A VITÓRIA DO CAPITAL-MOTEL


por Carlos Chagas
Agora é oficial, por informação do Banco Central: o capital-motel que entra no Brasil é o dobro do capital que vem colaborar com o nosso desenvolvimento. Quer dizer: o especulador lá de fora envia seus milhões ou bilhões de tarde, passa a noite e vai embora de manhã depois de haver estuprado um pouquinho mais nossa economia. É remunerado com os juros mais altos do planeta, não cria um emprego nem forja um parafuso comprando e vendendo títulos do governo. E não paga imposto de renda.

Foi o sociólogo que criou  essa vigarice, a pretexto de abrir o país para o neoliberalismo. O Lula não fez nada, aconselhado por Henrique Meirelles e companhia. Bem que  poderia ter imitado o Chile conservador, onde o capital estrangeiro é obrigado a permanecer pelo menos um ano para poder, depois, retirar-se com os devidos lucros.

Os gringos avançam não  apenas na floresta amazônica. Refestelam-se na nossa  economia  e sorriem de banda quando ouvem dizer que estamos crescendo como nunca. Claro: crescemos para eles especularem cada vez mais.

Dilma Rousseff, se eleita, carecerá de condições para mudar a política econômica herdada dos tempos de Fernando Henrique. José Serra, por sua vez, protesta contra os juros altos, mas silencia diante da lambança do capital-motel. Marina Silva dá de ombros, desde que o meio ambiente não saia prejudicado. Por mais estranho que pareça, o único candidato que se dispõe a fechar a caverna do Ali Babá é Plínio de Arruda Sampaio, que a imensa maioria do eleitorado nem sabe quem é.
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Um comentário:

  1. Cláudio Lapolli27 junho, 2010

    Do artigo de Carlos Chagas de ontem, 26/06 Plinio de Arruda Sampaio é desconhecido da maioria dos eleitores. Mas, a única esperança. O PT, se revelou, no dia 16/06, naquele dia do primeiro jogo da seleção na copa. Lula vetou o fim do fator, promessa de campanha. Seu carísma só serviu para se eleger e depois para evitar um impeachment. O cínico se acha um Jucelino Kubichek, mas, não passa de Lech Walesa. A sucessora Dilma, se eleita, sem ginga política, não sobrevive a nomeação do primeiro escalão do governo, numa guerra de foice com o PMDB. O Serra, que quer consertar o Brasil, nem um vice conseguiu arrumar. A mídia que já fez sua aposta nos dois impostores, esconde do povo um provavel estadista.

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