Um golpe a deriva, por Fábio de Oliveira Ribeiro


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(...) A divisão política das elites na atualidade é evidente. Elas concordam com as reformas, mas não conseguem encontrar um único líder para comandá-las. Geraldo Alckmin comanda o Estado mais rico da federação e tem ambições presidenciais, mas está sendo obrigado a enfrentar o sorridente prefeito de São Paulo que rapidamente conquista a preferência da mídia. Bolsonaro é o candidato da direita retro e certamente retirará alguns milhões de votos de qualquer concorrente ao cargo no campo da direita. José Serra e Aécio Neves ainda não disseram se pretendem ou não disputar a presidência. Marina Silva continuará sendo a eterna candidata do Banco Itaú.
Dória Jr. é cortejado pela imprensa e já se apresentou como opção do mercado, mas é desconhecido fora de São Paulo e será sabotado por Alckmin. Ciro Gomes sonha ser o candidato do centro, mas é mais conhecido no nordeste e não tem musculatura partidária para alcançar seu objetivo. Tudo bem pesado, Doria Jr. é um Ciro Gomes com discurso pró-mercado e Ciro Gomes é um Doria Jr. com propostas desenvolvimentistas.
Lula não apoiou o golpe e continua sendo o candidato presidencial preferido dos brasileiros. Se for excluído das eleições o trauma político será terrível e comprometerá o governo do candidato vitorioso, seja ele de centro ou de direita. Se ganhar a eleição e demolir as reformas pró-mercado de Michel Temer, o petista enfrentará dura resistência dos setores políticos, empresariais, financeiros e midiáticos que arquitetaram e ajudam a consolidar o golpe de 2016.
O cenário político pós-golpe de 2016 não propicia a construção de coesão social mediante o uso da força e sob o comando de militares (como ocorreu após 1964). Os próprios militares tentam se desvencilhar de qualquer compromisso com o aprofundamento do golpe.
Impedidas de cancelar as eleições presidenciais, as forças que lideram o golpe sugerem a adoção do Parlamentarismo. O problema é que a mudança de regime esbarra na preferência popular pelo Presidencialismo. Além disso, os regimes parlamentares são frágeis e raramente conseguem se sustentar durante períodos de depressão econômica e instabilidade política. A República de Weimar desmoronou abrindo espaço para o III Reich nazista. A adoção do regime parlamentar neste momento poderia provocar um resultado semelhante, pois a violência do movimento liderado por Bolsonaro só poderá ser minimizado e/ou derrotado através de um regime forte.
Um novo presidencialismo: é disso que o Brasil precisa. O problema é que os ideólogos e líderes do golpe 2016 não tem interesse em fortalecer o Estado. Muito pelo contrário, eles fragilizam o Estado acreditando que assim ocorrerá um florescimento natural do mercado (muito embora o mercado esteja encolhendo a olhos vistos). Além disto, os golpistas nem mesmo tem um único candidato capaz de levar adiante as reformas pró-mercado.
O contexto político e econômico gerado pelo golpe de 1964 favorecia a preservação do regime infame que foi criado. O contexto criado pelo golpe de 2016 só propicia uma coisa: sua superação. Todavia, o Brasil ainda pode sair totalmente dos trilhos com a adoção do parlamentarismo, sob o comando de um cretino como Doria Jr.* ou nas mãos de um maníaco genocida como Bolsonaro. Gostem ou não, os golpistas dentro e fora do Poder Judiciário serão obrigados a fazer um cálculo racional: o Brasil ficará ruim com Lula ou pior sem ele. Melhor para o povo, pois caso seja eleito Lula ao menos conseguirá restaurar a fé dos brasileiros nas urnas. 



Recentemente o prefeito de São Paulo proibiu as crianças de repetirem a merenda. Criticado ele disse que estava preocupado com a obesidade infantil, mas a verdade é que Doria Jr. conseguiu plagiar o personagem de Charles Dickens que impede Oliver Twist de repetir a refeição no orfanato. 
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Wanderley Guilherme dos Santos - ladrão tem que ter medo mesmo

Candidatos sempre aparecem; programas de governo é que são elas. A direita alucinada se angustia em busca de alguém capaz de derrotar Lula ou, se a sobrevivência exigir, macular a legislação eleitoral, alterando regras e suprimindo direitos. Não importa, nada resolverá o problema essencial de não ter o que dizer. Depois do vandalismo econômico e social promovido pelos conspiradores do Planalto, o que terá a oferecer o candidato a herdeiro de Michel Temer, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Eduardo Cunha, Romero Jucá e Aécio Neves? Prometerão vender o que? Alugar, talvez, a Amazônia ao exército americano, possível invasor da Venezuela? Consertar a caótica urbanização criando passaporte interno? Construir prisões em substituição ao Minha Casa, Minha Vida? Iniciar um Plano Nacional de Água Fria para os sem teto do país? Reduzir o número de funcionários públicos, aumentando as filas nas repartições de serviços, os prazos para processamento de demandas, menos vagas em escolas para menor número de professores? Aumentar o imposto regressivo sobre itens do consumo popular para cobrir a perda de arrecadação com a dispensa do funcionalismo – o único grupo ocupacional com imposto de renda pago na fonte, extraído automaticamente do salário? Qual radiante programa embelezará o continuísmo da direita?


À esquerda, o problema não é agônico, mas exigente. Se não prometer a convocação de plebiscito autorizando o governo a revisar a legislação antisocial, eliminar a insanidade econômica e reparar as brechas abertas na aba militar da soberania nacional, se não for para isso, pode esquecer. A taxa de votos brancos, nulos e de abstenção baterá recordes. Retomar emprego e salário depende de investimento produtivo e circulação de mercadorias a baixo custo. As fontes de investimento são a poupança interna das empresas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que a direita alucinada quer reduzir a brechó, e o sistema financeiro. A empresa privada é dona do destino de sua poupança, mas a política do BNDES é responsabilidade do governo. Em acréscimo, cabe a um governo popular estrangular a exploração rentista beneficiando bancos, obrigando-os a prover empréstimos de longo prazo aos empreendedores, grandes e pequenos, com garantia de remuneração razoável fixada pelo mercado, que fingem respeitar, e não com os negócios especulativos que manipulam e controlam.



Aos ladrões apocalípticos, ao jornalismo de conveniência e aos reacionários de carteirinha não restará outra resposta ao programa popular além de pedir socorro ao boi da cara preta da insegurança jurídica. Cabe repetir à exaustão: de insegurança geral é vítima, hoje, a maioria esmagadora da população brasileira, inclusive as senhoras paneleiras e os indignados profissionais liberais, sistemáticos sonegadores do imposto de renda. Essa insegurança irá para o espaço, mas os ladrões, rentistas, sonegadores, chantagistas dos dois lados do balcão, esses, sem dúvida, não terão a menor tranquilidade. É para ter medo, mesmo.

Caricatura do dia

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Wagner Moura
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Destaque do dia

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Quadrilha de Curitiba cancela delação premiada da Andrade Gutierrez que denuncia Aécio Neves. É que não tem acusações contra Lula.

Força tarefa da farsa jato não se interessou pela roubalheira do trensalão tucano.

Nenhuma novidade.

Charge do dia


Sem graça***

Histórico político

Foi:
Malufista
Fernandista (Collor e Henrique)
Serrista
Alckmista
Aecista
Cunhista
Temista

Agora está indeciso entre Doria ou Bolsonaro

É, vida de coxinhas não é mole.

Oração de segunda-feira

“Todo-poderoso Deus, agradeço-te porque queres dar-me a Tua comunhão. Fala Tu a mim, quando eu não falar a ti. Vem Tu a mim, quando eu estiver longe de Ti e faze me perceber a Tua graça, quando eu não a esperar. Dá que eu esteja vigilante, sempre no aguardo de Ti.”