As declarações em que o atual e futuro ministro da Fazenda, Guido Mantega, adiantou a política econômica - principalmente a que vai ser seguida em 2011 - expressam a crescente preocupação do governo atual e do que tomará posse dia 1º de janeiro com a situação da economia mundial. A preocupação principal no novo ano é com os sinais claros de que os problemas da Irlanda contaminam toda a economia da zona do euro.
Os sinais da economia mundial e as soluções encontradas para a falência irlandesa anunciam um longo período de baixo crescimento e austeridade fiscal com repercussão no nível do comércio e dos investimentos em todo mundo. Mas, no Brasil a diretriz é seguir estimulando o crescimento da nossa economia.
A situação de crise vivida pela Europa - com irradiação pela economia mundial - é agravada pela ausência de lideranças e a falta de acordos na área do G-20 (grupo dos países desenvolvidos e dos emergentes) sobre como reorganizar as finanças e o comércio mundial depois da crise norte-americana.
Brasil: medidas em defesa de sua economia
É, assim, um quadro econômico que leva o Brasil a ter que tomar medidas não apenas para defender a sua economia da valorização cambial, mas para evitar qualquer risco de endividamento público fora do controle e suas repercussões inflacionárias.
A questão é que não se pode apenas controlar os gastos públicos e reduzir o déficit sem tomar medidas para reduzir os juros e, assim, eliminar o principal estímulo a tendência mundial de desvalorização do dólar. Essa depreciação impõe ao país, de fora para dentro, uma valorização contínua de sua moeda.
É uma situação agravada, também, pelas políticas da maioria dos países tendo a frente os Estados Unidos e a China, de administrar o câmbio de uma forma ou outra sempre para expandir as exportações, seja para manter o seu crescimento - caso da China -, seja para minorar a situação de seu balanço comercial e de contas correntes - caso dos Estados Unidos.
País não pode continuar com real supervalorizado
Assim, com ou sem controle dos gastos públicos de que tanto falam, o Brasil não pode deixar de tomar medidas com relação aos juros e ao câmbio. Cortar gastos apenas, ainda que seja do custeio, é se iludir. O país não pode continuar com as atuais taxas de juros reais e muito menos com sua moeda super valorizada como está.
Precisa, urgentemente, fazer uma reforma tributária e reduzir não apenas seus custos de transporte - de logística e de infraestrutura em geral - mas, principalmente, seus custos financeiros. Pode adotar tudo isso, tomar as devidas providências, mas já não pode mais fugir de enfrentar a valorização cambial e seu irmão siamês, os juros [leia] algumas das principais diretrizes econômicas anunciadas pelo ministro Mantega).
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