"Zona de exclusão", novo nome de invasão
É, invasão e bombardeio, agora, mudaram de nome e chamam-se "zona de exclusão aérea". Refiro-me, obviamente, àquela história de "zona de exclusão aérea" apovada 6ª feira pp. pelo Conselho de Segurança da ONU, pura balela, mera chancela da Organização para a invasão e bombardeio da Líbia, decididos já muitos dias antes.
Desde sábado, não há mais como esconder o óbvio: "zona de exclusão aérea" é eufemismo puro, o que as potências desenvolvidas querem - EUA à frente - é bombardear a Líbia. O presidente Muamar Kaddhafi anunciou, na 6ª feira mesmo, haver adotado o cessar-fogo e até pediu uma comissão internacional para fiscalizar a medida.
O que vimos? EUA e potências não quiseram nem saber. Despejaram bombas e mísseis na Líbia - 110 mísseis só no sábado, nas primeiras horas do ataque desfechado por EUA, França, Inglaterra, Itália e Canadá. Ontem (domingo), Kaddhafi garantiu que adotava novo cessar fogo. Que nada, sem inspeção externa ou destes próprios aliados, eles continuam despejando bombas por mar e ar na Líbia.
Obama interrompe reunião com Dilma para ordenar bombardeio
Aliás, o presidente dos EUA, Barack Obama autorizou o início dos bombardeios - decididos há muito tempo, independente do que Kaddhafi fizesse - exatamente no momento em que tinha a única audiência reservada de uma hora com a presidenta Dilma Rousseff e recebeu um bilhete de sua assessoria.
A secretária de Estado, Hillary Clinton, em Paris, ao lado de governantes da França, Inglaterra, Itália e Canadá animava o circo. Obama pediu um minuto à presidenta brasileira e na volta disse que autorizara o bombardeio da Líbia.
O resultado é trágico: a morte de civis. A ponto de a Liga Árabe - integrante da coalizão de países aliados - protestar. Algo mais ou menos na linha "êpa, a morte de civis não estava no combinado..."
Direitos humanos no Bahrein, Iêmen e Síria, como ficam?
Vale lembrar que o Bahrein continua invadido; o Iêmen rebelado e reprimido; e na Síria, 10 mil manifestantes protestaram no sepultamento dos 5 rebeldes mortos num ato da semana passada, numa cidade a 100 km de Damasco.
Assim, e a propósito: o Conselho de Segurança, EUA e aliados vão aprovar "zona de exclusão aérea" para proteger os direitos humanos da oposição e da população civil no Bahrein, no Iêmen e na Síria?
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