por Rodrigo Viana

Brasil: Economia forte
Quando Obama veio ao Brasil, em março, fui a Brasília para cobrir a visita para a TV. E entrevistei o ministro da Fazenda Guido Mantega, pra falar sobre as relações Brasil-EUA. Mantega, naqueles dias, era vítima de uma dura campanha na velha imprensa: espalhara-se a “notícia” de que Mantega era um ministro “fraco”, e que a “fraqueza” da equipe econômica era a responsável pela volta “galopante” da inflação. Ao fim da entrevista, que era sobre Obama, perguntei ao ministro se ele sabia de onde vinha a campanha contra ele. Discreto, e educadíssimo, Mantega apenas sorriu.
Em Brasília, ninguém tinha dúvidas: a campanha contra Mantega vinha da Casa Civil, de Palocci.
Mantega e o BC seguraram a pressão dos “mercadistas” que pediam uma “paulada nos juros” no início de 2011. Preferiram subir os juros de forma mais moderada, e adotaram outras medidas pra segurar um pouco a economia. Fora da cartilha tradicional.
Palocci estava ao lado dos mercadistas. Juros altos interessam a bancos e a quem tem títulos da dívida pública: ou seja, interessam à turma a quem Palocci dá consultoria (formal ou informalmente). Derrubar Mantega permitiria, ainda, ter na Fazenda alguém mais próximo do paloccismo – seria uma vitória econômica e política. Um triunfo  do ministro consultor.
Três meses depois, Palocci caiu. E a inflação está em queda, contrariando as previsões mais pessimistas.
E Mantega? Coube a ele noticiar um fato surpreendente: o risco de se investir no Brasil é hoje menor do que nos Estados Unidos!
O risco não caiu porque o Brasil “fez a lição de casa”, como pediam os Mailsons, Mirians e seus amigos consultores! O Brasil é hoje uma economia mais confiável do que a dos Estados Unidos porque, na crise em 2008, Mantega e Lula tiveram coragem de contrariar os mercadistas e – em vez de “cortar na prórpia carne, como pediam os “consultores” e “colunistas” – botaram o pé no acelerador.
Ninguém inventou a roda. Foi uma opção política. Adotada desde Roosevelt, nos anos 30.
A gestão da economia, no governo Dilma, é uma área em que o conservadorismo não avançou.

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