Charge do dia
Haddad ironiza Serra
Discorria sobre os riscos de a crise financeira europeia contaminar a economia nacional. Referiu-se ao Brasil como “Estados Unidos do Brasil”. O entrevistador interveio: “Não, o Brasil não chama Estados Unidos do Brasil”.
“Talvez estejamos falando dos Estados Unidos do Brasil e não da República Federativa do Brasil. É algum outro País na cabeça do candidato José Serra e não o Brasil.”
Fifa precisa de um chute na bunda
Artigo semanal de Delúbio Soares
O BRASIL SEM COMPLEXOS
O Brasil sofria do "complexode vira-lata", na definição dura e objetiva do presidente Lula. Seria certo conformismo diante dos infortúnios e das discriminações, além de notória baixa estima e sentimento de inferioridade diante dos países ricos e poderosos. Sofremos muito por isso, especialmente na economia e nas relações institucionais com as nações do chamado "mundo desenvolvido". A história começou a mudar de forma radical com a escolha do primeiro presidente petista, em 2002, quando Lula subiu a rampa do Planalto e o Brasil começou a subir no conceito mundial.
Houve um notório político baiano, entreguista conhecido, que desempenhou as funções de embaixador do regime pós-64 em Washington. Tal era seu comprometimento com os "primos ricos" e seu desapreço pelo país que o sustentava em Washington, que chegou a cunhar a lastimável legenda de que "o que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil". Ledo engano. Nem sempre o é. Ou, melhor dizendo, os interesses do Brasil e de seu povo estão acima de qualquer conveniência internacional ou de uma inaceitável subserviência aos ditames de qualquer outro país. Aliás, desde 1822, é bom que se diga!
A forma altiva com que nos comportamos diante do concerto das nações, a política externa independente e correta que tem sido conduzida pelo Itamaraty e seus excelentes diplomatas, são a prova cabal de que o Brasil sabe muito bem o que quer, o que lhe serve, qual o seu papel no novo cenário internacional e, sem qualquer sombra de dúvida, o modo competente com que assumimos o lugar que nos é destinado, por mérito e direito, dentre as grandes potências econômicas e sociais do novo século.
Em 2008 o presidente Lula vislumbrou as verdadeiras proporções da grave crise econômica norte-americana, antevendo sua pequena repercussão por essas plagas. Quando pediu aos brasileiros que continuassem a comprar, a consumir, a manter a cadeia produtiva de uma economia que havia se recuperado da década perdida sob o neoliberalismo de FHC e dos tucanos, Lula preservou nosso crescimento e deu o golpe fatal numa dependência ridícula e desmoralizante. Estava extinto o complexo de vira-lata.
Muitas foram as demonstrações efetivas de que o Brasil estava mudado e de que superáramos o subdesenvolvimento econômico e, também, o social. Ao tirar da pobreza 40 milhões de irmãos nossos, o governo de Lula e de Dilma resgatava evidente dívida social, injetava uma força extraordinária de produção e de consumo na vida econômica, além de mudar a face de um país que angariou o respeito e a admiração mundiais.
Agora, quando o Brasil é menos injusto e conquistou a sexta colocação no ranking das maiores economias do Planeta, ultrapassando a poderosa e lendária Inglaterra, estamos incomodando muito, disputando terreno, enfrentando a concorrência de países produtores de alta tecnologia, de commodities agrícolas e minerais, de indústria de ponta. O Brasil sem complexo de vira-lata é um país vencedor, olhado com interesse e admiração, respeitado nos cinco continentes. O "Made in Brazil" tornou-se um selo de qualidade, abre portas e ganha mercados, decide concorrências internacionais e deixa poderosos concorrentes à beira do caminho.
Por tudo isso, a decisão dos Estados Unidos em cancelar (mesmo que apenas por enquanto) uma encomenda do avião Super Tucano pela USAF, um campeão de vendas internacionais da nossa Embraer (a terceira maior indústria aeronáutica do mundo, perdendo só para a Boeing e a Airbus), serve para mostrar o jogo duro da concorrência e o quanto o Brasil já incomoda países muito mais ricos. E, também, nos dá oportunidade de defender nossa bandeira, o quanto somos capazes de concorrer em pé de igualdade com tradicionais e sólidas economias, bem como reagir da forma dura e correta como o governo Dilma está fazendo.
O Itamaraty, por ocasião da visita do subsecretário de Estado norte-americano, William Burns, ao Brasil, cobrou dos Estados Unidos a postura discriminatória adotada, com as constantes barreiras que são impostas aos nossos produtos mais competitivos. Não é de hoje o protecionismo norte-americano: os produtores agrícolas, de sapatos, de suco de laranja, de software, dentre outros, sabem exatamente o quanto somos penalizados no comércio bilateral. Ironia das ironias, os Estados Unidos se declaram o berço da economia de mercado e das liberdades... Nem tanto.
A presidenta Dilma Rousseff, em muito boa hora, ordenou que nossa diplomacia cobre dos EUA o tratamento equânime previsto no tratado bilateral de cooperação econômica e comercial. Em outros tempos, antes de Dilma e de Lula, o Brasil aceitava calado os disparates das grandes nações, resignando-se à papel secundário ou desimportante. Tristes tempos. Hoje, nossa soberania também se reflete no comércio internacional ativo, livre e fluído, sem protecionismos ou reservas de mercado.
Nos aeroportos do mundo os jatos desenhados por nossos projetistas, construído por nossos engenheiros e trabalhadores, disputam em pé de igualdade com aeronaves norte-americanas e europeias. Nos portos dos cinco continentes, nossa frota mercante desembarca a excelente produção "Made in Brazil". Sistemas de informação em Washington, em Joanesburgo ou em Pequim, foram fabricados por empresas brasileiras e superam em muito seus competidores do hemisfério norte. Nos mercados mundo afora, o Brasil fala alto e ganha espaço crescente. Como no verso famoso de Assis Valente, "chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor!".
Paisagem de chuva
Oração da noite
- Há uns oitenta anos.
- Nossa..., oitenta anos! E o senhor pede o quê, nestes anos todos?
- Paz entre judeus, muçulmanos e cristãos, para que o ódio termine e que nossos filhos cresçam juntos em Paz, com Amor e Solidariedade.
- E como o senhor se sente após oitenta anos de orações diárias?
- Sinto-me como se estivesse falado com uma pedra...