[...] A Selic, e seus riscos
Isto é uma ameaça constante e crescente à indústria brasileira, seja nacional ou estrangeira, já que a valorização do real continua, apesar do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em outubro, de 2% para 6%.
Há ainda o custo fiscal com o serviço da dívida interna, paga com base na Selic, e os riscos de uma queda do PIB em curto prazo, e seu impacto nas taxas de crescimento de que o país demanda e necessita. Tudo em nome do controle da inflação. No entanto, não há nenhum dado empírico para confirmar que o aumento dos juros esteja reduzindo a inflação.
RiscoAo mantermos a atual política de juros, corremos o risco de diminuir a demanda e, de quebra, o crescimento. É bom ter em mente que a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil está se desacelerando em 9 das 14 regiões pesquisadas. Não há precedentes que confirmem que se possa controlar e medir as conseqüências do aumento de juros sobre o PIB e sobre a formação de expectativas de investimentos e de consumo.
Já se fala abertamente na mudança da política do BNDES, para que os bancos privados financiam o investimento no país, para que o mercado de capitais substitua os bancos públicos. Na prática, isso é uma contradição com o aumento constante da taxa Selic, pois ela inviabiliza a tomada de financiamentos no mercado interno. Como conseqüência, as empresas que podem recorrerem ao mercado externo, o que expõe o país ainda mais. Ao mesmo tempo, o câmbio se desvaloriza e nossas exportações perdem competitividade e ganham as importações, com riscos às nossas contas externas.
por Zé Dirceu
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