Moro e Janot entrarão na história dentro da lata de lixo

Na primeira semana de dezembro, Rodrigo Janot, o Procurador Geral da República que parecia, nos primeiros seis meses de mandato, ser um dos melhores das últimas décadas, enterrou seu nome de vez na História. Dias antes, a defesa do ex-Presidente Lula entrou com uma ação por danos morais contra o procurador Deltan Dallagnol, que usou a midia para fazer uma série de acusações sem prova contra o investigado. De forma corporativa e apressada, Janot tentou jogar o ex-presidente contra o corpo do Ministério Público. No que foi rebatido imediatamente por um dos integrantes mais respeitados do MP no país: Eugênio Aragão.

Não foi a primeira vez que Janot surpreendia as mentes mais equilibradas com ataques diretos a Lula. Quando DIlma ainda era presidente, antes do Golpe de Estado, o PGR tentou impedir que o ex-presidente fosse nomeado ministro. Dias antes, num dos atos mais graves cometidos na história do país por um juiz, Sérgio Moro tinha usurpado a competência do STF para gravar e distribuir à imprensa um grampo telefônico da Presidência da República. Com isso tentava impedir a posse de Lula na Casa Civil. Janot fez sua parte: entrou com pedido de suspensão da nomeação no Supremo, afirmando ser "inusual" a escolha feita por Dilma. Meses depois, Janot mostra que convive bem com ministros investigados no Ministério do Golpe. 

Os gritos de Moro com a defesa de Lula, no início de dezembro, mostra que o juiz de Curitiba é outro que vai afundando seu nome no limo da História. Não é comum que juízes tenham ataque de histeria em plena audiência. É estranho que juízes se satisfaçam com agressões verbais feitas por testemunhas contra o investigado e a defesa. E bastante inusual que defenda o uso de provas ilícitas, que invada competências do Supremo, que aceite direcionamento de pergunta por acusadores, ou que seja visto como do "time da acusação" pelos próprios procuradores.

Mas o que querem Janot e Moro? Entrar para a História como os "Caçadores de Lula"? Se pensam que isso será uma boa credencial para a fama, podem esperar um destino perverso. A notícia tem pernas curtas, mas a História tem braços longos. Muito longos.

Nomes de peso do mundo jurídico sabem perfeitamente o que está acontecendo. Personalidades internacionais já perceberam que a perseguição a Lula é tão somente política, e ultrapassa em muito o Estado de Direito. A comunidade acadêmica também já se apercebeu, e vem ganhando força na sociedade a consciência de que o que querem, na verdade, é tão somente materializar judicialmente a sede de vingança de uma direita ultra-conservadora e retrógrada, vocalizada pelas corporações midiáticas, que os têm como aliados no limite da responsabildade.

É evidente que academia, juízes sérios, procuradores conscientes do seu papel republicano, comunidade política, jurídica e acadêmica internacional terão vozes muito mais perenes do que a caducidade própria dos produtos midiáticos. Janot e Moro acreditam realmente que, em sendo heroicizados e bajulados por jornalistas e um grande esquema publicitário em torno de seus nomes, terão vida longa como baluartes da moralidade.

Ao menos poderiam ver o eclipse que um outro juiz super-herói experimentou. Só que o outro, que atuou sob os holofotes voltados para o Supremo, não ousou perseguir politicamente um dos mais conceituados líderes populares do país, um dos políticos mais reverenciados pelos mais pobres e necessitados, e também admirado por toda uma parcela de classes médias progressistas, além de nomes internacionais.

Moro e Janot são muito pequenos diante da grandeza de um Luis Inácio da Silva. No máximo, se igualam aos brutamontes da Comissão Geral de Investigações, que perseguiam os desafetos da ditadura, como Juscelino Kubitschek ou Leonel Brizola.

No máximo passarão à história como personagens de uma nova "República do Galeão". E deveriam se perguntar desde já: “Alguém se lembra do nome de alguns desses perseguidores políticos?”. Se essa pergunta for humilhante demais, poderiam tentar outra: "Como passaram à História os perseguidos?"

Operação lava jato

Moro e seus comparsas não são mais corruptos e canalhas por falta de espaço.

Capachos a serviço dá mídia e dos colegas tucanos.

Corja!

Cheiro de FBI/CIA na cena do "piti", por Armando Rodrigues Coelho Neto

Farsa jato - Foi estranho saber que o coronelismo eletrônico da mídia golpista resolveu colocar no ar um embate entre a defensoria do ex-Presidente Lula e o juiz Sérgio Moro. Para os admiradores do ex-presidente, foi um lavar de alma ver alguém peitando um magistrado, que prefiro tratar como “encantador de incautos” do que usar a expressão chula que circula nas redes sociais. “Se Vossa Excelência atua aqui como acusador principal, Vossa Excelência perde todo respeito”, disse o advogado, no legítimo interesse de seu cliente.

Para os que alimentam o gratuito ódio ao PT/Lula /motivo de glória. Nada como assistir o “encantador” admoestando e caçando a palavra daquele que defende o inimigo visceral do grupo Globo et caterva, em cadeia nacional. “O senhor está sendo inconveniente, já está indeferida sua questão e o senhor respeite o juízo... o senhor não tem a palavra”, disse o juiz, abandonando o pseudo tom messiânico como conduz suas audiências ou clama pela aceitação de provas ilegais obtidas de boa fé e ou apela por apoio popular para fundamentar para prisões.
A polêmica surgiu quando o representante do Ministério Público fez uma pergunta-pegadinha, de caráter, digamos, subjetivo, pois a resposta poderia vir viciada por fatores extra autos (comoção midiática do processo) e ou impressões pessoais da testemunha. Coisinha básica vedada pela lei penal, mas que a soberba da Farsa Jato faz questão de ignorar, assim como o fez em outras oportunidades.

O reino, o príncipe e o sapo



sapoprincipe
Era uma vez um reino desencantado em que o povo, cabisbaixo, não tinha voz, mal podia falar.
Quando tentava dizer, levava logo o castigo: uma porretada no lombo pra nunca mais esquecer.
Como porretada no lombo é coisa que dói, o povo só podia gemer: 'ai'. E a vida no reino seguia, abaixo de pau e porrete, 'ai', gritando pra frente e a mil.
Logo o povo aprendeu que o melhor era ficar quieto, calado do que andar falando nas ruas e ser logo enjaulado.
Os generais de plantão, exército del rei de araques, lançou campanha ao povo, pra não esquecer seu lugar.
Primeiro lançaram o 'ai-1', mas o povo, que a vaca amarela esquecia, acabava sempre levando uns petelecos por dia.
Assim surgiu o 'ai-2', o 3, o 4 até chegar no último 'ai': o ai-5.
Eram tempos de chumbo, quem não amasse  o reino que o deixasse. Muita gente sumiu. Uns foram para o estrangeiro, outros, coitados, enterrados em terrenos alheios.

Nao vou deixar pra manhã

Hoje quem pode pacificar o Brasil é Lula.
E desde ontem assumindo ser candidato a presidente (eleito) em 2018.

Que estrebuchem.

Sou ateu.

Mas rezo todos pra eu estar errado.

Poesia

O amor não é hereditário
O amor não é sanguíneo
O Amor não é transexual
O amor não é hétero
O amor não é trans
O amor não é feminino
...
O amor É amor!

Para proteger Temer o juiz (?) Sérgio Moro anulou 41 perguntas de Cunha

 Por que Moro anulou as perguntas do Cunha sobre Yunes e Henri, por Jeferson Miola

Num dos processos em que é réu na Lava Jato, Eduardo Cunha arrolou para testemunho de defesa, dentre outros, seu sócio golpista Michel Temer.

Em despacho de 28 de novembro de 2016, o juiz Sérgio Moro anulou 21 das 41 perguntas preparadas por Eduardo Cunha para a oitiva de Temer: considerou treze "inapropriadas" e oito sem "pertinência com objeto da ação penal".

No grupo das "impertinentes", estavam as perguntas 35, 36 e 37, que se referiam a José Yunes – histórico dirigente do PMDB, super amigo de mais de meio século de Temer e assessor especial da Presidência que se demitiu do cargo ocupado no Planalto depois da publicidade da delação do diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho:

- 35: "Qual relação de Vossa Excelência [Temer] com o Sr. José Yunes"?;

- 36: "O Sr. José Yunes recebeu alguma contribuição de campanha para alguma eleição de Vossa Excelência ou do PMDB?";

- 37: "Caso Vossa Excelência tenha recebido, as contribuições foram realizadas de forma oficial ou não declarada?".

Cláudio Melo Filho detalhou que um dos pagamentos pedidos por Temer, de R$ 4 milhões, "ocorreu entre 10 de agosto e o final de setembro de 2014 na Rua Capitão Francisco, 90, Jardim Europa, sede do escritório de Advocacia José Yunes e Associados".

As perguntas 31 e 34, consideradas "inapropriadas" por Moro, se referiam a João Augusto Henriques, empresário-lobista do PMDB que está preso desde setembro de 2015 por envolvimento na corrupção na Petrobrás:

- 31: "Vossa Excelência conhece o Sr. João Augusto Henriques?";

- 34: "Vossa Excelência tem conhecimento se houve alguma reunião sua com fornecedores da área internacional da Petrobrás com vistas à doação de campanha para as eleições de 2010, no seu escritório político na Avenida Antônio Batuira, nº 470, em São Paulo/SP, juntamente com o Sr. João Augusto Henriques?".

Na delação, o diretor da Odebrecht Márcio Faria citou João Henriques como participante de reunião no escritório de Temer, com a presença do próprio Temer, para acertar as propinas para o PMDB, tal como Cunha insinuou na pergunta 34, inclusive com a mesma riqueza de detalhes sobre data e local de encontros: em 2010, no escritório do Temer!

No despacho que justificou a anulação de mais da metade das perguntas do Cunha, justamente aquelas que incriminam Temer, Moro abdicou da condição de julgador e atuou como advogado de defesa, usando argumentos para proteger e absolver Temer por antecipação:

[1] "apesar da afirmação [de Cerveró] de que teria procurado o então Deputado Federal Michel Temer para lograr apoio político para permanecer no cargo de Diretor da Petrobrás, não há qualquer referência de que a busca por tal apoio envolveu algo de ilícito ou mesmo que a conversa então havida tenha tido conteúdo ilícito" [sic]; e

[2] "não há qualquer notícia do envolvimento do Exmo. Sr. Presidente da República nos crimes que constituem objeto desta ação penal" [sic].

O conteúdo das delações dos lobistas da Odebrecht seguramente era do conhecimento prévio do onipotente e onipresente juiz titular da Lava Jato e dos procuradores e policiais tucanos da força-tarefa. Como, todavia, tais delações não atingem Lula e o PT; mas sim políticos do PMDB, PSDB, DEM, PSD, Moro anulou seletivamente as perguntas que poderiam esclarecer fatos e revelar a verdade sobre a corrupção na Petrobrás.

Moro não age sempre com a mesma "parcimônia" processual; é um juiz posicionado, com clara orientação partidária. Nos processos nos quais Lula foi abusivamente convertido em réu, Moro fica com sangue nos olhos, rechaça perícias técnicas, dificulta oitiva de testemunhas de defesa, atua como acusador e não como juiz, constrange advogados, é parcial e cerceia o direito de defesa.

Na caçada obsessiva ao Lula, e diante da monumental ausência de provas, Moro se apega a uma "inabalável convicção" para tentar condenar o ex-presidente.

Nas últimas semanas, com a crise terminal do governo golpista e o avanço das delações que incriminam o PSDB, PMDB, DEM e todo o bloco golpista, mas não atingem Lula, Moro e os justiceiros da Lava Jato partiram para a fabricação em série de ações policiais e judiciais delirantes contra o ex-presidente. A obsessão maníaca destes seres bíblicos da força-tarefa da Lava Jato ainda os levará a acusar Lula pelo derretimento da calota polar do planeta.

As duas primeiras delações dos diretores da Odebrecht comprovam que Moro não é um juiz, mas um tucano de toga que atua motivado por interesses partidários. A anulação seletiva das perguntas do Cunha para proteger Temer é prova incontornável de que Moro não tem isenção e imparcialidade para continuar atuando na Operação Lava Jato; ele prevaricou e feriu a Lei da Magistratura e se colocou em suspeição; está ética e funcionalmente impedido de prosseguir julgando o caso.