PT: construindo uma nova derrota? por Aldo Fornazieri
Meu nome é Felicidade
Meu nome é *Felicidade*. Sou casada com o *Tempo*. Ele é responsável pela solução de todos os problemas, ele constrói corações, ele cura machucados, ele vence a tristeza.
Juntos, *eu* e o *Tempo* tivemos três filhos: a *Amizade*, a *Sabedoria*, e o *Amor*.
A *Amizade* é a filha mais velha. Uma menina linda, sincera, alegre. A *Amizade* brilha como o sol. A *Amizade* une pessoas, pretendendo nunca ferir, sempre consolar.
A do meio é a *Sabedoria*. Culta, íntegra, sempre foi mais apegada ao pai, o *Tempo*. A *Sabedoria* e o *Tempo* andam sempre juntos!
O caçula é o *Amor*.
Ah! Como esse me dá trabalho! É teimoso, às vezes só quer morar em um lugar. Eu vivo dizendo: *Amor*, você foi feito para morar nos corações, não em apenas um só. O *Amor* é complexo, mas é lindo, muito lindo. Quando ele começa a fazer estragos eu chamo logo o pai dele, o *Tempo*, e aí o *Tempo* vem fechando todas as feridas que o *Amor* abriu!
E tudo no final sempre dá certo, se ainda não deu, é porque não chegou o final.
Por isso, acredite sempre na família. Acredite no *Tempo*, na *Amizade*, na *Sabedoria* e no *Amor*. Aí, quem sabe, eu, *Felicidade*, visito a tua casa.
Help de um internauta
- Boa noite Briguilino, tu pode me ajudar?
- Boa noite Zé Lotéria, que deseja? Se for dinheiro, vou logo avisando que tô liso.
- É não. Você entende de informática, né?
- Um pouco. O que é?
- Parece que meu modem pifou, tou sem wi-fi, só com o 4G, como faço para wi-fi funcionar?
- Tem alguma luz acesa?
- A do quarto que eu tô, a da sala e a da cozinha.
Desliguei...
Lição da história
Há 82 anos Luis Carlos Prestes, o maior líder popular do Brasil naquela época, apelidado de “Cavaleiro da Esperança” por Jorge Amado, era preso pela polícia política de Getúlio Vargas.
Lula pode inviabilizar direita e construir 2º turno dentro da Frente, por Ion de Andrade
Essa lealdade vai além da pessoa de Lula, pois se funde com os valores da democracia participativa, do Estado Social, da prioridade aos mais pobres que são os dele e em nome dos quais muito foi feito no Brasil.
Portanto estamos diante de um fenômeno visceral que reverberará na história e na política brasileira por décadas.
O caráter visceral desse fenômeno, que é traço do quanto está vivo, poderia, no arco do curto prazo onde estão as eleições, desempenhar efeito instabilizador sobre o processo estratégico a que as forças democráticas estão convocadas que é o de fazer reemergir no Brasil, preferencialmente nas próximas eleições, a democracia e um pacto social mínimo para a governabilidade.
Na prática essa lealdade (e ela é legítima) poderia produzir um comportamento político sectário, pelo qual nenhum candidato, mesmo no campo democrático poderia ser suficientemente digno para substituir no pleito eleitoral o Lula preso injustamente. É compreensível do ponto de vista humano que muitos possam perceber uma alternativa qualquer a Lula, num cenário como o atual, como traição.
Agrega-se a isso o fato de que a candidatura de um Lula preso político tem um potencial politizador imenso para as maiorias, pois demonstra com clareza meridiana a que destino a sociedade excludente e autoritária do Brasil contemporâneo estão condenados aqueles que almejam construir, mesmo por meio do diálogo e do consenso, uma sociedade menos injusta e assimétrica no Brasil.
Portanto a razão cerebral e a razão visceral apontam para a necessidade histórica e política da candidatura Lula para a presidência da república em 2018 e me incluo entre os que concordam com essa necessidade.
Porém temos que considerar diversos elementos legais e políticos para contextualizar a candidatura Lula num cenário que, até aqui, dá à Extrema Direita a segunda posição. Essa força política, no entanto parece ter chegado ao seu teto e tenderia a ser derrotada por qualquer candidato que a ela se opusesse no segundo turno.
Isso significa que em circunstâncias normais, o Brasil não elegeria a Extrema Direita à Presidência da República.
Entretanto, a legislação eleitoral prevê que se o candidato vencedor da eleição tiver sua candidatura impugnada, os votos recebidos por ele serão computados como nulos e assumiria o segundo mais votado.
Esse risco real de vitória espúria da Extrema Direita; considerando que o Judiciário mantem Lula preso injustamente, e que esse Judiciário, apesar de sabê-lo inocente, não hesitará em cumprir com o seu papel, previsto na Profecia de São Jucá, impugnando a diplomação de Lula; exige um manejo extremamente responsável da sua candidatura que deve assumir em consciência de causa, de que em nenhuma hipótese permitirá ao Brasil o risco de que seja governado pela Extrema Direita.
A certeza disso é necessária e a sua explicitação permitirá à candidatura Lula crescer ainda mais, liberada que estará das preocupações de muitos eleitores, dentre os quais me incluo, de que como efeito colateral de sua vitória pudéssemos resvalar para o mais vil nazi-fascismo, cuja eleição impossível como primeiro lugar não o seria como diplomado em segundo, por impugnação de um Lula vitorioso.
Portanto uma das coisas que a candidatura deve antecipar é que não permitirá em nenhuma hipótese que o Brasil e o seu povo corram esse risco.
Ora, essa afirmação de princípio da candidatura Lula, a ser enunciada o quanto antes, poderia, por exemplo, produzir a desidratação da candidatura da Extrema direita, que talvez tenha enxergado essa janela espúria para chegar ao Poder e dela esteja se aproveitando. Definida em qualquer circunstância a sua inviabilidade, é previsível que a formação dos palanques lhe seja menos favorável. Sim Lula é o maior eleitor e pode com o peso gravitacional que tem, também impedir a chegada ao Poder da Extrema Direita.
Essa desidratação poderia redistribuir os votos para a eleição presidencial e por exemplo levar ao segundo turno outro candidato da Frente Democrática, recém criada, e que reúne o PT, o PDT, o PSB, o PC do B e o PSOL. Se isso ocorrer, a candidatura Lula poderá ir até o fim, pois ainda que venha a ser impugnada pelo TSE, não haveria nenhum risco à democracia.
Não nos esqueçamos que, para a esquerda, uma eleição não serve apenas para eleger os candidatos mais alinhados ao povo. As eleições servem também e sobretudo para difundir o seu projeto de sociedade e para ampliar as bases da sua influência política ajudando-a a construir a sua hegemonia.
Desvencilhada publicamente dos riscos a candidatura voará livre, leve e solta e quem sabe com a sua força de arrasto possa levar ao segundo turno outra candidatura de Frente Democrática.
Esse seria uma bela avenida para a recomposição da democracia nesse sofrido país.
Os 200 anos de Marx e a imprensa européia
Me impressiona positivamente a cobertura da imprensa europeia sobre os 200 anos de nascimento de Karl Marx.
A riqueza de detalhes sobre seu nascimento, sua vida, suas obras, seus amigos, seus companheiros, seus locais de moradia, as datas extremamente pormenorizadas sobre quando ele publicou seus livros, sobre as bibliotecas que frequentou em Berlim, em Paris, em Bruxelas, em Londres, em Manchester e em outras cidades, etc.
A cobertura em alguns veículos é extensa e intensa, explorando as ligações de Marx com o socialismo utópico francês, a filosofia alemã e a economia política inglesa; demonstram o contexto existente a cada período da sua vida, seja como advogado, filósofo, jornalista ou propagandista; ilustram as fases em que ele fora expulso da Prússia, vivendo então como refugiado e posteriormente como apátrida; como era um defensor ferrenho da liberdade de expressão - e de como lutou por ela enquanto jornalista e escritor que publicou em vários periódicos da Europa e dos Estados Unidos e mostra a relação de Marx com Engels e de como este o apresentou aos clássicos dos grandes pensadores da economia política britânica, notadamente Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill.
Mostram a relação de Marx com a política norte-americana (e o seu decidido apoio à Abraham Lincoln na Guerra da Secessão) e com figuras emblemáticas como Proudhon, Bruno Bauer, Bakunin e outros tantos ativistas da época. Mostram os detalhes da criação do Comitê de Correspondência Comunista de Bruxelas, em fevereiro de 1846, que é considerado o evento precursor da criação de todos os partidos comunistas do mundo; trazem especialistas que citam trechos de obras de Marx, fazendo a contextualização das mesmas; mostram todos os lugares onde Marx morou com sua família e traçam o complexo e robusto cenário político e econômico existente na época.
A cobertura dos periódicos europeus sobre os 200 anos de nascimento de Karl Marx é de fato impressionante, principalmente na Alemanha. Vale destacar o periódico de esquerda, de Berlim, Junge Welt.
Ao se comparar a cobertura europeia com a cobertura brasileira, é de se sentir vergonha até 3157. A imprensa brasileira, com raras exceções, é um lixo ideológico que esconde fatos históricos, que mente e que deturpa tudo. Sem falar que fazem coberturas rasas de poucos parágrafos a respeito de temas importantes.
Quem dera se um dia tivessemos uma imprensa similar à europeia. E estou falando dos periódicos tradicionais e capitalistas mesmo. Lá existe também uma infinidade de jornais e revistas assumidamente de esquerda - mas aí é querer demais para essa colônia chamada Pindorama (mantida na ignorância cavernosa e perene por uma elite sub letrada e burra).
Diogo Costa