Tão se mordendo

Fhc - a Ofélia da política brasileira -, mergulha na campanha e critica Aécio:

"Não é hora de falar uma coisa dessa. Lembro que fiz burrada parecida, quando sentem na cadeira do prefeito de São Paulo, antes dá hora. Fui desinfetado. Agora é hora de não falar uma coisa dessa".

Bela mensagem

+belasmensagens

Oposição numa sinuca de bico

Ou Aécio e Campos crescem juntos, e um consegue chegar ao segundo turno...
Ou Dilma vence no primeiro turno.
A oposição está no fio da navalha.

Os volumes mortos e o dinheiro vivo

Como não intuir o peso da riqueza de US$ 22,8 bilhões da família Marinho na esférica oposição da Globo a uma reforma fiscal que taxe as grandes fortunas?

por Saul Leblon, em Carta Maior

A família mais rica do Brasil – os Marinho e seu oceânico pecúlio de US$ 22,8 bilhões, conforme noticia a revista Forbes – é também a proprietária do maior conglomerado midiático do país.

A supremacia das Organizações Globo é conhecida.

Mas o fato de que essa casamata  dispare diuturnamente  contra qualquer variável que afronte  a lógica argentária,  da qual seus donos são os maiores expoentes e beneficiários, presta-se a algumas considerações.

Olhada  dessa ótica, a fortuna  dos Marinhos  figura como uma questão política, talvez uma das mais sensíveis da política brasileira.

Ou será que  quando  interesses marmorizados em uma riqueza da ordem de R$ 50 bilhões –seis vezes o custo dos estádios da Copa–  se entrelaçam ao poder de fogo de um dos maiores impérios midiáticos do mundo,  seu poder de vigiar e punir  em causa própria  não  assume proporções de uma ameaça  à democracia?

O conjunto remete à metáfora de uma sociedade panóptica.

Nela a presença de um poder  ubíquo exerce  sobre os cidadãos uma vigilância equivalente à do sentinela da torre no controle diuturno dos encarcerados.

A onipresença asfixiante do vigia que tudo enxerga e avalia deu ao francês Michel Foucault (1926-1984), autor de "Vigiar e Punir", a inspiradora metáfora  para abordar  a exasperação do controle social no século XX.

A torre do panóptico não assegura apenas a disciplina do sistema.

Sua perversidade consiste em aprisionar a subjetividade social tornando-a  carcereira de suas próprias vontades.

Parece devaneio?

Quantas agendas o sistema político brasileiro  não rebaixou ou protelou e protela (caso da regulação da mídia), para não se indispor  com o poder de fogo da oceânica fortuna armada de irrespondível dispositivo emissor?

Essa invasiva capacidade  de inocular agendas e interditar debates lubrificou,  entre outras coisas,  a imposição da cosmologia neoliberal no imaginário  brasileiro nos anos 80/90.

Como não intuir o peso dos US$ 22,8 bilhões, por exemplo, na esférica oposição das Organizações Globo a uma reforma fiscal que  taxe adicionalmente  as grandes fortunas?

Ou  na peroração incansável dos seus  editoriais, a desafiar o Estado brasileiro 'a fazer mais com menos' – evocação  à austeridade emitida do alto de uma montanha de dólares equivalente a 10% do PIB de Portugal?

Ou duas vezes  o orçamento total do Bolsa Família que beneficia 50 milhões de brasileiros pobres.

Ainda: como elidir o interesse argentário  da maratona vitoriosa dos seus veículos e disciplinados colunistas contra o imposto do cheque, em 2007?

A CPMF, recorde-se, de baixíssima alíquota, funcionava  como um incômodo sensor  de movimentações financeiras graúdas, nem sempre alinhadas à legalidade.

Foi decepada do orçamento brasileiro em 2007.

Um comparativo da OMS mostra o quanto há de perversidade na fotografia que imortalizou aquele  ato, cometido na madrugada de 13 de dezembro, depois de  encorajadora campanha sistemática das Organizações Globo & assemelhados.

A imagem estampada no jornal dos Marinhos  no dia seguinte ao sacrifício, mostra a nata do retrocesso político, em festa obscena pela subtração de R$ 40 bilhões por ano à saúde pública.

A indecência,  se  panfletada nas filas do SUS,  ainda guarda um teor de nitroglicerina para sublevar o país.

Mais com menos?

Segundo a OMS, o gasto público mundial per capita com a saúde  chegou a US$ 571 por ano em 2010. Inclua-se  nessa média os US$ 6 mil da Noruega e os US$ 4 per capita do Congo.

O valor brasileiro é de US$ 466/ano ( US$ 107 per capita ao final do governo FHC).

O deserto real é  ainda mais árido:  apenas 42% daquilo que o país gasta com saúde tem origem e destino público. Sai do governo e chega na fila do SUS, que atende mais de 75% da população.

Outros 58% só circulam entre os 25% que tem plano de saúde.

Os mesmos que gargalhavam na madrugada de 13 de dezembro de 2007 fuzilariam o 'Mais Médicos' seis anos depois, com igual despudor e patrocínio da mesma  emissora & veículos da família mais rica do país.

É só uma ilustração do ardil  que encurrala a sociedade em um labirinto de impasses e protelações  angustiantes .

Cinicamente, o desespero é  acolhidos pelo dispositivo dos Marinhos & assemelhados como uma evidência do malogro progressista na condução do desenvolvimento brasileiro.

Seria apenas um escárnio.

Não fosse, sobretudo,  a moldura de uma campanha sucessória.

Através dela pretende-se incensar candidatos e agendas que preconizam adicionar  ao desespero  uma renúncia  disfarçada de audácia.

Em nome de desobstruir canais que impedem o crescimento, preconiza-se recuar ainda mais o papel coordenador do Estado  sobre a economia.

Um exemplo da ardilosa cicuta oferecida em favos de mel.

É sabido que o portfólio de investimentos dos Marinhos  inclui uma bilionária carteira de ações da Petrobrás.

A república dos acionistas  tem nos donos  da Globo  o porta-voz incansável de um sonho reprimido.

Qual?

'Realizar'  depressa o valor potencial das maiores reservas de petróleo descobertas no planeta nos últimos 30 anos: o pré-sal, que Lula regulamentou e fundiu ao destino da sociedade pelo regime da partilha.

O nome do atalho cobiçado é petroleiras internacionais.

O método: remeter in bruto o óleo, sem refino.

E gerar caixa.

Uma dinheirama como nunca o mercado viu, nem verá.

A república dos dividendos  saliva.

Ganharia duplamente se  a Petrobrás deixasse de gastar como investidora universal da exploração, com pelo menos 30% em cada poço, como manda a lei.

A economia numa ponta engordaria as carteiras dos acionistas na outra.

A pilha de US$ 22,8 bilhões dos Marinhos subiria mais depressa.

Incharia, ademais,  se o petróleo fosse bombeado direto para fora do país.

Sem alimentar impulsos industrializantes, sem investir em quatro refinarias ao mesmo tempo; sem expandir polos tecnológicos; sem engatar cadeias de equipamentos com elevados índices de nacionalização e prazos mais largos de exploração.

Tudo isso, afinal, que  só gera corrupção e desperdício…

Nove em cada dez  referências das Organizações Globo à Petrobrás são desse teor, muito embora a estatal tenha dado um lucro de R$ 23 bilhões em 2013.

Eles querem mais .

A república dos acionistas gostaria de ficar com o equivalente projetado para o fundo soberano, formado de royalties do pré-sal, que permitirá elevar a 10% do PIB o orçamento da educação pública, ademais de suprir  lacunas da saúde brasileira.

Transitamos, como se vê, no campo da injeção de interesses direto na veia do noticiário.

A Sabesp, em São Paulo, conforme mostra reportagens do Viomundo e de Carta Maior,  fez exatamente o que os Marinhos  preconizam para a Petrobrás e para o Brasil.

Afastou o interesse público do comando estratégico da gestão.

Em vez de investir, tucanos distribuíram nos últimos anos cerca de R$ 500 milhões, em média, aos acionistas da empresa.

Sobrou para a sociedade o volume morto da Cantareira.

A partir deste domingo, as torneiras de milhões de residências estarão gotejando  neoliberalismo líquido.

A sociedade que emergiu das conquistas sociais e econômicas acumuladas a partir de 2002 não cabe nos limites estreitos que essa lógica oferece.

Dito de outra forma.

A coexistência de um Brasil urgente, disposto a comandar seu próprio destino, é imiscível  com a estrutura  de riqueza e comunicação simbolicamente condensada no caricato papel que a família Marinho e seus negócios protagonizam no país.

Seu poder desmedido  para manipular conflitos , desqualificar projetos  e usufruir privilégios distorce e constrange  as vozes que precisam ser ouvidas nesse Rubicão da nossa história.

A travessia  só se completará  de forma emancipadora se o campo progressista souber erguer linhas de passagem feitas de reformas, prazos e metas críveis aos olhos da população.

Trata-se de estender o horizonte da sociedade para além do volume morto, ao qual os campeões da Forbes gostariam de  circunscrevê-la.

E começar por dizê-lo, claramente, nesta campanha eleitoral.

Na Idade das Pedras, por Zuenir Ventura


Algumas semanas fora, e a volta a um país de cara amarrada, espumando de raiva, quebrando e depredando como se estivesse na Idade das Pedras, além das de crack. Depredar 708 ônibus em dois dias é uma proeza inédita. Em mais de 60 anos no Rio, nunca vi igual.
Além de jogar pedras em ônibus, bancos, lojas e prédios públicos, a moda (nacional) é também depredar pessoas, como fizeram com a pobre senhora em Guarujá, a partir de um boato falso, num espetáculo de crueldade digno dos antigos circos romanos.
Ou como duas moças, de 19 e 15 anos, fizeram em Foz do Iguaçu com uma adolescente de 13, executada igualmente a pedradas por ciúme do namorado de uma delas. Por pouco, a população não fechou o círculo da barbárie, linchando as duas criminosas, o que seria o sétimo justiçamento este ano no país.
E há os que, em vez de pedras, matam atirando vasos sanitários de uma altura de 24 metros, como aconteceu num estádio em Recife. O choque é ainda maior para quem, morador da terra do Profeta Gentileza como eu, está chegando de Portugal, um país em crise, com desemprego e austeridade, mas desfrutando de uma invejável paz urbana.
Parece que estamos atravessando um cumulus nimbus, aquelas nuvens que são o terror dos passageiros aéreos porque provocam turbulências capazes de derrubar o avião. Não fosse o medo de ser acusado de racismo, eu diria que a coisa tá preta. Se até Jair Rodrigues parou de sorrir.
Pelo que li, sociólogos atribuem esses vários tipos de violência à descrença nas instituições públicas, já que, segundo pesquisas, mais de 70% dos brasileiros não confiam nem nas leis, nem no Congresso, nem nos empresários, só em si mesmos.

Foto: Ueslei Marcelino

O desvio virou norma e, contrariando o princípio da democracia, em que prevalece a vontade da maioria, a minoria é quem manda agora, ou tenta mandar. Por qualquer reivindicação, um pequeno número de manifestantes pode impedir o trânsito de milhões de pessoas a caminho do trabalho ou de casa.
O exemplo mais gritante foi a greve dos rodoviários cariocas, promovida por um grupo minoritário de “dissidentes”, que, derrotados na assembleia da classe, impuseram à força e contra a vontade do próprio sindicato e da Justiça a paralisação da cidade por 48 horas.
Um amigo me aconselhou: “Fica calmo, porque vai piorar até a Copa.” Minha esperança é que seja um surto, e que a pouca adesão aos protestos de anteontem mude a orientação. Os próprios motoristas já pensam em usar outra estratégia: em vez do enfrentamento, as catracas livres.
Desde que Freud passou a substituir Marx nas análises da realidade, sabe-se que o meio ambiente não explica tudo. Assim, para entender o sanatório geral que é hoje o Brasil, recomenda-se chamar, além dos sociólogos, os psicanalistas.

#Vamoscomparar

Universidades criadas durante o governo FHC (PSDB) 0

Universidades criadas durante o governo Lula/Dilma (PT) 18
  1. Universidade Federal do ABC (UFABC) 
  2. Universidade Federal de Ciências da Saúde de PA (FUFCSPA) 
  3. Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL) 
  4. Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) 
  5. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri 
  6. (UFVJM) Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) 
  7. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) 
  8. Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) 
  9. Universidade Federal do Cariri (UFCA) 
  10. Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) 
  11. Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSBA) 
  12. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) 
  13. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) 
  14. Universidade Federal do Pampa (Unipampa) 
  15. Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) 
  16. Universidade Federal do Tocantins (UFT) 
  17. Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) 
  18. Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab)


Fernando Brito - como a Petrobras inunda de óleo seus inimigos

Você quer entender porque, enfrentando o maior massacre de mídia feito com uma empresa, o preço das ações da Petrobras continua subindo e a empresa tem “valor de mercado” ( número de ações multiplicado por seu valor) quase sete vezes maior que em 2002?
recordes
Olhe o gráfico que posto aí em cima com os recordes já alcançados e a projeção de resultados para o final do ano nos campos do pré-sal.
700 mil barris por dia no final do ano!
Porque ainda falta conectar mais de uma dezena de poços, estimando uma produtividade média por poço igual à atingida agora: 28 mil barris diários no pré-sal da Bacia de Santos.
Embora, pela nossa ansiedade de que todo mundo tem de que o pré-sal chegue à sua plenitude, é preciso saber que, em matéria de petróleo, tudo está andando até muito rápido, com a produção atingindo níveis que que, no Mar do Norte ou no Golfo do México, só foram atingidos no triplo do tempo.
E os megacampos de Franco e Libra nem sequer estão produzindo ainda, cada um deles com potencial para chegar a um milhão de barris diários!
Endividada, a Petrobras?
Sim, como toda empresa que atravessa um imenso processo de expansão, que vai ficar numa média de 7,5% em 2014. E que, comparando dezembro de 2013 com dezembro de 2014, uma diferença de perto de 25%.
É isso o que querem destruir, para entregar nosso pré-sal.