Brasil, Dilma Rousseff, cumprimentaram-se pelo acordo alcançado no sábado (12), na COP21, conferência do clima da ONU em Paris.

De acordo com a Casa Branca, em conversa por telefone, Obama "agradeceu e felicitou" Dilma por sua atuação e a da ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) pela "liderança" nas negociações, que levaram a um compromisso de todos os países signatários a adotar medidas de combate às mudanças climáticas.
O Palácio do Planalto disse que Dilma "parabenizou o presidente Obama pela liderança firme e proativa dos Estados Unidos".

Ambos reforçaram o compromisso de atuarem em conjunto para a implementação do acordo.




ACORDO DO CLIMA

O chamado Acordo de Paris estabelece o teto de 1,5°C de elevação da temperatura global. Além disso, indica que US$ 100 bilhões (R$ 378 bilhões) por ano é o piso da ajuda dos países ricos aos mais pobres até 2025 e determina balanço global das metas nacionais a cada cinco anos.

A ministra Izabella Teixeira atuou como facilitadora convocada pelo chanceler da França, Laurent Fabius. Cerca de 150 chefes de Estado estiverem presentes na abertura da COP21, em 30 de novembro.

"O acordo é legítimo e reflete as posições que o governo brasileiro defendeu", afirmou Teixeira após a assinatura do acordo.
da Folha de São Paulo