Arrependimento

Ele fez uma viagem de cruzeiro num transatlântico de luxo.

Foram 27 dias de viagem pelo Mediterrâneo, pelo mar Adriático, pelas ilhas gregas..

Na volta, um amigo quis saber como foi a viagem.

--- Nem te conto, disse ele. No primeiro dia eu estava me sentindo sozinho, mas de repente eu vi a Mariazinha, mulher do meu melhor amigo. Ela estava na viagem e sozinha também. Fiquei feliz por não estar só, e logo começamos a conversar, fomos juntos ao restaurante do navio, fomos dançar, e terminamos dormindo juntos.

--- Foi mesmo?

--- Foi, sim. E no final da noite, quase de madrugada, eu comi a mulher do meu melhor amigo. Mas depois disso eu chorei muito, chorei arrependido, quase morro de chorar.

--- E o resto da viagem, como foi?

--- Foi comendo e chorando.......chorando e comendo...

No Brasil cadeia é para pobre


O senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez, nesta sexta-feira, duras criticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Por sete votos a quatro, o tribunal decidiu que o réu só é preso após a condenação final, quando não houver qualquer possibilidade de recurso. Para Simon, a parcela mais pobre da população, sem condição de pagar advogados, vai continuar sendo presa. Já aqueles que contam com recursos para se defender judicialmente não serão presos. 

"Julgar em caráter definitivo no Brasil é a coisa mais difícil. O pobre não pode recorrer, mas o cara que tem um bom advogado nunca vai conhecer cadeia", disse. "[No Brasil] Só vai preso ladrão de galinha", completou.

Ele disse ainda que os processos que chegam no Supremo nunca punem os acusados. Citou até mesmo o 2º Vice-Presidente da Câmara, Edmar Moreira (DEM-MG) – que tem no nome de seus filhos um castelo de cerca de R$ 20 milhões – e defendeu, logo que assumiu a vaga, o fim do Conselho de Ética e a subida de processos de quebra de decoro diretamente para o Supremo.

"Nosso amigo lá que foi escolhido o 2º Vice-Presidente, por que ele não quer que o Congresso julgue e quer que vá direto para o Supremo? Porque o Supremo não condena ninguém (...) No Supremo não acontece nada. É tudo arquivado, tudo arquivado", concluiu.

Fraude na merenda das crianças

A denúncia de fraude, envolvendo a merenda escolar em São Paulo, é de embrulhar o estômago.

Aliás, as duas são de embrulhar o estômago: a fraude e a merenda em si, - a julgar pelas  imagens mostradas pelo “Jornal da Record”. As cenas mostram que, na maior cidade do país, gasta-se muito para oferecer refeições de baixa qualidade.

E por que se gasta muito?

Isso é o mais surpreendente nessa história. Prestem atenção, por favor, leitores, porque aqui temos um caso quase inacreditável.


Essas crianças comem a merenda de Kassab?

Em 2007, a própria Prefeitura de São Paulo contratou a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), para que fizesse uma avaliação técnica do programa de merenda. Uma das questões estudadas: a Prefeitura deveria, ou não, terceirizar todo o serviço de merenda?

A resposta da FIPE, em abril de 2007, foi: não! Se toda merenda de São Paulo fosse terceirizada, o programa custaria 71% a mais!

Na página 3 do relatório entregue à Prefeitura, a FIPE afirma, com todas as letras: "o Programa de Merenda Escolar da Prefeitura do Município de São Paulo deve ampliar a Merenda Direta em detrimento da Terceirizada." (grifo meu, RV)

Uma das economistas da FIPE disse ao Ministério Público que recebeu da Prefeitura "recomendações" para que o relatório fosse alterado. Hum... 

Advinhem o que a Prefeitura de Kassab fez? Em maio de 2007, desconsiderou o relatório da FIPE, chamou licitação e ampliou a terceirização: ou seja, aumentou o número de escolas atendidas por fornecedores particulares.

O que aconteceu, então?

As investigações conduzidas até aqui pelo correto promotor Silvio Marques (o mesmo que investigou Maluf e Pitta) mostram que pode ter havido um grande acerto entre as empresas fornecedoras.

 Há gravações. Nojentas. Os empresários, reunidos num hotel em frente à Prefeitura, combinam o preço. Dão risada, brincam com a comida das crianças.

E mais: pelo menos 3 funcionários da Prefeitura – diretamente envolvidos com a licitação da merenda – foram trabalhar depois nas empresas que fornecem merenda. Simples assim! 

Tudo foi mostrado, em primeira mão, pelo “Jornal da Record”,   em reportagens de Vinicius Costa - com produção de Luiz Malavolta e Paulo T, e edição de Rogério Olmo.

 A “Folha” http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u499856.shtml e o “Estadão”http://www.estadao.com.br/geral/not_ger318745,0.htm também estão acompanhando o caso.

A “TV Globo”, ao que parece, não se interessou muito pela denúncia. Por que, hem?

Outra pergunta: a fraude teria começado logo depois que Kassab assumiu definitivamente a Prefeitura, no lugar de Serra; o atual governador teria deixado alguma ordem, indicando que a terceirização deveria ocorrer de qualquer jeito? Era um acerto prévio? Por que a Prefeitura gastou quase um milhão para ouvir a opinião da FIPE, e depois desconsiderou o relatório?

Vejam, não estou acusando. Estou apenas testando hipóteses, seguindo o que faz uma conhecida escola jornalística do Jardim Botânico, no Rio (eles só testam hipóteses no plano federal, mas eu vou utilizar o método na esfera municipal).

Ah, mas isso pode acontecer, né? Fraudes ocorrem o tempo todo, e o Prefeito não pode controlar tudo, certo?

Ora, como defender essa tese, diante do estudo preliminar da FIPE, que apontava os riscos da terceirização? Quem deu ordem para desconsiderá-lo?

O caso deixou o promotor Sílvio Marques boquiaberto. Mas, se conheço bem o doutor Sílvio, ele não é de ficar de boca aberta muito tempo. Já está investigando.

Kassab e seu parceiro Serra não terão sossego nesse caso. A “Merenda de Serra/Kassab” pode se transformar no equivalente da “Máfia dos Fiscais” de Pitta/Maluf.

A diferença é que, dessa vez, os prejudicados diretos seriam milhares de crianças. É de virar o estômago.

Em tempo: Kassab dizs que não sabia de nada, e que vai colaborar com o Ministério Público nas investigações.

Ah, bom!

do Escrevinhador

Os FHCs do STF


Os *FHCs do STF não assistem ao Jornal Nacional da Globo. Se assistissem com certeza mandariam prender no mínimo o continuo da emissora. 

Explico: 

É que eles proibiram o uso de algemas e todo dia aparece pobres algemados lá na telinha.

É que eles proibiram de alguém permanecer preso enquanto não julgado em ultima estância e sem direito a mais nenhum recurso, apelação. Mas todo dia aparece um montão de pobres presos lá na telinha.

Ah, tinha esquecido é que são pobres que aparecem lá.

Pobre pode!!!

* Farsantes, Hipócritas, Canalhas.

O PIG de luto

Caixa bate novo recorde


A Caixa Econômica Federal bateu um novo recorde de financiamento habitacional no mês de janeiro. O banco firmou 45.975 contratos de crédito imobiliário no período, que somaram R$ 1,91 bilhão -crescimento de 155% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse resultado faz do mês passado o melhor janeiro da história da Caixa Econômica em volume de contratação de crédito imobiliário.


A média diária de contratação de financiamento habitacional fechou janeiro em 2.189 contratos. Isso corresponde a um volume de cerca de R$ 90 milhões para a aquisição de imóveis negociado por dia.

A expectativa da Caixa é financiar R$ 27 bilhões para a habitação até o final deste ano. O balanço do ano passado ainda não foi concluído, mas dados preliminares apontam que o banco emprestou cerca de R$ 23 bilhões para o crédito habitacional em 2008, beneficiando 500 mil famílias.

O governo conta com o apoio da Caixa Econômica na implementação de um pacote habitacional para a construção de 500 mil unidades neste ano contra a crise econômica. Os detalhes do plano devem ser anunciados pelo presidente Lula nos próximos dias.

Uma das ideias do governo é utilizar as linhas de financiamento da Caixa para que a população de baixa renda tenha acesso à compra de material de construção.

O pacote é uma tentativa do governo de aquecer a economia como um todo com a geração de emprego e renda no setor de construção civil, um dos mais afetados pela crise econômica.

A grande dúvida sobre esse pacote ainda é se ele trará medidas que facilitem a aquisição de imóveis para as classes média e alta ou se vai focar em soluções para aumentar o acesso da população de baixa renda ao financiamento imobiliário.

Lei a integra da coluna na Folha de São Paulo

A última grande tacada social de Lula

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ter recebido a autorização do presidente Lula para aprovar, no Congresso, a obrigatoriedade escolar dos 4 aos 17 anos --hoje vai dos 7 aos 14 anos. A mudança deveria ocorrer, segundo ele, num prazo de cinco anos. Pergunto ao ministro o óbvio --de onde vai sair o dinheiro? A explicação dele:

1) está havendo uma mudança demográfica. A partir deste ano, começa a diminuir, em termos absolutos, o número de brasileiros entre 0 e 17 anos, facilitando a expansão da obrigatoriedade. Isso se deve ao fato de que as mulheres têm menos filhos;

2) Lula já autorizou, segundo ele, o aumento de verbas ao Ministério da Educação em cerca de R$ 9 bilhões ao ano. Esse é o recurso anual que está bloqueado devido à DRU (Desvinculação de Receitas da União).

Como haverá menos crianças e adolescentes, além de mais recursos, a medida seria viável. O medo dos governadores e prefeitos, afinal, (eles não estão nem de longe convencidos da viabilidade) é que Lula faça uma generosidade com dinheiro alheio --e, claro, com um considerável impacto eleitoral.

O fato é que se a medida passar será provavelmente o último projeto de peso da gestão Lula, por significar que nenhuma criança com mais de quatro anos e nenhum adolescente poderá ficar fora da escola.

Gilberto Dimenstein, 52, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.