Quem tá na lista do Serrágio?

Da mesma forma que os grandes meios de comunicação e seus repórteres investigativos não conseguem vazar, dar um furo publicando a lista dos jorna-listas pagos pelo DvD, também não conseguem saber o que está por trás da Sabesp
Não é mesmo?

Se a Leitoa pensa assim...o correto é assado

"O pacote fiscal de Obama é insuficiente. É menor do que o que será perdido este ano pela recessão e representa, na melhor hipótese 0,75% do PIB americano. Obama terá que ser ousado, ter medidas convincentes, para usar o momento a seu favor. Aqui, os juros caíram para 12,75%, mas precisam cair mais. Não por pressão política, mas por razões técnicas: a inflação está cedendo e a economia, derretendo".

As palavras acima foram escritas por Míriam Leitão em seu blog. Chega mesmo a ser engraçada a arrogância da colunista, que já decretou o fracasso do plano do presidente Barack Obama antes mesmo de ele ser apresentado ao distinto público. Já no Brasil, a economia está "derretendo" e os juros precisam cair "por razões técnicas", não políticas.

É preciso dar um desconto para a jornalista global: o mundo em que ela vivia e acreditava, da livre iniciativa, desregulamentação, do "mercadismo", desmoronou em setembro do ano passado e desde então Leitão e outros analistas que professavam fé no neoliberalismo ficaram muito confusos e nervosos, tentando se agarrar em qualquer bóia para não afundar nas profundezas do descrédito e esquecimento.

Bem, em primeiro lugar, ninguém sabe se o plano de Obama vai dar certo ou não porque ainda falta muito detalhamento sobre o plano. Míriam acha insuficiente a quantia de US$ 850 bilhões, mas é preciso saber como o novo presidente vai usar este recurso. Ela não sabe, talvez nem mesmo Obama saiba neste momento, deve estar estudando as alternativas. A crítica, portanto, é leviana.

Quanto à necessidade de os juros baixarem por "razões técnicas", trata-se de uma manjada artimanha dos conservadores, que tendem a desprezar as motivações políticas e endeusar as "técnicas".

Ora, toda decisão econômica tem um fundo político. É claro que o BancoCentral leva em consideração os aspectos técnicos ao tomar suas decisões, mas no fundo a responsabilidade pela política monetária é do presidente da República, que a qualquer momento pode, no limite, demitir o presidente do BC e botar alguém alinhado com a política monetária que ele decida implantar.

Leitão e demais analistas neoliberais têm como dogma o regime de metas de inflação e as demais premissas da atual política econômica (responsabilidade fiscal, alto superávit primário etc.). Lula e Meirelles podem até estar certos em manter a atual política econômica, mas ela não é necessariamente correta em qualquer situação. Se necessário for, na atual situação de crise financeira global, correções de rumo poderão ser feitas e talvez para isto sejam necessários nomes novos para executar essas mudanças. É simples assim, mas Leitão certamente soltaria grunhidos estridentes contra o presidente Lula se esta hipótese se concretizasse.

No fundo, ler os comentários de Míriam Leitão é bastante útil e serve como uma bússola: se ela está pensando assim, o correto deve ser assado... Podem conferir, não tem erro!

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* Luiz Antonio Magalhães é jornalista, editor de Política do DCI e editor-adjunto do Observatório da Imprensa. É o autor do blog: http://www.blogentrelinhas.blogspot.com/

Fardos inúteis

conta uma lenda,que dois monges que atravessavam uma área deserta quando diante de um rio violento, avistaram uma linda jovem que tentava atravessá-lo sem sucesso um dos monges, não sem dificuldades, atravessou o rio e colocando a mulher em suas costas conseguiu atravessar o rio em segurança. a jovem abraçou-o agradecida, comovida com o seu gesto e seguiu seu caminho  

retomando a jornada,

o outro monge que assistiu a tudo calado, repreendeu o amigo,

falando do contato carnal

que houve com aquela jovem,

da tentação de ter aquele contato

mais direto com uma mulher,

o que era proibido pelas suas leis

 e durante um bom trecho do caminho,

esse monge falou sobre a mulher

e sobre o pecado cometido

até que aquele que ajudou a jovem na travessia falou: 
querido amigo, eu atravessei o rio com a jovem

e lá eu a deixei, mas você ainda continua

carregando-a em seus pensamentos 

assim, todos sabem que Deus

não nos dá fardos maiores

que aqueles que podemos suportar,

e muitos dos nossos fardos

já poderiam estar abandonados

em outras curvas da vida,

mas nós insistimos em carregá-los 

levamos nossas dores

e frustrações ao extremo.

dramatizamos demais,

elevamos ao cubo cada dor,

cada ofensa, cada contrariedade

e por isso, não conseguimos relaxar,

perdoar ou mesmo ser feliz,

pois o peso que vamos acumulando em nossas costas

são demais para qualquer cristão 

neste dia especial, eu lhe convido a uma reflexão.

quais são os fardos que você continua carregando

e que já não estão mais com você?

qual é a dor que você anda revivendo

e fazendo com que velhas feridas voltem a sangrar?

por que você não consegue perdoar quem lhe magoou? quantas oportunidades você anda deixando para trás

por estar amarrado ao passado? 

desarme-se.

dos velhos pensamentos,

do espírito da revolta, da tristeza.

hoje é  dia de desmontar

o velho acampamento do comodismo

e seguir adiante na longa jornada que a vida apresenta.

quanto mais leve a sua mochila,

mais fácil a subida rumo a felicidade. 

texto

paulo roberto gaefke 


Vencedor moral

O Senado e a Câmara dos Deputados escolhem hoje os seus presidentes, e a esta altura o mais prudente é esperar o resultado aparecer em cada um dos dois painéis eletrônicos. Já existe porém um vitorioso no terreno moral -o que em política não é pouco. Isto de “campeão moral” ficou meio estigmatizado desde a derrota do Brasil na Copa do Mundo de 1978, na Argentina. Na política, de todo modo, pessoas ou partidos capazes de ostentar o trunfo moral obtêm uma vantagem competitiva e tanto.

O campeão moral desta eleição é o Partido dos Trabalhadores. O PT arrebatou o troféu com a participação decisiva do seu suposto arqui-adversário, o PSDB. E graças ao competente trabalho de articulação política do senador Tião Viana (PT-AC). Partamos da premissa de que é sincera a versão tucana sobre o apoio ao petista no Senado. A adesão se explicaria não por apetites fisiológicos desatendidos, mas pela necessidade imperiosa e inadiável de “limpar” a Casa. Assim, em resumo, o PSDB acha que a questão central da hora é “varrer a sujeira” do Salão Azul -e que o mais apto para a tarefa é um candidato indicado pelo Partido dos Trabalhadores.

É uma mudança e tanto para quem até outro dia catalogava o PT no índex dos “quadrilheiros”, “mensaleiros”, entre outras qualificações pouco amigas. O que mudou? É possível que nem o PSDB acreditasse no que dizia do PT nos tempos duros, em que os tucanos afirmavam ver nos petistas a personificação do mal. Ou pode ser que, para os tucanos, o PT de hoje seja essencialmente diferente da sigla abalada anos atrás no escândalo desencadeado pelas acusações de Roberto Jefferson. Teria havido portanto uma “refundação”. Se aconteceu a tal “refundação”, o jornalismo comeu mosca, pois ninguém noticiou o fato relevante.

Há também a explicação mais confortável. De que Tião Viana é do PT, mas não é “do PT”. Um estranho no ninho. Um ponto fora da curva. É uma explicação fraquinha. A análise política é como o futebol. O sucesso na maior parte das vezes está em não fazer firula, em buscar o mais simples. O PSDB, na sua autonomeada e recém-proclamada missão de realizar uma “faxina ética” no Senado, escolheu um senador do PT para comandar os exércitos na guerra. E não se trata de um dissidente. É alguém indicado pelo PT, um quadro orgânico do partido. Ainda que o PSDB tenha desejado homenagear o indivíduo, não há como a homenagem não se estender à agremiação. Parabéns ao PT.

Os acadêmicos deveriam estudar a sério o fascínio que o PT exerce sobre o PSDB. Já há massa crítica para a análise de cientistas políticos. Ou de psicólogos políticos. O apoio a Tião não é inédito. Dois anos atrás, vieram da bancada tucana os votos que deram a Presidência da Câmara dos Deputados ao PT. Talvez o tucanato veja o petismo como o que ele próprio desejaria ser, mas não consegue: uma social-democracia com base popular. Talvez o PSDB tenha se proposto como meta “catequizar” o PT, expurgá-lo de seus supostos excessos jacobinos. Ou bolcheviques. Sei lá. Gente estranha.

Enquanto os especialistas tentam decifrar a alma tucana, eu vou aproveitar melhor o meu tempo, seguir o meu próprio conselho e fazer o simples. O arroz com feijão. Não vou fugir da raia, vou dizer ao leitor o que acho mais adequado. Pronto. Talvez os jornalistas e os consumidores de informação devêssemos fazer um pacto. Todos nos recusaríamos a gastar tempo, intelecto e energia com o que tucanos e petistas dizem uns dos outros. Desconsiderar esse aspecto da realidade. Olhar apenas os fatos. Desprezar as declarações.

É isto: está na hora de uma moratória jornalística do lero-lero tucano-petista. Para não ser radical, e não sonegar notícias ao consumidor, talvez fosse o caso de criar uma seção específica nos diários. Algo como “o que eles falaram ontem uns dos outros mas que não tem nenhuma importância”. Seriam notinhas curtas, sem encheção de linguiça. Aí, petistas e tucanos trocariam recados, mas poupando o preciosíssimo tempo do cidadão. A imprensa não está permanentemente em busca de novas maneiras de ser útil ao público? Eis uma.

Sarney vence Tião

José Sarney (PMDB-AP) é o novo presidente do Senado. Prevaleceu sobre Tião Viana (PT-AC).

Numa manhã de Casa cheia, Sarney precisava de 41 votos. Obteve 49. Com Contra 32 dados ao seu adversário. Vai ao comando do Senado pela terceira vez.

O êxito de Sarney sacramenta a ressurreição política de Renan Calheiros (PMDB-AL), patrono da candidatura dele.

Ao término de uma gestão em que teve de renunciar ao comando do Senado para salvar o próprio mandato, Renan volta ao centro do palco.

Estava ao lado de Sarney, há pouco, no beija-mão que se seguiu à proclamação do resultado. Difícil saber qual dos dois se sente mais vitorioso.

Sarney não obteve a unanimidade que gostaria. Tampouco ultrapassou a fronteira dos 50 votos, como previra sua equipe.

Mas os 49 votos que o morubuxaba do PMDB arrancou do plenário seriam suficientes para aprovar uma emenda à Constituição.

É, no jargão parlamentar, quorum qualificado. O rival Tião Viana obteve 11 votos a menos do que os 43 que dizia ter na véspera.

Tião desce à crônica da disputa como vítima de traição. Traíram-no alguns colegas. Traiu-o também o otimismo de candidato.

Graças ao apoio da maioria do PSDB, o candidato do PT livrou-se do vexame. A última disputa que eletrizara o Senado dera-se entre Renan Calheiros e José Agripino Maia.

Agripino, o derrotado de então, amealhara 28 votos. Tião, o vencido de agora, colecionou quatro a mais: 32.

Ironicamente, além da dívida política que contraiu com Renan, Sarney deve o seu triunfo ao apoio de Agripino Maia, que arrastou consigo a bancada do DEM.

Todos os olhares se voltam agora para a Câmara. Ali, a menos que ocorra uma torrente de traições, deve ser eleito Michel Temer (PMDB-SP).

Algo que, se for confirmado, imporá a Lula o convívio com um Legislativo submetido à hegemonia do PMDB.
Josias de Souza

Para o resto das nossas vidas

Existem coisas pequenas e grandes, coisas que levaremos para o resto de nossas vidas.

Talvez sejam poucas, quem sabe sejam muitas, depende de cada um, depende da vida que cada um de nós levou. 
 
 

Levaremos lembranças, coisas que sempre serão inesquecíveis para nós, coisas que nos marcarão, que mexerão com a nossa existência em algum instante.

Provavelmente iremos pela a vida a fora colecionando essas coisas, colocando em ordem de grandeza cada detalhe que nos foi importante.

Cada momento que interferiu nos nossos dias, que deixou marcas, cada instante que foi cravado no nosso peito como uma tatuagem. 
 

Marcas, isso... Serão marcas, umas mais profundas, outras superficiais porém com algum significado também. 

Guardaremos dentro de nós e que se contarmos para terceiros talvez não tenha a menor importância, pois só nós saberemos o quanto foi incrível vivê-los. 
 

Poderá ser uma música, quem sabe um livro, talvez uma poesia, uma carta, um e-mail, uma viagem, uma frase que alguém tenha nos dito num momento certo.  

Poderá ser um raiar de sol, um buquê de flores que se recebeu, um cartão de natal, uma palavra amiga num momento preciso.

Talvez venha a ser um sentimento que foi abandonado, uma decepção, a perda de alguém querido, um certo encontro casual, um desencontro proposital. 

Quem sabe uma amizade incomparável, um sonho que foi alcançado após muita luta, um que deixou de existir por puro fracasso.

Pode ser simplesmente um instante, um olhar, um sorriso, um perfume, um beijo. 
 

Para o resto de nossas vidas levaremos pessoas guardadas dentro de nós.

Umas porque dedicaram um carinho enorme, outras porque foram o objeto do nosso amor, ainda outras por terem nos magoado profundamente.

Quem sabe haverão algumas que deixarão marcas profundas por terem sido tão rápidas em nossas vidas e terem conseguido ainda assim plantar dentro de nós tanta coisa boa. 
 

Lá na frente é que poderemos realmente saber a qualidade de vida que tivemos, a quantidade de marcas que conseguimos carregar conosco e a riqueza que cada uma delas guardou dentro de si.

Bem lá na frente é que poderemos avaliar do que exatamente foi feita a nossa vida, se de amor ou de rancor, se de alegrias ou tristezas, se de vitórias ou derrotas, se de ilusões ou realidades. 
 

Pensem sempre que hoje é só o começo de tudo, que se houver algo errado ainda está em tempo de ser mudado e que o resto de nossas vidas de certa forma ainda está em nossas mãos. 

Revolution francesa II?

As cassandras estão em plantão permanente e as notícias ruins brotam aos borbotões dos portais da internet. 

O UOL anuncia:

Empresas japonesas demitem 27.000. E acrescenta, multinacionais dos Estados Unidos, da Europa e do Japão já anunciaram, só nesta semana, mais de 150 mil demissões no mundo. 

Será o fim do sistema capitalista? Ou estamos diante de uma reengenharia do sistema em que as empresas utilizarão poucos funcionários e sua produção será quase toda automatizada? E o que farão as legiões de desempregados? 

Na área rural já está em curso um processo semelhante visando coibir as queimadas e o prejuízo para o meio ambiente estão mecanizando a colheita de cana. Assim, milhares ou milhões de trabalhadores perderão o emprego.

Mauricio

O que será de tudo isso? Não foi em uma situação semelhante, de fome e desemprego, que teve início a Revolução Francesa?