| 1. Praticamente, em toda a Europa, a resposta dos eleitores à crise econômica tem sido votar nos partidos de centro-direita. Faltavam Portugal e Espanha. Na semana passada -nas eleições regionais- o PP venceu amplamente o PS, confirmando esta tendência. A eleição nacional, de março de 2012, deve ratificar a hegemonia do PP, centro-direita. 2. Portugal se encontra quase sob intervenção do FMI. O governo português do PS -partido socialista- só conseguiu honrar a folha de pagamentos do último mês com recursos do FMI. As pesquisas que vinham sinalizando a vitória conservadora do PSD foram confirmadas nas eleições de ontem, domingo. 3. O PSD obteve 38,6% dos votos e o CDS, partido convergente com o PSD, 11,7%, garantindo a maioria na assembleia portuguesa. Por número de deputados, o PSD obteve 47% e o CDS 10,6%. O PSD vai propor um governo de coalizão com o CDS, de forma a ter uma maior flexibilidade legislativa que dê sustentação às medidas que terá que tomar. Pelo menos foi isso que o novo primeiro-ministro Passos Coelho e seu coordenador -deputado Miguel Relvas- sinalizaram à delegação do DEM presente na eleição e na sede do PSD. 4. O PS obteve 28,1% dos votos e elegeu 32,3% dos deputados. Os dois partidos de esquerda somados -CDU e BE- alcançaram 13,1% e 10,6% dos deputados. A oposição de centro-esquerda terá 43% dos deputados. Com isso, a geopolítica europeia se completa, com ampla hegemonia dos partidos nacionais que formam o Partido Popular no Parlamento Europeu que, aliás, já é dirigido por um ex-primeiro-ministro de Portugal do PSD, Durão Barroso. Assim, a Internacional Democrata de Centro -IDC- afirma sua hegemonia europeia. * * * PERU: ELEIÇÃO DE HUMALA PARA PRESIDENTE DÁ HEGEMONIA AO CHAVISMO NA AMÉRICA DO SUL! 1. A vitória de Ollanta Humala, com 51% dos votos, garantiu à ALBA -esquema bolivariano- ocupar grande parte da América do Sul. Claro, incluindo a parte bolivariana ostensiva do governo brasileiro, liderada pelo co-ministro para América Latina, Marco Aurélio Garcia. A campanha do chavista Ollanta Humala foi coordenada por quadros da esquerda do PT. Chávez adotou posição discreta para iludir o eleitor peruano sobre a nova aproximação de Humala com Lula. Deu certo. 2. Na última semana, o presidente do Peru, Alan Garcia, assinou acordo com o Equador de limites marítimos, aceitando os critérios que o Chile não aceita. A tensão retorna entre Bolívia e Chile, com a memória da Guerra do pacífico (1879-1883) e a Bolívia, obrigando uma comunicação intensa por rádio e TV. A vitória de Humala, cuja inspiração se encontra num herói peruano (Cáceres) daquela mesma guerra, e os novos termos da fronteira marítima serão um rastilho de pólvora nas relações Peru e Bolívia X Chile. O ministro da Defesa do Chile, recentemente, lembrou que as Forças Armadas chilenas estão sempre prontas para responde qualquer provocação. 3. Brasil tem 2.995 km de fronteira com o Peru, 3.423 km com a Bolívia e 2.199 km com a Venezuela. Fronteiras de difícil controle e corredores no caso desse avanço bolivariano. Os aeródromos na Venezuela são pontes-aéreas de cocaína. As Farc entram via Manaus, como se soube na abertura do laptop do narcoguerrilheiro Raul Reyes. E a produção de coca no Peru volta a crescer. 4. O Peru tem posição geoestratégica, do ponto de vista histórico, econômico, político, e externo (via Pacífico). A vitória bolivariana será o cerco da Colômbia, pela Venezuela, Equador, Peru e complacência do Brasil. Lula acaba de visitar Cuba e Chávez, na Venezuela, acompanhado de Zé Dirceu, numa programação feita por Marco Aurélio Garcia, coincidente com a reta final do segundo turno da eleição presidencial peruana. 5. A vitória de Ollanta Humala é a vitória de Hugo Chávez e a desestabilização da economia de melhores fundamentos na América Latina e de maior crescimento nos últimos 10 anos, só perdendo, no mundo, nesta década, para a China. Sua desintegração interna pode contaminar toda a América do Sul, abrindo espaço para o bolivarianismo, para as Farc, para as drogas e para o populismo. * * * EMPRESA DE PALOCCI FATUROU PELO MENOS 44 MILHÕES DE REAIS ENTRE 2006 E 2010! 1. (Jornal Nacional, 03) Repórter: Mas o senhor disse que em 2010 foi mais ou menos esse valor, cerca de R$ 20 milhões. Nos anos anteriores, 2006, 2007, 2008, 2009, nesses anos. O senhor faturou quanto, próximo desse valor?\ Palocci: Não, foram valores inferiores. A empresa foi ampliando a sua atuação, ampliando o seu faturamento naturalmente. 2. (Jornal Nacional, 03) Repórter: Mas nos anos anteriores o faturamento do senhor também era... \ Palocci: Não eram esses valores, era menor. Repórter: Era metade desse valor, 30%, 20% desse valor? \ Palocci: Algo nesse sentido. \ Repórter: 20%? 30%? \ Palocci: Se você me permitir, eu respeito todas as suas perguntas. Respeite o direito de eu não falar em valores. 3. (Ex-Blog, 06) Vamos fazer as contas. Fiquemos com 30%. 30% de 20 milhões são 6 milhões. Vezes 4 anos (2006, 2007, 2008, 2009) são 24 milhões de reais. Somando aos 20 milhões de 2010 são 44 milhões de reais. * * * PREÇOS DE TABELA SUPERFATURADOS, BDI E OUTRAS COISAS MAIS! (Blog do Professor Lino Martins da Silva, 06) 1. A Edição 2220 da revista VEJA datada de 8 de junho de 2011 contem matéria interessante intitulada "A anatomia da corrupção" e faz referência a um relatório da Polícia Federal que mostra como espertalhões desviam e desperdiçam o suado dinheiro dos brasileiros. A reportagem trata basicamente do superfaturamento ilegal esclarecendo que a PF efetuou o confronto entre os preços de mercado e os preços cotados com base em pesquisas realizadas. 2. Este Blog não teve acesso ao referido relatório, mas é muito estranho se o mesmo não incluir outras questões que deveriam preocupar muito mais os que defendem a lisura e a ética que deve (ou deveria) prevalecer entre os representantes do Poder Público e os fornecedores e empreiteiros de obras públicas. Estamos nos referindo ao indigesto BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) que, certamente, produz os maiores estragos na gestão e controle dos recursos públicos. O pior é que na maioria das vezes os órgãos de controle interno e externo se omitem quando administradores defendem a sua manutenção sob o falso argumento de que sem o BDI as obras perdem qualidade (sic). 3. Este Blog sugere que, tanto os representantes da Policia Federal, como os repórteres da Veja, revisitem o denominado "O Livro Negro da Corrupção" que recentemente ressurgiu como e-book no site Museu da Corrupção. A obra, que integra o acervo da Biblioteca de Washington, chega à web na íntegra em formato PDF, com a permissão de seu autor, o advogado Modesto Carvalhosa. * * * "MERCOSUL É QUASE UMA FICÇÃO!" (Clarín, 04) 1. 26 de março marcou o 20º aniversário da criação do Mercado Comum do Sul, considerado na época como sendo um passo histórico e estratégico. Mas muitos dos grandes objetivos apresentados m 1991, se não todos, estão no limbo, como é evidenciado pelas arestas da última briga comercial entre a Argentina e o Brasil. Como de costume, Uruguai e Paraguai assistiram ao jogo das arquibancadas. Assim, parece pura espuma as aspirações de avançar para a integração regional, a coordenação de políticas macroeconômicas, as complementações setoriais, a redução gradual das fortes brechas estruturais, a livre circulação de bens entre os países, sem restrições ou com mercadorias paradas nos portos. Nesse caso, Argentina e Brasil. 2. Se há duas décadas alguém pensou que tudo isso era possível, ou pelo menos parte disso, qualquer daqueles princípios do Tratado de Assunção são atualmente letra morta. Os recorrentes atritos comerciais entre o Brasil e a Argentina mostram que o mercado comum tornou-se quase bi lateral, no qual contam pouco os sócios menores. E revelam, ao mesmo tempo, assimetrias que permanecem sem solução, naturalmente, favoráveis ao Brasil. Exemplos desse desnível aparecem, entre outros setores, nos têxteis, máquinas agrícolas, eletrodomésticos e móveis. Nunca, até agora, foi possível articular processos de produção complementares que poderiam beneficiar os fornecedores argentinos. Além disso, no entanto, as diferenças de escala acentuam o desequilíbrio estrutural. * * * PROFESSOR ROBERT SHILLER (YALE) DIZ QUE BRASIL ENFRENTA BOLHA IMOBILIÁRIA! (Folha de SP, 04) Brasil pode viver bolha imobiliária, diz economista. Especulação e crescimento econômico impulsionam valorização, diz Shiller. Para teórico das bolhas, boom no setor brasileiro é similar à valorização dos imóveis nos EUA após a crise de 2008 O professor Robert Shiller, do departamento de economia da Universidade Yale (EUA), alertou ontem para a eventual formação de uma bolha imobiliária no país. Segundo ele, a especulação dos investidores e a prosperidade atual da economia contribuem para uma supervalorização dos imóveis. "Nos Estados Unidos, mesmo após o estouro da bolha imobiliária, tivemos um boom dos imóveis na cidade de São Francisco, que subiram até 20%. Não é difícil acreditar que o mesmo esteja ocorrendo no Brasil", afirmou Shiller, durante participação no Congresso Brasileiro de Aço, em São Paulo. Teórico das bolhas, Shiller é criador do respeitado índice de preços residenciais Case-Shiller e foi um dos primeiros a falar sobre ativos superavaliados no mercado imobiliário norte-americano antes da crise de 2008. Também é autor de "Exuberância Irracional", no qual previa o estouro da bolha da internet. | | | |
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