Lula, com sua sensibilidade aguçada, sempre procura acertar o alvo com precisão cirúrgica. Com tal instinto, procurou direcionar o início da campanha eleitoral para um confronto do tipo “eles contra nós”, estabelecendo paralelos com a era FHC.
Estimulada por essa postura, teve início uma guerra suja, pela internet, tentando destruir a reputação dos candidatos, cujo lado mais torpe busca atingir a honra da candidata do PT. Dilma Rousseff teve uma juventude abastada, fruto das posses amealhadas por sua família, que lhe assegurariam um bem viver pelo resto de seus dias. Renunciou a tudo isso, no período da ditadura, para lutar pelos seus ideais. Isso é fato. Todo o resto é platitude. Os assassinos de reputação, ao lhe impingirem calúnias, a satanizam tanto, que deturpam, propositadamente, sua trajetória. Uma campanha política não se pode valer de expedientes dessa natureza.
José Serra, no discurso de pré-lançamento da sua candidatura, afirmou em contraponto: “Somos todos irmãos na Pátria. Lutamos pela união dos brasileiros, e não pela sua divisão.” Com isso dava o tom de sua caminhada, ao tempo em que situava a disputa entre os reais candidatos postulantes à Presidência da República: ele, Dilma e Marina Silva. Nada de intermediários entre os dois, até aqui, principais concorrentes. Nem Serra será a continuidade de Fernando Henrique, nem Dilma será a de Lula. Ambos têm fortes e marcantes personalidades e jamais se deixariam envolver por algo que os transforme em simples marionetes.
O grande desafio da candidata do PT será, pois - além de exorcizar o fantasma de Marina Silva, que a ronda -, para manter-se na condição, recém conquistada, de dianteira nas pesquisas, desvencilhar-se das inevitáveis comparações que serão efetuadas entre ela e o Presidente Lula, uma vez que Serra e Marina já construíram, solidamente, suas próprias identidades. Dilma deverá convencer a Nação de que ela tem luz própria e que não orbita ao redor de Lula, astro maior de toda essa constelação sob a qual gravita. Vencendo esse desafio provocado pela inevitável comparação Lula x Dilma, ela se livraria da armadilha de seu principal oponente, que ao detectar todo esse panorama, ocupou a mídia com mensagens reais e subliminares que evocam e realçam essas singularidades.
À margem, a bem articulada Marina Silva, ativista do meio ambiente com ampla credibilidade, também cresce e ocupa, habilidosamente, os espaços que se abrem. Escaramuças à parte, o que precisamos, sem disfarces, é que se promova um debate de ideias, que comece pela reforma política, a mais urgente de todas as que o País reclama. Os partidos estão dilacerados, há muito tempo, porque FHC e Lula não tiveram a coragem - ou o interesse - de patrociná-la. E que esse debate seja tão amplo, que possa abrigar temas como o aquecimento global, a guerra ao terrorismo, o tumulto financeiro dos mercados mundiais, e o que fazer quando a falta de trabalho provocar distúrbios civis nesse nosso universo em desencanto, que passa por um processo de destruição criativa.
É sempre bom ter em mente que discurso não muda a história. Apenas práticas novas podem fazê-lo.
Estimulada por essa postura, teve início uma guerra suja, pela internet, tentando destruir a reputação dos candidatos, cujo lado mais torpe busca atingir a honra da candidata do PT. Dilma Rousseff teve uma juventude abastada, fruto das posses amealhadas por sua família, que lhe assegurariam um bem viver pelo resto de seus dias. Renunciou a tudo isso, no período da ditadura, para lutar pelos seus ideais. Isso é fato. Todo o resto é platitude. Os assassinos de reputação, ao lhe impingirem calúnias, a satanizam tanto, que deturpam, propositadamente, sua trajetória. Uma campanha política não se pode valer de expedientes dessa natureza.
José Serra, no discurso de pré-lançamento da sua candidatura, afirmou em contraponto: “Somos todos irmãos na Pátria. Lutamos pela união dos brasileiros, e não pela sua divisão.” Com isso dava o tom de sua caminhada, ao tempo em que situava a disputa entre os reais candidatos postulantes à Presidência da República: ele, Dilma e Marina Silva. Nada de intermediários entre os dois, até aqui, principais concorrentes. Nem Serra será a continuidade de Fernando Henrique, nem Dilma será a de Lula. Ambos têm fortes e marcantes personalidades e jamais se deixariam envolver por algo que os transforme em simples marionetes.
O grande desafio da candidata do PT será, pois - além de exorcizar o fantasma de Marina Silva, que a ronda -, para manter-se na condição, recém conquistada, de dianteira nas pesquisas, desvencilhar-se das inevitáveis comparações que serão efetuadas entre ela e o Presidente Lula, uma vez que Serra e Marina já construíram, solidamente, suas próprias identidades. Dilma deverá convencer a Nação de que ela tem luz própria e que não orbita ao redor de Lula, astro maior de toda essa constelação sob a qual gravita. Vencendo esse desafio provocado pela inevitável comparação Lula x Dilma, ela se livraria da armadilha de seu principal oponente, que ao detectar todo esse panorama, ocupou a mídia com mensagens reais e subliminares que evocam e realçam essas singularidades.
À margem, a bem articulada Marina Silva, ativista do meio ambiente com ampla credibilidade, também cresce e ocupa, habilidosamente, os espaços que se abrem. Escaramuças à parte, o que precisamos, sem disfarces, é que se promova um debate de ideias, que comece pela reforma política, a mais urgente de todas as que o País reclama. Os partidos estão dilacerados, há muito tempo, porque FHC e Lula não tiveram a coragem - ou o interesse - de patrociná-la. E que esse debate seja tão amplo, que possa abrigar temas como o aquecimento global, a guerra ao terrorismo, o tumulto financeiro dos mercados mundiais, e o que fazer quando a falta de trabalho provocar distúrbios civis nesse nosso universo em desencanto, que passa por um processo de destruição criativa.
É sempre bom ter em mente que discurso não muda a história. Apenas práticas novas podem fazê-lo.
Wagner Gomes
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