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O forró vivo

O Forró Vivo!
Vejo com muito bons olhos – olhos atentos de quem há décadas observa os movimentos da cultura em nosso país – a iniciativa do Secretário de Cultura do Estado da Paraíba, Chico César, de “investir conceitualmente nos festejos juninos”, segundo comunicado oficial divulgado esta semana. Além de brilhante cantor e compositor, Chico tem se mostrado um grande amigo da arte também como um dos maiores gestores da cultura desse país.
A maneira mais fácil de dominar um povo – e a mais sórdida também – é despi-lo de sua cultura natural, daquilo que o identifica enquanto um grupamento social homogêneo, com linguagens e referências próprias. Festas como o São João e o carnaval, que no Brasil adquiriram status extraordinariamente significativo, tem sido vilipendiadas com a adesão de pretensos agentes culturais alienígenas mancomunados com políticas públicas mercantilistas sem o menor compromisso com a identidade de nosso povo, de nossas festas, e por que não, de nossas melhores tradições, no sentido mais progressista da palavra.
Sempre digo que precisamos valorizar os conceitos, para que a arte não se dilua em enganosas jogadas de marketing. No que se refere ao papel de uma secretaria ou qualquer órgão público, entendo que seu objetivo primordial seja o de fomentar, preservar e difundir a cultura de seu estado, muito mais do que simplesmente promover eventos de entretenimento fácil com recursos públicos. É preciso compreender esta diferença quando se fala de gestão de cultura em nosso país.
Defendo democraticamente qualquer manifestação artística, mas entendo que o calendário anual seja largo o suficiente para comportar shows de todos os estilos, nacionais ou internacionais. Por isso apóio a iniciativa de Chico em evitar que interesses mercadológicos enfiem pelo gargalo atrações que nada tem a ver com os elementos que fizeram
das festas juninas uma das celebrações brasileiras mais reconhecidas em todo o mundo.

Lembro-me que da última vez que encontrei o mestre Luiz Gonzaga, num leito de hospital, este me pedia aos prantos: “não deixe meu forrozinho morrer”. Graças a exemplos como o de Chico César, o velho Lua pode descansar mais tranquilo. O forró de sua linhagem há de permanecer vivo e fortalecido sempre que houver uma fogueira queimando em homenagem a São João.
Alceu Valença

Humberto Teixeira

O Homem Que Engarrafava Nuvens
 Este filme documentário foi apresentado nesta noite de sábado na TV Brasil, infelizmente não pude assistir. Mas vale pelos relatos:
 Folha de São Paulo – por Marcus Preto. 
Em tempos em que o samba se mantém entronado como fundamental matéria-prima na produção de música do país, um filme como “O Homem que engarrafava nuvens” (2010) pode valer como uma iluminação.
Dirigido por Lírio Ferreira, o documentário entrega até mais do que promete, a princípio, vender.
Promete uma biografia do cearense Humberto Teixeira (1915-1979), compositor, advogado, político e criador das leis de direito autoral no Brasil. Mais que isso. Parceiro de Luiz Gonzaga em clássicos como “Asa Branca” e “Assum Preto”.
Entrega um poema visual que, abarrotado de  informações, depoimentos e imagens históricas, se expandem para além do personagem.. E busca recolocar o Baião como o gênero fundamental da nossa tradição musical.
Vídeos: 
Veja o vídeo

Como nasce um mito

Em "O rei e o baião", organizado pelo jornalista, artista plástico e compositor Bené Fonteles, a vida e a obra de Luiz Gonzaga são analisadas a partir de várias abordagens. Há ainda centenas de fotografias inéditas e belas xilogravuras
Vez ou outra, nas artes, na ciência, na política e em campos diversos do saber, tem-se o privilégio de acompanhar o surgimento de um gigante, pessoa cujo trabalho impressiona não apenas pela qualidade, mas pela capacidade de inspirar até o mais cético dos espíritos. Tal acontecimento revela-se ainda mais instigante quando envolve uma personalidade conter- rânea, que represente em sua obra aspectos de uma cultura.

A música brasileira inclui alguns artistas desse naipe. Um deles faria 98 anos no dia 13 de dezembro. Pernambucano, nascido no pequeno município de Exu, Luiz Gonzaga ultrapassou suas origens nordestinas. Espalhou o sertão pelo Brasil com sua poesia simples e profundamente representativa, com um talento incontestável de arranjador. Sob a combinação inédita de zabumba, triângulo e sanfona, inventou o ritmo para o baião e dele tornou-se rei.

Hoje, mais do que símbolo e ícone (basta lembrar as imagens do cantor de posse da sanfona, com o indefectível chapéu de couro), Luiz Gonzaga constitui patrimônio nacional. É no sentido de divulgar tal herança, de fortalecer a permanência de sua vida e obra, que surge o livro "O rei e o baião", organizado por Bené Fonteles - jornalista, artista plástico, compositor e mais um inspirado pelo trabalho do Mestre Lua. A obra foi lançada apropriadamente no último dia 13, em Recife. Em Brasília, o lançamento aconteceu no dia 17, no auditório do Ministério da Cultura, com a participação do ministro da Cultura, Juca Ferreira.

Editado pela Fundação Athos Bulcão, "O rei e o baião" traz ensaios de Antônio Risério, Elba Ramalho, Gilmar de Carvalho, Sulamita Vieira, Hermano Vianna e do próprio Bené Fonteles, que contribui ainda com um depoimento sobre sua relação com a obra de Luiz Gonzaga, além de introdução de Juca Ferreira e apresentação de Gilberto Gil. Continua>>>
Do Wikipedia
Luiz Gonzaga do Nascimento [1] (Exu, 13 de dezembro de 1912 — Recife, 2 de agosto de 1989) foi um compositor popular brasileiro, conhecido como o "rei do baião". É considerado mestre do cantor Dominguinhos.
Biografia
Nasceu na fazenda Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural de Exu, sertão de Pernambuco. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma de suas primeiras composições. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão (também consertava o instrumento). Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sul do Brasil. O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.

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