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Dobra parcela de brasileiros com proteção social

De Geralda Doca:

Embora ainda internacionalmente conhecido por sua desigualdade, o Brasil paulatinamente vem quitando esta fatura histórica com a ampliação do sistema nacional de assistência social.

Um dos dados socioeconômicos mais emblemáticos das últimas quatro décadas é a ampliação da cobertura previdenciária, que saltou de 8,776 milhões de brasileiros protegidos - 29,7% da população economicamente ativa (PEA) de 29,5 milhões de pessoas em 1969 - para 53,8 milhões.

Esse número representa 59,8% de uma PEA de 90 milhões de pessoas entre 16 e 59 anos, diz o Ministério da Previdência. Ou seja, em 40 anos, a parcela de brasileiros com proteção social dobrou.

O aumento da formalização do trabalho, decorrente do processo de industrialização, e a ampliação dos benefícios aos trabalhadores rurais, garantida pela Constituição de 1988 independentemente da contribuição individual, são as principais razões do crescimento da assistência previdenciária.

O custo, porém, foi alto: só nos últimos 15 anos, o sistema de seguridade passou de superávit a um rombo equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país), que é a projeção para este ano.

É por este motivo que o presidente Lula e seu governo bate todos os indices de aprovação popular. É também por causa disto que sua candidata em 2010 - Dilma Rousseff -, vai vencer a eleição mais fácil que muitos pensam.

Pobreza e desigualdade de renda diminuem

Pela 1ª vez, a contrário de outras crises econômicas, quando a pobreza aumentou nas regiões metropolitanas do país, o Brasil vem conseguindo reduzir o número de pobres e aplacar o nível de desigualdade de renda.

Tendo como base números do IBGE, um estudo divulgado ontem pelo IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada -mostra que entre março de 2002 e julho deste ano, a taxa de pobreza caiu quase 27%.

Em números absolutos, foram mais de 4 milhões de brasileiros que saíram da pobreza no período - a Região Metropolitana do Rio encabeça o ranking da maior queda, que ocorreu graças à redução do desemprego, o aumento do salário e programas de transferência de renda como o Bolsa Família.

O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ressalta, no entanto, que a distribuição de renda ainda deve ser considerada péssima.

Fora do brejo

Vieram à luz, nesta quarta-feira, novos sinais vitais positivos de recuperação da economia brasileira - recuperação necessariamente lenta, mas progressiva.
Indicadores do IPEA, da FGV e da FIESP convergiram para o mesmo delta: a recessão, que sumiu do consumo de bens e serviços desde o Carnaval da distensão nacional, está tirando o corpo também do nosso setor industrial. Leia
MAIS CONFIANÇA E PRODUÇÃO; MENOS DESEMPREGO.

Os estoques na produção e no varejo já estão abaixo da média e as fábricas arregaçam as mangueiras e falam até mesmo em recontratar pessoal neste segundo semestre.

Até porque muitas delas tiraram proveito político da crise do fim do mundo para executar o chamado desemprego oportunista de gorduras localizadas, sob a lupa da modernização de seus arranjos produtivos - nos últimos três anos de PIB industrial avançando acima de 6% ao ano.

Em resumo: também para o setor industrial brasileiro, o pior já passou. Parou de piorar desde abril e começou a melhorar agora em junho e julho.