OS RISCOS DE DESINTEGRAÇÃO DO ORIENTE MÉDIO! Condoleeza Rice, Ex-Secretária de Estado dos EUA A guerra civil na Síria pode vir a ser o último ato na história da desintegração do Oriente Médio tal como o conhecemos. Egito e Irã são Estados com histórias extensas e contínuas e identidades nacionais fortes. A Turquia também. Quase todos os outros Estados importantes da região foram criados modernamente pelos britânicos, que estabeleceram suas fronteiras como se estivessem traçando linhas pretas no verso de um envelope, sem a menor preocupação com diferenças étnicas e sectárias. O desejo de liberdade ganhou força e eclodiu em Túnis e se alastrou pelo Cairo e por Damasco. O perigo é que esses Estados artificiais acabem por se desintegrar. O grande equívoco cometido ao longo desse último ano foi atribuir um caráter humanitário ao conflito com o regime de Bashar Assad. As ações de Damasco foram bárbaras e selvagens e muitas pessoas inocentes foram assassinadas. Mas não estamos diante de um replay do que ocorreu na Líbia. Há muito mais coisas em jogo. O desmoronamento da Síria impele sunitas, xiitas e curdos na direção de uma rede regional de alianças confessionais. O Irã sonha com a expansão de sua influência entre os xiitas, unindo-os sob a bandeira teocrática de Teerã - pondo fim à integridade do Bahrein, da Arábia Saudita, do Iraque e do Líbano. Os iranianos empregam os grupos terroristas, o Hezbollah e as milícias xiitas do sul do Iraque para apregoar sua oferta. A Síria é a ponte para o Oriente Médio árabe. Teerã já não esconde o fato de que suas forças de segurança agem no país para dar sustentação a Assad. Nesse contexto, as aspirações nucleares iranianas são um problema não só para Israel, mas para a região como um todo. E onde estão os EUA? Os americanos passaram 12 meses à espera de que russos e chineses concordassem com ineficazes resoluções da ONU pedindo "o fim do derramamento de sangue", como se Moscou fosse abandonar Assad e Pequim realmente se importasse com o caos que impera no Oriente Médio. Vladimir Putin não é um homem sentimental. Mas enquanto estiver convencido de que Assad consegue se aguentar, não fará nada para enfraquecê-lo. 5. Nos últimos dias, a França resolveu ocupar o vácuo diplomático e reconhecer um recém-formado movimento de oposição que, em termos gerais, pretende representar todos os sírios. Os EUA deveriam seguir o exemplo de Paris, examinar as intenções desse grupo unificado a fim de, eventualmente, armá-lo. O peso e a influência dos EUA se fazem necessários. Agora é preciso agir. |
O terrorista EUA quer mais mortes
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