"Se alguém pensa que com ameaças vai conquistar seus interesses, vai perder. Não é um, nem serão dois partidos que vão definir a composição das mesas da Câmara e do Senado", avisa o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao analisar a tentativa de formação do bloco partidário comandada pelo PMDB.
O ministro tem toda razão. Como, aliás, está certa a bancada do PT na Câmara, ao não aceitar a tese esdrúxula de rodízio na presidência da Casa. A vingar uma proposta destas, os deputados federais petistas estão certos quando estabelecem que ela tem de prevalecer também para a presidência do Senado, onde os peemedebistas elegeram a maior bancada e tem o direito de presidir a Mesa.
Fora daí, e no sistema presidencialista vigente no país, nem merece maiores comentários a aberração representada pela constituição de um bloco para pressionar por cargos ou pleitear o congelamento da atual participação dos partidos no futuro governo.
A legítima participação dos aliados no novo governo
Até porque a presidenta eleita, Dilma Rousseff (PT) comandará os entendimentos com o seu e os demais partidos para assegurar a governabilidade à futura administração dentro do mais absoluto respeito aos acordos firmados quando da composição da aliança política que a elegeu.
Nem pode estar em questão nem ser posto em dúvida o fato de que a presidenta, respeitada a sua autoridade suprema na escolha dos componentes e na formação de seu governo comporá os quadros de sua administração de acordo a vontade soberana das urnas.
É evidente que ela reconhece como legitima e necessária a participação em seu governo dos partidos que a apoiaram na aliança política e na coligação partidária que sustentaram sua candidatura e campanha eleitoral.
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