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Amar é

***
Dizer a verdade
por mais que
doa

Poema do dia


***
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Deus Negro
Eu, detestando pretos, Eu, sem coração! Eu, perdido num coreto, Gritando: "Segregação."

Eu, você, nós... nós todos, cheios de preconceitos, fugindo como se eles carregassem lodo, lodo na cor...

E, com petulância, arrogância, afastando a pele irmã.

Mas, estou pensando agora, e quando chegar minha hora?
Meu Deus, se eu morresse amanhã, de manhã?
Numa viagem esquisita, entre nuvens feias e bonitas, se eu chegasse lá e um porteiro manco, como os aleijados que eu gozei, viesse abrir a porta, e eu reparasse em sua vista torta, igual àquela que eu critiquei?
Se a sua mão tateasse pelo trinco, como as mãos do cego que não ajudei?
Se a porta rangesse, chorando os choros que provoquei?
Se uma criança me tomasse pela mão, criança como aquela que não embalei, e me levasse por um corredor florido, colorido, como as flores que eu jamais dei?
Se eu sentisse o chão frio, como o dos presídios que não visitei?
Se eu visse as paredes caindo, como as das creches e asilos que não ajudei?
E se a criança tirasse corpos do caminho, corpos que eu não levantei dando desculpas de que eram bêbados, mas eram epiléticos, que era vagabundagem, mas era fome?

Meu Deus!
Agora me assusta pronunciar seu nome.
E se mais para a frente a criança cobrisse o corpo nu, da prostituta que eu usei, ou do moribundo que não olhei, ou da velha que não respeitei, ou da mãe que não amei ?
Corpo de alguém exposto, jogado por minha causa, porque não estendi a mão, porque no amor fiz pausa e dei, sei lá, só dei desgosto?

E, no fim do corredor, o início da decepção.
Que raiva, que desespero, se visse o mecânico, o operário, aquele vizinho, o maldito funcionário, e até, até o padeiro, todos sorrindo não sei de quê?
Ah! Sei sim, riem da minha decepção.

Deus não está vestido de ouro. Mas como?
Está num simples trono.
Simples como não fui, humilde como não sou.

Deus decepção.
Deus na cor que eu não queria, Deus cara a cara, face a face, sem aquela imponente classe.

Deus simples! Deus negro! Deus negro?

E Eu...Racista, egoísta. E agora?
Na terra só persegui os pretos, não aluguei casa, não apertei a mão.

Meu Deus você é negro, que desilusão!

Será que vai me dar uma morada?
Será que vai apertar minha mão? Que nada.

Meu Deus você é negro, que decepção!

Não dei emprego, virei o rosto. E agora?
Será que vai me dar um canto, vai me cobrir com seu manto?
Ou vai me virar o rosto no embalo da bofetada que dei?

Deus, eu não podia adivinhar.
Por que você se fez assim?
Por que se fez preto, preto como o engraxate, aquele que expulsei da frente de casa?

Deus pregaram você na cruz e você me pregou uma peça.
Eu me esforcei à beça em tantas coisas, e cheguei até a pensar em amor, mas nunca, jamais pensei qual seria sua cor.

(Neimar de Barros)

O pequeno príncipe abrasileirado

Então será maravilhoso quando tiverem me cativado
capim dourado fará lembra-me de ti
E amarei o som do vento no cerrado
***
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Boa noite!


(...) Quando você olhou no fundo da minha alma
O universo conspirou a nosso favor 
A consequência é nosso amor
Para sempre vou te amar
***

Não solta da minha mão, por Sergio Saraiva


Em um tempo de festas pelas ruas, guiados por insanos e devassas musas nuas, bêbados e cegos pisam flores. Um tempo de enjoo, um tempo de azia. Em um tempo de ressacadas, choramos pelas flores esmagadas. Nossos sonhos e nossas dores – nossos amores.
E há essa urgência em recolhê-las pisadas pelas calçadas e replantá-las em jardins e praças públicas. Mas os jardins, agora, estão fechados, noite e dia, a cadeado e há vigias e portões em suas cercanias e fronteiras.
Os jardins não abrem mais aos domingos. Todos os dias transformaram-se em segundas-feiras, com seus patrões, suas moendas e britadeiras. Todos os dias são agora dias santos com seus cânticos, sacerdotes e penitências. Todos os dias, feriados nacionais, com generais e gestos de continência.
Os jardins e as praças são agora campos de mineração.
E um tempo de razia, deixaram-nos vazias as vidas e as mãos. Perdi meu tempo e a razão. Neste tempo em que é necessário novamente dar-se as mãos – como meio de proteção - enterrei vários amigos. Um tempo de perdição.
Impedida a passagem, meus companheiros de viagem sentaram-se à beira do mundo. O mundo-meio-fio e a sua sarjeta. Em um tempo de vendeta que se avizinha, maus pressentimentos correm como dedos frios cada nó da espinha.
Estão exaustos. Gastamos as palavras e as solas dos sapatos. Em vão. Trazemos as roupas sujas. Mas as mãos estão limpas. E os sentimentos estão sãos.
Mudos, contemplam o horizonte perdido em um grafite colorido no muro da prisão. Um conselho de finados ou algo assim: quando os soldados, por fim, apagarem a luz e ficarmos na escuridão, procura por mim e não solta da minha mão.
PS: quando a razão se torna irracional, meu coração se refugia na Oficina de Concertos Gerais e Poesia.

Pitaco do Briguilino: Tenho convicção que a sociedade reagirá com energia muito mais rápido que alguns estão pensando. Quem conheceu o sabor da liberdade não se acostuma com meio-termo, com regras e imposições fascistas. Pode anotar.
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***

Caminhada

Não importa quantas léguas e quão tiranas sejam elas
A caminhada resume-se a partida, ao primeiro passo
Depois é um passo após outro até a chegada
Ou não
O imprevisto acontece
Qualquer um pode ficar pelo meio do caminho
Independente da capacidade que tinha de chegar
Mesmo em primeiro lugar
O destino é um menino travesso
Apronta cada uma...
Mas, tem nada não
Faz teu caminho
E como sempre
Recomeça
Passo a passo
Sim
Joel Neto



Leia também: No dos outros é refresco

Caixa postal, por Leônia Teixeira

Mudo...
Caixa postal...
Cai uma lágrima
Escorre, machuca, dói
Tento de novo, em vão
Nó na garganta sufoca, aperta o peito
Grito comigo, prometo apagar lembranças
Juro te arrancar dos olhos, te jogar longe, te extipar das veias
Juro te excluir dos meus sonhos, te expulsar da alma e do coração
Leônia Teixeira


Leia também: Quando

A moça é vermelha/feito olhar de cão, por romério rômulo



A moça me corta
destrava e entorta
feito solidão.
A moça me esbanja
quebra, desarranja
num roçar de mão.
A moça é esguelha
baba de vermelha
feito olhar de cão.
Também leia: Força, foco e fé
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Poesia da noite

Os capitalistas querem compra-la com o dinheiro
Os políticos querem subjuga-la com o poder
As celebridades querem seduzi-la com a fama
Mas ela não se vende
Não se submete
Não é seduzida
E murmura no ouvido de cada um: Eu estou nas pessoas mais simples e anônimas
Augusto Cury

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Bertold Brecht: "Aos Que Virão Depois de Nós"

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Eu vivo em tempos sombrios.
Uma linguagem sem malícia é sinal de
estupidez, uma testa sem rugas é sinal de indiferença.
Aquele que ainda ri é porque ainda não recebeu a terrível notícia.

Que tempos são esses, quando falar sobre flores é quase um crime.
Pois significa silenciar sobre tanta injustiça?
Aquele que cruza tranquilamente a rua já está então inacessível aos amigos que se encontram necessitados?

É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver.
Mas acreditem: é por acaso. Nado do que eu faço dá-me o direito de comer quando eu tenho fome.
Por acaso estou sendo poupado.
(Se a minha sorte me deixa estou perdido!)

Dizem-me: come e bebe!
Fica feliz por teres o que tens!
Mas como é que posso comer e beber, se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome?
se o copo de água que eu bebo, faz falta a quem tem sede?
Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo.

Eu queria ser um sábio.
Nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria:
Manter-se afastado dos problemas do mundo e sem medo passar o tempo que se tem para viver na terra;
Seguir seu caminho sem violência, pagar o mal com o bem, não satisfazer os desejos, mas esquecê-los.
Sabedoria é isso!
Mas eu não consigo agir assim.
É verdade, eu vivo em tempos sombrios!

Eu vim para a cidade no tempo da desordem, quando a fome reinava.
Eu vim para o convívio dos homens no tempo da revolta e me revoltei ao lado deles.
Assim se passou o tempo que me foi dado viver sobre a terra.
Eu comi o meu pão no meio das batalhas, deitei-me entre os assassinos para dormir, fiz amor sem muita atenção e não tive paciência com a natureza.
Assim se passou o tempo que me foi dado viver sobre a terra.

Vocês, que vão emergir das ondas em que nós perecemos, pensem, quando falarem das nossas fraquezas, nos tempos sombrios de que vocês tiveram a sorte de escapar.

Nós existíamos através da luta de classes, mudando mais seguidamente de países que de sapatos, desesperados!
quando só havia injustiça e não havia revolta.

Nós sabemos:
o ódio contra a baixeza também endurece os rostos!
A cólera contra a injustiça faz a voz ficar rouca!
Infelizmente, nós, que queríamos preparar o caminho para a
amizade, não pudemos ser, nós mesmos, bons amigos.
Mas vocês, quando chegar o tempo em que o homem seja amigo do homem, pensem em nós com um pouco de compreensão.
***

Poesia da manhã

Foto
(...) "A história humana não se desenrola apenas nos campos de batalhas e nos gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbios, nas casas de jogos, nos prostíbulos, nos colégios, nas usinas, nos namoros de esquinas. Disso eu quis fazer a minha poesia. Dessa matéria humilde e humilhada, dessa vida obscura e injustiçada, porque o canto não pode ser uma traição à vida, e só é justo cantar se o nosso canto arrasta consigo as pessoas e as coisas que não tem voz".
Ferreira Gullar
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Há dias que não dá


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Há dias que não dá para disfarçar
Há dias que não dá para esconder
Há dias que não dá para sufocar
Há dias que não dá para dissimular
Há dias que não dá para ocultar
Há dias que não dá para calar
Saudades, tristezas, lágrimas, sorrisos, lembranças, desejos

Leônia Teixeira

***

Silêncio

Foto
O silêncio
Tem a voz
Que eu queria ter
A palavra
Que eu queria dizer
Do jeito que eu queria ser

Ame quem de fato você é


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Ame teus teus espinhos, tuas limitações
Ame tua parte má, tua parte feia, teu desassossego
A tua falta de vocação para santa, muito pelo contrário
Ame-se infinitamente, como se fosse amor a primeira vista
Incorpore, explore teu melhor e vista-se lindamente de você
Por mais que doa, por mais que machuque a tua formosa aparência
Não caleje a alma, não se proteja dentro daquilo que você não é nem nunca será
- Ju Fuzetto - 

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Poesia da hora


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Há dias que escrevemos nossa história
Em forma de:
Alegria
Música
E paixão
Em outros
Saudade
Tristeza
E solidão
(Leônia Teixeira)

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De tantas que sou, por Leonia Teixeira

De tantas que sou
De tantas de mim
Todas te carregam nos olhos
Te levam na alma
Te tem na mente
De tantas que sou
De tantas...
Todas te pedem colo
Todas
Vivem de sonhos !
Leônia Teixeira 

Amardrugada

Permita-se sentir
Inclusive suas dores
É que nos bastidores
Nem tudo são flores
[Rphaela Ribeiro]

Foto
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Linha reta

Abrasileirando Fernando Pessoa
não conheço perdedores
todas pessoas que conheço, quando muito são vice-campeões
sou a exceção.
Sou reles, porco, vil,
irresponsavelmente parasita
indesculpavelmente sujo.
não tenho paciência para tomar banho com água fria
ridículo, absurdo
não enrolo os pés nos tapetes etiquetados
sou grotesco, solidário, indomável e comum,
não sofro enxovalhos calado,
Que quando sempre  não calo
Ridículo para quem a todos se submete...

Poesia precoce

E
Quando
Pensou
Ser o fim
Transformou-se
Virou 
Uma 
Borboleta
E
Voou

A lagarta e a borboleta ( parte 1 – a esperança )
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***

Não, por Leônia Teixeira



Não estou fugindo de você 
Estou fugindo de mim
Fugindo dos meus erros
Dos meus medos
Da hipocrisia
Da falsidade
Da certeza que tudo está errado e da minha fraqueza de não conseguir lutar pelo que desejo, preciso e acredito para ser feliz!

(Leônia Teixeira )