Bofetada do atraso

Leandro Fortes
Primeiro, a internet violentou o papel em sua essência física, palpável, dogmática. Roubou à História da escrita o movimento manual da pena e o batuque, ora mecânico, ora elétrico, das máquinas de escrever de outrora. Minou, por assim, dizer, o essencial, a rotina, para então começar a dizimar os modelos. Em pouco mais de uma década, derreteu a credibilidade e expôs as intenções das ditas mais sérias empresas de comunicação do Brasil, apesar da permanente tensão provocada pela expectativa de cerceamento e censura. Aliás, uma tentação autoritária pela qual, ao que parece, o Senado da República ensaia se ajoelhar. São sinais dessa tormenta em que vive o jornalismo brasileiro, confinado num vazio que se estende no éter de um rápido processo de decadência moral, em parte resultante de maus hábitos de origem, como o arrivismo e a calúnia pura e simples, mas também porque sobre as redações paira um ar viciado e irrespirável cheio de maus agouros de mudança, ou melhor, de status.

São ventos recentes, os da internet, que nem marolas faziam nos primeiros anos de concentração de usuários e funcionamento da rede mundial de computadores. Como fenômeno de jornalismo, foi preciso esperar que o ambiente virtual deixasse de ser eminentemente transpositivo, na verdade, uma cópia digital dos jornais, para surgir um espaço editorial novo, essencialmente individual, mas nutrido pelas idéias do coletivo. Definidos de forma simplista, no nascimento, de diários eletrônicos, os blogs se fixaram como um instrumento de comunicação social poderoso, a ponto de se tornarem subversivos, no melhor sentido da palavra. Passaram a devorar velhos esquemas como uma nuvem de insetos, milhões deles, em crescimento exponencial. Tornaram-se, na singular definição do ministro-jornalista Franklin Martins, “grilos falantes” da mídia e inauguraram uma regulação ética nominal e permanente do noticiário. Dentro desse papel, os blogs independentes têm conseguido desmascarar, muitas vezes em tempo real, tradicionais espaços editorais voltados, historicamente, para a manipulação e distorção de matérias jornalísticas a soldo de interesses inconfessáveis. Tornaram-se, em pouco tempo, imprescindíveis.

Pensei nisso tudo por várias razões, mas principalmente porque tenho que falar, no final de outubro, com estudantes de jornalismo da Universidade de Maringá, no Paraná, sobre o fenômeno da blogosfera e discutir as razões desses maus tempos de jornalismo em que vivemos. Mas também porque a animosidade das velhas elites políticas brasileiras com a internet alcançou seu paroxismo nesse projeto inacreditável assinado pela dupla de senadores Marco Maciel (DEM-PE) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), de restrição de liberdade na rede mundial de computadores. Onde estão os freios dessa gente? Ainda que não houvesse muitos motivos para repudiar uma intenção de censura no mais democrático ambiente de comunicação da cultura humana em todos os tempos, bastaria um – o da civilidade – para fazer calar esse clamor de alcova que nos envergonha.


Trata-se de uma tentativa primária, nos métodos e na intenção, de conter o poder iconoclasta e o viés crítico da internet, notadamente dos blogs. Pretende-se amordaçar uma rede formada, apenas no Brasil, por 64,8 milhões de pessoas, segundo pesquisa do Ibope publicada em agosto de 2009, ou seja, no mês passado. O instituto calcula que esse número cresça, na próxima década, cerca de 10% ao mês. Portanto, mais do que dobrando de tamanho em 10 anos, a depender da intensidade das diversas políticas de inclusão digital capitaneadas pelo governo do PT. Pensar em controlar o torvelinho de informação circulante, hoje, na internet, é um exercício absoluto de arrogância, quando não de ignorância. É um exagero surpreendente, até mesmo em se tratando de uma iniciativa dessa triste e reacionária elite política e econômica brasileira. De minha parte, não acredito que o Brasil vá aceitar, inerte, essa bofetada do atraso.

Eu não vou.

O GOLPE DO PIG

O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, eleito democratiamente, há aproximadamente dois meses sofreu um golpe de estado e foi deposto.

O Mundo inteiro condenou a intervenção militar e nem um país até hoje reconheceu o governo golpista.
No início da cobertura pela imprensa brasileira esta não conseguiu esconder um certo “que” de enfado e desinteresse pelo episódio.

Talvez porque Honduras seja um país pobre e pequeno com uma população menor que a do estado do Pará.

Bastou que o governo brasileiro manifestasse seu veemente repúdio exigindo a volta de Zelaya ao cargo para que a mídia começasse a botar as mangas de fora e passasse a defender, ainda que disfarçadamente, os golpistas.

Zelaya volta para Honduras e se recolhe na Embaixada brasileira na capital hondurenha, Tegucigalpa.

Foi o bastante para o PIG escancarar de vez a sua face horrorosa a favor do golpista Roberto Micheletti, a quem chama de “presidente de fato”.
E se colocasse contra o governo brasileiro e a favor dos golpistas.
O PIG é uma excressência, um dejeto.

O PIG não diz que o governo é golpista. O PIG o chama de “governo interino”. Porque as eleições presidenciais em Honduras estão marcadas para novembro.
Aliás, marcadas ainda pelo governo democrático de Manuel Zelaya.

É obrigação,e constitui um gesto mais humanitário do que político e diplomático um país conceder asilo ou refúgio através de suas embaixadas ou representações diplomáticas a quem se achar perseguido no seu país.

O senador tucano Eduardo Azeredo se esqueceu que muitos dos que hoje militam no seu partido sofreram perseguições aqui e no Chile, e encontraram asilo nas embaixadas de outros países em Santiago para não serem presos pelo ditador Augusto Pinochet.

Mas Azeredo prefere sinicamente dizer que o Brasil procura “sarna para se coçar”. Uma expressão mesquinha e infeliz com o intuito de jogar o governo brasileiro de encontro à opinião pública, dando a entender que o presidente Lula está cometendo um crime ao apoiar Manuel Zelaya.

Crime comete quem aplica um golpe contra um governo legitimamente eleito.
Crime quem comete é o PIG que se manifesta contra o Brasil por dar refúgio a um cidadão perseguido por quem lhe tirou à força do poder que o povo soberanamente lhe outorgou.

Crime comete o PIG – Partido da Imprensa Golpista – que apóia um impostor sonhando loucamente para que Zelaya fosse o Lula e que Honduras fosse aqui.

Tucademos cairam na arapuca


Como já disse e repito sempre Lula dá nó em pingo dágua, pinta uma vaca na parede e tira 50 litros de leite dela.

Derrotou o pig, tucademos, pmdb e cia. Hoje estão lambendo os pés de Lula, como previ.

A tucademopiganalha no desespero ímpar que hora experimenta, caiu mais uma vez na arapuca que o presidente armou.

Sabendo que só terão uma chance para chegar ao 2º turno em 2010 - Ciro ser candidato -, a corja vitaminou os números dele na pesquisa(?) do Ibope e abriu amplos espaços nos meios de comunicação piguistas.

O que acontecerá por causa disto?

Simples, Ciro Gomes ganha musculatura para disputar e ganhar o governo paulista.

Coitados desta gentalha reacionária, não aprendem a jogar palitinhos.

Brasil é vencedor


Das três grandes agências americanas de avaliação de risco – ou seja, se os investidores correm algum risco se investirem num país ou numa empresa – a Moody’s era a única que ainda não tinha dito que o Brasil não oferece mais risco nenhum.
A Standard&Poor’s e a Fitch já tinham feito isso.
Ou seja, agora, os fundos de investimento internacionais podem, sem restrições institucionais, aplicar em títulos do Governo brasileiro ou em empresas brasileiras.
Vai ser uma festa de lançamento de ações com dinheiro estrangiro, os IPOs – como o do Santander de hoje – clique aqui para ler .
A Bolsa voltou hoje ao pico dos 61 mil pontos.
Agora que a urubóloga Miriam Leitão e sua grei, no PiG (*), cortam os pulsos.
Não sem acenar com lenço branco: bye-bye Serra 2010.

Abelhas e gambás

Marco Antônio Leite 


O serviço de prevenção de acidentes do Senado foi acionado ontem para tentar exterminar uma colméia de abelhas no gabinete do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). As abelhas têm tumultua­­­do há mais de uma semana o trabalho do senador e de assessores no escritório. Elas costumam aparecer durante a parte da tarde, e na semana passada dois funcionários foram picados. Apesar de terem montado a operação, o serviço de prevenção adiou para hoje a tentativa de retirar a colméia para evitar que os servidores sejam novamente atacados.
Além das abelhas, o serviço de prevenção também encontrou uma família de saruês – uma espécie de gambá. Os animais estão vivendo em um buraco na parede.


Nesse caso, o Senado não deve tomar nenhuma medida.

A DESMORALIZAÇÃO DO ESTATUTO DA FIDELIDADE PARTIDÁRIA!


                
1. Estima-se em todo o Brasil, que pelo menos 150 deputados estaduais e federais (e mais com senadores e vereadores) mudarão de sigla partidária neste final de setembro. Alegam problemas com eles nos partidos. Mas por que não saíram antes? Só agora às vésperas do prazo final de filiação partidária estes problemas surgiram? Certamente o que ocorre é o que ocorreu sempre. Conhecidas as pré-nominatas vários deles fazem sua aritmética eleitoral e procuram abrigo onde aumentam suas chances de vitória. Tão grave quanto, é o processo de cooptação feito pelos governos, oferecendo mundos e fundos para a transferência partidária de forma a reforçá-los nas eleições de 2010.
                 
2. Por que estas decisões de troca-troca são tomadas só agora? Elementar, meu caro Watson. Contam que o retardamento nos TREs nos Estados, os prazos de recursos e depois o recurso final ao TSE com seus próprios prazos, poderá levá-los até o final de 2009, portanto ultrapassando as eleições. Assim, na prática, não perdem seus mandatos. Vários governadores, ao proporem o troca-troca, garantem que conversarão com o TRE de seu Estado, de forma a que as gavetas estejam bem fechadas para retardar o processo de julgamento e levar os prazos ao limite. É provável que estejam blefando.
                 
3. Em muitos casos fala-se de partidos que concordaram com o troca-troca e deram até carta de alforria. Ora, no final do prazo é burla exatamente igual. Poderiam imaginar que os partidos que fizeram este acordo, podem não recorrer. Outra ilusão. A legislação prevê que são partes interessadas além dos partidos políticos, os suplentes e a Procuradoria Federal em cada Estado. Portanto não havendo recurso, as Procuradorias Federais nos Estados tem que compulsoriamente recorrer, pois de outra forma seriam parte da farsa (deputado ao recorrer, tem mandato suspenso no TRE a menos que consiga liminar).
                 
4. Para que o estatuto da Fidelidade Partidária não seja desmoralizado, o TSE deveria definir prazos limites em geral e os TREs adotarem, a partir disso, seus próprios prazos, encurtando-os para que os julgamentos venham em tempo próprio. Afinal, os elementos de sustentação do troca-troca ou são claros e documentados no tempo, ou são falsos. Esta semana começa o carrossel, e espera-se que os tribunais e as procuradorias ponham ordem na casa e apliquem com rigor e no menor prazo a legislação vigente. Como se sabe, para qualquer caso, a letargia na decisão judicial é mãe da impunidade.

5. Procedimentos atuais sobre infidelidade partidária.




Armação estupida pró Serra


Era tão estupidamente artificial a equação armada por Serra para suceder a Lula que bastou para abduzi-la a entrada em cena da forte Dilma Rousseff.
Evaporou-se a eleição de graça a ser vencida por Serra, o PIG e cia. Tem Dilma. E a vitoria da Muié será mais fácil que a oposição imagina.
No início da semana passada, por encomenda de um aspirante a candidato, ficou pronta a mais recente pesquisa de intenção de voto para a eleição de governador no Distrito Federal.
Quem pesquisa a vontade do eleitor para governos locais não resiste à tentação de perguntar em quem ele votaria para presidente da República. Nada é mais natural.
Deu Serra na cabeça, seguido por Dilma, Ciro e  Marina. Empolgada, a Dilma confidenciou a amigos os resultados de pesquisa também recente aplicada no Rio de Janeiro.
Deu ela na cabeça, seguido por Ciro, Marina e Serra. Em 2006, Helóisa Helena (PSOL-AL) amealhou 17% dos votos válidos do Rio.
De há muito que Dilma ultrapassara Ciro na série de pesquisas nacionais feitas pelo IBOP - Instituto Briguilino de Opinião Pública.
Amanhã, em Brasília, serão divulgados os resultados da mais nova. Dilma continua na frente de Ciro, e proxima a Serra. A vantagem dele sobre Dilma é pequena.
A pesquisa IBOP está mais ou menos de acordo com pesquisas anteriores dos institutos Sensus e Datafolha. Lula e seu governo mantêm elevados graus de aprovação – embora tenham perdido uns pontinhos. Serra permanece inabalável na faixa dos 40% das intenções de voto em números redondos. O problema, para Serra é que Dilma continua crescendo.
Outro dia, no meio de uma roda de interlocutores confiáveis, Lula repetiu o que um governador ouvira dele não faz tanto tempo assim: “Ela leva jeito pra isso”.
Ela, no caso, é Dilma. Que leva muito jeito para gerenciar iniciativas do governo, jeito para comandar pessoas, e jeito para despertar a paixão dos eleitores.
A vantagem dela é ela e seu padrinho político... Lula - o presidente mais popular da história do país, pai dos pobres e mãe dos ricos. Quem não desejaria tê-lo como cabo eleitoral?
(Ô tucademopiganalha, tucademopiganalha! Não pense que Luiz Inácio vai abandonar Dilma. Não vai não, tucademopiganalha. Lula só abandona aqueles que podem prejudicar o Brasil - tucanos, demos e pig -.
Lula é a vantagem de Dilma porque ele é o padrinho dela. E com ele não há político que fique mal em parte alguma. Afinal, é “o cara”.
Lula quer eleger Dilma. 
Quem cerca Lula jura que não existe Plano B na hipótese de Dilma se arrastar à base de transfusão de votos do seu padrinho. Transfusão sem limites.
Da metade do século passado para cá somente dois presidentes fizeram seu sucessor: Ernesto Geisel fez João Figueiredo e Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso.
Às favas todas as juras. O pvo votará em quem Lula indicar.
Como forçar Serra a ser candidato se ele sabe que levará uma surra da Dilma?