Nossa diferença é o nacionalismo

Nacionalismo será o divisor de águas no segundo turno.
por Brizola Neto no Tijolaço


Se política e eleições fossem matemáticas, acho que todos poderíamos descansar. Afinal, bastaria que um em cada 15 eleitores de Marina Silva votasse em Dilma e a eleição estaria decidida.
Mas as coisas não são assim, é há muitos danos decorrentes de termos ido ao segundo turno.
Dilma, eleita no primeiro turno, seria dona de tanta força política na composição do Governo que esta perspectiva deixou muita gente, na base aliada e na sociedade, temerosa.
A mídia, indisfarçadamente, explorou este temor.
As “ondas” de exploração política da questão religiosa e as denúncias de corrupção já são, hoje, armas usadas. Ainda produzem efeito, mas já não surpreendem. O mês de campanha vai se encarregar de dissolve-las em grande parte.
Precisamos achar o foco deste segundo turno, o elemento que vai ajudar o povo brasileiro a perceber o que está em jogo e se posicionar numa decisão.
Porque, agora, sim, é uma decisão que não se pode protelar.
E acho que temos algo diante de nós que, embora contenha a opção popular que Dilma representa, é mais ampla e mais capaz de unir.
O mesmo que fez o povo brasileiro compreender aquilo que iria escolher em 2006.
E agora, com essa imensa riqueza do pré-sal, que ganha uma evidência muito maior.
Este diferencial é o nacionalismo.
Dilma significa um Brasil independente; Serra significa o neocolonialismo.
Dilma significa que o petróleo vai deixar aqui seus frutos; Serra, a tentativa de completar a entrega que Fernando Henrique tentou e, em parte, fez.
Serra pode jurar de pés juntos que não entregará o Brasil, como Alckmin negou que pretendesse privatizar a Petrobras e o Banco do Brasil. São juras falsas e mesmo os eleitores que se deixaram levar pela ilusão no voto em Marina Silva o percebe.
Nada evidencia mais as diferenças entre Lula e Fernando Henrique, na última década e meia, que isso.
Nada diferencia mais Dilma de Serra, no futuro próximo do país, que isso.
Nada é capaz de tocar tão o fundo na nossa identidade de brasileiros, que extrapola os limites da ideologia e da classe social.
Tenho certeza de que, na sexta-feira, quando recomeçar a propaganda eleitoral, este será o eixo da campanha.
O eixo da vitória do Brasil.

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