Sobre a banalidade do mal, por Eduardo Ramos

Nassif, a expressão consagrada por Hannah Arendt, (“A banalidade do mal”) absolutamente apropriada em seu artigo, traz de modo subliminar um outro conceito, que Lula, de modo brilhante intuiu, no dia em que disse a Sérgio Moro:

“Doutor, o senhor tem que me condenar de qualquer jeito, o senhor não tem saída… Porque o senhor CRIOU UM ENREDO DO QUAL NÃO PODE FUGIR! O senhor começou contando uma mentira, que precisa sempre de mais mentiras para tornar coerente o seu script”…
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Mais ou menos essas foram as palavras de Lula ditas ao seu carrasco. Lula já sabia àquela altura, que não lidava com um juiz em seu estado normal, que as leis, a Constituição, as provas (ou sua ausência…) de nada valiam! Uma vez criado o enredo, totalmente endossado pela mídia, que outro final, de fato, Moro poderia dar à sua novela, mesmo que não fosse o ser psicótico que se revelou ao longo dos anos? Nem um outro fim seria aceito pela sociedade, causaria perplexidade e até revolta contra o ex-juiz, tornado herói JUSTAMENTE POR INFLIGIR AO “SATANÁS BRASILEIRO”, todo o massacre que, a essa altura, boa parte da sociedade (bestializada em último grau!) ansiava que acontecesse…
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A banalidade do mal (e confesso que não sei se Hannah Arendt estudou esse aspecto ou não…) traz em si essa NECESSIDADE de se JUSTIFICAR PELA “COERÊNCIA”, ou seja, pela repetição das maldades, pelos “elos da novela criada” pelos agentes inventores e causadores daquele processo social pervertido, transmutado em “coisa boa” para ser aceito e digerido pela sociedade manipulada.
NÃO SE INVENTA UMA LAVA JATO, para absolver Lula, “o chefe da quadrilha”, ao final.
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De que vale esse exemplo para o caso INACREDITÁVEL do reitor Cancellier e agora, o seu filho, do mesmo modo canalha, covarde, acusado sem provas…? A mesma necessidade perversa da tal “coerência do mal” – não basta ter se tornado BANAL, odioso, farsesco: há de se criar outras pantomimas, visando especificamente, “dar uma aura de justiça” à toda a selvageria e barbárie cometidas contra o reitor. Que o filho pague pela ousadia do pai em confrontar com seu suicídio, a “pureza de intenções” do procurador André Bertuol, da delegada Érika Marena, enfim, de todos esses “homens e mulheres de bem” que, afinal, “combatem o flagelo da corrupção”…
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A Lava Jato apenas começou a ser desmantelada, desnudada, envergonhada em todas as suas obscenidades imundas. Ainda é forte o suficiente para PRECISAR dessa coerência sórdida que o mal tornado banal necessita como ÁLIBI MORAL.
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Como os nazistas, depois de matarem as primeiras centenas de judeus, se interrompessem ali o processo (o mal…) teriam que se olhar no espelho e enxergarem ali os assassinos que eram.
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O mal jamais buscará o espelho da verdade. A ele interessa a banalidade, esse “tornar-se normal, natural…”.
Daí a sua necessidade de se retroalimentar continuamente.
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Lula intuiu todas essas coisas, por isso se sabia de antemão, condenado.
É exatamente o que acontece agora, com o Mikhail Cancellier. Ele é o álibi da vez, dos néo-nazistas da Lava Jato.

Tijolaco: embaixisburguer



Não creio que seja apenas um “balão de ensaio”, um mero factóide, a indicação de Eduardo Bolsonaro para ser o embaixador brasileiro em Washington.

Pode até ser que recue, caso realmente seja inviável que o Senado aprove o seu nome, resistência na qual não acredito nem por um minuto.

O garoto do hambúrguer é duplamente adequado – claro que não para o Brasil – para o governo Bolsonaro e para o governo Trump e desde cedo – como observa o colega Leandro Fortes no Facebook – o presidente norte-americano viu utilidade na sabujice do filho 03, tanto quanto na de seu pai.

As supostas “criticas” de Olavo de Carvalho à escolha, dizendo que melhor faria Eduardo se ficasse aqui para “combater o Foro de S. Paulo” – ou seja, os partidos e movimentos de esquerda – é apenas um despiste.

O filho presidencial, indiretamente, pode e vai contribuir para que flua o dinheiro para movimentos de direita aqui, o que, para nós, não é novidade desde os tempos do pré-64, com o Ipes e o Ibade.

Não se iludam com a ideia de que temos “um governo de malucos”, simplesmente, mesmo que haja, de fato, loucos em grande número.

É um esquema de dominação colonial que, por definição, é inspirado e tem seus cordéis presos à metrópole.

E as instituições “republicanas”, corrompidas até a medula por suas conveniências e ideologias, vão aceitar esta bofetada na diplomacia profissional que este país cultiva há mais de um século.

Pode parecer algo abjeto – e é – mas é pior que isso.


#VazaJato: a crise chega ao TRF4


---------- Forwarded message ---------
De: The Intercept Brasil <newsletter.brasil@emails.theintercept.com>
Date: sáb, 13 de jul de 2019 14:40
Subject: #VazaJato: a crise chega ao TRF4
To: <joel.leonidas@gmail.com>


Sábado, 13 de julho de 2019
#VazaJato: a crise chega ao TRF4

O maior argumento do ex-juiz Sergio Moro para defender suas sentenças de primeira instância – intoxicadas por inegáveis odores ilegais – é de que elas foram confirmadas por tribunais superiores. Moro tem repetido isso em entrevistas, e disse o mesmo quando foi tentar explicar o inexplicável no Senado e na Câmara. Mas e se os tribunais superiores estiverem, também eles, contaminados pelo relacionamento ilegal entre acusadores e juízes?

Depois de se mostrarem inconstitucionalmente íntimos de ministros do Supremo Tribunal Federal (como mostramos nos episódios "in Fux we trust" e "Aha uhu o Fachin é nosso"), nesta semana foi a vez dos chats secretos enrolarem o Tribunal Regional Federal 4, a instância que confirmou a maior parte das sentenças de Moro. Em parceria com os repórteres da revista Veja, nós abrimos mais uma janela da #VazaJato. Do outro lado está o desembargador João Pedro Gebran Neto.

Em julho de 2017, o repórter Andreas Müller escreveu sobre Gebran no site da revista piauí:

"Sua trajetória reconhecida não o poupou de polêmicas, sobretudo por um detalhe pessoal nada irrelevante entre os réus condenados na Lava Jato: Gebran é amigo de Sérgio Moro, de quem foi colega de mestrado na Universidade Federal do Paraná, no início dos anos 2000. Os dois foram orientados pelo mesmo professor, o renomado constitucionalista Clèmerson Merlin Clève.
(...)
Na seção de agradecimentos do livro A Aplicação Imediata dos Direitos e Garantias Individuais, com base na sua tese de mestrado, Gebran descreve Moro como um "homem culto e perspicaz". "Nossa afinidade e amizade só fizeram crescer nesse período, sendo certo que [Moro] colaborou decisivamente com sugestões e críticas para o resultado deste trabalho", escreveu Gebran. 
(...)
"Se sou ou não sou amigo do juiz Sérgio Moro, isso é uma questão juridicamente irrelevante", declarou Gebran, em abril, a uma emissora de tevê do Paraná."


Os chats revelados essa semana, que mostram que também o TRF4 está sob suspeição, passam longe de revelar imparcialidade apenas no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos diálogos nos quais Gebran é citado, o personagem é Adir Assad, um dos operadores de propinas da Petrobras e de governos estaduais, preso pela primeira vez em 2015. E que conversas são essas? Uma tabelinha entre o desembargador – que deveria ser independente – e o procurador, uma costura de ambos para melhor atender a seus interesses, deixando as defesas dos réus em julgamentos às cegas, destruindo assim a confiança em todo o sistema judiciário.

"Cinco meses antes do julgamento do caso em segunda instância no TRF4, o procurador Deltan Dalla­gnol, chefe da força-tarefa em Curitiba, comenta em um chat com outros colegas do MPF: "O Gebran tá fazendo o voto e acha provas de autoria fracas em relação ao Assad". O assunto é tema de outra conversa, de 5 de junho de 2017, entre Dalla­gnol e o procurador Carlos Augusto da Silva Cazarré, da força-tarefa da Procuradoria Regional da República da 4ª Região, que atua junto ao TRF4. No diálogo, ocorrido às vésperas do julgamento da apelação de Assad, Dalla­gnol mostra-se novamente preocupado com a possibilidade de Gebran absolver o condenado. Naquele momento, em paralelo, a força-tarefa negociava com o condenado um acordo de delação (esse acordo seria fechado em 21 de agosto de 2017). Daí a preocupação do MPF com a possibilidade de Assad ser absolvido e voltar atrás nas conversas sobre delação. No chat, Dallagnol aciona Cazarré, que fica em Porto Alegre, sede do TRF4. "Cazarré, tem como sondar se absolverão assad? (…) se for esse o caso, talvez fosse melhor pedir pra adiar agilizar o acordo ao máximo para garantir a manutenção da condenação…", escreve Dalla­gnol. "Olha Quando falei com ele, há uns 2 meses, não achei q fisse (sic) absolver… Acho difícil adiar", responde Cazarré. Na sequência, Dalla­gnol volta a citar Gebran: "Falei com ele umas duas vezes, em encontros fortuitos, e ele mostrou preocupação em relação à prova de autoria sobre Assad…". Dalla­gnol termina pedindo ao colega que não comente com Gebran o episódio do encontro fortuito "para evitar ruído". (leia a íntegra da reportagem na Veja, aberta para não-assinantes)

8 de fevereiro de 2017

Grupo Filhos do Januario 1

18:22:02 Deltan Tenho dúvidas. Tem que ver o que ele fala... pelo que Vc disse ele não falava nada... 

18:22:30 Deltan O Gebran tá fazendo o voto e acha provas de autoria fracas em relação ao Assad 

18:22:40 Deltan Pode ser uma solução para isso

 

5 Jun 17 

Chat ADIR ASSAD

00:14:25 Cazarre PRR4 Pessoal Terça trf4 julga apelação de adir, duque, vaccari etc 

00:14:40 Cazarre PRR4 Estarei na sessão e informo desdibramentos 

00:30:40 Deltan Cazarré, tem como sondar se absolverão assad? Parece que o Gebran tava tendendo a absolver... se for esse o caso, talvez fosse melhor pedir pra adiar agilizar o acordo ao máximo para garantir a manutenção da condenação... 

00:33:43 Cazarre PRR4 Olha Quando falei com ele, há uns 2 meses, não achei q fisse absolver... Acho difícil adiar. O processo está com ele desde fev/16 e nos últimos dias negou pedidos de afianento das defesas. Mas Vou ver o que descubro amanhã. 

00:37:11 Deltan Falei com ele umas duas vezes, em encontros fortuitos, e ele mostrou preocupação em relação à prova de autoria sobre Assad... 

00:37:34 Deltan Nova modalidade de investigação: encontro fortuito de desembargador  

00:37:47 Cazarre PRR4 Hahahaha 

00:38:09 Deltan Só não menciona que comentei, para evitar ruído... melhor perguntar se ele entende conveniente espeara em relação a Assad ou se sente seguro, dizendo que quer colocá-lo a par do andamento do acordo rs

A série jornalística publicada pelo Intercept e seus parceiros virou um escândalo global e expôs as relações íntimas entre poderes que deveriam ser independentes. O combate à corrupção não pode se valer de decisões no escuro que sejam, elas próprias, corrupções no sistema. As atitudes de Sergio Moro & Cia colocaram boa parte da Lava Jato em risco. A eles, e só a eles, cabe essa responsabilidade.

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Destaques

Um mês de #VazaJato: ouça agora áudio inédito dos arquivos do Intercept Brasil
Leandro Demori, Glenn Greenwald, Alexandre de Santi, Rafael Moro Martins, Andrew Fishman, Amanda Audi, Tatiana Dias, Bruna de Lara

Deltan Dallagnol comemorou com alívio decisão que barrou entrevista de Lula nas vésperas da eleição de 2018.

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As mensagens secretas da Lava Jato
Lava Jato tramou vazamento de delação para interferir na política da Venezuela após sugestão de Sergio Moro

Leandro Demori, Andrew Fishman, Amanda Audi

A principal motivação era política. Os procuradores sabiam que teriam que agir às escondidas. "Naõ dá para tornar público simplesmente porque violaria acordo, mas dá pra enviar informação espontãnea [à Venezuela] e isso torna provável que em algum lugar no caminho alguém possa tornar público", escreveu Deltan Dallagnol.

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Leia a série com as mensagens secretas da Lava Jato
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Uma enorme coleção de materiais nunca revelados fornece um olhar sem precedentes sobre as operações da força-tarefa anticorrupção que transformou a política brasileira e conquistou a atenção mundial.

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Pelo menos sete parlamentares que defenderam o ministro e herói do combate ao crime estão enrolados em denúncias e condenações por corrupção e fraude.

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Condenação sob encomenda

“Sequer perguntas nós podíamos fazer livremente às testemunhas, como assegura a lei. Nós éramos o tempo todo interrompidos, tratados de uma forma hostil, perguntas chegaram a ser indeferidas por antecipação, o que é algo que não poderia ter ocorrido. Diversas provas que pedimos foram indeferidas. Num processo desta complexidade os pedidos que fizemos de perícia foram negados. Há reconhecimento de supostos desvios e até mesmo de percentuais [de pagamento de propina] que foram estimados sem nenhuma perícia, com base apenas na palavra de alguns delatores, de planilhas feitas durante ou após processos de delação e que foram feitas de memória. Há muitos elementos que permitem concluir que essa condenação sempre esteve preestabelecida.”

Frase da hora

Rodrigo Maia chorando pela aprovação da reforma da previdência me lembrou a Suzana Von Richthofen enterro dos pais.
Neide Dantas

Flávio Dino arrasador

Diplomamata


"Tenho uma vivência pelo mundo, já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos, no frio do Maine, estado que faz divisa com o Canadá, no frio do Colorado, em uma montanha lá. Aprimorei o meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros”

Esse é o filho zero-três "dando carteirada", ostentando sua invejável qualificação para assumir uma embaixada.
Fritar hambúrguer no Maine... Essa é a "vivência pelo mundo" do garoto. Isso dá uma noção da estreiteza da mente dessa raça.

Olha, de verdade, para o que o brazilzinho se tornou, tá de ótimo tamanho. Mais que isso seria desperdício de talento.
Rafael Patto