Brasil passou no teste da crise
Às vésperas do primeiro aniversário do marco da crise global – a quebra do Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008 -, analistas como Adriano Fraga e José Alexandre Scheinkman concordam que o Brasil está saindo da turbulência maior do que quando entrou.
"O fato de que o Brasil passou tão bem pela crise tinha mesmo de instilar confiança", disse Kenneth Rogoff, de Harvard.
Outro emergente, a Índia, também se saiu bem, em razão do vigor de seu mercado interno, mostra o enviado especial Lourival Sant’Anna.
É a maior novidade trazida pela crise, como relata Jamil Chade, foi a transformação da China no maior exportador do mundo. Nos Estados Unidos, o grande vencedor foi o Goldman Sachs, que lucrou enquanto outros amargaram perdas.
Exportação não é tudo
“Poucos atentam para isso, mas a China é menos dependente do exterior do que se imagina. As exportações chinesas não desempenham papel de principal motor da economia.O que verdadeiramente impulsiona hoje são os investimentos em ativos fixos e o consumo interno, incluindo gastos residenciais e públicos."
"O grande mito de que exportações líquidas são o principal motor do crescimento tem sido cada vez mais refutada diante do agravamento da crise mundial e consequente retração do mercado mundial."
"Em 2008, elas contribuíram com apenas 0,5 ponto porcentual para o aumento do PIB e, no primeiro semestre de 2009, essa contribuição foi negativa em 2,9 pontos. Impulsionados pelo pacote de estímulo, aumentou consideravelmente a contribuição do investimento fixo para o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2009, com 6,2 pontos ante 4,3 pontos em 2008. Já o peso do consumo interno foi de 3,8%."
"A China tornou-se o principal parceiro comercial brasileiro, ultrapassando os EUA pela primeira vez, atesta Rodrigo Maciel. E tudo indica que poderemos continuar assim nos próximos trimestres. É uma oportunidade única, num mercado mundial deprimido."
Rodrigo Tavares Maciel, secretário executivo do Conselho Empresarial Brasil-China
Aonde estão agora os críticos e especialistas que tanto bateram na política externa do governo do presidente Lula?