Socialismo à cubana
A chegada dos cabos submarinos que partiram da Venezuela em direção a Cuba para levar internet de alta velocidade à ilha é mais um sinal, entre muitos, de um processo acelerado de modernização que teve início no regime cubano nos últimos anos. Trata-se de um momento delicado de reorganização interna, que coloca Cuba na mira de críticos à direita e à esquerda, e cujos efeitos sobre a população cubana são, na verdade, imprevisíveis.
Por um lado, socialistas ortodoxos veem nas transformações conduzidas pelo governo de Raul Castro uma traição à filosofia marxista, como se o que está em curso fosse apenas uma lenta transição rumo ao Capitalismo de Estado. De outro lado, a direita, exagerada, vê nas reformas uma admissão de fracasso que busca estampar nas costas de todas as vertentes da esquerda do mundo.
Subestimam, ambos os lados, a complexidade do processo e dos resultados da revolução cubana. É verdade que a ilha sustenta estruturas de Estado e metodologias de trabalho ultrapassadas, como excessivas centralização e burocratização, que levaram a uma permanente crise econômica. Mas, também graças a esse processo, mantém uma rede de saúde pública de abrangência e qualidade invejáveis, bem como um sistema educacional e de acesso à cultura exemplar.
Em um momento em que Cuba têm mais aliados do que inimigos, existe espaço para conduzir reformas que permitam ao país construir um novo modelo de desenvolvimento, baseado no trabalho coletivo, na dinamização do mercado interno e na distensão das relações políticas. O plano qüinqüenal que será aprovado em abril e seguirá até 2016 deve conter mudanças importantes: a reforma na economia pode incluir a liberação do comércio de casas e carros, além de uma redução considerável nos itens da libreta.
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