FHC

[...] a Ofélia da política brasileira, mostra outra vez, novamente, de novo rsss que é errando que ele continua a errar


Num instante em que a oposição roda como parafuso espanado em busca do discurso perdido, Fernando Henrique Cardoso sugere um caminho.
Para ele, "enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os ‘movimentos sociais’ ou o ‘povão’, falarão sozinhos".
Acha que a oposição precisa redirecionar seus esforços para conectar-se com a nova classe média, içada da pobreza pelo crescimento econômico dos últimos anos.
Deve-se à repórter Daniela Lima a revelação do receituário de FHC, hoje o principal –talvez o único— ideólogo da oposição.
Em notícia pendurada na manchete da Folha, ela antecipa o teor de um artigo escrito por FHC, presidente de honra do PSDB.
O texto será veiculado no próximo número da revista “Interesse Nacional”, que circula nesta quinta (14). Estará disponível também na web.
Conforme noticiado aqui, no final de semana, o desempenho de Dilma Rousseff nos primeiros 100 dias de governo alterou o conceito que FHC fazia dela.
Durante a campanha, ele a apelidara “boneca de ventríloquo”. Nos últimos dias, passou a reconhecer, em privado, que Dilma o surpreendeu positivamente.
No texto que virá à luz em dois dias, FHC revela o receio de que a nova presidente se mostre mais sedutora à classe média do que Lula:
"Dilma, com estilo até agora contrastante com o do antecessor, pode envolver parte das classes médias. Estas [...] mantiveram certa reserva diante de Lula".
Para se contrapor a Dilma, tenta ensinar FHC, as legendas de oposição terão de alterar o modo de agir, modernizando-se.
Ele escreve que essa classe média tão almejada não participa da vida política do país como no passado.
Acompanha o desenrolar dos fatos em lugares onde os partidos praticamente inexistem. As redes sociais da internet, por exemplo. FHC anota no artigo:
“Se houver ousadia, as oposições podem organizar-se, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates sobre temas de interesses dessas camadas".
Ele insinua no texto que, em vez de buscar os culpados de seus infortúnios em terrenos vizinhos, a oposição deve olhar para o próprio umbigo:
"Uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar e insistir em escusas que jogam a responsabilidade no terreno ‘do outro'."
Ex-presidente da República por dois mandatos, FHC realça num pedaço do artigo o cativeiro a que os aliados o condenaram nas últimas disputas presidenciais:
"Segmentos numerosos das oposições de hoje aceitaram a modernização representada pelo governo FHC com dor de consciência".
O texto é até delicado. Em verdade, não houve dor de consciência, mas vergonha. FHC e seu legado foram trancafiados no fundo do armário.
FHC deu ao seu novo artigo o mesmo título de um velho texto que escrevera na década de 70: "O papel da oposição".
Naquela época, ele se opunha à ditadura militar. "Diante do autoritarismo era mais fácil fincar estacas em um terreno político", comparou.
Considerando-se o nanismo de ideias que infelicita a oposição, o texto de FHC ganha a aparência de um oásis em meio ao Saara.
Porém, a peça perde-se em equívocos rudimentares. O primero deles é a premissa de que Lula não se conectou à classe média.
Lula ultrapassou esse cercadinho já na eleição de 2002, quando bateu José Serra. Reforçou os laços em 2006, ano em que moeu Geraldo Alckmin.
Outro equívoco é o de considerar que Dilma pode se achegar a esse nicho do eleitorado. Tomada pela primeira rodada de pesquisas, ela já chegou lá.
Para desbancá-la, a oposição depende de uma competência que ainda não foi capaz de exibir e de eventuais tropeços de Dilma.
De resto, a chamada nova classe média credita sua ascenção social à Era Lula. Daí a popularidade que rendeu a ele a reeleição e a “construção” da sucessora.
Só os especialistas ainda enxergam no processo evolutivo as digitais de ex-gestores como Itamar Franco e o próprio FHC.
Num ponto, o ex-presidente tucano tem razão. Ao envergonhar-se de seu legado, os “amigos” da oposição permitiram que Lula se apropriasse do passado, reciclando-o.
Difícil pedir ao “ex-povão” que recorde agora que a estabilidade econômica traz na sua gênese o Plano Real, que FHC costurou como ministro de Itamar.
Muito difícil emplacar a tese de que Lula apenas manteve conquistas que o petismo rejeitara no passado. Coisas como a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Dificílimo convencer os 'neo-incluídos' de que o Bolsa Família não é senão a versão aprimorada de programas de transferência de renda nascidos lá atrás.
Não há debate em rede social capaz de devolver à oposição o passado que ela própria permitiu que passasse.
Como escreve FHC, oposição que perde três eleições presidenciais não achará escusas no terreno do outro. Deve o infortúnio à sua própria incompetência.
No mais, a reiteração da divisão interna do PSDB e o derretimento do DEM revelam uma oposição convencida de que é errando que se aprende... a errar.
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9 comentários:

  1. Fernando Henrique está errado. No Brasil não há oposição. Todos os partidos, inclusive o PT adotam uma posição social democrata.

    Não temos no Brasil nem um partido sequer que defenda os interesses do povo. Não temos nem um partido sequer que entre os interesses do partido e do povo escolha os interesses do povo.

    Temos uma corrupção endemica, que fica impune. Todos os nossos políticos se julgam donos do Brasil e defendem seus interesses pessoais em detrimento do povo.

    Precisamos de partidos comprometidos com a justiça social e o bem estar do povo a começar do mais humilde.

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  2. Precisamos ver qual classe média esse sem noção esta falando , a classe média que ele afundou e LULA troxe a tona novamente , ou a classe média que o LULA resgatou da pobresa?

    Em ambos os casos esse cara e sua turma tá perdido não governam por uns 300 anos.

    Nem com o PIG ajudando.

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  3. Engraçado que o governo Lula terminou com cerca de 90% de aprovação. É esse público que FHC pretende conquistar???



    Parece que aquela tática defendida pelo PSDB e com aval de FHC, no pós-eleição, de se aproximar do povo e ter menos "pompa", deu com os burros n'água. Devem ter feito alguma pesquisa interna e viram no que deu. FHC até em programa da Regina Casebre (um programa bem povão), esteve.



    Ao meu ver, se FHC diz uma coisa, convém fazer o contrário. kkk

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  4. Sou grande admirador do nosso ex-presidente FHC por sua incansabilidade (!?).

    Realmente, em matéria de falar abobrinhas, comentar sexo dos anjos e manifestar inveja do presidente Lula ele tem uma resistência de maratonista queniano. 

    Este poço pressalino de arrogância e vaidade deveria tomar uma dose diária de simancol e comprar um desconfiômentro novo, pois o seu, está com defeito.

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  5. "Se o PSDB quiser se firmar como alternativa para os próximos anos, terá que providenciar um círculo novo de pensadores, de intérpretes do país, de analistas políticos menos superficiais."

    E, se o Aécio ou quiser ser o líder, vai ter que provar ter abandonado práticas ditatorias tais como a relatada num vído do post abaixo:

    http://maureliomello.blogspot.com/2011/04/quem-te-conhece-nao-esquece-jamais.html

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  6. Deve haver algum engano aí. Ao que me consta, assim como o Flit e o Detefon, essa coisa tinha sido proibida pela ANVISA. Ou foi BHC? Ara, porra! Sei lá! Misturei tudo. Mas sei que todos os dois são nocivos!

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  7. Apesar da obviedade das afirmações que essa oposição já deveria ter percebido a muito tempo, tenho minimamente mais respeito por essa fala. Ao menos é menos hipócrita e canastrona que a figura do Zezinho Pai dos Pobres que tivemos que aturar nas últimas eleições ( e q embrulhava o estômago). Afinal, ao menos se retorna para o q efetivamente representa o neoliberalismo: governar para a classe média e alta, para os seus interesses e desejos, culpabilizando o pobre por sua própria situação, com no máximo, algumas políticas sociais compensatórias para não serem acusados de desumanos. Fico aliviada q, de certa forma, as posições fiquem mais claras.

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  8. O PIG oculta isso, mas FHC foi o exterminador da classe média. Nunca antes na história deste país a classe média perdeu tanto o poder de compra e teve tanto prejuízo em seus salários. Além disso, não podemos esquecer que ele entregou o país em uma imensa crise. No começo, tive até pena do seu sucessor, tamanho era o estrago.

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  9. [ O Bolsa- Bastardo] Bastou o PIG fazer reportagem tendenciosa insinuando que o Minha Casa da Dilma paga fábula para construtora que estaria explorando trabalhador para se criar essa lenda. Fica até engraçado quem defende inciativa privada defendo que em tais casos o empresariado não tenha lucro algum.

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