Vamos a algumas considerações sobre os primeiros cinco meses do governo Dilma Rousseff.
É um evidente exagero dar o governo como acabado, como pretendem alguns. Ou considerar uma rendição eventuais concessões ao PMDB, como pretendem outros. Mas que há necessidade de se rever estratégias, não se tenha dúvida.
Collor e Jânio caíram não por malfeitos, bebedeiras ou quetais, mas porque enfrentaram o Congresso. Lula sobreviveu não apenas por sua liderança carismática mas porque soube recompor a maioria parlamentar.
Aliás, causa espanto que intelectuais sofisticados, como Marcos Nobre, considerem que concessões a aliados signifiquem o fim "do grande projeto político" de Dilma (clique aqui). Esse mundo maravilhoso, em que presidentes podem governar como executivos, sem concessões, costuma habitar o imaginário de não-políticos – não de cientistas sociais.
Nos três primeiros meses de governo, Dilma se valeu da blindagem de todo recém-eleito para endurecer com aliados na definição de alguns postos-chaves no governo. De início, consegue-se a admiração do mundo não-político, mas no mundo político – que é o que garante a governabilidade - as mágoas vão se acumulando, a frente política vai se desgastando, os derrotados seguram a reação até o momento em que um episódio qualquer permite a explosão coletiva.
Ficando vulnerável na frente política, torna-se presa fácil da guerra de informações da velha mídia. Continua>>>
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