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O lombo do povo é que vai pagar pelo populismo e financismo desse desgoverno




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É muito cedo para uma interpretação segura do que será o governo Bolsonaro, mas seus primeiros dias no posto, em especial com as questões da redução da idade mínima para a aposentadoria e da extensão das novas privatizações (rejeitadas pela população, segundo o Datafolha), confirmam minhas dúvidas. Que talvez possam ser mais bem entendidas se considerarmos as possíveis formas de governo.

No Brasil as alternativas são ou governos neoliberais, como foram os governos Temer, Cardoso e Collor, ou governos desenvolvimentistas, que defendem uma intervenção moderada do Estado na economia e o nacionalismo econômico, como foram os governos populistas de centro-esquerda do PT.

Existe, ainda, a possibilidade de os governos desenvolvimentistas serem populistas de direita, como é o governo Trump, ou novo-desenvolvimentistas, que, se forem de centro-direita, têm como referência os países do leste da Ásia; se de centro-esquerda, os países europeus democráticos e sociais do pós-guerra.

Em princípio não podemos ter governos ao mesmo tempo neoliberais e populistas de direita, como propôs Bolsonaro na campanha presidencial. Os neoliberais são populistas cambiais, porque defendem "crescimento com poupança externa", que envolve déficits em conta-corrente elevados e uma taxa de câmbio apreciada, mas não são populistas completos porque não praticam o populismo fiscal --uma vez que esperam resolver todos os problemas de desajuste macroeconômico apenas com ajuste fiscal.

Existe uma contradição entre o neoliberalismo e o populismo fiscal. O populista busca manter sua popularidade gastando; o neoliberal, além de acreditar que o mercado coordene de maneira ótima toda a economia, é conservador; defende os interesses dos ricos.

Ele quer resolver todo o desajuste macroeconômico, inclusive o cambial, apenas com ajuste fiscal. Defende, portanto, a austeridade, que não é apenas a defesa da responsabilidade fiscal. É combinar um forte ajuste fiscal, que inclui o corte dos investimentos públicos, com a recusa a realizar depreciação cambial.

Assim, a recuperação da competitividade do país se faz por meio do desemprego e da diminuição dos salários reais, via ajuste "interno", preservando-se os rendimentos dos rentistas (juros, dividendos, e aluguéis).

O único governo que foi estritamente neoliberal no Brasil foi o de Temer. Este nunca foi um neoliberal, mas conseguiu derrubar Dilma Rousseff e ocupar seu posto graças ao apoio dos neoliberais. No governo, fez aprovar um absurdo teto fiscal que congelou o gasto per capita do governo, uma reforma trabalhista que tirou direitos dos trabalhadores e enfraqueceu os sindicatos. Como se a causa da semiestagnação da economia brasileira desde 1990 fossem salários diretos e indiretos elevados, em vez de juros altos e câmbio apreciado no longo prazo.

O neoliberalismo de Temer dificultou a recuperação da economia brasileira, aprofundou a desigualdade e manteve sua popularidade muito baixa. Popularidade que não era importante para ele, já que não fora eleito nem espera ser no futuro.

O caso de Bolsonaro é diferente. O apoio popular é seu grande trunfo, muito mais importante do que o apoio do neoliberalismo financeiro-rentista e dos interesses estrangeiros. Mas não poderá ignorar os neoliberais, porque eles continuam hegemônicos na alta classe média, que é formadora de opinião.
Essa classe média tradicional tende a ser conservadora e a se submeter à hegemonia das elites neoliberais internacionais. Mas a hegemonia neoliberal está em plena crise, como vemos nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Itália. Por outro lado, o êxito do novo desenvolvimentismo no leste da Ásia é evidente.

Por enquanto, a alternativa novo-desenvolvimentista não está aberta para o Brasil. Temos apenas o neoliberalismo, que fracassa em toda parte; o populismo de centro-esquerda, que fracassou no Brasil; e o populismo de direita, que hoje ameaça os brasileiros. Não seria possível um novo-desenvolvimentismo de centro-direita, como no leste da Ásia? 

Sim, mas para isso é preciso encontrar os defensores desse modelo de governo e levá-los a estabelecer acordos com os novo-desenvolvimentistas de centro-esquerda, cujo modelo é a social-democracia europeia.

***
Reprodução do artigo do professor Luiz Carlos Bresser-Pereira - responsável pelo "Manifesto Brasil Nação". Publicado originalmente no Facebook
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Pitaco da erudição




- Treta, bagulho, etecetera...Ô Netiflix, troca este estágiário. Tá pegando mal este vocabulário de marginal.

- Preocupar-me-ei com essa questão a partir de agora, Vossa Excelência.
@pedromalloy

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Caiu na rede




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Satisfeito?

"Brasileiro mora em uma casa do programa "minha casa minha vida" do governo do PT , mas odeia o PT , porque acredita que quem "deu" a casa pra ele foi o prefeito .

Brasileiro tem luz em casa , graças ao programa " luz para todos", mas odeia o PT , porque já esqueceu a escuridão que vivia no governo dos opositores do PT ...
Brasileiro faz faculdade graças ao FIES , mas odeia o PT , porque já esqueceu que no governo dos opositores do PT o FIES só existia no papel.

Brasileiro viaja para o exterior de avião , mas odeia o PT , porque já esqueceu que antes do PT o exterior ficava tão longe dele quanto um avião.

Brasileiro tem remédios a preço de custo , mas odeia o PT , porque já esqueceu que quem criou o programa "farmácia popular" foi o PT.

Brasileiro tem seus familiares socorridos por ambulância modernas , mas odeia o PT , porque já esqueceu que quem criou o SAMU foi o PT.

Brasileiro faz medicina e recebe bolsa de 10 mil reais por mês como residente , graças ao PT , mesmo assim ele odeia o PT , porque agora ele é da elite ...
Brasileiro é atendido por médicos do "programa mais médicos" do PT , mas ele odeia o PT , porque ele já esqueceu que tinha que andar quilômetros para encontrar um médico.

Brasileiro tem o programa "Brasil sorridente" do PT , mas odeia o PT , porque ele já esqueceu que no governo dos opositores do PT o povo tinha os dentes extraídos até ficar banguela.

Brasileiro viaja em ônibus novos , do programa " caminho da escola " do PT , mas odeia o PT , porque já esqueceu que os alunos da zona rural iam a pé para a escola.

ENFIM ... SÃO MUITOS OS PROGRAMAS CRIADOS NO GOVERNO DO PT PARA BENEFICIAR O POVO BRASILEIRO , TEM MUITO MAIS , ALÉM DESSES QUE EU COLOQUEI AQUI.

Mas esse povo sofreu lavagem cerebral , com o discurso da "corrupção" , que os opositores do PT espalharam, justamente para que o povo esquecesse o quanto foi beneficiado pelo governo do P.E.
E aí pobre de direita!? Satisfeito com o impeachment da Dilma ??? 

E COM O SEU PRESIDENTE FASCISTA,HOMOFOBICO E PRECONCEITUOSO??
Parabéns!

 Maria Lima

Ciro Gomes, qual é a sua? por Joaquim Xavier, no Conversa Afiada

Ciro age como um coronel dos piores tempos da República Velha. "Eu estou certo e todo o resto está errado". Um messianismo fora de época, fadado a colocá-lo permanentemente na sarjeta das grandes disputas nacionais. - 

"Tinha resolvido não falar mais de Ciro Gomes, tamanha a quantidade de opiniões disparatadas emitidas pelo personagem frente ao cenário nacional. Mas a entrevista concedida pelo ex-ministro ao El País não pode passar em branco. 

Não sou psicólogo, nem analista, para desvendar o que se passa na cabeça de Ciro Gоmes. Nem quero ser: sou jornalista. Estou mais para paciente do que para doutor. É melhor se ater aos fatos, sempre os fatos. Ou, como diz Mino Carta, à verdade factual. 

Na citada entrevista, Ciro investe com fúria poucas vezes vista contra Lula e o PT; elege-se (com o voto dele apenas) como o pós-PT. Afirma que Lula é um preso comum, assina embaixo do processo fraudulento que eliminou das eleições o líder popular mais importante da história do país e acusa o partido dele de quadrilha. 

Trata os petistas como se fossem piores que Bolsonaro, a quem dá o benefício da dúvida sobre a conversão do militar alucinado a ideais democráticos. 

Um espanto. A entrevista, como diria Chico Buarque, é um "pote até aqui de mágoa". 

Ciro deve ter espelho em suas casas Brasil afora. Deveria consultá-los antes de falar tamanha quantidade de asneiras. E o que veria não seria nada agradável. 

O cearense já passou por mais de seis partidos – de sucedâneos da antiga Arena até o PDT de agora. Nunca lhe ocorreu perguntar a si mesmo por que nunca construiu uma alternativa de poder baseada em militantes organizados em torno de ideais progressistas? Nunca lhe ocorreu perguntar a si mesmo por que é incapaz de agregar em torno dele fatias do povo sedentas de igualdade, direitos sociais, democracia? 

Tudo indica que não. Ciro age como um coronel dos piores tempos da República Velha. "Eu estou certo e todo o resto está errado". Um messianismo fora de época, fadado a colocá-lo permanentemente na sarjeta das grandes disputas nacionais. 

Voltemos aos fatos. O candidato do PT, não importa o nome, teve mais votos do que ele na eleição. Prova de que o poder de atração do partido e de Lula, entre as forças progressistas, era muito maior do que o dele, Ciro, na contenda eleitoral. É impossível não lembrar de Leonel Brizola em 1989. Ao perceber que Lula, e não ele, havia passado ao segundo turno, Brizola não titubeou. Chamou seus eleitores a despejar votos no "sapo barbudo" contra Fernando Collor. 

E Collor, perto de Bolsonaro, seria considerado um democrata. 

Ciro, atualmente aboletado no mesmo PDT de Brizola (até quando?), fez outro movimento. Fugiu da raia. Foi passear pela Europa e, na volta, gravou um vídeo mequetrefe em que não se comprometia de fato com ninguém. Não sem antes tentar se aproximar do DEM e da centro-direita para tentar chegar ao segundo turno. 

Os movimentos do ministro lembram as diretivas stalinistas dos anos 30. Sob as ordens de Moscou, os partidos comunistas elegeram os partidos socialistas como seu principal inimigo. Estes eram os "social-fascistas". Graças à divisão das forças trabalhadoras, Hitler ganhou eleições. O resto da história todo mundo conhece. 

Ciro Gоmes percorre trajetória semelhante. Decretar o fim do PT, apresentar-se como o pós-PT e salvador da pátria sem ter cacife para isso beira a insanidade. Mostra também a ignorância sobre como se move o povo diante de suas organizações. 

O PT não é obra de Gleisi Hoffman, Fernando Haddad, Paulo Pimenta e tantos outros. O partido criou raízes dentro do povo trabalhador não apenas pela forma como nasceu, das grandes greves operárias do fim dos anos 1970. Mas também pelo que realizou no poder conquistado a partir de 2002. Por mais tímidas que tenham sido, as conquistas sociais proporcionadas pelas gestões petistas não têm paralelo na história do povo pobre do país. 

Nada disso confere à direção do PT um cheque em branco ou anistia com relação a erros cometidos – e não foram poucos. A burocratização, a acomodação diante das benesses do poder e o abandono de sua base social enquanto esteve no Planalto são alguns deles. Mas a existência do partido é uma conquista de que a maioria do povo não está disposta a abrir mão. Fosse diferente, o PT nunca teria conquistado a principal bancada na Câmara, mesmo tendo sido vítima da maior campanha de perseguição e calúnias já realizada na história do país. 

Ciro Gоmes não enxerga nada disso. Parece ser mais um acometido da maldição de Harvard, por onde circulou em suas andanças mundo afora. 

Mangabeira Unger, um de seus gurus preferidos, também é de lá. Parece chique, mas tudo mostra que o complexo universitário encravado em território americano cumpre apenas o seu papel: um cemitério de ideias progressistas."